Filha De... Tem Certeza?! escrita por Mrs Darcy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, tenho alguns capítulos prontos e continuo a fic se obtiver uma quantidade considerável de comentários!



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– Já acabou garota?- perguntou minha atual contratante.

Eu estava inclinada sobre um computador moderno, tentando realizar um milagre na bagunça que um dos empregados dela causara. Quem é o imbecil que tenta LAVAR a cpu? Bom, gente rica, vai entender...

– Estou acabando senhora-falei e ouvi ela se distanciando.

Eu logo terminei, fazendo quase que magica para reparar os danos causados. Antes ir receber meu pagamento eu fiz um backup rápido na maquina, isso me pouparia o trabalho de ter de recuperar todos os dados dela futuramente... Fazia isso com todos os meus clientes.

– Está pronto, tudo funcionando perfeitamente- comuniquei indo para sala. A senhora, Jonson eu acho, estava lá com seu marido, sentada no sofá, em uma imagem da típica família feliz. Ela era linda, ele também, eram ricos, tinham filhos que nunca iriam fazer nada da vida...

– Tem certeza, menina?- GENTIL- Esses jovens de hoje em dia, não fazem nada direito...- sai resmungando e eu a sigo.


...

Ainda tive de suportar a Jonson checando cada milímetro do meu trabalho como se entendesse de alguma coisa antes de ir para casa. Eu moro de favor no CASEBRE de uma antiga vizinha minha; quero dizer de favor VIRGULA. O trato é que eu tenho de dar para a senhora Miranda Miller pelo menos 50 reais por dia além de fazer todo o serviço domestico. Agora vocês me perguntam: por que eu não alugo uma casa? Simples. Eu tenho só 14 anos, portanto não sou maior de idade. E ela ameaçou dar minha localização para autoridades se eu não aceitasse seus termos. Portanto, fui obrigada a concordar.

Não que eu não estivesse acostumada trabalhar. Ao contrario, eu o fazia desde cedo. Mas por causa da minha idade às vezes era difícil conseguir serviço ou as pessoas queriam pagar pouco, apesar e eu já ter certa "fama" na cidade; tornava-se muito complicado conseguir a quantia que ela queria...

Enquanto eu andava pela vila era cumprimentada por diversas pessoas. Eu morava ali desde pequena e já conhecia todos o suficiente para me sentir segura mesmo na zona mais perigosa da cidade. Não que os caras não dessem em cima de mim, mas eu não precisava ter medo de ser assediada. Quanto mais me aproximava da casa da Miller mais nervosa ficava. Eu não tinha conseguido o valor necessário para minha permanência.

...

A casa carregava o mesmo aspecto sombrio de habito, embora tenha melhorado muito desde a minha chegada. Eu havia feito muito dos reparos necessários, mas o ar mórbido era imutável enquanto seus habitantes fossem os mesmos.

Entrei sem bater, afinal, apesar dos pesares, eu também morava ali. Logo pude ouvir o barulho alto da TV moderna que tinha lá. Essa se destacava, junto com o computador e alguns objetos, no ambiente sujo. Atirada no sofá estava a senhora Miller comendo pipoca de um BALDE enquanto assistia um programa qualquer. Assim que me viu ela rapidamente mudou o foco de seu olhar me encarando, irônica.

– Chegou tarde, vadia- falou raivosa.- Eu estou com fome e fui obrigada a fazer algo eu mesma para comer. Sabe que esse é seu trabalho, portanto, devia ser mais responsável se não quiser ser punida. Você não faz nada direito. Olha o estado dessa sala- apontou para todo o lixo que eu não sei como ela conseguira fabricar em apenas algumas horas.

– Eu limpei tudo ainda ontem- justifiquei.

– O QUE VOCÊ QUER DIZER MENINA?!!- gritou/berrou avançando em minha direção. Meu corpo todo tremia em antecipação ao inevitável. Mais senti do que vi o impacto de sua mão no meu rosto, o sabor do sangue era inconfundível.

Tenho certeza que ela ia bater em mim novamente, mas a porta se abriu bruscamente.

Creio que não disse que Miranda era casada. Deixe-me descrever o senhor Miller: ele um homem extremamente machista, isso logo se via somente pelo seu modo de andar (o que cominava perfeitamente com os modos arcaicos da esposa). Ele tinha cabelos castanhos e olhos mais castanhos ainda, e era um pouco gordo.

– O que está acontecendo aqui?-perguntou bravo.- Eu passo o dia trabalhando para manter essa família e quando chego em casa encontro essa cena?-trabalhando, sei... Só se o dono do boteco da esquina o tiver contratado para experimentar as cervejas e ver se não estão envenenadas...- O jantar está pronto?- perguntou.

– Não- falou Miranda.- Essa garota só chegou agora! É uma folgada, não faz nada o dia inteiro e não se presta nem a arrumar a casa e fazer uma comida!

Droga! Agora ia sobrar pra mim. Pude ver Jonatan respirar fundo, raivoso. Ele ia partir para cima de mim, mas estava muito bêbado para tal e acabou caindo no chão. Mesmo lá não parou de dar ordens.

– Menina, vá fazer o jantar; e você Miranda, quero que vá até o mercado aqui perto e compre uma cerveja pra mim! Eu não bebi uma gota hoje!- hipócrita...

– Claro querido- concordou meigamente. Virou-se para mim e estendeu a mão.- O dinheiro- mandou. Nervosa entreguei a ela cerca de 35 reais que conseguira juntar e ela contou as notas rapidamente antes de me olhar, ameaçadora.

– Está faltando- disse pausadamente.

– Eu não consegui tudo. Eu juro que tentei!

– Você deve é ter gastado tudo vadiando por ai! É só olhar para você que logo se vê que é uma puta!- berrou, à essa hora Jonatan já estava no milésimo sono.

– NÃO ME CHAME DISSO!- quer saber? Cansei!- ENCHI O SACO DE ME FERRAR POR CAUSA DA MINHA APARÊNCIA! NÃO É PORQUE EU SOU BONITA QUE EU SOU UMA QUALQUER!

Não sei da onde veio o primeiro soco. Só sei que em questão de minutos ambos os Miler já tinham se juntado para me bater. Eu estava encolhida no chão por causa da dor, me corroendo em raiva. Eu desejava mais do que tudo que os dois morressem da forma dais dolorida possível.

Mas, mesmo com todo meu ódio, e considerando todos os fatos estranhos de minha vida, fiquei chocada quando as luzes do aposento se apagaram, juntamente com a TV e o computador, deixando um silencio repentino no ar. Pude então sentir uma grande quantidade de energia circulando pelas paredes, descendo pelo chão em direção ao centro da sala. De lá, então, começaram a brotar fios elétricos. Estes logo se prenderam nos corpos dos Miler e instantaneamente os dois estavam berrando de dor. A quantidade de fios começou a aumentar e logo o piso cedeu abrindo espaço para uma fonte inesgotável de eletricidade. Os dois tremeram, implorando por perdão, enquanto os fios os prendiam pelo pescoço no teto e seus corpos vibravam com as descargas elétricas.

Ficaram assim por minutos, mas de repente fui tomada por uma onda de compaixão; eles já haviam sido punidos, isso já podia parar.

Assim que esse pensamento tomou conta de mim a fiação começou a retroceder, soltando-os, e voltando para seu local de origem. As luzes se acenderam, a TV ligou no mesmo canal de sempre e, ao fundo, pude ver o computador inicializando. O único indicio do que havia ocorrido era a cratera dividindo o ambiente e as pessoas ofegantes caídas em um canto.

Observei tudo por alguns instantes, avaliando a situação, tentando descobrir o que havia acontecido.

Ainda sem resposta fui até a parte da casa onde costumava esconder alguns de meus pertences. A maioria eram coisa que eu mesmo fizera, mas também tinha algumas mudas de roupa que eu conseguira juntar.

Peguei minha mochila e sai em direção a uma área mais "nobre" da cidade; as vezes eu trabalhava lá, na verdade se tratava apenas de um bairro de classe media, um pouco mais seguro, onde também haviam alguns parques bares e restaurantes. Pretendia parar no primeiro lugar que encontrasse e tentar conseguir algo para comer. Eu não comia à quase dois dias e estava me sentindo muito fraca.

Depois de uma meia hora andando encontrei, finalmente, um local aberto. Tratava-se de um dos restaurantes mais chiques da cidade, um lugar onde as pessoas importantes costumavam se reunir para tomar grandes decisões. Haviam varias salas dentro do estabelecimento, você reservava (podia optar por uma sala privada, ou "publica" onde podia entrar mais uma ou duas pessoas para usa-la com você) uma, entrava, fazia seu pedido, e podia usufruir da mais alta tecnologia em um ambiente requintado. Muitas pessoas gostavam, pois assim era possível manter certa privacidade. A ultima vez que estive aqui tive um vislumbre de alguns cantores e atores famosos entrando.

Demorei um tempo pensando se valia a pena entrar ou não. Eu estava realmente com muita fome, não sei mais quanto tempo aguentaria sem desmaiar, mas não tinha dinheiro.

Olhei para mim mesma. Eu estava bem vestida, passaria sem problemas por uma pessoa da alta sociedade, os outros costumam achar que sou uma por causa de minha aparência. Eu certamente conseguiria reservar uma mesa em uma sala compartilhada...

Minha fome venceu e eu logo entrei e pedi a maitê uma mesa. Logo eu estava sentada e, antes mesmo dela anotar meu pedido apareceu outra empregada seguida por um homem. Este logo se sentou ao meu lado.

– Desculpe o incomodo- disse. Sua voz era rouca, porem suave.

Ele parecia nervoso e meio... Emocionado?

– Não foi nada- sorri.- incomodo nenhum.

Fizemos nossos pedidos e as mulheres saíram em direção a cozinha.

– Como é o seu nome?- perguntou, evidentemente puxando assunto.

– Amy- respondi.

– Que nome interessante, e diferente. Quer dizer amada, sabia? Seus Pais deviam te amar muito- ele, por algum motivo, parecia triste ao dizer isso. Algo dentro de mim despertou ao ver sua expressão; eu confiava nele.

– Acho que não- falei, sorrindo melancólica.- Eu sou adotada. Quando fui encontrada já carregava comigo um colar onde tinha registrado esse nome, meus...- hesitei, eu não os considerava meus pais. Nunca considerei ninguém, na verdade.- As pessoas que me acharam o mantiveram. E o seu nome qual é?

Ele sorriu para mim e eu fiquei surpresa ao ver o quanto o sorriso dele me deixava feliz.

– O meu é Hefesto.

– Como o deus Grego- ergui uma sobrancelha.

Ele rio.

Exatamente como o deus Grego. Me diga Amy, conhece muito de mitologia?

– Não muito- admiti.- Eu nunca pude estudar. Conheço um pouco de tudo, mas sei um pouco mais sobre esse deus só porque é meu favorito.

Ele sorriu, um sorriso de verdadeira felicidade.

– Que bom que gosta de mim Amy. Eu sou, de verdade, o Hefesto, das histórias. E seu pai.





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Notas finais do capítulo

Espero comentários para postar o próximo!

Babi Snape Potter