Temporada De Tortura escrita por Amethyst


Capítulo 26
Amores de Familía




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P.D.V. Atena

Quando eu e Poseidon aparecemos na sala dos tronos todos os olimpianos nos olharam sem saber o que fazer, poucos segundos depois Ártemis e Apolo apareceram do nosso lado junto com Afrodite, que foi andando tranquilamente até o seu trono. Nós quatro ficamos em pé sem saber o que fazer.

- Sentem-se, eu quero começar esse conselho. – Falou meu pai meio irritado, ele devia estar sabendo o que acontecia nas casas.

Nós caminhamos até nossos respectivos tronos, antes de me sentar eu olhei rapidamente para Poseidon, ele me deu uma piscadinha, eu apenas revirei os olhos.

- Vamos pular as cerimônias, o assunto é sério e deve ser resolvido logo. – Zeus falou seriamente.

- Então fale logo o que está acontecendo pai. – Eu falei friamente.

Ele me olhou para mim com mágoa, é realmente ele sabia o que estava acontecendo entre mim e Poseidon.

- Anfitrite tomou o poder no mundo aquático. – Meu pai falou direcionando o olhar para Poseidon, que ficou em choque com a noticia. – Ontem pela manhã ela invadiu os aposentos de Afrodite e viu uma cena que a fez ficar furiosa.

- E que cena seria essa? – Eu perguntei, tinha uma idéia do que seria, mas tinha que confirmar.

- Acho que você sabe o que é Palas. – Ele falou olhando com ódio para Poseidon. Os olhares de todos se direcionaram para mim, meu pai nunca havia me chamado de Palas.

- Enfim, Anfitrite exigiu falar com você tio Poseidon, e declarou que enquanto você não chegasse ela assumiria o poder já que ainda é sua esposa. – Afrodite falou se ajeitando no trono.

- Mas não foi somente isso que aconteceu. – Foi a vez de Hera falar.

- É verdade. – Zeus falou. – Ártemis, cinco das suas caçadoras sumiram.

- Como é que é? – Ártemis falou alarmada.

- Isso mesmo. – Hera falou. – Thalia e Héstia não conseguiram conter elas enquanto estavam no acampamento. As meninas que sumiram foram vistas horas antes com alguns campistas.

- Não pode ser. – Ártemis sussurrou.

- Você terá que voltar para a caçada o mais rápido possível. – Zeus falou carrancudo.

Ártemis e Apolo trocaram olhares rapidamente, era óbvio que nenhum dos dois gostou do fato dela retornar para a caçada.

- Atena, você terá que ajudar Ares. – Hera falou.

- Mas por quê? – Eu perguntei.

- A guerra no Oriente Médio está dividindo o mundo, há um risco de uma terceira guerra mundial. – Hefesto falou olhando para Afrodite que acariciava a barriga.

- Ares retornará ainda essa noite, e você ajudará ele a achar uma solução. – Zeus decretou.

- Tudo bem. – Eu concordei por fim.

- Agora eu. – Apolo falou sem humor. – O que aconteceu? Destruíram o meu carro? – Ele deu um sorrisinho sarcástico, todos na sala (exceto eu, Ártemis, Poseidon e Apolo) abaixaram a cabeça envergonhados. – Vocês estão brincando né? – Ele olhou para todos esperando que alguém demonstrasse algum sinal de que aquilo era mentira, mas nada aconteceu.

- Desculpa mano, foi um acidente. – Hermes falou envergonhado.

Apolo deu um salto do trono e foi para cima de Hermes, todos na sala se levantaram.

- FOI UM ACIDENTE? – Apolo gritou com as mãos no pescoço de Hermes. – TAMBÉM VAI SER UM ACIDENTE QUANDO EU TE MANDAR PRO TARTARO!

Os homens na sala tentaram tirar Apolo de cima de Hermes, mas ele estava muito irritado e não adiantava de nada. Dava para ver o perigo nos olhos dele, que estavam completamente amarelos, ele poderia explodir em luz a qualquer momento e deixar todos cegos ou pior.

Ártemis caminhou até Apolo, vários deuses tentavam impedi-la, mas eu sabia que talvez ela acalma-se o irmão.

Todos olhavam atentamente enquanto Ártemis segurava a cabeça de Apolo com as duas mãos e olhava nos seus olhos. Eles faziam isso de vez em quando, conversavam sem falar nada, só se olhavam.

Apolo se acalmou e começou a chorar agarrado na sua gêmea. Hermes sentou no seu trono tentando se recuperar do susto.

- Esse conselho está encerrado. – Zeus declarou e os deuses começaram a se retirar da sala. No final ficamos apenas eu, Poseidon, Zeus, Hera, e Apolo e Ártemis ainda abraçados.

- Querida, fale para Apolo depois que ele se recuperar que estamos tentando concertar o carro dele, tudo bem? – Hera falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Tudo bem. – Falei por fim e ela se retirou.

Observei o meu pai e Poseidon discutindo, provavelmente por causa de Anfitrite. Por fim, Zeus deu dois tapinhas no ombro do irmão e saiu. Poseidon olhou para mim tristemente e desapareceu deixando apenas o cheiro de maresia.

Caminhei até meus irmãos e sentei ao lado deles. Ártemis fazia cafuné em Apolo enquanto ele soluçava.

- Apolo, eu preciso ir. – Ela falou olhando para o irmão. – Tenho que resolver o assunto das caçadoras.

Apolo se agarrou mais na cintura de Ártemis.

- Não vai, eu preciso de você. – Ele implorou.

Ártemis suspirou e olhou para mim suplicante.

- Apolo, Hera me falou que todos os deuses estão se esforçando para concertar o carro, e Ártemis não vai sumir para sempre. – Eu falei tentando influenciá-lo.

- Não importa o quanto eles tentem, não vão conseguir. – Ele falou soluçando. – Por favor Miss, não me deixa. – Ele se sentou e olhou para ela implorando.

- Eu vou voltar, eu prometo. – Ártemis segurou o rosto dele com as duas mãos e o beijou, eu podia sentir o fogo se acendendo no meu cabelo.

- Eu vou deixar vocês dois se despedirem. – Falei tentando sair daquela situação desconfortável. Ártemis me olhou envergonhada. – Apolo, não fica assim, tá? – Falei lhe dando um beijo na testa, ele apenas balançou a cabeça em afirmativa.

~~*~~

 Depois do meu momento vela, eu fiquei lendo na minha biblioteca. Fiquei por mais ou menos duas horas antes de Afrodite aparecer desesperada para falar comigo, eu fiquei preocupada porque ela estava grávida e muito nervosa.

- Vem cá Dite, senta. – Arrastei ela até uma poltrona e a fiz sentar, depois fui pegar um copo d’água.

- Mana, você tem que entender que eu não fiz de propósito, foi um acidente e... ai meus deuses eu sou muito burra mesmo, como é que eu fui deixar isso acontecer... – Ela falava apressadamente, mas eu a cortei.

- Calma, toma isso. – Lhe entreguei o copo e ela devorou o conteúdo. – Respira. – Incentivei, e ela obedeceu. – Agora fala com calma.

- Eu não queria que Zeus tivesse visto aquela cena, eu quase tive um troço quando ele entrou no meu palácio e viu aquilo, eu sinto muito. – Ela se desculpou desabando em lagrimas.

- Eu sei que não foi culpa sua Dite, você mais do que ninguém tava adorando ver agente lá. – Falei acariciando seu cabelo loiro.

- É, mas eu fiquei muito mal por vocês, eu sabia que ia dar em confusão. – Ela lamentou.

- Mas Zeus nem fez escândalo nem nada. – Eu falei franzindo a testa.

- Isso porque ele tá preocupado com Anfitrite, mas daqui a pouquinho ele vai cai na real e fazer o maior escândalo. – Afrodite me entregou o copo e se endireitou na poltrona.

- Então eu acho melhor ir falar com ele agora. – Falei me levantando. Afrodite fez o mesmo.

- Eu concordo, mas não ache que ele vai te ouvir de primeira, ele ta muito chateado com você. – Ela falou.

- Eu sei, mas não custa tentar. – E saímos da biblioteca.

~*~

Fazia muito frio hoje, a neve caia fraquinha e eu tinha que aguentar a temperatura apenas com o meu casaco de lã cinza. Eu estava nervosa e isso só piorava a situação, não duvidava nem um pouco que meu pai ia fazer o maior escândalo quando o problema com Anfitrite terminasse, mas se eu o convencesse talvez ele pegue mais leve.

Eu estava a poucos passos do palácio dele e de Hera quando vi Poseidon saindo de lá com uma cara abatida, assim que ele me viu um sorriso apareceu no seu rosto, ele caminhou até mim apressadamente.

- Tá tudo bem? – Ele perguntou quando parou na minha frente.

- Na medida do possível. – Falei. – O que você estava fazendo ai?

- Seu pai queria falar comigo, ele acha que agente tem que parar de se ver. – Ele esboçou um sorriso sarcástico.

- E ele está certo. – Falei seriamente.

- O que? – A surpresa na voz dele estava evidente.

- Isso tudo aconteceu por causa do nosso “relacionamento” na ilha. – Fiz aspas com os dedos quando falei relacionamento.

- Atena, nós podemos resolver isso e ainda ficar juntos. – Ele falou colocando a mão na minha bochecha, eu recuei.

- Poseidon você não está entendendo a gravidade do problema. – A frieza na minha voz assustou até a mim. – Sua mulher está fazendo o maior fuzuê no fundo do mar por causa da gente e você acha que se nós ficarmos juntos vai tudo ficar bem.

- Mas vai, eu vou dar um jeito. – Ele estava falado serio, mas não tinha jeito.

- Tá, eu tava tentando sair dessa sem machucar você, mas... – Eu comecei, ele me olhou curioso. – Eu não quero ficar com você Poseidon, o que aconteceu entre nós foi passageiro, acabou.

Ele me olhou sem acreditar, eu podia sentir que ele desabaria a qualquer momento. Eu havia ferido os sentimentos dele.

Depois de alguns segundos ele me olhou com fogo nos olhos.

- Você só me usou né? – Ele exclamou. – Só me quis para tirar o seu fardo.

- Do que você ta falando? – Perguntei.

- Não se faça de sínica. – Ele colocou as mãos na cabeça e negou silenciosamente. – Você só queira o otário aqui pra tirar sua virgindade, no final você nunca foi santinha.

Nesse momento eu explodi, só consegui começar a raciocinar de novo quando Poseidon estava com a mão no rosto olhando para mim com raiva, quando ele tirou a mão havia cinco dedos finos gravados na bochecha dele.

- Como você ousa falar dessa maneira comigo seu mentecapto. – Gritei com todas as minhas forças.

- Como eu ouso? – Ele perguntou. – Como você ousa brincar assim comigo, você sabe o quanto me magoou?

- E você já parou pra pensar quantas ninfas e deusas você já magoou? – Perguntei.

De repente tudo ficou silencioso, só se ouvia o vento e as nossas respirações, Poseidon me olhava magoado e eu olhava para ele irritada. Nada aconteceu durante minutos, apenas nós dois nos olhando e a neve caindo.

Quando eu senti uma lagrima escorregando na minha bochecha Poseidon me beijou, naquele momento tudo parou, eu não conseguia pensar em nada só em como eu ia sentir falta daquilo. Foi calmo e as nossas lagrimas geladas se misturavam, quando ele pediu passagem para sua língua eu permiti, mesmo sabendo que ele saberia com aquele beijo que tudo que eu falei era mentira, mas eu não conseguia resistir a ele. Tava ficando tudo muito meloso para a nossa história de amor, coisa que eu nunca quis, mas fazer o que. Depois de alguns minutos eu quebrei beijo e me afastei dele tropeçando.

- Você já teve o seu beijo de adeus Poseidon, agora vá embora. – Falei respirando fracamente.

Ele me olhou por uns segundos e por fim desapareceu.

Eu desabei na neve, cai de bruços no meio da imensidão branca e gelada. As lagrimas caiam como cachoeiras no inverno, quando caiam no chão congelavam no mesmo momento.

Meus pensamentos estavam misturados, meu cérebro parecia um enorme bolo de morango, tudo junto e embaralhado. Aquilo era o certo a se fazer, eu não podia ficar com Poseidon, era impossível. Mesmo quando entre agente está tudo perfeito o mundo a nossa volta está desabando por causa disso. Foi nesse momento que eu tentei lembrar como era sem ele, era mais fácil, porem tão tedioso que é ruim de lembrar.

Eu ouvi passos se aproximando, eu tinha medo que fosse ele, mas meu coração dizia que não era. Uma mão pequena começou a acariciar meu ombro.

- Atena você pode ser imortal, mas isso não significa que não possa adoecer. – A voz infantil de Héstia falou no meu ouvido. Eu sentei rapidamente e a abracei, por fim comecei a chorar novamente.

- Porque dói? – Perguntei soluçando.

- Porque é assim que Afrodite quis querida, talvez seja melhor você perguntar a ela. – Ela falou suspirando.

- Tia você já passou por isso? – Eu sabia que a resposta seria negativa, mas alguma coisa na minha mente disse que eu deveria perguntar.

- Eu estou passando por essa situação querida. – Ela falou e eu a olhei assustada. – Eu sei que você pensa que o melhor é ficar separado e seguir a vida, mas às vezes a vida não quer assim. Eu estou tentando com todas as minhas forças me afastar desse homem, mas não consigo. – Ela lamentou.

- E eu posso saber quem é esse homem. – Perguntei dando um pequeno sorriso.

- Ainda não, mas eu breve, quem sabe? – Ela falou dando uma piscadinha. – Mas vamos sair daqui, desse jeito você vai ter uma hipotermia.

Eu me levantei e caminhei com ele até algum lugar, eu não prestei atenção no caminho, só conseguia pensar em como as coisas seriam de agora em diante.

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Moranguinhos terminem de se recuperar eu espero.

Eu sei que vocês devem estar putos da vida com a minha demora, mas é que eu mal estou parando em casa, relacionamento sério é foda.

Mas enfim, eu não faço a mínima idéia de quando eu vou postar de novo, eu ganhei mais de cinco livros no meu niver, comprei sete e baixei doze, ou seja, eu to pirando aqui em casa querendo ler tudo.

Galera eu imploro, dêem uma passadinha nas minhas outras fics, tem uma que eu lancei de surpresa que é sobre a Annie e o Percy, passem lá.

É isso galera, até mais ver.

Beijinhos para vocês!


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