Kuro Kurono escrita por Mika Okamura


Capítulo 75
075 - Before the Battle of the Clocks


Notas iniciais do capítulo

capítulo Narrado por Noriaki



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NARRADO PELO NORIAKI

Já estamos no fim do ano... Daqui a sete dias, vem a Batalha dos Relógios...

075 - Before the Battle of the Clocks

– AH, o ano já está no fim... Enfim, todos vocês passaram, o que me deixa muito orgulhosa! – disse a professora. – Agora, nestas férias podem vagabundear um pouco! Vagabundear faz bem pra cabeça. Por isso, no Natal e no Ano-Novo, façam algumas loucuras para depois terem algumas lembranças.

´´Isso é algo que uma professora diga?´´ pensei.

...

Ayame estava comigo. Estávamos no terraço da escola, sozinhos, nós dois.

–Aaaah... Agora que o ano já está acabando, o que eu vou fazer? – pergunta Ayame. – Eu bem que queria ir para a praia com você como fazíamos quando éramos crianças.

– Eu me lembro daquela época. – falei. – Nós éramos muito grudados. Dormíamos na mesma cama, e tomávamos banho juntos.
– nessa hora corei.

– É como éramos inocentes... – disse Ayame também corada.

Pensando bem, por termos tomado banho juntos, na mesma banheira e dividindo o mesmo chuveiro, eu vi a Ayame nua diversas vezes, assim como ela também me via nu. Mas como nós dois éramos crianças, e a Ayame ainda não tinha peitão, então é claro, não havia malícia.

Pensando bem, naquela época eu ainda não me transformava em Kurono.

– Ei, lembra de quando você me pediu em casamento? – perguntou Ayame.

Corei.

– Hã? Não lembrado disso!

– Eu me lembro. Você fez um véu de panos de prato para mim. E um buquê de flores de verde. Nós nos casamos (de mentirinha, claro), e eu era a ´´mamãe´´ e você o ´´papai´´.

– E quem era o nosso ´´filho´´?

– O Kenta!

– Há, há...

Lembrei-me do Kenta. Esses anos todos, ele fingindo ser nosso amigo... Que ódio! Não! Eu vou dar um jeito de salvá-lo e fazê-lo ver que eu sou amigo dele!

– Ei, aliás, você me prometeu que ia ser meu marido!– disse Ayame.

– Ah, aquela promessa! Lembro-me de ter prometido a você que quando crescêssemos iriamos nos casar. – falei pensativo. – Como eu era inocente naquela época. Muito ingênuo.

Ayame se aproximou de mim, e abraçou meu braço esquerdo.

– Sim... Como éramos inocentes. – disse Ayame. – Mesmo inocentes, já sabíamos que beijar é uma forma de demonstrar amor.

Nos aproximamos mais. Mais. Que estranho. Eu sei que eu a vejo só como uma amiga de infância, mas... Nós dois, do lado de fora...

A neve começou a cair. E lá estava eu e Ayame, nos beijando.

Nossos lábios ficaram colados durante 15 segundos.

Nós nos separamos. Eu estava um pouco vermelho.

– Ei, Ayame. Prometa que nunca mais iremos nos beijar, e que este beijo foi só entre amigos. – falei.

– Só amigos. – disse Ayame. – Somos só amigos.

– E o próximo beijo tem de ser com a pessoa que amamos de verdade! – falei.

– Sim! – disse Ayame.

...

As ruas da cidade estavam decoradas com enfeites de natal. Uma grande árvore de natal estava no centro comercial. Havia guirlandas e Papais Noéis por todos os lados. Um simpático Papai Noel carregava uma placa onde estava escrito Merry Christmas!メリークリスマス (Feliz Natal!).

– Olha! Olha! Olha, nii-chan, nee-chan! – dizia Mizuki, minha irmã mais nova de 10 anos, toda animada. – O Papai Noel! O Papai Noel!

– Que isso, Mizuki? Você já tem 10 anos e se empolga com o Papai Noel como uma criancinha de 5? – pergunta Yumi, minha irmã mais velha de 20 anos.

– Ah, deixa ela viver a fantasia dela. – falei. – Você acreditou em Papai Noel até os seus dez anos.

Yumi dá um soco na minha cabeça.

– Não gosto de relembrar o passado. – disse Yumi, corada.

– Ei, será que o Papai Noel vai atender meu pedido? – pergunta Mizuki, sorridente.

– Depende do que você quer pedir. – falei. – O que você quer de natal?

– Eu queria que o papai e a mamãe pudessem passar o natal conosco. – disse Mizuki em um tom um pouco triste. – Mamãe e papai partiram, nos deixando sozinha. Eu me lembro do último natal que tivemos com eles... – lágrimas começaram a sair dos olhos de Mizuki. –... Eu... Eu queria que Papai Noel pudesse trazer os dois de volta...

Abracei a Mizuki.

– Não fique assim. Papai e mamãe já foram para o Céu. Eles estão nos olhando lá de cima. E eles não vão ficar felizes se virem que você está chorando. – falei. – Vamos, força! O natal está quase chegando! Vamos ter um belo natal. Por isso, sorria!

Mizuki parou de chorar e deu um belo sorriso.

Mizuki foi olhar a vitrine de uma loja. Ela realmente ainda era uma criança.

– Bem, vamos aproveitar que Mizuki está distraída para falarmos daquilo. – disse Yumi. – Idiota. Você não vai passar o natal conosco, não é?

– Sim. – respondi. Eu iria lutar na Batalha dos Relógios. – Vou viajar daqui a sete dias. Me desculpe, mas ficarei fora por uns tempos.

– E a Mizuki? – pergunta Yumi.

– Ela vai ficar bem. Você vai ficar com ela. – falei. – Planejo falar para ela na véspera da viagem.

Yumi me dá um tapa no meu rosto.

– Você é idiota?! – pergunta Yumi. – Então você só quer acabar com a Mizuki?!

– O que?! Eu nunca disse–

– A Mizuki é a que sofreu mais entre nós três com a morte de nossos pais! Ela sofreu muito! Tanto que ela só quer passar o natal com eles de novo! Você veio consolar a coitada, motivando-a a acreditar que terá um natal com todos! COM NÓS DOIS! – gritou Yumi. – Você, falando que vai nos deixar na véspera da sua viagem, é algo idiota, pois nesse meio tempo, ela já estará achando que não vai ficar sozinha! Mas você, você vai magoá-la profundamente! ELA SÓ NÃO QUER PASSAR O NATAL SOZINHA! Idiota! Idiota! Idiota!!!IDIOTA!!! Por isso trate de falar logo para ela, e trate de voltar logo para casa para comemorar o natal conosco, ouviu?

– Hã... Oh, entendido! Você tem razão, se eu não falar agora, irei magoá-la! – falei determinado. – Mizuki, venha aqui, quero falar com você.

Contei a situação para Mizuki.

– Ah... Se for assim, pode ir! – disse Mizuki sorridente. – Onii-chan parece ocupado. Pode ir, mas trate de voltar logo para comemorar o natal conosco, tá?

– Certo! – falei.

...

Véspera da Batalha dos Relógios.

– Argh! Nossas espadas de madeira quebraram de novo! – falei.

– Merda! Assim não dá para treinar antes da batalha. – disse Kurono. – Hunf! Vamos ter de usar katanas de verdade!

– Ei! Isso é perigoso! – falei.

– Não tem jeito. – disse Kurono. Ele ficou em silêncio. – Noriaki, você não acha que está faltando alguma coisa?

– Hum? Como assim? – perguntei.

– Eu sinto como se alguém estivesse faltando em minha vida. Alguém que... Eu amei. – disse Kurono. – Mas não consigo me lembrar quem era.

– Você? Apaixonado? Não é possível! – falei. – Mas, talvez um dia você se apaixone de verdade, não é?

Kurono ficou em silêncio. Pegamos katanas de madeira e voltamos ao treino.

CONTINUA NO CAPÍTULO 076


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