Hideki estava sentado em sua cama, eram 6:30am, e ele tinha acabado de acordar tivera um sonho estranho, um sonho onde ele estava imerso em um mar de escuridão,  diante dele havia um Leão duas vezes maior que ele, o Leão falava algo, mas Hideki tinha dificuldades para entender, era como se o Leão estivesse falando outra língua, e quando Hideki ia se aproximar, o Leão desaparecia e Hideki acordava.

Ainda um pouco perturbado com o sonho, Hideki ouvia sua mãe chama-lo para tomar café da manha. Hideki então descia as escadas de sua casa, e quando chegava a sala de jantar, onde a mesa estava pronta, ele percebia um bilhete em cima da mesa, se aproximando para ler o bilhete, ele ouvia também o ronco do motor de um carro saindo, ele então pega o bilhete e o lê.

“Como nós combinamos ontem, eu deixei as chaves de casa dentro da gaveta, lembre-se de pedir o seu almoço quando chegar do colégio, ou faça a comida você mesmo, você decide, e tome muito cuidado ao sair e entrar em casa. Eu já estarei indo pro aeroporto  quando você ler isso, desculpe não poder me despedir direito, é um coisa urgente do emprego e eu não posso fazer nada, mas eu prometo que sairemos para algum lugar com seu Pai quando eu voltar de viajem. “

- Hum, mãe, não precisava se preocupar tanto, você já faz muito por nós. – Dizia Hideki enquanto colocava o bilhete em uma gaveta e ia tomar café da manha.

Depois de um belo café da manha, Hideki se levantava da cadeira e ia para o seu quarto, lá ele colocava uma roupa meio surrada, só para ficar dentro de cada mesmo, ainda com um pouco de sono, ele vai até o banheiro para escovar seus dentes.

- Hihi, como era de se esperar da minha mãe, estava tão preocupada comigo que não percebeu que hoje é domingo . – Hideki estava com a boca cheia de pasta de dente quando disse isso, de modo que um pouco de espuma desceu pela sua boca caindo em sua blusa.

Depois de seus dentes estarem limpos, Hideki se dirige para o seu quarto novamente e liga seu computador, que ficava de frente a sua cama, não satisfeito ele também liga a televisão para poder se distrair enquanto seu computador ligava o que para ele demorava séculos.

- Maldito computador – Dizia ele enquanto se sentava e dava um leve chute no gabinete do computador – Não consegue nem ligar direito.

Hideki então desligava a TV e começava a fazer um trabalho do colégio que tinha que estar pronto até segunda, ele mal começara a fazer o trabalho e a campainha  da casa tocou, com um pouco de má vontade por ter de interromper seu trabalho, Hideki desce as escada até a porta, e a abre vendo que também esqueceu de tranca-la antes de subir para o seu quarto. Quando Hideki abriu a porta deu de cara com Akane, que parecia bem feliz, e que já foi logo entrando sem falar nada e se sentando no sofá.

- Eu consegui os primeiros poderes do meu espírito. – Dizia a garota com um grande sorriso no rosto. – Consegui ontem à noite, só não avisei por que estava tarde.

Hideki não sabia bem como responder à amiga, de um modo estava feliz por ela, mas de outro estava estressado por ter sido interrompido, e também por não ter nem conseguido seu espirito. Mas com um sorriso forçado ele consegue responde-la. – Que bom, Akane, e quais são os poderes dele? Já está pensando em treinar algum específico? – Dizia Hideki à garota.

- Bem, eu não sei bem o que vou treinar, por que velocidade e vento são ambos, poderes ótimos. Mas acho que optarei por velocidade, é bem legal quando você pode ser mais rápido que qualquer outra pessoa. – Dizia Akane com entusiasmo. – Mas era isso que eu tinha para te dizer, eu não posso demorar, estou indo para o dojo, eu e o Aiko vamos treinar lá hoje, vê se aparece, quem sabe você não desperta seu espírito hoje? – Dizia Akane se levantando do sofá e indo embora acenando.

Depois de se despedir de Akane e fechar a porta, Hideki voltava com sua cara emburrada, e se sentava em frente ao computador para continuar seu trabalho para a escola. Mas como não estava com muita vontade de fazer um ótimo Trabalho, Hideki faz bem rápido e o termina a tempo de ir ao dojo, para poder ver Akane e Aiko. Hideki caminhava até o dojo dando passos pequenos e vagarosos, ao mesmo tempo que ele queria chegar lá a tempo de ver seus amigos, ele também gostaria de não fazer isso por que ele sabe que iria se sentir mal de estar lá. Mas não dando atenção a esses pensamentos, Hideki se apressa um pouco nos passos e chega ao dojo, mas para sua surpresa, não tem ninguém.

- Que estranho, geralmente a Akane e o Aiko treinam até ás 9:10 da manhã, e agora ainda são 8:30. – Dizia Hideki a si mesmo.

- Eles não vão chegar. - ...

Hideki se virava e via um rosto familiar, era Kakero, um colega de classe que tinha o espírito de uma àguia, e para a má sorte de Hideki, Kakero adorava uma confusão, se havia alguém da qual Hideki não gostava, era ele.

- Como assim não vão vir, você sabe de alguma coisa? – Dizia Hideki já irritado.

- Talvez eles estejam um pouco presos em algum lugar. – Dizia  Kakero com desprezo enquanto liberava seu espírito de Águia, que o agarrava e começava a alçar voo para o centro da cidade, se afastando cada vez mais do dojo.

- Seu maldito, acha que eu não vou conseguir te seguir só por que está voando. – Dizia Hideki que já tinha começado a correr seguindo a Águia que era fácil de se notar por ser 3 vezes maior que um Humano.

Depois de correr alguns quarteirões Hideki notava que ele não estava ficando muito cansado. Então aproveitando esta estranha ocasião, Hideki continuava a correr, até que quando estava prestes a atravessar uma rua, um carro, faz uma curva em alta velocidade e vem em direção a Hideki, ele já se preparava para receber o impacto, colocando suas mãos a frente do rosto, mas estranhamente, Hideki é simplesmente lançado para o outro lado da rua e ouve um alto barulho de vidros se quebrando. Quando Hideki se vira, vê algo se desfazendo em uma fumaça branca, e avista o carro que fez a curva, que estava com a frente toda amassada e o para-brisas quebrado.

Mesmo preocupado com a pessoa que poderia ter se ferido, Hideki olha para cima a ainda consegue ver a Águia, então continua a seguindo, até que chega a um galpão, onde a águia pousou com Kakero nas garras.

Hideki então abre com dificuldade o grande portão da frente, e entra no galpão, onde ele consegue ver 3 pessoas no escuro, porém ele não consegue distinguir quem é.

- Hum, então você conseguiu me seguir até aqui. – Dizia Kakero que saia da escuridão.

O galpão então é iluminado pelas lâmpadas acima, que foram acesas por Kakero que estava próximo a um interruptor. E logo então Hideki via que Akane e Aiko estavam amarrados em uma tubulação no galpão, com as bocas tapadas com um pedaço de pano.

- Por que você está fazendo isso Kakero ? Nem eu nem meus amigos fizemos nada a você. – Dizia Hideki.

- Eu sei, mas é que eu estava entediado sabe, e gostaria de saber qual é o seu espírito, por que eu nunca ouvi você comentando sobre ele, nem nada do tipo. – Dizia Kakero  que continuava se aproximando de Hideki, e que também já estava liberando seu espírito.

Hideki estava sem saída, o que Kakero queria era uma luta, mas não tinha como, Hideki não havia despertado seu espírito , e seus amigos que tem controle sobre seu espírito, estão amarrados. Mas sem dar espaço para que Hideki pensasse um pouco, a Águia de Kakero logo ia para cima de Hideki e o jogava para longe também causando a ele um ferimento no braço direito por causa das afiadas garras.

- Vamos Hideki, enquanto não libertar seu espírito, vai continuar se machucando. – Falava Kakero a Hideki enquanto continuava se aproximando junto com sua Águia.

A Águia desferia mais um golpe, mas agora na barriga de Hideki, porém dessa vez o golpe havia sido profundo, e estava sangrando muito. Kakero não se importava se Hideki estava sofrendo, então a Águia levanta novamente suas garras contra Kakero e se prepara para dar mais um golpe, mas dessa vez poderá ser mortal, por que a Águia estava mirando o pescoço de Hideki.

- Então você é realmente assim Kakero, não se importa com nada não é ? – Dizia Hideki, enquanto se preparava para receber o golpe da Águia.

- Hunf, você sabe muito bem que não me importo com nada, quero apenas diversão. – Dizia Kakero enquanto fazia um sinal com as mãos para que a Águia atacasse logo.

Continua...