Born To Die - Clato escrita por Sadie


Capítulo 32
Capítulo 32




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Após três horríveis e vazios dias, eu estava preparada para dormir e depois acordar para enfrentar o quarto dia sem Cato.

Cubro-me com o cobertor e viro para o lado, chorando silenciosamente. Estou assustada por Cato ter tido o rápido pensamento de me bater, mas ao mesmo tempo estou com saudades dele. Sinto a minha consciência pesar, talvez ele não tenha tido esse pensamento de me bater. Cato não faria isso.

Ou faria?

Fecho os meus olhos, deixando minhas ultimas lágrimas rolarem pela minha bochecha e espero o sono chegar.

Mas um "tac, tac", um estalo de leve me incomoda. Me assusto - talvez seja um bestante, ou Cato - mas percebo que vem da janela. Então consigo ver que são pedrinhas sendo jogadas na janela.

Bufo e levanto da cama. Vou até a janela, abro-a e o vejo com três pedrinhas na mão em meio ao escuro. Estava com o rosto arranhado e as roupas sujas.

– Clove! - ele grita, olhando para a janela do segundo andar.

– O que foi? - pergunto com raiva na voz.

– Me desculpe!

– Você ia me bater, Cato.

– O quê?! - ele exclama. - Claro que não! Por que eu faria isso?!

– Cato, você está me trocando pelo seu emprego e ainda segurou meu pulso e quase me bateu.

– Clove, eu tenho que te contar uma coisa. Abra a porta, por favor.

– Como posso ter a garantia que você não vai me machucar? - digo. As palavras parecem feri-lo, e ele tira um papel amassado do bolso e começa a ler.

Eu, Cato Egnon, prometo amar e respeitar Clove, nunca a deixarei, em hipótese alguma. Nunca a machucarei, mesmo que minha raiva seja do tamanho do mundo. Nunca a decepcionarei, por mais que eu a odeie. Espero nunca odiá-la, porque eu a amo...

As palavras escapam da minha boca, completando o seu texto.

– ... A amo como as pessoas amam sorvete e beijo no escuro do cinema Quando ela sorri, as estrelas perdem o seu brilho, e a sua voz parece a melodia mais suave que se pode existir. Mais inteligente que eu em algumas situações. Seus cabelos - negros como o carvão - são lindos a luz do luar. Suas sardas - perfeitamente salpicadas em seu delicado rosto - me encantam. Por mais que seja durona, eu a amo.

Enquanto recito, uma lágrima rola da minha bochecha. Essa carta foi escrita para mim quando eu tinha vinte anos. Após seis anos, Cato ainda tem a carta. Ele precisa ler a carta, ele não conseguiu gravá-la, e por ser minha, ele teve que reescrever outra, porque... bem... é o Cato. Eu gravei a carta, de tanto a ler.

Saio da janela e desço as escadas. Destranco a porta e a abro, vendo que Cato estava em pé na porta esperando.

Afasto-me da porta e o deixo entrar.

– O que houve com seu rosto? - digo, enquanto tranco a porta novamente e sento no sofá ao seu lado.

– Não é nada.

– O que queria me falar? - pergunto.

– Clove... me desculpe por estar estressado daquele jeito. Eu te amo, na boa. Aquela carta foi a coisa mais sincera que já escrevi na minha vida. - ele diz, limpando a sujeira de suas mãos. - Depois de sair daqui, fui para a casa de minha mãe. Ela me acolheu lá, mas então recebi uma ligação do meu trabalho e tive que ir para a Capital. - lá vem ele com o seu trabalho. - E foi a partir daquele momento que resolvi contar tudo o que estava acontecendo.

Já espero o pior: uma amante.

– Clove, não são reuniões de trabalho. A Capital têm me usado.

– Usado? Como... como um "namorado" para as mulheres?

– Exatamente. - ele sussurra. Meus olhos se enchem de lágrimas.

– POR QUÊ?! - grito.

– Estou sendo obrigado! - ele se defende.

– Você já... já... há quanto tempo isso vem ocorrendo?

– Há oito meses. - há oito meses. Há oito meses que eu engravidei.

– Você tem um filho com alguma delas? - pergunto.

– O quê?! Não! - ele se assusta.

– Você está me traindo! - sussurro.

– Eles me obrigaram, Clove. Me obrigaram da pior maneira.

– Que maneira?! - as lágrimas escorrem do meu rosto.

– Estão com uma arma na sua cabeça, Clove.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi curto maaaaaas era só para esclarecer. 2bj.
Por favor, comentem. Isso é muito importante para mim.