Black And Blue escrita por Pequena Gafanhota


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

UMA PERGUNTA Á VOCÊS: Querem beijo? Se eu tiver pelo menos 5 "sim" nos reviews, eu coloco o beijo no próximo capítulo! Vocês decidem, meus caros.
ANTES DE MAIS NADA: Eu amo vocês ♥ Sério, sem brincadeirinha. Olha, juro que li cada review com um sorriso bobo no rosto, gente. Li com carinho, atenção... nossa! Vocês são tão fofos, tão fofos que eu fiquei com um aperto enorme no coração de não responder todos! Enfim, amei a atitude de vocês. Foi o capítulo que teve mais reviews até agora! Muito obrigada e desculpem-me, né... mandem mais! Vou ler eles com muita dedicação e quero que vocês saibam que são as palavras de vocês que me fazem continuar escrevendo! (Notas pra Lauren Dias e pra Little Demon no final do capítulo :3)
AH, EU QUERO RECOMENDAR PRA VOCÊS UMA FANFIC :D então... a Little Demon tá escrevendo uma fanfic que se chama "Shadow of the Moon". A história acontece bem rápido, mas é superlegal! Ainda tem um cachorro/lobo muito fofo que se chama Chase que me apaixona demais U-U Vou deixar o link no final do capítulo, deem uma chance pra ela, por favor.



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Ergui um par de sapatinhos azul-claros. Nico sorriu e o pegou de meus dedos. Estávamos na casa que eu dividia com Annabeth, mas em um cômodo estranho. As paredes estavam pintadas de branco, sendo uma delas com um papel de parede listrado em preto e branco, como uma TV.

Olhei em volta e reconheci os quadros do sótão. As janelas estavam fechadas e ele não estava empoeirado. Estava perfeitamente arrumado como o quarto de um bebê. A loira abriu a porta e entrou com Percy atrás dela.

Ele chegou perto de mim e me cumprimentou. Deu um sorriso e perguntou:

– Como vai o pequeno? - involuntariamente, a resposta escapou de meus lábios:

– Ótimo. - retribuí seu sorriso. Annabeth acariciou minha barriga.

– Awn. Nem acredito nisso, Thalia. - ela disse.

– Eu também não. - dei um sorriso franco á ela. Nico se postou ao meu lado.

– Tem mais roupas aí? - perguntou olhando em volta do quarto.

– Tem sim, mas pode deixar que eu arrumo. - a loira pegou algumas peças que estavam em cima da cômoda e começou a organizá-las.

– Thalia? - senti fisgadas no meu tórax. - Tha?

– Que foi? Hm... - mais cutucadas.

– Thalia? - a cena começou a se dissolver no ar. O berço não passava de um conjunto de fumaça. Novamente, a voz me chamou: - Thalia...?

● ●

– Thalia? - senti a voz mansa me chamando. - Thalia? - dedos gélidos cutucaram meu tórax mais uma vez. - Tha? - soltei um gemido sôfrego contra o travesseiro em resposta. Não estava disposta a acordar.

Mas me obriguei a fazer isso. Saí da posição de bruços e me virei até que meus olhos enxergassem a claridade um pouco fechados. Acima de mim, estava Nico Di Angelo, o qual eu não podia mais chamar de Jimmy Page.

Seus cabelos haviam sido cortados, de modo que os fios não lhe tocavam mais os ombros. Eles ainda tinham um tom revoltado e tão escuros quanto a relva noturna.

– Achei que você tinha morrido! - ele disse saindo da minha visão. Me sentei na cama. Ele se sentou na minha frente.

– Ai. - reclamei. Minha cabeça ainda girava um pouco.

– Que foi? - ele perguntou com os olhos inquietos. Pareceu perceber minha confusão momentânea ao vê-lo.

– Um sonho... estranho.

– O que aconteceu?

– Eu estava... grávida. E tinha você. E Annabeth e Percy. E esse quarto no final do corredor. - ele ergueu a sobrancelha.

– Não consigo te imaginar grávida.

– Eu também não pensei que fosse possível. - respondi soltando todo o ar que tinha em meus pulmões. Levou alguns minutos para que eu voltasse a falar. - Sabe quem você tá parecendo com o cabelo cortado? - não dei tempo para sua resposta. - Syd Barrett. - ele arqueou a sobrancelha de novo.

– Sou sexy. - ele me lançou um olhar penetrante e riu. Sorri.

– Nem tanto assim.

– Mas sou um pouco sexy, pelo menos. E você acabou de confirmar isso. - minha boca se abriu disputando lugar com um sorriso.

– Eu não disse isso!

– Disse sim. - ele riu novamente. Peguei meu travesseiro e me ergui nos joelhos.

– Não disse. - falei batendo contra seu braço. Nós dois rimos.

– Ai, tá bom. - Nico falou, se livrando de outro golpe. - Você nem acordou direito e já promoveu uma guerra. - dei outra risada, que me fez perder o equilíbrio.

Caí para frente. Ele me segurou pela cintura, firme mas cuidadoso.

– Ei. - me deitou na cama num movimento rápido. Ri enquanto observava seu sorriso. Di Angelo estava praticamente em cima de mim. Meus cabelos se espalhavam pelo lençol. Eu estava totalmente vulnerável.

– O que vai fazer hoje? - perguntei tentando desviar os pensamentos do fato de quê estávamos mais próximos que o comum.

– Ah, não sei. Acho que vou passar a tarde jogando vídeo-game.

– Uh, divertido. - Nico deu de ombros.

– Acho que... vou escrever um pouco. Tenho uma música rondando minha cabeça. - ergui as sobrancelhas.

– Para... alguém? - sua expressão denunciava que ele refletia se me dizia ou não a resposta. Por fim, decidiu que sim e, num dar de ombros, me quebrou por completo com a resposta menos bem-vinda:

– Na verdade, sim. Para uma ruiva. - Virei o rosto para desviar o olhar.

– Ah, legal. - Era muito fácil perceber que meus olhos se marejavam quando minha voz saiu rasgada e chorosa disputando lugar com um tom manhoso. Ele não era estúpido.

– Espera... você tá... chorando? - Di Angelo se mexeu até ver meu rosto. Ele prendeu meus pulsos na cama e observou minha expressão idiotamente frágil. - Mas que merda aconteceu por aqui? - ele parecia mais confuso que eu. Na verdade, o que eu mais desejava era saber que merda havia acontecido por aqui.

Nada. - respirei fundo.

– Thalia, é sério. Porque você tá chorando? - ele me encarou com seriedade enquanto a cor se esvaia de meu rosto e dava lugar ao rubor nas bochechas. Havia preocupação em seus olhos e sua boca se contraía como se ele precisasse falar algo.

– Nada, juro. Não aconteceu... nada. - minha voz morreu enquanto eu sibilava a última palavra. Mais algumas lágrimas ameaçaram desabar, mas eu as segurei. Minha visão ficou embaçada e minha respiração, rasa. O cheiro dele infiltrava minhas narinas e me asseguravam paz ao mesmo tempo que me faziam querer chorar e se quebrar em dois.

Inspirei todo o ar que podia e fechei os olhos. Sua capacidade de mudança de humor na velocidade ultra sônica é incrível, Thalia. Lentamente, soltei meus pulsos de suas mãos. Seus dedos gélidos estavam brancos – mais brancos ainda, se é que fosse possível – da pressão que ele exercia para me segurar. Ao mesmo tempo, era muito cuidadoso e eu não sentia dor ou incômodo em minha pele.

Ele me deu espaço para eu me mover. Escorei minhas costas na cabeceira da cama e novamente permiti á meus olhos uma escuridão momentânea. Ouvi Nico indo até meu lado e se sentando. Abri os olhos e encontrei sua expressão preocupada me estudando. Seus olhos agora reluziam com um brilho árduo.

– Por favor... - ele sussurrou. Sua mão percorreu minha perna até encontrar meus dedos. Ele os entrelaçou e me fez observar sua ação. Ficamos em silêncio sentindo as respirações rarefeitas um do outro. Nico apertou minha mão contra a sua, pedindo resposta.

– Desculpa... - respondi no mesmo sussurro ainda sem olhar para cima. Ficamos ali, somente no silêncio que nos envolvia mais densamente a cada segundo. Algumas lágrimas ainda beiravam minhas pálpebras, mas eu já não ligava se elas caíam ou não. Vez ou outra, eu até estendia minha mão para limpá-las.

Meus pensamentos voavam. Eu estava apaixonada? Não, não podia ser. Isso não era do meu feitio. Mas eu também havia ficado preocupada na noite em que ele saíra de casa quando estava chovendo e só voltou depois das 2h da manhã. Eu também havia passado a manhã de mau-humor quando ele não foi á escola. E eu também o esmurrei quando descobri que ele só havia perdido a hora porque estava cansado da “festinha”.

Imediatamente, pensei em quando estávamos andando na rua e praticamente fomos atacados. Estávamos andando lado-a-lado. Quase parecíamos um casal clichê apaixonado. Ou um casal de “amigos-namorados”, não sei. Chegaram duas garotas. Mas não eram duas garotas. Eram as duas garotas. Uma, loira de olhos verdes. Era linda. Totalmente perfeita, parecia uma boneca Barbie. Tinha um sorriso bondoso, brilhante e ansioso enquanto falava com Nico e pedia um autógrafo, mas dava olhares de desprezo á mim, que era muito menor que ela.

A outra tinha cabelos negros e um sorriso meigo. Não me deu olhares rejeitadores, nem me calculou como sua companheira. Seus olhos pareciam prata líquida. Poderia ser facilmente uma supermodelo ou sub celebridade, mas era somente uma fã. Antes de ir embora ainda me deu um aceno delicado.

Nico, como sempre, foi educado. Cumprimentou, conversou um pouco, sempre sorrindo. A loira sussurrou algo em seu ouvido com um olhar de canto para mim. Ele abaixou a cabeça e negou, ainda com uma risada tímida. Elas se despediram e seguiram caminho. Ele passou o braço pelo meu ombro e sussurrou “a loira é louca” em meu ouvido. Sorri e continuamos nossa caminhada tranqüila na tarde de céu mesclado de laranja, amarelo e vermelho.

Olhei para cima. Sustentei seu olhar. Me senti fraquejar um pouco mais.

Ele pareceu ler minha alma através de meus olhos.

Mas não fez nada. Simplesmente continuou travando uma batalha de olhares comigo. Ele me leu. Me abriu, leu capítulo por capítulo de mim, mas não absorveu nenhuma palavra. Terminou o livro em silêncio sem palpitar sobre nada. Adicionou alguns rabiscos de si em mim e se silenciou.
Não me estudou, não me julgou nem nada.

Ele observou á mim como se observa uma história qualquer. Mas eu não sou uma história para ser lida como uma qualquer.

Eu tenho minhas entrelinhas.

● ● 

Link da fanfic da Little Demon: The Shadow Of The Moon





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Notas finais do capítulo

Lauren: obrigada por recomendar a fic! Fiquei super-hiper-mega-feliz! Valeu mesmo :DDDDDD
Little Demon: DONA MOCINHA, VOCÊ É LINDA SIM, TÁ? Então, tenho algumas novidades que vou te mandar por MP assim que terminar aqui, então... prepare o coração! Ah, vou ler os capítulos novos na SOTM daqui a pouco O/