POV Atena

Meus olhos capitavam todos os movimentos e meus ouvidos estavam aguçados prestando atenção em minha filha e o grupo de meio-sangues que estavam no navio junto com Fórcis, a cadela infernal e os três ciclopes.

Depois da conversa, nada amigável devo ressaltar, entre meu pai e eu resolvi ver como estavam às coisas com a missão deles. Eu estava na sala dos tronos, mas não sozinha. Poseidon também estava presente assim como Ares, Zeus, Hestia e Hermes.

Poseidon estava tão curioso, e preocupado, quanto eu para saber como estavam as coisas com nossos filhos e seus amigos. Estávamos apreensivos demais sobre o futuro deles e saber um pouco sobre o que acontece no futuro deles só nós deixavam ainda mais inquietos.

Eu não fazia ideia do porque Ares estava aqui e tão comportado ainda, há poucos minutos meu marido lançou ele através de uma parede e eu mandei ele para bem longe tele transportando-o. Com certeza ele estava planejando alguma coisa e exatamente por isso eu não me preocupei, Ares não é bom em planejar nada.

Hermes e Hestia tinham motivos de sobra para estarem aqui já que ficar de olho na missão de nossos filhos era o trabalho dos dois atualmente, principalmente agora que estamos conseguindo ver o que esta acontecendo na ilha Exspirans.

Exspirans é uma palavra em latim que quer dizer respiração. Quem deu esse nome à ilha foi um grego que sobreviveu a um naufrágio parando na ilha. Não faço ideia porque ele deu esse nome à ilha.

Mas continuando. E quanto sobre meu pai estar aqui, eu tinha algumas suposições, mas suas ações ultimamente me fazia descartar elas tão rápido quando Ártemis lançando uma flecha.

Concentrada vendo minha filha vejo ela e alguns saírem do navio depois da reunião no convéns e se separarem em sete grupos fora os que ficaram no navio.

Mandei um agradecimento a Hermes e a Ártemis telepaticamente pelo navio que deram para a missão dos semideuses porque graças a ele o plano que eles bolaram iria funcionar melhor do que eles imaginariam, até um certo ponto.

Esse navio é mais ou menos como o Princesa Andrômeda, aquele que o Luke usou anos atrás, a diferença é que ele é impossível de se rastrear mesmo que você seja uma divindade das aguas, você tem que vê-lo para saber sua localização.

O preço que Ártemis e Hermes pagaram para tal poder foi enorme, mas eu sei que eles não se arrependem por isso. A atitude de Hermes em seguida ao meu agradecimento foi somente uma afirmação.

Meu meio-irmão olhou para mim me dando um sorriso maroto antes de piscar um olho para mim respondendo meu agradecimento e logo voltou sua atenção para seu trabalho.

No momento as chamas da lareira central, a qual estamos usando para ver eles, queimam com mais intensidade, isso sinaliza que agora cada Deus presente esta vendo o grupo que quer, ou qualquer parte da ilha.

Mantenho meus olhos no caminho que minha filha e seu grupo tomou. Confesso que é um pouco entediante ficar olhando para eles somente caminhando pela ilha escapando, as vezes, de algumas armadilhas.

Contudo, o momento tedioso passa ao ver que eles enfim chegam ao primeiro destinos dele na ilha. Foi com orgulho que vi minha filha fazer um bom plano que os fez acabar com os inimigos com rapidez e ficar em posso de um objeto valioso.

– Esse Fórcis sabe bem das coisas, hein? – soltou Ares a indireta. Pelo jeito Ares estava mais interessado no grupo da minha filha do que no da filha dele.

– Ele procurou saber. – falei displicentemente.

Ártemis havia me dito antes de ir embora como Fórcis descobriu tudo que ele sabe. Isso me fez ter certeza que eu estava fazendo as coisas certas em querer ajuda-lo.

Fórcis fez coisas que eu desaprovaria, Afrodite com certeza aprovaria, mas graças a elas ele conseguiu essas informações de umas das feiticeiras de Circe, que provavelmente estaria no Tártaro agora. Felizmente, eles não tem um plano B já que agora Fórcis esta do nosso lado.

Minha cabeça começa a lentejar, uma dor aguda começa a me incomodar, quando Annabeth, Percy e Nico adentraram na caverna depois de coordenarem as outras equipes utilizando o mapa da ilha que era o primeiro dos objetivos da equipe dele, pelo menos o que Percy e Nico sabem.

Mordo o lábio inferior fechando os olhos, isso não é um bom sinal. Levo uma mão à cabeça sentindo a latejar de dor, essa dor que estava se espalhando por todo meu crânio, massageando minha têmpora.

– Vai ter outro filho Atena? – perguntou Ares divertido. – Achei que agora que estava casada iria ter um filho como todas as outras, mas pelo jeito o titio Poseidon não da conta do recado.

Senti os músculos do meu corpo se enrijecerem. Eu não estava ligando para o seu tom de voz e meu marido, provavelmente, também não, mas não era essa a questão.

Agradeci por estar com os olhos fechados e a cabeça abaixada escondendo-a com meu cabelo, assim não entregaria minha reação.

Respirei fundo abrindo os olhos. Pelo canto do olho percebi Zeus olhando mortalmente para mim e meu marido, este que por sua vez encarava Ares tentando sorrir descontraidamente.

– Não. – falei calmamente encarando meu meio-irmão tentando não ligar para o olhar de meu pai. – Só dor de cabeça, às vezes as pessoas têm.

Poseidon olhou intensamente para mim. Assenti discretamente sorrindo de leve e enviei-lhe uma mensagem para não se preocupar e se manter calmo.

– Não você. – Ares abriu um sorriso travesso. – Não quando não tem um filho. Quebrou seu...

– Isso mostra a sua ignorância. – falei interrompendo ele. Eu precisava por um fim nessa implicância de Ares antes que Zeus começasse a desenvolver as ideias que provavelmente já estava tendo pelo olhar que ele sustentava direcionados a mim e a Poseidon. – Não comece Ares. Esse não é momento para você tentar fazer suas gracinhas.

– Melhor deixarem isso para depois. – avisou Hermes. – Temos algo novo a acrescentar. – Os olhos de meu meio-irmão estavam direcionados para a nova cena que estava se desenrolando na lareira há nossa frente.

Todos ficaram em silencio nos minutos que se seguiram prestando atenção em quem Annabeth, Nico e Percy haviam acabado de encontrar na caverna. Um cara acorrentado. Bem nem todos conseguiram manter a boca fechada por muito tempo quando minha filha reconheceu esse cara.

– Uau, parece que sua filha conhece bem esse garoto ai. – todos puderam notar o tom malicioso no comentário de Ares.

– É claro, eles se conheceram em São Francisco, são amigos. – foi Hestia quem dirigiu essas palavras de forma carinhosa, mas quando se trata do cabeça dura de Ares que só pensa com a cabeça de baixo, ele levou esse comentário com outro sentido.

– Pelo jeito são mais que amigos.

– Ares, cale sua boca ou eu te mando para as entranhas de seu tio-avô. – ameaçou Poseidon.

– Meu tio... oque? Eu nem sei do que você esta falando. – disse Ares confuso.

– Tem um jeito de ele ficar quieto? – questionou Hermes aborrecido.

– Só fique em silencio Ares. – ordenou Zeus autoritário o que deixou Ares furioso com uma carranca no rosto.

– Obrigado. – murmurou Hermes.

No momento em que se instalou um silencio na sala dos tronos palavras proferidas pelo amigo de Annabeth fez as coisas se complicarem um pouco mais e talvez, só talvez, isso pudesse ser de alguma ajuda.

– Deixo claro que eu ainda sou o mesmo cara, só alguns anos mais velho. – começou o amigo de Annabeth olhando para minha filha. – O motivo de eu estar assim e por eu ser filho de quem sou, tanto por parte de mãe quanto da de pai. – ele respirou fundo antes de continuar. – Eu sou filho de Oceano e minha mãe é uma filha de Hecate.

Nesse momento todos olharam para Zeus.

Filhos de Titãs, ou outros seres divinos não é algo raro, longe disso, mas um deles se envolver com semideuses, isso sim é algo muito raro – não sei por que a maioria deles nunca gostaram de ter esse tipo de envolvimento com os filhos de nós Deuses, aliados deles ou não – e perigoso se levarmos em conta as circunstancias que estão às coisas no momento.

– Hermes, convoque todos os Deuses imediatamente. – disse Zeus seriamente. – Atena, Poseidon. Melhor irem para o quarto de vocês descansarem. – ele olhou para meu marido e depois para mim. – Tenho um favor a pedir a vocês.

POV Alan

Até o momento tudo estava tranquilo no acampamento. Todos que tinham condições de lutar já estavam preparados com seus equipamentos esperando mais um ataque das forças de Anfitrite e Oceano.

Havia um grupo de monstros, e alguns meio-sangues, acampados não muito longe das fronteiras do acampamento e só ficamos sabendo deles três horas atrás quando ocorreu o primeiro ataque.

Eu não estava aqui nesse momento, eu tinha ido junto com Leonel, filho de Atena, e Bartolomeu, filho de Ares, buscar uns amigos de Annabeth na entrada para o Mundo Inferior que fica no Central Park.

Com a chegada de Bob, que na verdade é o Titã Iápeto que perdeu a memoria e Percy deu o genial nome de Bob para ele, e Eurition, filho de Ares, o lado inimigo sofreu um abalo que eles optaram por uma recuada estratégica.

Bob fez uma faxina com os monstros usando sua vassoura, que não faço a mínima ideia de onde ele tirou, projetando uma ponta de lança em uma extremidade dela e em outro momento usou a vassoura até como um bumerangue.

Eurition era um combatente nato e seu tamanho já era o suficiente para assustar seus adversários com facilidade. Os outros e eu ajudamos também.

Até o momento não ouve qualquer movimento na base inimiga. Alguns filhos de Ares propuseram um contra-ataque, mas o momento não seria propicio já que precisávamos nos recuperar desse ataque repentino e do outro que tínhamos sofrido na noite em que os filhos de Annabeth e Percy foram sequestrados.

– Isso não é nem um pouco justo. – resmungou Aaron, filho de Apolo, ao meu lado me “trazendo” para o mundo real. Ele encarava com aborrecimento algo a sua frente.

Aaron, Leonel e eu estávamos no refeitório esperando Quíron. Ele havia chamado Eurition para uma conversa e mandou nós três o esperarmos aqui porque depois ele gostaria de falar com a gente algo importante.

Isso foi a mais de meia hora, logo após os inimigos recuarem, já era quase meia-noite e a única coisa que fizemos nesse meio tempo foi cuidar dos nossos machucados que graças aos Deuses não foram muitos graves.

Mas deixando isso para lá, segui a direção do olhar de Aaron e me deparei com a inusitada cena de ver uma das caçadoras de Ártemis conversando animadamente com Bob, ambos sentados na praia olhando as estrelas. Ela parecia estar ensinando a ele sobre as estrelas já que ela apontava para os céus enquanto falava e Bob parecia muito feliz ouvindo ela falar.

– Esta chateado porque ele esta conversando com uma caçadora que assim como todos as caçadoras detesta filhos de Apolo? – perguntou Leonel descrente.

– Ei, elas repudiam todos os homens daqui... e as filhas de Afrodite e algumas de nossas irmãs, mas ele não. – começou Aaron tentando se justificar. – Ele é um homem, pelos Deuses, ele é um Titã. Titãs nós odeiam.

– Não generalize. – advertiu Leonel.

– Pelos Deuses digo eu. –falei rolando os olhos. – Bob é inofensivo para nós. E nós temos coisas mais importantes para nos preocupar.

– É verdade. Estou me perguntando até agora o que o Quíron quer com a gente. – disse Leonel com uma carranca no rosto. Filhos de Atena e seus chiliques de não gostarem de não saberem das coisas.

– Vamos saber disso agora. – falou Aaron cutucando minha barriga com o cotovelo. – Ele esta vindo ai com o filho de Ares.

Nós três nós viramos para a entrada do refeitório a onde Quíron e Eurition entravam com as expressões serias e conversavam baixinho não dando para escuta-los muito bem.

– Vou chamar o Bob. – disse Eurition quando eles chegaram perto de nós encerrando sua conversa com Quíron e logo partiu para a praia.

– Pelo jeito as coisas estão mais serias do que pensávamos, hein. – falei.

– E uma mudança nós planos foi necessária. – disse Quíron de forma soturna que me fez engolir em seco. – Recebi uma mensagem de Annabeth, vou precisar que vocês fação outra coisa para mim.

– Outra coisa? – perguntou Aaron curioso.

– Sim. – Quíron assentiu. Do seu cinto ele tirou três saquinhos herméticos pequenos no qual ele jogou em nossa direção. – Vão precisar disso, de suas armas e fazer exatamente o que eu e Eurition dissermos.

– Que seria...? – instigou Leonel.

Quíron sorriu melancolicamente.

– Vamos nós reunirmos primeiro. – Quíron deu as costas a nós três, não era uma visão agradável, mas não tivemos escolha há não ser segui-lo.