Born To Die - Clato escrita por Sadie


Capítulo 6
Capítulo 6




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Acordo e vejo que já são oito horas. O treino começa apenas ás dez. Estou com preguiça de levantar e fico na cama, e acabo cochilando.

Acordo, ainda com sono. Olho para o relógio, e vejo que já são nove e meia. Como se meu sono tivesse ido embora do nada, dou um pulo na cama, tomo um banho e desço rapidamente para tomar café. Quando desço, apenas eu estou lá. Nove e cinquenta. Tomo o café rapidamente e vou para o treino.

Encontro Cato lá, e estou indo falar com ele, quando lembro da minha promessa. Dou a volta por ele, e vou direto na estação de facas.

Facas pequenas, grandes, longo alcance e de combate corpo a corpo. É o paraíso.

Preparo os alvos, e eles se mexem. Não erro nenhum. Quando acabo, vejo que a garota do 12 me olhava. "Ficou com medinho, queridinha?" tenho vontade de perguntar. Olho para Cato, e vejo que ele está conversando com a loira azeda.

Não estou com raiva dele. Não estou com ciúmes. Não estou triste por ele estar falando com ela. Só que... ele é meu amigo. Ele é meu. E de mais ninguém.

Ora, que tipo de pensamento é esse, Clove? Cato é livre e não é seu namorado. Ele faz o que ele bem entender. Ele que se dane.

Ignoro o meu pensamento ridículo sobre Cato e vou para a área de fogueira. Afinal, nunca se sabe o que se pode encontrar na arena. Tento fazer uma fogueira com fósforos, e consigo. Depois, tento fazer uma fogueira com pedras, mas simplesmente, não acende. Ora, uma carreirista não consegue fazer uma fogueira? Sou uma idiota.

Depois de muito esforço, consigo acender uma faísca na fogueira. A faísca vira uma chama, e finalmente, consigo fazer uma fogueira decente. Dou de ombros. Saio da estação e vou para as armas. Minhas amiguinhas. Olho para a estação do lado, a estação de espadas, e não acredito no que estou vendo.

Cato mostrando golpes de espada para Glimmer. Argh. Estou com vontade de vomitar. Só para acabar com a graça dos pombinhos apaixonados, jogo uma faca na direção de Glimmer, mas claro, não é para matá-la. Infelizmente.

Glimmer me olha com cara de nojo e minha raiva me consome. Saio daquele centro de treinamento e vou direto para o meu quarto. Me jogo na cama e enfio a cara no travesserio. E simplesmente começo a gritar com a cara no travesseiro.

E a pessoa que eu menos quero ver na minha frente agora aparece, fechando a porta.

–Sai daqui! -grito, jogando o travesseiro nele. -Saaaaaaaaaaaaaaaai!

Ele insiste em ficar. Ele senta na minha cama e coloca a mão no meu ombro.

–O que você quer?! -pergunto brava.

–O que que houve? -ele pergunta na maior cara de pau.

–O que que houve?! Como você tem coragem de me perguntar isso?! Acho que todo mundo lá do treinamento percebeu você e Glimmer, todo apaixonadinho pela loira azeda!

–Loira azeda? Sério? A gente tá aqui com ela faz um dia e você já inventou um apelidinho carinhoso pra ela? -ele pergunta rindo. A risada dele me irrita. Não sei porque estou assim! Jogo outro travesseiro nele, mas ele pega. Então me jogo em cima dele, com toda a minha raiva. Ele faz uma cara de dor.

–Ai meu Deus, socorro. Alguém me ajude. -ele diz rindo. Eu sei que eu não tenho força para derrubá-lo, mas ele finge que eu acabei o derrubando em cima da cama. -Estou prestes a morrer por uma garota com ciúmes armada com um travesseiro!

–Eu não estou com ciúmes! Só estou com raiva porque você se apaixonou pela Glimmer!

–Tradução: ciúmes. Clove, eu não estou apaixonado pela Glimmer!

–Ah, tá bom, então é por quem?! -eu respondo irritada. Não sei onde eu quero chegar com essa estúpida pergunta. Ele sai de baixo de mim, me puxa pra fora da cama e me leva em direção ao espelho.

–Tá vendo essa garota aqui? -ele diz, apontando para o meu reflexo. -É por ela.

–Pelo meu reflexo? -me finjo de idiota, mas não consigo disfarçar a vermelidão das minhas bochechas. Ele finge que acredita que eu não entendi, e responde sorrindo.

–Me apaixono cada dia mais pela dona do reflexo.

O que eu respondo agora? Um: own, que coisa linda. Ou um: ah, obrigada, mas, eu não sei meus sentimentos por você.

A primeira opção é só pra panacas. Fico com a segunda opção, mas sei que vou magoar Cato.

Nunca tinha visto esse lado carinhoso dele, e preferia não ter visto.

–Cato... eu não sei meus sentimentos por você. -e prefiro não saber. Meu filho, estamos indo para a arena daqui a 3 dias e você vem me falar que me ama agora?! Ele solta meus ombros. Sua expressão fica séria.

–Ah, então porque o ciúmes? -ele pergunta. Como conheço Cato, posso ver a dor em seus olhos. Ele já está saindo do quarto, e eu tento segurá-lo, mas ele logo sai. Decepcionado. Pior que bravo, pior que triste. Decepcionado.

E eu simplesmente consigo o que eu queria: destruir nossa amizade antes dos Jogos.

Só que no fundo, eu não queria isso.


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