Regret escrita por Kaline Bogard
Notas iniciais do capítulo
Dando as caras por aqui!!
Regret
Kaline Bogard
Capítulo 08
No dia seguinte Travis e Wes chegaram cedo ao distrito. Tinham planos de começar a verificar o box de cada caso antigo. Algo podia ter novo significado ao olhos dos detetives.
– Travis, hoje eu preciso ir para o hotel.
– Por que?
– Oras, não posso morar na sua casa e usar suas roupas pra sempre.
– Por que não? – o moreno realmente achava fofo a visão do loiro em suas roupas.
– Está falando sério? – Wes esperou que ele passasse pela porta que dava acesso ao Arquivo Morto e a fechou.
– Tudo bem. Mas espero que amanhã reconsidere isso. É só que... eu gosto muito do seu bife a parmegiana...
O loiro apenas ergueu as sobrancelhas e não respondeu. Em silêncio caminharam pelos corredores estreitos caçando a informação que precisavam.
– Aqui – Trevis apontou – Os Singer.
– O primeiro caso associado ao Dentista. Vamos achar o box dos Doner também. Depois trocamos pelos outros dois.
– Certo.
Depois de encontrar a segunda caixa eles voltaram para as mesas de investigação, cada um pegou uma e começou a investigar os pertences cuidadosamente.
– Ei – Wes exclamou – Os Singer tinham uma filha adotiva. Sabia disso, Travis?
– Não.
– Talvez devêssemos procurá-la. Ver se ela tem alguma pista. Não conseguiram nada na época, mas consta aqui que ela tinha quinze anos na época, talvez tenhamos mais sorte hoje.
– Tem razão. Consta o endereço aí?
– Sim, claro. Mas é o endereço do casal, nada garante que a guria ainda esteja morando no lugar.
– Então vamos logo, Wes.
Ambos levantaram-se e saíram sem perder tempo. Cada mínimo detalhe podia ser o fundamental para resolver o caso.
T&W
Ao chegar a antiga casa dos Singer uma surpresa desagradável aguardava os detetives. A residência tinha sido vendida e um novo casal morava na casa.
– Não nos importamos com a fama – a nova dona afirmou após convidar Travis e Wes para entrar na casa e levá-los à cozinha– Os vizinhos acham que pode ser assombrada, mas é besteira.
A mulher era jovem, devia ter por volta de trinta anos, os cabelos era curtos e castanhos, as roupas modernas.
– Então você não pode nos ajudar – Travis afirmou recusando a xícara de café que Emily, a jovem proprietária, oferecia.
– Talvez – ela respondeu com um sorriso – Eu me interesso por história, pesquisei alguma coisa. O antigo casal foi morto e abandonado no quarto, não é? Terrível.
– Sim, terrível – o loiro concordou prestando atenção nos detalhes da cozinha.
– Na verdade queríamos mais saber sobre a filha deles...
– Ah, a menininha adotada? – Emily perguntou dando um gole na própria xícara – A senhora Lesley, a vizinha aí do lado, disse que ela era uma boa menina, mas parece que ficou traumatizada com o que aconteceu. Ela achou o corpo.
A informação constava no processo, por isso não foi surpresa para os detetives.
– Será que essa senhora Lesley não saberia o que aconteceu com a criança?
– Oh, eu sei. Parece que ela voltou para o orfanato. Acho que deve ser o procedimento de praxe em casos assim.
Travis e Wes se entreolharam.
– Agradecemos o seu tempo, madame – o loiro agradeceu. Nem mesmo chegara a pegar o caderninho de notas. Ao ser recebido pela nova dona da casa perdera todas as esperanças de encontrar a menina, pelos menos naquela investida.
– Foi um prazer – Emily sorriu – Ainda não arranjei emprego e ficar o dia todo aqui é um saco. Pelo menos quebrou a rotina um pouco.
Os três se despediram e Emily os acompanhou até a porta.
– Não foi muito produtivo – Wes suspirou enquanto abria a porta do quarto.
– É. Eu esperava mais... sei lá. Mas faz sentido: a menina era menor de idade e não tinha laços de sangue, obviamente seria mandada de volta para a casa de adoção. Ainda quer continuar atrás dela?
– Parece uma boa pista.
– Boa pista, Wes? Isso não é nada – Travis resmungou batendo a porta do carro com força e ganhando um olhar feito por parte de Wes – Não temos nada, parece que caçamos um fantasma.
O loiro torceu os lábios.
– Travis, trave a droga do cinto – exigiu antes de dar a partida – Não reclame, não vamos resolver esse caso magicamente. Cada mínima pista deve ser investigada.
– Olha, cara, não acho que uma garotinha possa ajudar muito.
– Atrapalhar que não vai. No ponto em que estamos...
O moreno respirou fundo e passou a mão pelos lábios de forma cansada. Sabia que seu parceiro tinha razão, era desesperador não ter um mínimo em que se agarrar.
– Okay, você venceu. Vamos investigar a origem dessa menina. Ela pode saber de alguma coisa, pelo menos é algo pra por no relatório.
O ex-advogado meneou a cabeça, enquanto Travis pegava o celular e discava para a central.
– Detetive Marks – foi dizendo – Transfere pro setor geek, belezinha. Olá, Kendall? É o Travis. Preciso que nos faça um favor. Os Singer, os primeiros assassinados pel’O Dentista tinham uma filha adotiva. Descobre pra gente o que aconteceu com ela, está bem?
E desligou o celular. Se alguém podia descobrir essa informação era um dos ratos da informática.
– Boa idéia – Wes elogiou.
– Eu só tenho boas idéias, cara. E estou tento uma outra: vamos comer, eu estou faminto.
O loiro ergueu as sobrancelhas analisando a exigência. Acabou concluindo que estava na hora de se alimentar mesmo, afinal tinham passado parte da manhã investigando as box e indo até a antiga casa das primeiras vítimas.
– Quer comer onde?
– Sei lá. Qualquer lugar está bom. Depois a gente passa pelo seu hotel e pega uma roupa.
– O quê? Pra quê?
Travis cruzou as mãos atrás da cabeça e afundou-se contra a poltrona.
– Você mesmo disse que precisa de roupas limpas! Vamos pegar algumas e pronto, pode passar mais umas noites lá em casa.
O loiro sorriu de leve. Os olhos buscaram a face de seu parceiro por breves segundos antes de fixarem-se na rodovia novamente. Estava prestes a dizer a Travis que não podiam continuar vivendo dessa forma. Mas acabou mudando de idéia, fosse resultado da terapia ou não, decidira abrir mão do controle naquela situação e simplesmente deixar as coisas rolarem.
– Okay – Wes suspirou – Almoço, hotel e de volta às investigações. Esqueci alguma coisa?
– Claro! – o moreno se espreguiçou – Temos que encaixar uma rapidinha aí. Talvez entre o hotel e a volta às investigações...
– Uma o quê?
– Rapidinha – e a espreguiçada de Travis terminou com a mão de dedos longos e fortes deslizando pela coxa do loiro.
– TRAVIS!
O moreno riu com gosto, sabendo que sempre arrumariam tempo para uma “rapidinha” e ele nem precisava se esforçar muito para convencer o amante!
Continua...
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Gente... devagar, mas tá saindo!
Não percam a esperança!!