Damon no País dos Sem Whisky escrita por Mereço Um Castelo, Luiza Holdford 2


Capítulo 6
Capítulo 6 - O Julgamento


Notas iniciais do capítulo

Eu iria postar amanhã a noite, mas eu vi a recomendação da Júlia Mikaelson e... Não resisti!
Obrigada querida, eu fiquei imensamente feliz com ela, estava muito linda! O capítulo é todo seu!
Boa leitura!



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- Rebekah? Não é aquela... Rainha – a Rainha Esther falou com desprezo. Acho que ela não aceita concorrência muito bem – dos esquilos? Eles, inclusive, deveriam estar aqui para o recolhimento das nozes. – opa, parou tudo ai! Esquilos? Oh Deus, estou ferrado, definitivamente.

- Exatamente, vossa majestade. Ela a espera no tribunal – Elena respondeu. Poxa, colega, não ferra a minha vida assim não, fiquei quietinha – Nos acompanha, Damon?

- Sim, Damon, você vem junto a nós! – a Rainha falou autoritária. Tenho medo demais da estaca para não aceitar tão humilde o convite, então eu acompanhei.

Chegamos a um enorme prédio, onde entrando havia uma mesa muito alta para o juiz, uma micro mesinha para o réu e uma arquibancada para o júri. E um enorme espaço vazio no meio, mas por que será?

- A Rainha os condena aqui mesmo – Elena reparou em minha cara de dúvida e sussurrou para mim. – E com isso eu quero dizer que usa a estaca. Às vezes temos lutas de exibição aqui também.

Sentada na micro mesa do réu, havia uma moça loira e bonitinha. Não tanto assim, mas dá para o gasto. E, a sua frente, minha garrafa de whisky estava quase totalmente vazia.

Oh, vadia, aposto que bebeu tudo! Os esquilos devem ter roubado aquilo para ela! Eu bem achei estranho animais bebendo!

- Podemos começar? – A Rainha pigarreou para a enorme confusão que se formava na plateia.

- Olá mamãe... - A tal Rebekah fez questão de cumprimentar em voz bem alta, como se para todos ouvirem. Ui, aquilo era uma revelação bombástica. A pior “inimiga” da Rainha era, na verdade, sua filha. Cadê a Gossip Girl para contar isso a toda Manhattan? – Como vai?

- Não estou com tempo para papinhos, ré – e ela era renegada, que lindo!

Isso me lembra de uma velha história sobre um pai que, depois que seus filhos se envolveram com uma vampira vadia e tentaram salvá-la, deixou que os matassem... É um conto muito emocionante, em outra oportunidade o contarei com prazer a vocês.

Ela se sentou em uma mesa super alta. Ela seria a juíza, então. Pobre Rebekah, não teria chances. Ou não, pobre não, ela roubou o meu whisky!

- Vamos começar... – a Rainha pegou uns papéis em cima de mesa, e ia falar algo, mas Rebekah levantou a mão com um beicinho de cortar até o meu coração – Fale! – a Rainha-sem-coração gritou impaciente.

- Eu não tenho um advogado de defesa... – ela falou com uma voz tão inocente, fazendo uma carinha tão desolada, que até eu me candidatava como seu advogado.

- Hum, certo... – ela olhou ao redor, procurando um idiota para ser o advogado da filha. – Damon, você é o advogado da ré!

COMO? Deus, eu disse um idiota, não um gostoso!

Mas eu vou o quê? Contrariar a Rainha e levar uma estacada? Claaaro que não!

Lá fui eu defender alguém que eu mesmo considerava culpada.

- Redator, leia o caso – a Rainha comandou.

Um dois de paus levantou, e com uma voz grossa, começou a ler:

- A ré Rebekah Mikaelson está sendo acusada de porte de substâncias ilegais no reino e contrabando de bebidas alcoólicas, sem pagar a devida taxa.

- Mas a Rainha é minha mãe! – Rebekah gritou ao meu lado.

- Cale-se! Só seu advogado pode falar por você! – a Rainha gritou. Ela teria um calo nas cordas vocais se continuar assim, aviso logo.

- Mas a Rainha é a mãe da minha cliente! – todos se mostraram profundamente chocados com as minhas palavras, o que é de se admirar, considerando que eu apenas repeti o que já foi dito.

- Ainda não é hora de falar, defensoria. Promotor, por favor.

Um valete de ouros usando um chapeuzinho ridículo levantou e com a sua voz grossa, começou:

- A ré é culpada, o whisky está aqui para provar – e sentou-se.

- A defensoria tem direito a réplica.

- Eu concordo, a réu é culpada – declarei

- Você é a defensoria! Você me defende, e isso não está ajudando! – Rebekah sussurrou para mim.

Cara, é verdade, mas eu só quero o meu whisky de volta. Ok, farei algo.

- E como você me pagará pelos meus esforços? – hum, ela era até gostosinha... Acho que seria pelo menos interessante...

- Com a sua vida! Está com vontade de enfrentar a estaca? – essa menina também tinha uma estaca? Desisti dela!

- Hum, juíza, podemos fazer algo? Deixe-me beber o whisky. É como dizem,in vino veritas – ela me olhou com uma cara de dúvida fenomenal. Não me diga que não sabe latim, querida Rainha! – Os gregos, sabe, embebedavam seus inimigos para que eles falassem a verdade. A frase significa “no vinho vem a verdade”.

- A ideia é boa – ela sorriu amplamente, o que me assustou um pouco. – Mas não você. A ré, e assim ela não poderá mentir.

Essa garota, Rebekah, está destinada a roubar minha bebida, certo? Que carma, é pior que a Katherine!

Rebekah bebeu o whisky, mas por favor, não tinha quase nada ali, óbvio que ela estava sóbria ainda. Eu só queria um pouquinho mesmo, poxa, só uma provinha.

- Defensoria, o seu argumento agora – a Rainha-juíza pediu. Nem um “por favor”? Era a hora de por minha criatividade à tona.

- Bem, existe bebida mais acolhedora que whisky? Pessoas carentes buscam consolo nele, e minha cliente foi renegada pela mãe, ela sofreu e tentou buscar ajuda no álcool. Além disso, eu li e reli todas as leis, e o tal imposto não consta nelas, logo a ré não pode ser cobrada quanto a ele. O melhor a se fazer é encaminhar ela e a mãe a um psicólogo, para um acompanhamento e uma futura reconciliação entre as duas – sou muito genial, admitam leitores.

Mas, pela cara da Rainha, acho que ela não gostou muito. Será que foi eu a acusando de renegar a filha ou o psicólogo?

- Pois eu declaro... – ela levantou o martelo, pronta para bater contra mesa e dar sua declaração final.

- Espere, espere! – gritei antes dela conseguir bater com aquele negócio na mesa. – Posso falar mais algo?

- Ok, pode sim.

- A culpa não é da ré. Ela não bebeu esse whisky. A culpa... – mano, eu tenho que pensar rápido! Mais quem? Mais quem?

Eu estava numa enrascada, definitivamente. Se eu não falasse logo um nome, eu seria o nome. Eu teria um encontro com a estaca, e eu não gostava muito dela.


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Notas finais do capítulo

Como já deve ter sido reparado, o melhor comentário do capítulo é na verdade uma recomendação. Eu me alegro muito com recomendações, podem me fazer mais se quiserem! :)