Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 9
Capítulo 08 - Mudando o Destino




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Em um mês, e apenas um mês, sua vida acabaria.

Bem que algo podia acontecer e mudar o destino, mas esse tipo de coisa só acontecia nos livros que ela lia. Era quase impossível…

Passava a maior parte do tempo em seu quarto, trancada, pensando em como seria sua vida. Não que não gostasse de Harry, mas ainda não conseguia vê-lo como marido. Se chamaria Hermione Potter, que, em sua opinião, não combinava nem um pouquinho.

Seria uma vida de lástima. Gostaria de ser uma bruxa, para voltar no tempo e modificá-lo.

Desejos podem ser atendidos, mesmo que não sejam iguais a sua expectativa.

Não tinha reagido bem a aquela notícia. Sabia que marcaria a data para algum dia, mas não tão de repente, e sem perguntar o que Harry e ela achavam sobre. Nunca, em dezessete anos de vida tinha ouvido falar sobre noivos que não sabiam a data do casamento.

Eles deveriam entrar para a história…

Ninguém, nem Gina, conseguiu falar com Hermione, e faziam quatro dias desde o ocorrido.

“Não era o comportamento de uma princesa” Às vezes ouvia sua mãe falar quando passava propositalmente em frente ao seu quarto.

Não estava dando a mínima. E dai? Queria viver seus últimos dias como se fosse outra pessoa, vivendo outra vida. Faria coisas que nunca a deixaram fazer, como dormir o dia todo, acordar a hora que bem lhe entendesse e ainda ganhar comida no quarto.

Mas nem tudo era perfeição.

Em uma noite, enquanto lia Os Miseráveis escutou Bichento miar escandalosamente. Estranhou ele não estar no quarto, ele sempre ficava no quarto, era preguiçoso demais para andar pelo imenso castelo.

Resolveu investigar. Ele miava tão altamente que achou esquisito ninguém acordar e reclamar. Era tarde demais para um gato fazer escândalo.

Com o livro na mão, marcando a página da leitura, Hermione saiu atrás de Bichento. Desceu as escadas e nada de encontrá-lo. O miado parecia vir de fora.

— Bichento? - chamou-o. - Cadê você gato travesso!

Gatos tem habilidade de se esconderem muito bem, o que complicaria sua vida para achá-lo. Com a capacidade de locomoção maior.

Teria de procurá-lo com mais cautela. Quando distraidamente, Hermione observa as pilastras em forma de retângulo, alguém lhe surpreende pelas costas pondo algo em sua boca. A princípio achou que fosse alguém fazendo brincadeira, mas tarde demais percebe que era algo sério.

— Esse negócio é potente mesmo! - perguntou Crabbe, segurando uma Hermione desmaiada. - E agora, o que eu faço com ela?

— E eu quem saberei? O chefe nos mandou sequestrá-la, e foi fácil demais. Nunca pensei que diria isso, mas gatos são bastante uteis! - disse Draco balançando uma gaiola, onde Bichento estava. - Fora a mordida que ganhei, gostei desse bichano.

— Eu acho que ele disse alguma coisa sobre levá-la para um cativeiro… - Crabbe tentava vasculhar a memória atrás de uma informação.

— É… Foi isso mesmo. Você a carrega.

— E como eu vou fazer isso?

— A carregue nas costas, seu burro!

Obedecendo, Crabbe a pôs no ombro direito.

Aquela seria uma longa noite. Adentraram a floresta escura, sem terem muito onde se guiar. Tinham que rumar para norte, e o único ponto que podiam se inspirar era a redonda e brilhante lua, que esta noite estava cheia.

Havia variadas lendas sobre a floresta, e andar por ela, especialmente a noite, fazia um medo se apossar dos dois.

— Para uma princesa ela é bem pesada, hein. - comentou o moreno, quase cedendo ao peso de Hermione.

Ela não era gorda, e muito menos pesada, digamos, na medida certa para dezessete anos.

Por diversas vezes os dois pararam por ter escutado barulhos suspeitos. Uivos assustadores, farfalhar da árvore, ou apenas seus pés pisando em galhos.

Crabbe insistiu que revisassem a “carga”. Ora Crabbe a carregava, ora Draco o fazia. Aproveitava essa deixa para descansar. Levaram quase três horas para chegar ao destino final: Uma casa abandonada próxima a uma clareira, bem afastada.

Essa era a vez de Draco carregá-la, então Crabbe ficou encarregado de abrir o local. Se atrapalhou todo na hora de achar a chave certa, e deixou o molho cair duas vezes.

O cheiro de mofo invadiu seus narizes como cheiro de comida boa quando estamos com fome. Parecia que não era usada há séculos. Os moveis estavam protegidos com finos lençóis brancos e o chão ribombava a cada passo dado, mostrava correr o risco de desabar com os três.

Era uma casa com cinco cômodos, dois quartos, uma pequena cozinha, uma banheiro e a sala, todos mobiliados. Draco deitou Hermione em um dos quartos, o mais afastado.

— Acho que é só…

— É, vamos dar o fora daqui!

— Sim, mas teremos de voltar amanha cedo, o chefe não pode saber que a deixamos sozinha. – acrescentou Draco, checando se a porta realmente estava trancada.

Hermione se espreguiçou e estranhou não ser banhada pela forte luz solar. Talvez o tempo estivesse nublado. De olhos fechados, tateou sua cama em busca do cobertor. Nunca dormia sem, e não encontrá-lo a fez sentar-se rígida abrindo os olhos com força.

Mas… Essa não era sua cama, nem seu quarto. Alias, que lugar era aquele? Janelas pregadas com tábuas e pregos, quase sem iluminação, a não ser pela fina luz emitida por uma fresta. Correu até a porta. Trancada.

O que tinha acontecido noite passada? Bichento, seu gato! Ele estava miando, muito, e ela foi procurá-lo para não acordar todo o castelo. Teve que ir para os jardins, e… Não lembrava-se de mais nada. Frustrante. Tinham-na sequestrado? Era a única explicação válida. Mas por que a sequestrariam? Não era valiosa, muito menos agora!

— Socorro! – gritou. Sabia que não responderiam, mas se não tentasse…

As lágrimas inundaram seu rosto. Por que alguém faria isso? Que maldade! Isso lhe parecia igual ao seu sonho, mas não estava amarrada, e não havia figura encapuzada. O que ela faria? Estava com medo. O que faria à ela? Um temor maior se apoderou de seu cérebro. Às vezes ouvia histórias de meninas, e até meninos, que eram violados a força. Ela tinha medo de que isso lhe acontecesse, seria uma consequência.

Deslizou pela porta até sentar no chão frio. Abraçou os joelhos e começou a cantar uma música que seu pai cantava quando criança, para espantar o medo e pensamentos ruins.

— “Se um barulho aparece para te assustar, Cante muito forte, pode até inventar, Não precisa ter medo, isso é imaginação…”

Poderia até resolver por hora, mas e depois? Se nada acontecesse, se ninguém a libertasse, se morresse de fome, estava com fome.

Queria que algo mudasse sua vida, mas não queria ser sequestrada! Seja especifico quando pedir alguma coisa!


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Notas finais do capítulo

Alguma aposta sobre que irá salvá-la?
Nossa, essa musica é da Xuxa, e eu nem gosto dela... Mas é...
Mas enfim... Obrigada a quem sempre deixa sua marca registrada em cada capítulo. É muito importante para mim! : )