Born To Die - Clato escrita por Sadie


Capítulo 23
Capítulo 23




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O pessoal da Capital realmente fez um bom trabalho em mim. Tiraram o gesso do meu braço, mas fizeram uma coisa esquisita nele que o deixou novo em folha. Não tenho mais os arranhões, nada no meu rosto, nada da minha perna.

Só que essa não sou eu.

Minha equipe de preparação havia invadido o meu quarto e me acordou da minha soneca para tomar banho. E aí, fizeram minhas unhas, -pintaram de um marrom claro – fizeram uma hidratação no meu cabelo, depilaram minha perna e fizeram minha sobrancelha. E então, eles me largaram aqui e estou esperando Leonard chegar para me dar a roupa da entrevista.

Ouço batidas na porta, e Leonard aparece. Ele segura um cabide com uma capa preta, escondendo minha roupa da entrevista.

– Olá! – ele diz animado. Cumprimento-o, ele me dá a roupa e visto. Um vestido bege, um pouco acima dos joelhos, tomara que caia. Visto o vestido e Leonard me faz sentar na poltrona do meu quarto. – Eu mesmo vou fazer sua maquiagem.

Ele passa uma sombra dourada discreta, delineador, lápis de olho e rímel preto. Ele passa um gloss super discreto, e depois me dá um salto alto com o salto não muito alto vermelho. Ele diz que é para “dar vida” ao look. Olho-me no espelho. Ficou legal.

Ele me manda dar uma volta no quarto para ver se consigo andar normalmente com o salto alto, mas felizmente, consigo. Ele diz que está na hora, me deseja boa sorte e me conduz até o elevador. Lá, vejo Cato me esperando. Entramos juntos no elevador, Enobaria diz que estará na platéia da entrevista torcendo por nós.

Despedimos-nos e as portas do elevador se fecham.

– Oi. – por fim, digo sorrindo. Um sorriso lhe atravessa o rosto, e seguro sua mão.

– Nervosa? – Cato pergunta.

– Não. Por que estaria?

– Sua mão está suando. Você está nervosa. – ele diz, com um sorriso de “te conheço”.

– Eu posso estar um pouco nervosa. – afirmo. As portas do elevador se abrem, solto sua mão e juntos, saímos do elevador. Lá, duas pessoas nos guia até um lugar em baixo do palco. Sou levada até uma plataforma, e Cato é levado para outro lado de um pano de meu lado. A pessoa que me guiou me dá um sinal e diz que a entrevista começará em alguns segundos.

Em 10 segundos, a plataforma começa a subir.

Meus olhos tentam se acostumar à claridade do palco, e consigo ver claramente Cato do outro lado do palco, e à minha frente, a platéia. No centro, Caesar, cercado por duas poltronas. Ando sorrindo até Caesar, ele me cumprimenta e sento num sofá que havia do seu lado.

Cato se senta do meu lado no sofá e cumprimenta Caesar. Caesar faz algumas piadas para aquecer o publico, e então a entrevista começa.

– Primeiro... Quero te perguntar, Clove. Que explosão sua foi aquela no final dos Jogos, hein? – Caesar pergunta sorrindo.

– Eu só quero pedir desculpas por ter falado tudo aquilo... foi impulso. Eu sou muito impulsiva. Foi horrível ter falado tudo aquilo. – minto. Foi muito bom eu ter falado tudo o que estava entalado na minha garganta. Caesar ri e assente.

– Bem, eu percebi... – ele diz pausadamente e sorrindo. – Eu percebi que está rolando algo entre vocês dois. Isso é verdade?

– Bem... – começo.

– Sim, Caesar. – Cato interrompe. – Só pra você ter uma idéia, Caesar, quando eu vi ela no ágape, com Thresh prestes a matá-la, eu fiquei desesperado. Eu pensei que eu não conseguiria chegar a tempo, e só de ter o pensamento de que Clove iria morrer, eu senti um vazio enorme. É como se ela fizesse parte de mim.

Caesar solta um suspiro junto com a platéia. Um suspiro... Apaixonado.

– E você, Clove, no final dos Jogos, que quase teve que matá-lo? –Caesar pergunta.

– Eu pensei que eu não poderia matá-lo. Não, de forma alguma. Acho que se ele morresse, ganhar os Jogos... Não faria mais sentido. – respondo. Caesar continua fazendo perguntas, ele passa algumas cenas dos Jogos e então a entrevista acaba. Despedimos-nos de Caesar e saímos do palco. Vamos em direção ao elevador, mas somos impedidos por Enobaria.

– Acho que deu para enrolar a Capital. – ela diz pensativa.

– Você acha? – pergunto esperançosa. Ela confirma.

– Estejam bem acordados amanhã, pois voltaremos para o Distrito 2. Agora, vou dormir, e vocês também deveriam ir. – ela diz. Entramos nós três no elevador, Enobaria para no andar 2, estou saindo do elevador quando Cato me puxa de volta.

– O que foi? – pergunto sorrindo. Nessa altura, as portas do elevador se fecharam. Cato aperta um botão no elevador, mas não consigo ver porque ele tapa meus olhos.

– Você está tensa com essa entrevista e com tudo mais, certo? – ele pergunta.

– Certo. – afirmo. Ouço as portas do elevador se abrirem, e sinto uma brisa. Saímos do prédio? Cato me conduz para fora. Sorrio. Coloco minhas mãos por cima das dele.

– O que está aprontando? – pergunto.

– Apenas vamos esquecer um pouco a Capital e os problemas.

Ele me conduz até uma cadeira e me ajuda a sentar. Ouço-o sentando numa cadeira.

– Pode abrir. – ele diz. Quando abro os olhos, simplesmente vejo uma paisagem. Não saímos do prédio, estávamos no terraço. O vidro de proteção na beirada do terraço estava entrelaçado com pequenas lâmpadas delicadas, parecido com fruto de uva. As paredes estavam cobertas por plantas, e nelas, a mesma lâmpada que estava no vidro, e na parede atrás de mim, havia cravos vermelhos pendurados. Olho de volta para a mesa, e nela, havia apenas um castiçal com três velas.

– É lindo! – exclamo. Um jantar a luz de velas? Clichê, mas tudo o que uma garota iria querer de seu namorado. Olho para o céu, e parece que as estrelas foram perfeitamente salpicadas para agora.

Ouço o elevador se abrindo, e dele saem dois Avox. Um com dois pratos com comida nas mãos e outro segurando talheres. Eles colocam os pratos e talheres na mesa e Cato os dispensa.

– Não acredito que você teve todo esse trabalho por mim. – digo.

– Teria ficado melhor, mas não deu muito tempo...

– Ficou lindo. – interrompo-o. Ele coloca a sua mão sobre a minha, que estava na mesa. Sorrio com o gesto. Comemos a comida e ficamos conversando, e então do nada, começa a tocar uma música lenta. Da onde que isso ta saindo?!

Cato levanta da cadeira e pergunta:

– Será que Vossa Majestade poderia conceder uma dança para o seu humilde e apaixonado servo?

Rio desconfiada, mas aceito a dança. Ele me puxa delicadamente, e juntos, dançamos colados uma musica lenta. Após a dança, começo a ficar com sono.

– Estou com sono. Obrigada pela noite. – digo sorrindo. Ele me dá um beijo na bochecha e faz o movimento de que vai me abraçar, mas ele me engana e me pega no colo. – Cato! – exclamo, tentando sair, mas acabo rindo da situação. Ele entra no elevador, ainda me segurando. Ele me dá um longo beijo, e as portas do elevador se abrem. Ele me leva até o meu quarto, me põe delicadamente na cama e me dá um beijo na testa.

– Boa noite, pequena. – ele diz, enquanto me cobre com o cobertor. Ele levanta da cama, mas o puxo de volta.

–Fica. – peço. Ele deita do meu lado, e me aninho em seu braço. Estava tudo escuro. Olho para ele, que me observava. O beijo.

– Sabia que eu te amo? – pergunto.

– Eu também te amo. – ele responde. Ele se deita sobre mim e começa a me encher de beijos na testa, bochecha e pescoço. Dou uma gargalhada.

– O que foi? – ele pergunta rindo.

– Sua barba rala. Faz cócegas.

– É mesmo? – ele pergunta rindo. Ele começa a passar sua barba pelo meu pescoço, me fazendo rir ainda mais.

– Para! – peço rindo. Acho que ele não levou muito a sério, porque continuou mesmo assim. Ele me dá um beijo na bochecha, para e me encara. Sorrio.

– Sabia que seu sorriso é lindo? – ele pergunta.

– É mesmo? - pergunto, sorrindo sem graça. Dou-lhe um longo beijo, e ele desabotoa sua camisa. Tiro minha roupa da entrevista, e entre beijos, pego sua camisa branca. Saio de baixo dele.

– Olha só. – digo rindo. Levanto da cama, e ainda no escuro, visto a camisa de Cato. Então, vou até a porta e acendo a luz do quarto. – É um vestido!

– Ficou lindo em você. Claro, se a camisa for minha. – ele diz sério.

– E é confortável! – digo, ignorando seu comentário. Brinco com a camisa. Acho que a camisa de seu namorado vai ser sempre mais confortável que suas próprias roupas.

Ouço passos vindo para o quarto e a voz de Enobaria reclamando. Olho com os olhos arregalados para Cato, e rapidamente, apago a luz do quarto. Pulo na cama, mas infelizmente, acabo caindo em cima dele. Ele geme.

– Desculpe. – digo. Tapo nós dois com o cobertor, e ouço a porta abrindo. Enobaria provavelmente não deve conseguir enxergar direito nesse escuro para conseguir ver eu e Cato, e também por causa do sono. Ela desiste e sai do quarto. Me destapo com o cobertor, e olho para Cato. Então, lanço uma pergunta.

– O que acha que vai acontecer quando chegarmos ao 2? Acha que a Capital vai nos castigar?

– Acho que não. Meu pai disse que o 2 é muito fiel á Capital, que ela não faria nada que prejudicasse o distrito.

– Mas e com nós dois? Eles podem não descontar diretamente em nós.

– Acha que eles vão castigar nossos futuros filhos? – ele pergunta sorrindo.

– Bobo. – digo sorrindo. Dou um rápido beijo nele, e percebo que sua respiração estava pesada. – Ah, desculpe! – digo, saindo de cima dele. Ele suspira e volta a respirar normalmente. Rio. Deito do lado de Cato e me aninho nele. Ele fica mexendo carinhosamente no meu cabelo, e acabo dormindo.



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