Acordo no meio da noite. Estava mais frio, bem mais frio do que quando eu fui dormir. Me encolho mais ainda em Cato, e entro no meu saco de dormir.

Continuo com frio, e a chuva havia cessado.

– Cato. -o chamo. Ele abre os olhos.

– Sim?

– Vamos procurar os outros. - digo. Pego meus óculos para ver à noite, e Cato faz corpo mole. - Anda! - mando. Ele finalmente levanta, pega os seus óculos e sua mochila. Pego minhas facas, e ele pega a sua lança.

Saímos da caverna, e logo pisamos em pura lama. Seguimos em frente, conseguindo ver perfeitamente por causa dos óculos de visão noturna. Resolvemos ir para a Cornucópia, e ir para o matagal, o lugar mais sinistro da arena.

Quando entramos no matagal, logo me arrependo. Uma árvore seca e de aparência sinistra estava do meu lado, e nela, havia dois olhos. Nela, não. Uma coruja com dois olhos sinistros me fitava. Jogo uma faca nela, e ela cai dura no chão.

– Coruja esquisita. - sussurro. Cato me guia me puxando pelo braço, e continuamos caminho.

Após horas de caminhada, o sol começa a raiar. E então, numa árvore particularmente grande e alta, entre galhos enormes e fortes, achamos uma pequena barraca. Não sei como a barraca foi enfiada alí, só sei que os galhos são tão fortes que aguentaram e que a árvore é tão grande que a barraca coube.

Algo dentro da barraca se mexe. "garota do 5" falo para Cato, movimentando apenas a minha boca. Ele entende. Pego uma faca e jogo na barraca. Só dá tempo de ver um cabelo ruivo indo em direção oposta. Essa menina é uma macaca? Como que ela conseguiu pular daquela altura sem se machucar?

Saímos correndo atrás dela, e chegamos em uma área com areia. A menina, como se fosse automaticamente, pulava alguns pedaços de areia. Jogo uma pedra na areia que ela pulou, e a pedra é engolida em instantes.

Areia movediça.

Não tem problema, acho que ela se esqueceu que tenho mira. Jogo uma faca em sua direção, mas ela se abaixa. Jogo outra, e por fim, pega em sua perna. Ela cai, e vejo sua mão afundando na areia. A garota tenta se levantar, mas jogo outra faca nela, que pega em seu tórax. Um canhão.

Olho para Cato, que me observava. Um aerodeslizador chega.

– Vamos embora. - digo. Automaticamente ele me segue e achamos dois coelhos no meio do caminho. Resolvemos parar e comer, estávamos morrendo de fome. Comemos os dois coelhos e seguimos para a Cornucópia. Poderíamos parar e ficar o resto da tarde alí, com os pés no lago e conversando, para depois voltar para a floresta, mas ouvimos uivos.

– Cato, o que tem na mochila? - pergunto rapidamente, com medo do que é que está fazendo os uivos.

– Duas armaduras. - ele responde, pegando uma menor e me dando. Ele me ajuda a vestir rapidamente, e então ele veste a dele.

Como se fosse calculado, Katniss aparece correndo para a Cornucópia, arco e flecha na mão, rosto inchado e vermelho, com um bando de cães atrás dela.

"Wtf?" pergunto a mim mesma. Percebemos a gravidade daqueles bestantes e começamos a correr com armas na mão para o chifre dourado. Parece que Katniss teve a mesma idéia, e ela escala o chifre com dificuldade, mas escala. Por causa do frio, estava muito escorregadio para escalar, mas Cato me ajuda a subir, e logo ele sobe também.

Katniss estava parada recuperando o fôlego, o que eu também estava fazendo.

Os cães rodeiam a Cornucópia, e pulam, tentando subir, mas não conseguem. Um cão, de pêlos marrom, olhos da mesma cor, me fitava. Ele "sorri", mostrandos seus afiados dentes. Estranho. O sorriso dele parece com de uma pessoa.

O sorriso de Marvel.

Tomo um susto, e quase caio da Cornucópia, mas Cato me segura. Aquele cão era Marvel. Tinha os olhos de Marvel. O sorriso de Marvel.

A Capital transformou eles em cães?

Não, claro que não. São apenas bestantes.

Olho para Cato, que estava observando os cães. Um, de pêlos loiros e brilhantes, olhos verdes-esmeraldas, com uma coleira cheia de diamantes escrito "1". Glimmer.

Todos os cães tinham uma coleira representando o distrito, mostrando de que distrito eles eram.

Só que os "tributos" do distrito 5, 6 ou 9 não estão ali.

Então, entendo. Todos os que estão ali, são as minhas vítimas.