Cap. 19 – Surpresas e dúvidas
Roy mal conseguiu conter sua vontade de ir ao hospital, mas sabia que se aparecesse lá sem um bom motivo e serviço inacabado, levaria uma prensa da loirinha.
- O escrivão já chegou com o depoimento da tenente.
- Já? Tragam para mim!
- Sim, senhor.
Havoc traz o depoimento de Riza e Roy passou a lê-lo atentamente, precisava fazer um relatório, entregar a conclusão e encerrar o caso do Assassino da Lua Cheia.
- O que foi senhor?
- Esse cara era completamente maluco... Ele matou todas as noivas de pretendentes ao cargo de marechal somente para derrubá-los.
- Bem... Mas como isso os afetava?
- Não existe um reino sem um rei e não existe um rei sem uma rainha, Breda.
- Com todos os principais nomes incapacitados, ele conseguiria muito facilmente dar um golpe de estado.
- Então o caso do Assassino da Lua Cheia foi encerrado?
- Sim e não. Vou dar o caso como terminado, mas ainda vou fazer algumas investigações por conta própria.
- E nós não sabemos de nada.
- Como sempre... – Roy olha no relógio – Hora de ir, terminem o que estão fazendo e estão dispensados.
- Hai.
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-
Winry estava sentada na cama, com as pernas cobertas, já tinha uma melhor movimentação dos membros superiores, no entanto, ainda não conseguia fazer movimento nenhum com as pernas.
- E ai, maluca...
- olhar assassino – Maluca é a vó, chibi!
- Vai começar tudo de novo... – Al entrava no quarto –
- Oi, Al!
- Olá, nee-chan, como está se sentindo?
- Já consigo mexer mais as mãos, mas ainda estou longe de me movimentar sozinha.
- O médico disse que até o fim da semana você já terá todos os movimentos do tronco, mas andar... Ainda vai demorar pelo menos um mês.
- Um mês!!!???
- Com a fisioterapia.
- Que chato... Mas e a Riza?
- Já está acordada e o lareira deve estar lá fazendo hora.
- Como se você não tivesse feito isso com a nee-chan.
Ed fica cor-de-rosa.
- Eu... Você não quer ir ver a Riza?
- Vamos, ué!
Ed pega a loirinha e a põe na cadeira de rodas.
- Cuidado com isso, eu não quero sofrer alguma fratura.
- Eu sou muito bom na condução.
- Sei...
Al só assistia a cena, os dois eram realmente um caso perdido.
-
-
Riza estava incrédula com que acabara de ouvir.
- Você terminou todo o trabalho antes das três da tarde?
- Sim.
- Como???
- Eu não sou tão preguiçoso.
- Roy!!!
- Ok... Um pouquinho. Mas se eu enrolasse não ia poder vir te ver.
- Vou fingir que acredito, mas por que tamanha vontade de ficar aqui?
- Você está aqui para começar.
- Oh... Você não precisa ficar fazendo esse teatro, você já conseguiu o que queria, eu te amo.
- Eu não estou fazendo teatro, não tenho culpa se a minha vida é tão sem graça sem você ameaçando atirar em mim.
Ele sorri e dá um beijo nela.
Ed e Winry entram no quarto e dão aquela pigarreada básica.
- Oi, Riza-chan!
- Oh... Olá, Winry. Você me parece bem.
- Tirando a dor de cabeça, a comida de hospital, a cor de leite desnatado e o fato de eu não poder andar, estou bem melhor.
- Mas parece que está tendo um bom enfermeiro.
A cor do Fullmetal muda para vermelho.
- É... O Ed tem passado muito tempo aqui... – ela sussurra para si mesma – Apesar de eu não saber por que...
- O que foi?
- Hã? Nada! Boa tarde, general.
- Boa tarde.
Roy estava sentado na beirada da cama perto da loira.
- Então... O caso foi encerrado? – a loirinha queria saber –
- Sim. Finalmente.
- E provavelmente vai lhe render uma promoção, não é Larei... Roy?
- Não sei. Eu não o peguei, não descobri se haviam outros envolvidos, não sabia nem porque fazia isso.
- Mas estava no comando das tropas que o impediram de cometer mais dois assassinatos e por bem ou por mal impediu que ele voltasse a fazer qualquer outra vitima.
Roy dá um sorriso chocho.
- É. Mas quando você terá alta, Winry?
- Pergunte ao EdBoy enfermeiro, ele não me deixa ouvir o que o médico fala quando vai me ver.
- Amanhã. Mas e você, Riza?
- Uma ou duas semanas...
- Na verdade, até o final da semana, se continuar reagindo bem.
- Grande diferença... Odeio hospitais!
- Bem, eu acho que já está na nossa hora. Você tem que ir para a fisioterapia.
- Odeio aquela coisa.
- Certo, e eu odeio sua chave de fenda sendo atirada contra o meu crânio, o mundo não é justo.
- Baka! Melhoras Riza!
- Obrigada.
O casal mais novo sai.
- É impressão minha ou ele falava “nós”?
- O chibi foi muito afetado, ele não sabe viver sem a mecânica, mas como não é tão competente como eu ainda não contou isso a ela.
- Oh... Muito competente.
- Está duvidando de mim?
- Não. Mas e que história foi aquela do sangue?
- Temos o mesmo tipo sanguineo, você precisava de sangue e eu doei.
- Hn... Obrigada.
- Eu não quero agradecimentos, apenas fiz o que me foi possível para te manter bem. E a propósito, depois da alta...
- Depois da alta?
- Segredo!
- O que?
- Eu ia te contar, mas prefiro fazer surpresa.
- Roy!!
- Muito curiosa, senhorita.
-
-
Depois de mais aquela noite, a Rockbell recebeu alta e fora levada para casa.
- Bem vinda de volta, nee-chan.
- Valeu, Al.
- Você quer ir para o quarto?
- Nem pra banho! Quero ficar por aqui... Não agüento mais me sentir claustrofóbica!
- Certo...
Ed a põe no sofá com uma coberta sobre as pernas.
- E para eu ficar feliz só falta uma coisinha.
Ela faz um carinha de pidona.
- O que você quer?
- A minha caixa preta que está lá no quarto.
- Só isso?
- Isso.
- Eu pego, nii-san. Pode ir descansar, esse trabalho de enfermeiro deve ser dose!
Al começou a rir recebendo um olhar maligno do irmão.
- Pode ir, Ed, te garanto que não vou fugir.
O loiro se joga no outro sofá e ligando a televisão.
- Prefiro ficar aqui.
- Por quê?
- Por me deu na telha.
- Você é muito estranho...
- Falou a aficionada por mecânica.
- Aqui está... O que tem nessa caixa? Parece chumbo.
Al põe a caixa sobre uma mesinha que aproxima do sofá ocupado pela loira. Winry apenas abre a caixa e seus olhos brilharam. Dentro da caixa havia um monte de circuitos mecânicos, pecinhas... Ferramentas.
- Já que não posso mexer com tamanhos reais, olá as miniaturas!!!!
- ¬¬’
Mas a loirinha não parecia se importar,estava gostando demais de poder voltar a mexer com seus circuitos, parafusos...
Como amava o cheiro de óleo, o barulho das articulações mecânicas...
- Winry...
- Hn?
- Eu vou fazer alguma coisa para comer e nii-san vai tomar banho...
- Certo. Podem me deixar aqui!
- Ok...
-
-
Riza estava tentando convencer Roy a ir embora para casa, mas ele não parecia muito animado com isso.
- Não, Riz. Eu não vou embora.
- Mas você vai dormir mal.
- Eu decido isso, linda. Agora vou chamar a enfermeira para te dar seu analgésico.
- Nem... Aquela coisa me dá sono!
- Mas você está com dor!
- Não estou!
- Riza!!
- Ok... Um pouquinho.
- Para de teimosia, Riz.
- Eu tomo sem reclamar se você for para casa.
- Nossa! Estou me sentindo rejeitado!
- Não seja infantil, Roy! Eu só não vou me sentir bem sabendo que você vai dormir todo torto nesse sofá.
- Como se a minha casa estivesse num estado muito bom... Odeio estar com tudo dentro de caixas.
- Caixas? Você está se mudando?
- Oh... Não, é que estou mudando umas coisas lá em casa. Umas reforminhas de rotina.
- Reforminhas de rotina?
- É... Aquela parede que tem uma rachadura, uma pintura, umas coisas da hidráulica.
- Que horror! – ela faz uma careta
- Eu sei, só mais uma coisa, um cara... Vasconcelos eu acho foi atrás de você lá no quartel. Você conhece?
- Sim, era o advogado do meu avô.
- E o que ele quer com você?
- A papelada do inventário já deve ter ficado pronta, fora que ele precisa do meu aval para fazer os investimentos.
- Quer que eu peça para ele vir aqui?
- Sim. Eu preciso resolver essas coisas...
- Que cara é essa? Até parece que ele vai te trazer problemas, o que eu duvido... O general parecia ter bom faro para os negócios.
- Não é problema de dinheiro, é encheção de saco por causa do dinheiro.
- Não entendi.
- O meu avô deixou uma clausula que só me permite ter acesso a metade da minha herança, o resto só posso pegar depois de casada. Vê se pode?
- Jura?
- Com certeza, mas como eu não pretendo me casar tão logo...
- Isso foi uma indireta a uma possível investida minha?
- Não. Você tem alergia a casamentos até onde me recordo e eu não pretendo aumentar meu nome.
- Nossa! Se eu tinha qualquer idéia de te pedir em casamento você me desanimou.
- E agora você vai embora dormir na sua cama e me deixar aqui apagada por causa do analgésico.
- Eu vou, mas eu volto!!
Ele dá uma risada maligna.
- Você andou misturando café com guaraná e vodka russa?
- Não. – ele dá um beijo nela – Boa noite, qualquer coisa liga que eu venho correndo.
- Ok. – ela sorri –
-
-
Winry ainda estava envolvida com suas coisas quando o jantar ficou pronto, ela não entendi muito bem o motivo de Ed estar tão atencioso e próximo, ele sempre fazia questão de manter uma certa distancia e agora estava tão próximo...
O coração dela começou a bater aceleradamente, como queria que Ed estivesse apaixonado por ela, mas isso não durou muito, estava certa de que era ilusão. O loiro jamais a veria como alguém além da irmãzinha, não adiantava dar ao coração esperanças que só trariam decepção.
A loirinha deu um longo suspiro, após pensar naquilo até a mecânica não tinha mais graça.
- O que foi, Winry? Está passando mal?
- Não... Eu só... Nada.
O coraçãozinho dela ficara apertado.
- Você não está com cara de quem não está sentindo nada.
Ele se abaixa a altura dela – lembrando-se de que ela estava no sofá – e colocou uma mexa do cabelo dela atrás da orelha.
Aqueles olhos cor de mel eram tão tentadores, tão profundos e intensos. Por que ele tinha que fazer aquilo com ela? Fazer gestos que a fariam o amar mais!!!
- Para com isso, Ed!!
Ela empurra a mão dele. Não queria ficar mais apaixonada do que já estava, não queria tornar as coisa mais difíceis do que seriam quando ela melhorasse e tudo voltasse ao normal.
Não queria piorar a dor de quando acordasse daquele sonho, em que Edward era inteiramente dela...
- Hey, o que foi que eu fiz?
Ele não entendia a reação dela.
- Eu quero ir para o quarto!
- Mas a comida já vai ficar pronta...
- Não quero comer!
- Eu não vou te levar!
Ele queria entender o que estava acontecendo.
- AL!
- O que foi?
- Me leva para o quarto!
- Mas...
- Por favor!
- Okay...
O loiro mais novo sem entender direito o que estava acontecendo, leva a loirinha para o quarto.
- O que você fez, em?
- Eu não fiz nada!
- Ed!!
- Eu juro! Ela ficou estranha de uma hora para a outra...
- Kami-sama! Vocês ainda vão me deixar loucos!
Mas Ed não estava mais escutando o que Al dizia, tudo o que queria era que saber porque fora rejeitado daquela maneira. O que raios estava acontecendo com ela? O certo, depois de estar tão perto dela não seria ela o deixar chegar perto???
-
-
Riza havia adormecida devido aos analgésicos, no entanto, como a dose dada fora menor, ela acabou por acordar no meio da noite.
- Kuso!
A loira com algum esforço conseguiu se sentar, apesar da dor no corpo, o analgésico ainda parecia estar agindo debilitando suas forças.
- Odeio hospitais...
Ela estendeu o braço até um aparelhinho eletrônico que estava na mesinha perto da cama. Esse era o seu funcional celular, já que ele tinha alguns joguinhos muito interessantes, músicas, câmera, filmadora...
- Já que não posso sair da cama...
Ela começa a jogar algum joguinho que nunca havia se dado o trabalho de jogar até o dia anterior, quando Roy fora embora e ela não tinha nada para fazer.
-
-
Ed não conseguia dormir, estava nervoso com a rejeição sem motivo de Winry. Queria ir até ela e tirar satisfações, mas segundo Al que fora vê-la, ela não queria companhia e ela não podia ficar estressada.
Foi a cozinha, bebeu água e quando estava voltando para seu quarto, parou em frente a porta do quarto dela. Não sabia o que fazer...
Mas quando estava voltando para seu quarto, ouviu um som que parecia um choro vindo do quarto dela.
- Ela está chorando?
Não agüentou, abriu a porta e entrou no quarto, estava deitada de lado abraçada a um travesseiro como se quisesse abafar o som do choro.
- Winry...
Continua...
Oi, pessoas!!! Aqui está mais um cap depois de muita demora!!
Desculpe mesmo pelo tempo que levei para postar.
Mas é que são tantas fics!!!
Kiss e continuem ai, lendo e comentando!!
Kiss