Filha De... Tem Certeza?! escrita por Mrs Darcy


Capítulo 6
Casa


Notas iniciais do capítulo

Gente, a má noticia é que eu estou na praia e aqui só tenho internet no meu IPad. Vou postar mesmo assim, mas não garanto uma formatação decente. Se não der para ler eu vou formata-los assim que estiver em casa e tiver acesso a um computador de mesa, ok?



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Minutos depois ainda estava olhando para a tela, chocada, sem nem mesmo perceber que a mesma havia sido desligada. As palavras de minha mãe anda ecoavam em minha cabeça, sem que eu nem ao menos as analisasse mais criticamente. Ela não se arrependia. Era só isso que importava; e apesar de já sabe-lo peguei-me sentindo-me vazia. Minha mãe não me amava nem se quer o bastante para me escolher ao seu amante. Esse devia ser o meu destino. Ser odiada por aqueles que eu mais queria o amor.

Pare- pensei. Você tem uma família. Seu pai lhe ama. Não deve pensar em alguém que nunca se importou com você. Nunca te quis. Pense em Hefesto, na sua avó! Mesmo assim não pude evitar deixar algumas lagrimas escorrerem e um soluço baixo escapar. Senti braços me envolvendo e não encontrei forças para reagir, somente deixando meu pai me abraçar até que eu me acalmasse. Devo ter ficado horas assim, pois a ultima coisa que me lembro é de ver o sol nascendo antes de dormir deitada no colo do deus das forjas.

...

O relógio de ouro no outro extremo do quarto marcava as 7 horas quando resolvi sair do quarto. Ninguém havia me dito que não poderia, por isso me senti livre para faze-lo após um tempo me questionando.

Devo ter me perdido varias vezes antes de conseguir chegar as ruas do Olimpo, mas consegui faze-lo antes que as ruas tornassem-se movimentadas pelo horário tardio. Eu tinha o habito de acordar cedo, gostava de aproveitar o dia a máximo e a essa hora já costumava estar na rua a muito tempo; mas havia demorado um tempo a mais para me arrumar hoje, afim de perder a cara de cansada que a noite chorando tinha me conferido.

O dia estava claro, e só haviam umas poucas náiades na rua, correndo para cumprir suas tarefas antes que os deuses a quem serviam acordassem. Mesmo assim, eram poucos os castelos onde havia movimento. A medida que passava pelas ruas percebi que a maioria ainda mantinha suas luzes apagadas e portas fechada, exceto alguns poucos. Na palácio, que pelo cor ouro chamativa supus ser do Deus Sol, todos pareciam relaxar nos jardins, já curtindo o começo do dia. Também havia algumas pessoas acordadas de onde vim, mas, de modo geral, tudo ainda estava silencioso. Como eu gostava.

Sentei-me em uma das nuvens perto da entrada do Olimpo e abri minha bolsa que sempre carregava junto comigo. Dentro dela tinha uma espécie de protótipo, no qual eu vinha trabalhando nos últimos meses. Era relativamente grande e pesado, tendo aproximadamente 3k e meio, mas era uma grande avanço dado os computadores que as pessoas usavam hoje em dia. Logo eu o terminaria e daria um jeito de lança-lo, por mais que não pudesse assumir minha própria criação. Abri o o computador e o liguei, deitando de bruços em frente a tela e observando o sistema iniciar. Tudo funcionou perfeitamente bem, e eu tinha acabado de conseguir ligar o notebook a rede quando ouço uma grande correria, gritos e um homem, apreçado, tromba em mim.

Fiquei confusa por alguns minutos, tentando me recuperar e sentindo o corpo esbelto do loiro me esmagando. Olhei para frente, tentando focalizar seu rosto, e percebi que ele fazia o mesmo com seus olhos azuis, muito parecidos com os meus. Fiquei quieta, perdendo a voz por instantes.

- Eu...- gaguejou ele,- Desculpe, senhorita-pediu por fim.

- Tudo bem- falei o mais casualmente que pude e aguardei que ele se levantasse; ele não o fez, parecendo confuso.- Pode sair de cima de mim, por favor?- pedi mais para "acorda-lo" do que qualquer outra coisa.

Parecendo extremamente constrangido ele se levantou para então sentar ao meu lado em silencio, mexendo as mãos nervosamente. Durante os próximos minutos ele pareceu pensar no que falar, decidindo logo em seguida.

- O que é isso?- perguntou se referindo ao computador.

- É um notebook- expliquei.- Eu que o criei. Ele foi feito para facilitar a comunicação da pessoas, de forma que assim elas podem levar o computador a qualquer lugar e se comunicar com gente que mora do outro lado do mundo de forma pratica e eficiente.- disse sorrindo, certa que ele logo perderia o interesse como todos fazem após terem uma informação básica.

Os olhos do homem brilharam animados e eu fui obrigada a rir. Ele ergueu uma sobrancelha, questionador.

- Seus olhos brilharam de um jeito que você parecia uma criança quando vai aprontar- expliquei.

Ele sorriu.

- Como funciona?- perguntou retomando o assunto anterior.

Passei as próximas horas conversando com ele, não só de computadores, mas sobre o porque de acordar cedo e o que ele fazia da vida.

Hermes era o deus dos viajantes, dos carteiros, mensageiro dos deuses, dos ladrões-ele falou essa parte com uma cara de safado que eu tive de rir. Em suma de todos os que usassem a estrada. Amava viajar e achava os mortais extremamente divertidos, ao contrario da maioria dos deuses. Vivia apenas com os criados em seu palácio, mas raramente passava mais do que algumas poucas horas em casa.

Falei muito pouco sobre mim para ele, não sabia o que podia revelar para não prejudicar meu pai. Fomos interrompidos por uma ninfa assustada que veio correndo em direção ao deus.

- Lorde Hermes- reverenciou. - Zeus o está procurando, furioso. Parece que era par ao senhor ter feito uma entrega para ele hoje a tarde e ela não chegou.

Ele levantou e olhou para mim se desculpando.

- Eu tenho que ir- disse. - Meu pai é um chato quando está bravo.

- Tudo bem- disse.

Ele saiu em seguida e, como já era tarde, decidi voltar para meu quarto. É engraçado como em pouco tempo eu já considerava aquele lugar a minha casa. Deve ser porque nunca fui tão bem acolhida em qualquer lugar que tenha ficado.

Encontrei o caminho facilmente e logo que entrei no cômodo encontrei um ansioso Hefesto andando em círculos.

- Graças aos deuses você está bem!- exclamou.- Onde você estava?- perguntou, já mais calmo ao ver minha cara assustada.

- Dar uma volta-respondi.- Eu não saia que não podia sair do quarto.

Ele me olhou com uma expressão estranha.

- É claro que você pode sair- disse rápido. - Eu só não esperava que o fizesse a essa hora. Tive medo que...

- Que o que?- perguntei ao ver que ele não completaria a frase.

- Nada- ele suspirou, cansado.

Olhei fixamente para ele que parecia tenso, como se estivesse extremamente nervoso e preocupado. Não foi difícil entender.

-Pai!-chamei.- Eu nunca tive uma casa. E não é agora que encontrei uma que vou abandona-la.

Ele sorriu de maneira melancólica, porem parecia realmente feliz.

- Precisamos conversar, filha. Temos que esclarecer algumas coisas.


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Notas finais do capítulo

Capitulo depois de amanha se receber comentarios, se não só depois que eu pretar meu vestibular para UFRGS