Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 4
Capítulo 03 - Acerto de Contas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, mas tive que reescrever o capítulo porque não tinha ficado do meu gosto e não tive muito tempo! Espero que gostem!



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"Que desperdício de tempo e dinheiro!"

Hermione tinha um conceito formado sobre toda aquela "baboseira" de pedido de casamento. Só sua mãe para pensar em algo do tipo, ele só ia se ajoelhar, provavelmente tirar uma caixa com um anel de dentro da roupa e pedi-la em casamento. Qual o motivo de exagerar? Annelize se mostrava bastante animada e ansiosa com tudo, parecia até que ela receberia um pedido de casamento, não a filha. No começo não aceitou muito bem a ideia de Hermione se casar, mas depois de conhecer Harry e seus pais as coisas mudaram de figura. Após a partida dos Potter ela repetiu "Eles te adoraram." umas sete vezes. Hermione não queria atrapalhar a felicidade da mãe, então se afastou dela para não dizer nenhuma besteira. Estava prestes a cruzar a porta de entrada quando se deparou com Gina, que havia acabado de chegar. Hermione pediu que a ruiva a acompanhasse para um passeio, precisava conversar.

— E então, como é o tal Harry? - perguntou minutos após se sentarem em um banco.

— Não sei explicar. Ele é bonito, se é o que quer saber. Têm os cabelos negros como o breu, olhos verdes como esmeralda e aquela cicatriz num formato indefinido. - falou contemplando o céu.

— Sei... Você gostou dele?

— Ele me parece ser uma boa pessoa. Tem bom gosto, sabe tocar vários instrumentos. Pelo o que pude perceber ele sabe manter um bom diálogo, mesmo que não tenhamos conversado muito.

Permaneceram alguns minutos em silêncio, onde se pode escutar apenas o farfalhar do vento. Hermione refletiu. Se Harry era uma boa pessoa do que estava com medo?

— Sabe Gina, estou confusa. Não sei o que pensar... Eu tirei muitas conclusões precipitadas a respeito de Harry... Ele foi legal comigo, não quero parecer egocêntrica ou coisa do tipo, mas tenho certeza de que ele fará o pedido amanha, e... Não consigo me imaginar ao lado dele, casada, e... Muito menos com filhos.

— Com o tempo você aprenderá a amá-lo de um jeito especial.

— Ora Ginevra, você sabe do que estou falando, não sou tão ingênua assim. Nós duas sabemos o que acontece na noite de núpcias de um casal. Estou querendo dizer que não me sinto pronta, emocionalmente e fisicamente para isso.

— Converse com Harry então, conte a ele como se sente sobre isso.

— Ah, claro, vou chegar a alguém praticamente estranho e falar sobre... Às vezes parece que não me conhece.

Gina deu uma risada. Nem parecia que tinham a mesma idade. A ruiva era boa com conselhos e dicas.

— Cara prima, o diálogo, quando presente, entre um casal é muito bom e traz resultados. Agora, acho melhor entrarmos, está ficando frio. - mal terminou de falar e se retirou.

O maior temor de Hermione era a noite após o casamento. Toda mulher - ou a maioria - deseja uma linda e encantadora noite com seu amado. A noite, que deveria ficar gravada na memória como o primeiro momento juntos depois do casamento. Hermione nem tinha sido pedida em casamento e tudo tinha se transformado em seu pior pesadelo. Estaria casada por dinheiro, isso era um tipo de pecado. E dai se ficassem pobres? Dinheiro não era tudo, mas tinha que pensar nas pessoas que seriam prejudicadas.

No interior do castelo sua mãe continuava a falar sobre o dia seguinte. Hermione revirou os olhos e tomou cuidado para não bufar muito alto. Era tão entediante. Tudo foi arrumado as presas. Um bufê - comida francesa - , alguém que tocasse violino enquanto comiam e a decoração.

Seria um jantar. Tinham combinado que os Potter dormiriam no castelo aquela noite.

Mais uma vez Gina e Muriel não poderiam comparecer - Muriel disse algo sobre um parente estar doente há semanas e que já tinham essa visita programada há dias.

Como da outra vez todos estava correndo para se assegurar de que as coisas estavam perfeitas nos mínimos detalhes. Os talheres, copos e pratos tinham sido lavados mais de duas vezes, a mando de Annelize, que conseguia enxergar sujeiras microscópicas.

Por causa dos gritos da mãe - "É isso que você chama de limpo?", "O que significa isso?"... - Hermione foi dormir com a cabeça latejando.

— Ordens de sua mãe! - escutou ao longe e logo em seguida o sol penetrou seu quarto quase a cegando.

Já era dia? Parecia que não tinha dormido direito. Foi como se deitasse a cabeça no travesseiro e o dia raiasse.

— A rainha disse que a senhorita precisa de um trato. Será um dia puxado. - comentou a camareira, Gabrielle, antes de sair do quarto.

Hermione teria voltado a dormir, mas seria inútil. Por consequência do sol o sono tinha ido embora. Só lhe restava levantar.

Um banho com sais relaxantes com certeza estaria a aguardando no banheiro.

Vestido, penteado, tudo deveria estar em perfeita ordem.

Os convidados ilustres chegaram uma hora mais cedo que o combinado. O que foi bom por um lado...

Annelize se encarregou de mostrar as dependências do castelo, onde eles dormiriam e banheiros. Hermione os deixou a sós. Um de seus lugares preferidos no castelo era o jardim. Dependendo de onde se estava a brisa do vento batia suavemente em seu rosto, desarrumando seu cabelo levemente. Ela ficou sentada, em um dos bancos, comtemplando a imensidão do céu azul com os pensamentos longe. (Ou como diria minha professora: "Pensando na morte da bezerra."

— Posso me sentar? - ela quase deu um pulo. Estava mesmo perdida em pensamentos, a realidade lhe fugiu.

— Claro. - então Harry se sentou ao seu lado.

A presença do moreno começou a incomodar Hermione. Gostava de pensar sozinha, tinha a mania de achar que as pessoas podiam ler pensamentos e seus pensamentos eram apenas seus, não gostava de dividi-los com ninguém.

— Nós podemos conversar? - Harry perguntou receoso.

— Podemos.

— Na verdade eu só queria conversar sobre tudo isso.

— Prossiga.

— Bom, é que nós iremos nos casar...

— Você não pediu minha mão a minha mãe.

— Desculpe, mas do jeito que ela está você acha que haverá um não?

— Isso é um fato... Continue!

— Certo. Eu só peço que sejamos amigos além de casados. Você pode e poderá contar comigo, como espero poder contar com você. Precisamos ser sinceros um com o outro.

— Você falou como minha prima, de certa forma. Olha, não quero que me compreenda ou interprete mal, mas és um completo estranho para mim, e... Eu estou com medo. – admitiu corando fortemente. Conversar com Harry sobre seus sentimentos era estranho e até vergonhoso. – Não creio que estamos conversando sobre isso, mas me entenda Harry. Sempre morei aqui, mal sai de casa, não conheço muitas pessoas. Nunca namorei, beijei ou estive com um homem e de uma hora para outra tenho de cumprir deveres reais de me casar e sustentar todo o reino. Sabe o quanto isso me abalou? É muita pressão e eu só tenho dezessete anos.

— Entendo.

— Entende? – perguntou surpresa.

— Sim, sei como é.

Sabe? – ele assentiu. – Bem que minha prima, Gina, disse que seria bom conversar com você... Me sinto melhor agora.

— Isso é bom.

— Muito bom, e antes que eu me esqueça... Será que podemos ler um livro na nossa lua-de-mel? – Harry deu uma risada.

— Claro, porque não? Você escolhe: William Shakespeare ou Agatha Christie?

— Shakespeare , definitivamente. – ele riu mais uma vez. – Você é legal Potter.

— Você também Granger.

Após essas declarações o assunto fluiu tão facilmente que eles nem perceberam estar rindo e gostando da conversa. Começaram a falar de suas infâncias.

— Eu posso te ensinar a jogar tênis.

— Não é por nada não, mas a julgar pela história dessa cicatriz eu prefiro ficar bem longe de você quando tiver uma raquete por perto.

— Haha, engraçadinha! – falou enquanto Hermione ria. O moreno pôs a mão na parte interior da roupa, a fim de procurar o relógio para se certificar do horário. Em sua busca acabou encontrando uma caixinha de veludo vermelha. – Oh... – era a caixa da aliança. – Acho que tenho que fazer isso como manda a tradição...

— Se não se importa, eu acho isso meio clichê, e nós já sabemos a resposta. Por mais que eu prefira ser sua amiga, não é bem mais fácil você simplesmente por a aliança no meu dedo?

— Se você prefere assim.

— Então Harry colocou o anel no dedo anular da mão direita de Hermione.

— Noivos?

— Noivos. – ela respondeu com um leve suspirou. – Puxa... Foi mais fácil do que pensei. – ela olhou para o céu. – Está ficando escuro, acho melhor entrarmos e enfrentar nossos pais. Minha mãe vai pirar.

Como Hermione disse, assim que Annelize viu a filha com a aliança fez o maior alvoroço contestando felicidade. Ela os abraçou parabenizando os noivos e jantaram para comemorar a futura união das famílias.

Hermione começou a reagir melhor sobre o casamento, mas ainda tinha suas crises em que se isolava. E foi em um desses dias de “crise” que ela conheceu ele.

Três dias após o “jantar de noivado” — como Annelize chamava o dia. – Hermione simplesmente saiu correndo rumo a floresta. Era um daqueles momentos em que brigaria com qualquer por não fazer nada. Simplesmente correu, até chegar a uma clareira. Não se ouvia nada ali, apenas silêncio e ao longe o barulho dos pássaros. Tinha corrido muito, se distanciado de casa... Sozinha no meio da floresta, que ironia. Olhando por um lado até que era um bom lugar. Cheio de árvores e flores. Que tal não voltar para o castelo? Poderia viver ali, quem sabe... “Quanta doideira, Hermione!” Estava tão concentrada pensando nessa possibilidade, que se assustou ao escutar barulhos estranhos.

Vinham de algum lugar ali perto. A curiosidade falou mais alto que o receio. Resolveu ir investigar.

Um pouco adiante da clareira, alguém - especificamente um ruivo - estava cortando madeira, não necessariamente derrubando árvore, cortando madeira de lugares onde um dia foi uma árvore.

Hermione ficou assustada. Nunca tinha visto alguém assim. No castelo todos sempre estavam muito bem vestidos e elegantes, e aquele ruivo... Cabelos desgrenhados, suado, sujo de fuligem, roupa desalinhada, cortando lenha, parecia um primitivo. Apressou-se a se esconder atrás de uma árvore o que causou grande estardalhaço. Estava com medo? Ele iria devorá-la por acaso?

Fechou os olhos.

"Até que é um ruivo bonito!" anotou mentalmente.

— Oi...?! - ela deu um grito fino de susto.

O mesmo ruivo que a pouco cortava lenha, estava a sua frente, parado, com uma expressão que não conseguiu determinar o que era, mas era engraçada.

— Está perdida? - Hermione se encolheu. - Desculpe, não quis te assustar. - sua voz era rouca, mas muito firme. Ele levantou a mão na direção de Hermione.

— Não me toque! - disse de repente, o que o fez recuar.

— Desculpe... Me chamo Ronald - falou tentando ser amigável. - mas todos me chamam de Rony.

Não deveria responder, mas algo dentro de si falou mais alto e quando deu por si já tinha dado com a língua nos dentes.

— Hermione...

— Engraçado, tem o mesmo nome da princesa... - ele riu com gosto. Avaliou Hermione detalhadamente. Não era qualquer um que se infiltrava na floresta com um vestido cheio de detalhes e bordado... Hermione sorriu de lado, timidamente, ao perceber seu olhar recaindo sobre suas roupas.

— Ér...

— Ah... Você é a princesa?

— Eu tenho que ir... - tão rápido quanto veio foi-se. Ela se pôs a correr novamente. Ouviu ao longe o tal Rony gritar "Espere", seguido de um "Cuidado".

Não olhou para trás, apenas correu. Estava em um misto de curiosidade, medo e insegurança. Quem era aquele homem?


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Notas finais do capítulo

Ainda estou em duvida se no próximo capítulo teremos Harry e Gina se conhecendo ou o capítulo que eu já escrevi, capítulo revelante, importante para o desfecho da história, que irá interferir na vida de todos...
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