Born To Die - Clato escrita por Sadie


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE OBRIGADA GAROTA DO 2 POR FAZER ESSA LINDA RECOMENDAÇÃO ♥3



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A primeira palavra de Ally foi “mamãe”, e quando Cato ouviu isso, ele meio que ficou decepcionado, pois queria que tivesse sido “papai”. Cato é aquele tipo de pai que cuida da filha o tempo todo. É um pai... coruja. Mas, apesar disso, sou eu quem tem que ficar vendo os desenhos com Ally.

– Mamãe, podemos ver Cora Caçadora? – Ally pergunta, ainda se embolando nas palavras. A pego no colo, ajeito seu rabo-de-cavalo loiro e ligo a televisão.

– Podemos sim. – sorrio. Ela se vira para mim e arregala os seus olhos castanhos. O desenho começa, e automaticamente, Ally se vira para a televisão.

“Vocês me ajudam a achar o coelho?” a protagonista do desenho pergunta. “Ótimo! Onde ele está? Atrás de mim?”

– Ali na frente! – Ally diz para a televisão.

“Aqui do meu lado? Não estou vendo!” ô menina demente, o coelho ta na frente dela e ela não vê! “Na minha frente! Aqui está ele! Muito bem, amiguinhos!”

Depois de mais quinze minutos de tortura, o desenho acaba. Aparece uma parte da morte de um tributo na propaganda de Jogos Vorazes – ele vai começar daqui a uma semana. – e no mesmo momento, tapo os olhos de Ally.

– Você já fez o dever de casa? – pergunto, a levando para a cozinha.

– Sim, mamãe! – ela diz sorrindo. Tiro um pedaço do bolo de chocolate para ela e lhe dou. – Onde está papai?

– Oh, querida. Papai está em uma reunião. – sorrio gentilmente. Só eu e ele sabemos que essa reunião, na verdade, é uma tortura. São encontros – a Capital tinha parado com esses encontros fazia dois anos, mas de três meses para cá ela voltou – e vai ficar assim até outro tributo homem atraente ganhar os Jogos.

– Ele volta hoje? – ela pergunta.

– Não, querida. – afasto um fio de cabelo que havia caído em seu rosto. – Sabe o que isso significa? – sorrio. Ela sorri e concorda com a cabeça.

– Noite de filmes! – ela grita, balançando as perninhas animadamente.

– Exatamente! – exclamo. Apesar de ter seis anos, Ally ás vezes é uma menina muito madura para a idade dela. A nossa noite de filmes – a inventei quando as “reuniões” de Cato voltaram – funciona assim: sorteamos em uma lista 5 filmes de comédia e ficamos a noite toda vendo enquanto comemos um monte de porcaria. “Nossa, você é uma péssima mãe por dar porcaria para a menina comer!” a coisa não funciona assim, sério. Na boa, qualquer criança precisa de doce. Comemos pipoca e barras de chocolate, mas não bebemos refrigerante – isso tira o sono dela -. Só que, sempre no trailer do terceiro filme, Ally já está dormindo, então nem comemos tanta porcaria assim.

Ally acaba de comer o bolo e sai correndo para a sala.

– Não corra! – grito, enquanto lavo o seu prato sujo de bolo.

– Não se preocupe mamãe! Não vou me machucar! – ela grita de volta, e então ouço o barulho de algo caindo e um choro. Na mesma hora, seco minhas mãos e vou até Ally.

– Eu disse para ter cuidado! – repreendo, me ajoelhando ao seu lado. – Não ralou nada. Não precisa se preocupar. – lhe dou um beijo na bochecha. A pego no colo, subo as escadas e vou para o seu quarto. A coloco na cama, e fico conversando com ela até ela cair no sono.

Enquanto estou andando pelo quarto, em direção a porta, passo a mão pela parede lilás – a cor em que obriguei Cato a escolher -. Antes, ele era tão presente, e agora, tão distante.

Mas eu simplesmente tenho que acreditar que tempos melhores virão, que tudo isso um dia vai acabar.

Saio do quarto de Ally e vou para o meu. Deito na cama e ouço o telefone tocar. Deixe tocar – penso. Mas, e se for Cato?

Mudo de idéia e atendo.

– Como estão as mulheres de minha vida? – ouço a voz de Cato.

– Muito bem, por acaso. E a sua esposa está morrendo de saudades, e está muito intrigada por ter que aguentar saber que seu marido tem encontros.

– Clove, querida. Eu também não gosto. Aliás, odeio. Mas isso é para a segurança de vocês. Isso deve acabar quando um tributo mais gostoso que eu vença os Jogos. Acho que isso é impossível.

– Uau, Cato. Você é tão convencido. Não mudou nada nesses anos.

– Também te amo, Clove. Tenho que desligar agora.

Desligo o telefone e bufo.

– Mãe? – Ally chama, abrindo a porta. – Tem um moço querendo falar com você.

– Moço? Quem? – pergunto, levantando da porta.

– Não sei – vejo uma mão pousando em sua cabeça, e a porta se abre totalmente.

– Obrigado, Ally – vejo o homem. Alto e de cabelos castanhos escuros. Olhos fundos e cinzas. Nariz comprido e o lado esquerdo da boca ficava torta quando falava. – Agora, por que não deixa eu e sua mãe termos uma conversa?

Ally afirma com a cabeça e sai de perto.

– Como sabe o nome de minha filha? – pergunto ameaçadoramente.

– Sei muitas coisas sobre você, Clove. – ele se aproxima de mim, e me afasto no mesmo passo. – Não sou seu inimigo, Clove. Nem seu amigo. Eu só estou aqui para lhe dar um aviso.

– Então diga logo.

– As consequências... elas podem demorar para chegar, mas elas sempre chegam. Mesmo que demore anos, ela chegará. Então... esteja pronta quando isso acontecer.

– Quem é você? – pergunto.

– Ninguém. Ninguém que se precise saber. – ele desvia o olhar. – Aviso dado. Tenha um bom dia.

Ele sai pelo quarto, ouço a porta da casa bater e Ally entra correndo pelo quarto.

– Quem era?

– Um amigo. – lhe dou um abraço. “As consequências sempre chegam. Por mais que demorem.” A frase ecoa na minha mente. O que isso pode significar?

– Mãe? – Ally interrompe meu devaneio. – Vou começar meu treinamento logo?

Treinamento... Jogos... Sempre chegam, por mais que demorem... não. Eles não seriam capazes disso. Seriam?!

– Oh, não, querida! Só daqui a dois anos.

– Ufa! – ela suspira. Rio.

– Seis horas. Vamos começar a sessão? – pergunto sorrindo. Ela confirma com a cabeça e sorrindo. – Primeiro você tem que tomar um banho! Enquanto isso vou preparar a pipoca!

– Com manteiga!

– Com manteiga. – confirmo. Ela sai correndo e rindo para o banheiro.

Tiro o lençol da cama e arrumo os travesseiros. Coloco uma colcha em cima da cama e deixo os filmes do lado da televisão. Vou preparar a pipoca. Volto pro quarto com um pote cheio de pipoca na mão e na outra mão, duas barras de chocolates.

Quando chego ao quarto, Ally já está me esperando com o filme no menu.

– Chega pra lá, se não, não tem espaço! – digo sorrindo. Ally pega o pote de pipoca da minha mão, vai para o outro lado da cama e começa a comer. – Eu também quero! – digo, apertando no play do filme.



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Notas finais do capítulo

Gente, eu to acelerando os anos pra não ficar chato, ok?
OBS: não respondi os reviews porque não vai dar tempo, tenho que sair agora!