Percy Jackson E O Sacrifício Do Herói escrita por MandyLove


Capítulo 24
19 – A Lâmina de Excalibur Com Sangue


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal ^-^ Como prometi, aqui esta um novo capitulo.
Dessa vez não posso prometer que vou postar semana que vem. Mas vou me esforçar.
Se a maré de boa sorte continuar ao meu lado, talvez eu consiga postar semana que vem. Agora, FINALMENTE CHOVEU, espero que gostem do capitulo... Enjoy ^-^



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Meu corpo estava mole, minha cabeça rodava, minha visão estava desfocada, em meus ouvidos entrava um zumbido que impossibilitava de escutar qualquer coisa, minha respiração estava pesada e entrecortada e minha garganta estava seca.

Nem um pensamento coerente passava pela minha cabeça por mais que eu tentasse. Dedos de ferro sustentavam meu corpo me impedindo de cair enquanto eu andava arrastado. Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado e isso era angustiante.

Mesmo com a visão desfocada eu consegui ver a onde eles estavam me levando. Mesas de pedra surgiram estranhamente cintilante a minha frente. Lembrei do sonho que eu tive quando Luke voltou a vida. Estava no mesmo lugar de onde começou o meu sonho, deitado em uma mesa com outras quatro colocadas em círculos ao redor dela, só que agora eu realmente estava aqui.

De repente minha visão vira um borrão e sinto meu corpo ser arremessado com força contra algo frio, uma das mesas. Escuto a mim mesmo dar um gemido de dor enquanto alguém ria debochado ao meu lado.

Como um estalo me dou conta que, seja lá o que tinha acontecido comigo para me fazer ficar daquele jeito, se passou quando senti o frio em minhas costas.

Minha força havia voltado, minha mente clareado, conseguia ver a penumbra do céu se clarear um pouco com a aproximação do amanhecer e as poucas estrelas que ainda brilhavam nele, os sons a minha volta se fez presente, minha respiração voltou ao normal, mas minha garganta ainda continuava seca.

Porém nem tive tempo de reagir. Senti meus pulsos, tornozelos, cintura e cabeça, na altura da testa, serem envolvidos por algo frio e duro me prendendo rente a mesa que eu não conseguia se quer mexer um musculo.

– Papai! – senti meus músculos tencionarem ao ouvir a voz embargada de Damon soar perto de mim seguida de um choro contido.

– Damon. – minha voz saiu rouca e grave arranhando minha garganta enquanto eu utilizava de todas as minhas forças para tentar sair dessa maldita mesa.

Sentia meu sangue ferver ao ouvir o choro de meu filho. A raiva crescendo em meu peito tão poderosa que eu não conseguia falar mais nada, tudo que saia de minha boca eram rosnados de fúria enquanto tentava inutilmente me soltar.

Sem conter meus pensamentos eu maldisse o plano de Annabeth. Queria poder gritar essas maldições para ver se assim resolvia alguma coisa, estava odiando ouvir Damon chorar tão perto de mim e não poder fazer absolutamente nada.

Annabeth provavelmente não tinha pensado que eu estaria tão preso assim quando me contou o que eu deveria fazer depois que eu trocasse de lugar com Nina – Nina, não queria nem ter pesadelos com minha filha nessa situação em que me encontrava –, mas agora eu estava veemente querendo pular qualquer parte de espera e dar logo o sinal para eles atacarem sem piedades esses monstros que estava fazendo uma criança de nem dois anos de idade chorar.

Eu não precisava de nada além do meu poder de filho de Poseidon para dar o sinal à eles e eu podia usar sem precisar das minhas mãos.

Leo começou a saltar algumas pregas, ele estava um pouco longe de mim – se a minha lembrança não me trair e o que Nathan havia dito estar certo, ele deveria estar do lado leste da mesa central com o símbolo do infinito, na mesa com o escrito φωτιά, fogo em grego.

Ashley estranhamente não fazia nem um som o que me deixaria preocupado se eu não soubesse o porquê disso. Ela provavelmente estava na mesa ao sul da mesa central, na com o estrito γη, terra em grego.

Eu estava na mesa a oeste da mesa central, com o escrito νερό, água em grego, enquanto que Damon estava na mesa norte, com o escrito αέρας, ar em grego. Ele estava tão perto de mim e tão longe de eu poder realmente fazer alguma coisa para ele.

– Queremos você em plena forma. – a voz de Calipso chegou ao mim ao mesmo tempo que senti água salgada e gelada ser jogada contra meu rosto me fazendo parar de tentar me soltar, desconcertado com essa atitude de quem quer que seja. O rosto de Calipso pairou acima de mim com um sorriso triste no rosto. – Mas incapacitado de fazer qualquer coisa, até mesmo de se machucar.

Só agora me deu conta de como não sentia dor alguma em meus membros, cintura e cabeça presos. A força que eu estava fazendo para me soltar com certeza doeria, e me machucaria se eu não tivesse a maldição de Aquiles, mas era justamente ao contrario.

Eu não sentia nada além do frio do que parecia ser uma algema de pedra me prendendo contra a mesa, contudo, não perdi tempo tentando entender isso.

– Solte o Damon, por favor. – implorei. Orgulho não estava em jogo aqui para eu me ater a algo simples assim. – Ele é só uma criança.

– Ah meu caro garoto do mar. – sua voz soou gentil.

Franzi o cenho confuso. Annabeth havia me chamado da mesma maneira algum tempo atrás. As mãos pequenas de Calipso envolveram minha mão direita. Senti ela colocar algumas coisas ásperas em minha mão discretamente.

Fechei os olhos e uma lembrança inundou minha mente ao me dar conta do que Calipso havia colocado em minhas mãos e porque de Annabeth ter me chamado de garoto de mar, além de ter falado sobre os fosseis, e eu ter achado que elas não me eram estranhas.

Agora eu havia me lembrado.

Você não é muito diferente de mim semideus. Mesmo quando estou fora d’água, a água esta dentro de mim. É a fonte de minha vida. – Ela recuou, pôs os pés no rio e sorriu.

Quando eu usei elas da primeira vez, tive que joga-las contra estrume para ver do que elas eram capazes, mas descobri que não precisava fazer isso todas as vezes depois de perguntar ao meu pai – o que foi um grande alivio.

Eu sabia que só precisava do meu poder de filho do Deus do mar além de que agora eu poderia fazer mais do que limpar um estabulo cheio de cocô de cavalo – fato esse que eu não mencionei a ninguém mais além de minha mãe e Annabeth, não quero nem imaginar se no acampamento soubesse que eu podia fazer isso – ou inundar um lugar.

Técnicas novas com base em truques velhos. Algo assim.

Pressionei os lábios com força, segurando minha vontade de sorrir, não me atrevendo abrir os olhos para não entregar o que eu agora sabia.

Francamente, Annabeth não perde nada mesmo. Ela deve ter contatos melhores do que qualquer agencia secreta do governo, até de algumas divindades pelo que da para notar.

Respirei mais aliviado. Agora eu podia seguir o plano perfeitamente. Tinha algo com o que proteger Damon e meus amigos – depois pediria desculpas a eles por ter que os fazer aguentarem mais um pouco essa situação –, só precisava esperar a hora certa.

– Queria que tivesse outra maneira, mas isso é preciso. – continuou Calipso e senti pressionarem algo contra a minha boca rapidamente para logo afasta-lo. Respirei fundo antes de abrir os olhos. Um copo com um canudinho estava colocado bem a minha frente. – É néctar. – ela sorriu da minha cara de descrente. – Já lhe disse. Queremos vocês em plena forma, Percy.

Sem alternativa sorvi todo o conteúdo do copo que era novamente oferecido a mim – um ciclope apareceu ao lado de Calipso com cara de bravo, se eu recusasse tinha certeza que ele me forçaria a beber. Por alguns segundos tudo estava silencioso, somente o som do vento.

Olhei pelo canto do olho para meu lado direito, de onde eu ainda podia ouvir o fungar de Damon, o melhor que podia sem conseguir virar a cabeça, mas Calipso e o ciclope bloqueavam completamente minha visão desse lado.

– Não vai conseguir vê-lo. – disse Calipso ao perceber para onde eu estava olhando. – Não vai demorar muito e isso logo vai acabar.

– Com certeza. – alguém riu ruidosamente do meu outro lado, não me dei ao trabalho de olhar para esse ser repugnante. – Logo acaba.

– É, depois que eu queimar sua bunda. – rosnou Leo sarcasticamente o que me fez lembrar novamente que ele e Ashley estavam compartilhando o mesmo destino que Damon e eu.

Que se tudo correr como o planejado será bem diferente do que nossos inimigos pensam.

– Tudo pronto aqui. – a voz de Luke soou perto de mim. – Já vai amanhecer, vamos começar.

– Sinto muito, Percy. – Calipso tocou gentilmente em meu rosto. – Não queria que as coisas acabassem desse jeito, mas não temos escolha.

Arregalei os olhos quando algo me ocorreu, algo que eu devia ter notado bem mais cedo. Olhei para Calipso espantado. Minha boca se abriu, mas nada saiu dela.

Meus Deuses, ela estava mesmo fazendo isso? Por quê? E principalmente, desde quando?

Calipso se afastou de mim, fiquei perdido em pensamentos tentando entender o que estava se passando com ela. Todas as suas ações nunca me fariam pensar que tudo era exatamente o oposto.

Será que ela era o motivo de Annabeth nunca querer me contar tudo? O porquê de sua confiança em tudo que estava fazendo? Não me contar que tinha alguém muito envolvido com o inimigo por que...?

– Papai? – assim que ouvi Damon com a voz embargada me chamar ela me tirou dos meus pensamentos, tentei olhar em sua direção, mas foi algo em vão. Tinha esquecido completamente que estava imobilizado. Cara isso esta me irritando. – Luie disse te vai fica tudo bem. É vedade?

O som de um canhão disparando não se quer me deu tempo de pensar no que Damon havia me perguntado – não fazia ideia de quem era Luie para começar. Todos a nossa volta pareciam que tinham ficado empolgados com esse disparo. Será que eram eles?

– É o sinal da praia. – ouvi alguém gritar e eu sorri. – Temos companhia.

– Um bando de tolos esses guris do acampamento. – outro gritou com desprezo.

– Diz que isso quer dizer que nosso resgate esta a caminho? – suplicou Leo.

– Ele esta a caminho. – garanti não me atrevendo a dizer que eles já estavam aqui e somente esperando meu sinal para o ataque.

– Mas não chegara aqui a tempo. – a voz de Tritão se fez presente. Não pude evitar uma careta para meu nada querido irmão. – Estamos a horas da praia.

– Não importa. Vamos agilizar as coisas. – a poderosa voz de Oceano sobrepujou qualquer barulho silenciando todos as sua volta. – O sol esta nascendo. Circe, comece.

– Todos. Silêncio! – Circe proferiu essas palavras calmamente como uma ordem que foi mantida, ninguém havia se atrevido a falar qualquer coisa depois que Oceano se pronunciou.

O único som que se ouvia era de respirações descompensadas que logo foram substituídas por Circe começando a recitar algum encanto, eu acho, em uma língua que eu não conseguia distinguir. O vermelho alaranjado do nascer do sol já despontava no céu.

E então os gritos de Ashley ecoaram por todo o vale me assustando, algo repentino e apesar do que eu sabia não podia conter o sentimento de desespero ao ouvi-la. Deuses, o que Nico não estaria sentindo nesse momento?

Não havia se passado nem três segundos quando ela se silenciou com um engasgo.

Meu coração já estava tendo uma corrida desenfreada. Engoli em seco, esse era o momento para dar o sinal. Apertei com força as conchas em minha mão, mas minha mente entrou em choque ao ouvir o grito de Damon tão alto quanto o de Ashley.

Por um segundo eu fiquei desnorteado. Não era para isso estar acontecendo assim tão rápido. Seguindo as informações que Annabeth tinha junto com as de Nathan a ordem dos sacrifícios seriam Ashley, Damon, Leo e depois eu, mas não imaginavam que eles iriam cumprir essa ordem tão rapidamente.

Teriam pelo menos dez segundos para salvar Damon.

Inconscientemente meu corpo agiu antes da minha mente. Quando dei por mim água salgada jorrava ao lado do meu corpo vindo da minha mão com as conchas.

No fundo da minha mente eu captei os gritos surpresos de meus inimigos ao qual eu não dei nem um discernimento assim como o grito de guerra, acho que vindo dos irmãos Stoll, antes de sons de luta ecoarem junto pelo vale.

Senti um forte repuxo em meu abdômen e com a adrenalina correndo fortemente por mim forcei todo o meu corpo para cima, para me livrar da minha mesa prisão.

Por cinco longos segundos eu achei que não conseguiria me soltar e já estava pensando em uma forma de, mesmo não enxergando bem a onde ele estava, mandar toda a água que estava saindo das conchas em direção a Damon para tentar protege-lo quando senti e escutei a mesa e o que quer que me prendia se partir, me libertando.

Não perdi tempo virando o meu rosto para o meu lado direito. Travei o maxilar ao ver Circe com uma espada que eu conhecia bem apontando sua lamina bem em cima do peito de meu filho, em cima do seu coração.

Da ponta da lamina sangue escorria.

Com a raiva voltando a fervilhar dentro de mim estendi minha mão na direção dela. Toda a água que estava a minha volta foi em sua direção como um jato a acertando e mandando Circe para bem longe de Damon.

Ao meu redor eu podia ouvir a luta rolar de forma violenta, as ordens de comando de Oceano e Anfitrite, os berros de Tritão, mas nada disso me importava.

– Damon! – gritei saindo da mesa despedaçada e indo de encontro à mesa em que estava meu filho. – Damon!

Ele tentava se contorcer com seu corpo preso a mesa do mesmo jeito que eu estava. Ele chorava sem parar, seu rosto completamente vermelho e banhado de lagrimas. Murmurava palavras incoerentes para mim.

– Eu vou te soltar. – pus a mão no bolso e meus olhos se arregalaram quando eu não senti minha caneta esferográfica lá. Eu havia completamente esquecido que não estava com ela.

– Uma ova que vai. – o rosnado de Tritão me alertou de sua aproximação atrás de mim.

Estava tão chocado que meu corpo demorou um pouco para responder e isso foi o suficiente para eu não ter escapatória mesmo que tentasse. Senti um frio percorrer a minha espinha, meu ponto de Aquiles estava completamente desprotegido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo e que ele não tenha ficado muito confuso, o próximo será um bônus para explicar melhor os eventos desse capitulo.
Reviews são sempre bem vindos e se quiserem me dar uma recomendação ficarei muito feliz e grata.
Muito obrigada a todos que leram o capitulo. Bjs ^.^



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