Regret escrita por Kaline Bogard


Capítulo 7
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Voltando!

Atualização dedicada à lunasolista! Obrigada pelo incentivo, sua linda! ♥



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Regret

Kaline Bogard


Capítulo 07



– Você pode parar de fazer isso? Está me assustando. De verdade...


Wes ouviu o pedido de Travis e franziu as sobrancelhas sem saber o que ele queria dizer.


– Parar com o quê?


– Com esse sorriso de felicidade! Nunca vi você tão satisfeito antes... quer dizer, até vi. Mas estávamos numa grande e confortável cama, sem as roupas e...


– Travis! Não seja inconveniente! – Wes cortou o gracejo do amante, enquanto sentia o rosto esquentar de leve.


O moreno apenas riu e recostou-se no banco do carro. Tinham terminado de almoçar e voltavam para a residência dos Monroe, para começar a interrogar os vizinhos e investigar se havia alguma testemunha que pudesse ajudar no andamento do caso.


Surpreendentemente Mitchell gostara da comida oriental, de tempero exótico e cores fortes. Por isso parecia tão feliz, o que levara Travis a pegar em seu pé, como sempre.


– Espero que possamos voltar lá.


– Claro – o moreno respondeu sem pensar – Qualquer coisa para vê-lo feliz assim.


A frase fez Wes desviar os olhos da rua por breves segundos, para observar o outro detetive sentado ao seu lado. Logo voltou a atenção para o caminho. Um sorriso mais suave delineou os lábios finos. A felicidade agora era por outro motivo.


Wes sabia muito bem definir seus próprios sentimentos. Por outro lado, Travis era tão transparente quanto uma criança. O ex-advogado podia notar claramente a luta do parceiro para aceitar e compreender o que sentia e Mitchell não desejava apressá-lo. Percebia que cada gesto de Travis para consigo vinha cercado de cuidado, atenção, carinho, ciúmes, posse... sentimentos que analisados a fundo tinham muita ligação com “amor”.


Naturalmente Marks ia se descobrindo, aceitando e valorizando a relação de ambos. Tudo acontecia da forma como deveria. Isso era suficiente para Wes. Queria que o relacionamento passasse para outro nível na hora certa. Apressar Travis podia estragar o que começava a se tornar perfeito.


E o loiro não queria perder o que tinham e dava sentido a sua vida, alcançando um patamar tão importante.


T&W


A entrevista com os vizinhos mostrou-se praticamente infrutífera e levou boa parte da tarde. A maioria daquelas pessoas trabalhava e passava o dia fora.


Os detetives comprovaram que não era incomum que o casal ficasse fora por meses, caçando matérias internacionais para venderem aos jornais e sites especializados. Por isso não deram falta dos Monroe antes.


Tiveram apenas uma informação nova com uma das vizinhas do outro lado da rua, uma das poucas que não ficava fora a trabalho, pois era dona de casa. Apesar da mulher não ter visto nada suspeito ela pôde desvendar o mistério sobre o quarto infantil.


– Uma pena essa tragédia acontecer logo agora – a mulher de meia idade e constituição esbelta lamentou – Elisa tinha planos de parar de viajar tanto e conseguir um emprego fixo.


– Ela lhe disse isso? – Wes perguntou fazendo anotações na caderneta.


– Sim. Elisa e Walter pretendiam adotar uma criança. E eles sabiam que se continuassem viajando assim nunca conseguiriam. Por isso a mudança. Pensei que seria a última viagem antes que completassem todos os tramites legais. Que tragédia...


– Obrigado por seu tempo – Travis agradeceu.


– Caso se lembre de mais alguma coisa entre em contato conosco – Wes pediu enquanto tirava um cartão com o telefone da central e entregava para a mulher.


– Pode deixar que farei isso, detetives.


Então os dois rapazes viraram as costas e foram se afastando, caminhando lado a lado.


– Nada. Não temos nada – Travis resmungou.


– É. Isso vai ser difícil.


– Podemos passar no IML e ver se Jonelle tem algo novo para nós. Depois vamos no laboratório forense. Talvez Will consiga encontrar uma evidencia que seja.


O loiro balançou a cabeça concordando, apesar de não ter muitas esperanças. Aquele serial killer era dos mais meticulosos e cuidadosos. Se o perdessem, havia grande chance do crime se repetir no ano seguinte.


– Que tal passarmos pelo arquivo morto e dar uma olha nas caixas dos casos antigos?


– Eu ia propor isso agora, Wes! Não é meu trabalho preferido, mas temos que fazer tudo pra pegar esse cara!


Com a rota da tarde definida, voltaram para o carro e seguiram para o IML. Jonelle não estava presente, e a substituta informou que ela estava no tribunal depondo em um caso de assassinato.


– Mas ela está trabalhando duro para finalizar o relatório d’O Dentista.


– Obrigado – Wes agradeceu.


– Você sabe alguma coisa? Jonelle comentou qualquer detalhe com você?


– Sinto muito, garotos – a mulher meneou a cabeça – Fazemos escalas diferentes, só estou aqui para cobri-la caso algo aconteça.


Com essa negativa os detetives se despediram e foram embora. A única opção era aguardar realmente a conclusão do relatório final de Jonelle.


O próximo passo foi visitar o laboratório da forense. Will O’Haille estava em seu gabinete, analisando alguns papeis. Sorriu ao notar Travis e Wes parados a porta.


– Entrem, rapazes. Vieram farejar o caso de vocês?


– Alguma novidade? – o moreno foi perguntando de forma ansiosa.


– Nada – Will respondeu com pesar – O assassino é um artista. Não deixou qualquer evidência que pudesse incriminá-lo, exatamente como nos outros crimes. Fizemos alguns testes, e temos uma suspeita sobre a lâmina usada: há grande chance de ser uma lâmina caseira, faca de cozinha. As unhas foram arrancadas com um alicate, mas é um alicate diferente do que foi usado para remover os dentes. As marcas deixadas não conferem.


– Trabalho meticuloso – Mitchell puxou a caderneta preta e a caneta. Apertou o fundo rapidamente, arrancando um ruído irritante, mas tudo que Will fez foi girar os olhos, enquanto Travis sorria das manias do amante.


– Nem me fale em meticulosidade – O’Haille resmungou passando a mão pela ponta do bigode avermelhado – Os ferimentos na vítima masculina foram todos feitos antes da morte. Na vítima feminina foram feitos depois, exatamente como nos outros quatro casos.


– Jonelle nos disse isso no relatório preliminar. Não é muita coisa.


– Boa sorte, rapazes – o ruivo desejou com sinceridade – Vão precisar, mesmo sendo tão bons.


Os detetives agradeceram e se despediram, antes de ir embora.


T&W


Como já tinham passado e muito do final do expediente, Travis achou melhor deixar para continuar com as pesquisas no dia seguinte. Não adiantava se matarem, pois estavam cansados e podiam deixar algo importante passar.


– Vai ficar em lá casa? – Travis perguntou como quem não quer nada, enquanto abria a porta do carro.


Wes acomodou-se e travou o cinto antes de responder.


– Eu estava pensando em ir para o hotel. Preciso de roupas limpas.


– Empresto alguma pra você – o moreno tratou de responder.


– Então tudo bem – Mitchell respondeu dando a partida – Coloque o cinto.


– Apesar de que minhas roupas vão ficar enormes em você – Travis provocou enquanto travava o próprio sinto.


– Suas roupas não vão ficar enormes em mim. Temos praticamente a mesma altura! – o ex-advolgado resmungou.


– Sim, mas eu sou mais forte. Veja – E movimentou o braço de modo a exibir a musculatura desenvolvida. Não era nada exagerado, porém era óbvio que o corpo moreno era escultural e bem trabalhado, fato que a blusa de mangas longas e justas evidenciava – E você é um magrelo.


Wes rolou os olhos e voltou a concentrar-se na estrada. O jeito mal humorado fez Travis rir baixinho e cruzar as mãos atrás da cabeça.


– Mas você é o meu magrelo. E eu gosto de tudo do jeitinho que está.


A confissão fez Wes sorrir também.


E ambos souberam que a noite terminaria da melhor forma possível. Com acontecia com freqüência ultimamente, aliás...



Continua...


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Notas finais do capítulo

Hello! Voltando aqui depois de anos! Mas agradeçam à lunasolista por eu ter retomado a fanfic. Ainda não digitei muita coisa, só garanto que focarei nela até terminar. Espero não ter perdido o jeito.

E que ainda haja alguém lendo isso. De qualquer forma, obrigada pela paciência!