Glimmer! Good luck. –Cap. 16

Abro os olhos lentamente, tentando focar minha visão em algum ponto de meu quarto.

Olho para o lado oposto de minha cama com um sorriso, mas Clove não estava lá.

Ah, claro, ela deve ter voltado para seu quarto antes que Brutus e Enobaria a acordem.

Viro-me para o lado, de bruços, e miro o relógio que há no criado-mudo.

6:00...

─CATO! – a porta se abre num estrondo e levanto-me bruscamente da cama, mirando uma Enobaria nervosa. ─LEVANTE-SE! HOJE SÃO OS JOGOS!

Um sorriso se brotou em meu rosto.

Cato, o líder dos Carreiristas. O bruto, o vencedor.

Vencedor? Droga. Não, não sou o vencedor. Mas sou o líder de todos e o mais temido.

Vai chover Patrocinadores.

Só falta matar a chaminha e o foguinho.

Oh, meu dia será perfeito.

Saio da cama e Enobaria vai-se embora. Fecho a porta e visto uma camisa vermelha de mangas curtas e uma calça larga preta.

Me encontro com todos sentados na mesa de café da manhã, e logo solto um sorriso para Clove, e ela faz o mesmo.

Me sinto tão feliz ao seu lado... Ela sabe me deixar assim de um jeito tão fácil...!

─Como são Carreiristas, - a voz de Brutus soa, me despertando, fazendo com que eu me sente, infelizmente um pouco longe de minha pequena.

Como já disse, e vale frisar, minha.

Ouviu isso, Marvel?!

E pensar que vou fazer aliança com esse maldito.

Quando estiver apenas eu e ele, irei matá-lo, assim menos um no caminho de minha garota.

─Cato? Está ouvindo? – Brutus, que se senta ao meu lado me chacoalha, vendo meu olhar pousado e distante em Clove.

─Oh... não. Repita. – soa como uma ordem. Mas de agora em diante, sou o líder dos Carreiristas, eu mando na arena.

─Como são Carreiristas, irão participar do banho de sangue. Corram até as armas da cornucópia. Clove haverá um estojo de facas. Pegue-o. Cato, o total de 5 espadas dentro do chifre da cornucópia estarão ao seu dispor.

Concordo, pegando uma maçã e a mordendo.

─Só lhes desejo boa sorte. Podem ir ao Aerodeslizador que os espera.

Com isso nos levantamos, fazemos a higiene pessoal e vamos até o pátio enorme, com um vento forte que balançava o cabelo de Enobaria que estava ao meu lado.

Clove já estava dentro daquele automóvel, sentada numa cadeira acolchoada, observando todos os cantos.

─Cato... – Enobaria me chama quando eu já estava andando até o aerodeslizador, onde apenas havia o Distrito 1 e minha namorada.

Viro-me, esperando-a continuar.

─Eu... Eu sei o que você vai fazer. – ela diz, com um sorriso triste. ─Acho isso interessante da sua parte, não sabia que poderia ser protetor. – seus olhos lacrimejam, e lembro-me de minha mãe em seguida, fazendo com que eu involuntariamente ande até ela e a abrace, envolvendo meus braços em seu pescoço.

─Está tudo bem. – eu digo, sentindo como se me sufocassem. ─Foi bom te conhecer. –sussurro em seu ouvido.

─Também foi muito bom te conhecer, Cato. – a solto, e vejo uma lágrima cair de seus olhos. Ela põe sua mão em cima de meu coração, sorrindo. ─Carreiristas tem sentimento, está bem? – ela ri nervosa, com os olhos vermelhos.

─Está bem. – digo quando ela retira sua mão, e ando até o aerodeslizador, sentando numa cadeira que continha o número dois, e me acomodo rapidamente. Logo os outros distritos chegam, 3, 4, 5, 6... até o 12.

Glimmer está sentada em minha frente, sorridente, enquanto Clove está na primeira cadeira da fileira de Glimmer.

–-Braço. – uma mulher chega em Clove, e a injeta um tubo que suponho der o rastreador.

Viro o rosto para não ver sua expressão de dor, e apoio-me nos joelhos.

─Braço. – a mesma mulher diz para mim, o estendo e ela injeta aquele negócio.

Não dói nem um pouco, mas esse é o fato de musculação, agora Clove, coitada.

É, pois é, estamos indo para a arena e eu me preocupando com a dor do rastreador.

Sou um otário.

Somos levantados pelos ares, fazendo um barulho ensurdecedor, onde consigo que Clove olhe para mim, aterrorizada, e digo, sem emitir som:

“Não se preocupe”.

Logo pousamos alguns metros das cabines subterrâneas, mas apenas o Distrito 1 pôde sair. Os dois se levantam.

─Ei, Glimmer! – digo involuntariamente, e ela se vira, ainda em minha frente.

Seu sorriso se forma em seus lábios e, não sei por que, continuo:

─Boa sorte.