Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 2
Capítulo 01 - Pode Piorar?


Notas iniciais do capítulo

Não me aguentei, tive que postar... Obrigada meninas que estão dispostas a acompanhar a história. Ainda tem bastante coisa a ser desvendada e paixões a serem conquistadas!



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Nada. Nem uma barra. Nem pó.

Como era possível que o ouro tivesse acabado? Tudo bem que eles exageravam um pouco no uso, mas era necessário.

E agora?

Se ao menos pudesse contar com seu conselheiro, mas este estava muito longe e não tinha meios de se comunicarem.

Algo estava errado. Muito errado.

— Teremos que reduzir os gastos. Preciso encontrar uma maneira de arrumar as coisas. - Annelize andava de um lado para o outro pensando.

— Annelize, querida, receio que estou a atrapalhando. - Muriel, sua cunhada a tirou de seus devaneios.

— Não exatamente, só estava pensando no que fazer.

— Escute, não é por nada não, mas em minha opinião, Hermione já passou da hora de casar.

— Ela só tem 17 anos.

— Sim, sim, pode até ser, mas no meu tempo, nossos pais nos casavam com até 15 anos. Depois desse tempo somos consideradas velhas e gastas.

Muriel era uma mulher gorda, de nariz curvo e olhos de contornos vermelhos. Seus cabelos já começavam a ficar ralos pela idade. Estavam em uma mistura de vermelho e grisalho. Quem olhasse ela e Gina detalhadamente negaria até a morte que são mãe e filha.

— Minha filha é nova demais para se casar.

— Talvez, mas em seu lugar a casaria com alguém rico, de preferência com linhagem nobre.

Annelize pareceu considerar. Era uma hipótese, porque com certeza ninguém se casaria com ela, principalmente nessa idade - nem velha e muito menos jovem. Mas quem se casaria com uma garota de 17 anos? A pergunta martelou sua cabeça…

E ai ela lembrou. Ali perto morava um jovem príncipe, bastante rico, que procurava uma esposa…

 

 

Gina e Hermione conversavam no quarto da morena.

— Acho que não pode piorar.

— Também acho que não.

— Só se nos fizessem procurar ouro. Ia ser ultrajante!

— Sim, sim, e… - alguém bateu na porta, Gina não pode completar sua fala.

— Pode entrar. - disse Hermione.

— Olá meninas. - Annelize entrou no quarto. - Gina, querida, será que posso falar com Hermione a sós?

— Claro, eu tinha mesmo que ir falar com minha mãe. Com licença. - e as deixou sozinhas.

— Filha, como foi seu dia hoje? - seu plano era preparar o espirito de Hermione para a notícia bombástica.

— Foi interessante, se assim posso dizer mãe.

— Gostou das aulas?

Trocaram algumas palavras, até Annelize decidir dizer logo a que veio.

— Hermione, escute-me, por favor. É de muita importância o que vou te dizer.

Ela estranhou o modo da mãe falar. Quando ia dar uma notícia desagradável seu tom se tornava mais singelo, para não causar muito choque com a gravidade dos fatos. O que a fez lembrar-se de cinco anos atrás quando… Bem…

— Alguém morreu mamãe? - Hermione engoliu em seco. As lembranças vieram tão frescas e nítidas em sua mente…

 

Flashback On

”- NÃO! Manuel pare de brincar, por favor! - seus gritos podiam ser escutados por todo o castelo. Era a primeira vez que Hermione via sua mãe descontrolada desse jeito. Não sabia o que tinha acontecido, mas pelo o que percebeu não era boa coisa. Dumbledore não deixou que ela visse. A proibiu de ficar naquela parte do castelo.

Choro. Muito choro. Sua mãe estava chorando. O que tinha acontecido? Seu coração ficara angustiado. Era terrível ouvir sua mãe chorar agoniada e nada poder fazer. Em determinado momento pensou em desobedecer a Dumbledore, mas achou melhor não fazê-lo. Ele ficaria bastante zangado.

Ao cair da tarde, tudo estava estranhamente calmo. Quase não se via uma alma viva. Hermione estava ficando assustada com tudo. Afinal, o que tinha acontecido? Por que sua mãe estava gritando e chorando por seu pai? Teria suas respostas brevemente.

Annelize entrou no quarto da filha com olheiras terríveis e visivelmente abatida. Algo bastante sério tinha acontecido.

— Mãe? - o instinto de Hermione fora abraçá-la. Não sabia ao certo porque, mas ela parecia precisar disso.

Annelize respondeu ao abraço e deixou que algumas lágrimas lhe descessem pelo rosto. Como contar? Como dizer?

— Querida. - as duas se sentaram na cama. - Escute o que a mamãe vai falar. Isso vai doer muito. Não tenho ideia de como nossas vidas serão a partir de agora, mas teremos que segui-la sem o papai.

— Vocês vão se separar? Por isso os gritos?

— Não amor, você não entendeu… O papai… - ela recomeçou a chorar jogando fora o trabalho de várias pessoas para acalmá-la. - Seu pai… A gente… Seu pai morreu querida. Ele não está mais conosco. - grandes soluços eram dados nas pausas.

Hermione demorou um pouco para processar a informação e quando consegui, seus olhos se encheram de água.

Seu pai? Logo seu pai. Por quê?

E agora? Quem a ensinaria a montar um cavalo? Ou… Pescar? Ele tinha prometido isso a ela, mas… Não poderia cumprir nada do combinado… Nada…”

Flashback End

 

— Não, ninguém… - Annelize pareceu se abalar um pouco com o que a filha disse. Talvez também tenha lembrando-se do que acontecera… - Eu… Bom… É difícil dizer o que tenho para dizer, mas é preciso. Troquei algumas palavras com sua tia Muriel e… Encontrei uma maneira de resolver nosso problema com o ouro.

— Isso é fantástico, não? - perguntou animada. Se for um jeito de resolver problemas, por que ela estava assim? - Que maneira?

— Casamento…

— A senhora irá se casar? - havia um tom de surpresa em sua voz. - Vai se casar, sério? - surpresa e desapontamento. Não conseguiria imaginá-la com outro homem que não fosse seu pai… Seria… Estranho.

— Ah, não, não. Quem se casaria comigo? Velha e praticamente acabada. - falou rindo.

— Não acho que está velha e acabada! - disse indignada. - É muito bonita, mãe!

— Vindo de você é o maior dos elogios, mas não… - Hermione sorriu com o comentário da mãe.

— Então, quem vai se casar?

— Bom… Você, com o príncipe de Durmstrang. - até que compreendesse o que lhe era dito, seu sorriso se dissipou.

Como assim?

— O que? Não! Não vou me casar!

— Desculpe, mas este é o único jeito de salvar nosso reino.

— Não mãe! Não quero saber. Não irei me casar com alguém que sequer sei o nome! - um nó se formou em sua garganta.

— Harry Potter. - Annelize disse calmamente.

— O que?

— Ele se chama Harry Potter.

— Isso… Isso não muda nada… Eu… Quero ficar sozinha mãe. - precisava de espaço, respirar.

— Certou, vou deixá-la só. Só quero que saiba que independente de suas decisões, a decisão está tomada. Tenho que fazer o que achar certo e o melhor para o povo. - retirou-se.

Um turbilhão de coisas passava por sua mente. Como a vida é complicada. Em um minuto você está feliz, realizada e no outro está confusa, sendo obrigada a se casar com um completo desconhecido. Nessas horas que ser princesa era um pesadelo. Tinha que pensar nos outros primeiros, principalmente nessas horas e era isso que sua mãe estava fazendo. Quando Annelize assumiu o posto de rainha fez um juramento “Tudo em prol do povo!” Ou seja, tudo em benefício do povo…

Hermione saiu do quarto com a cabeça a mil. Não sabia ao certo o que fazer, iria seguir onde seu pensamento e pés a mandasse. Jardim…

Dera uma vontade de correr. Correr para bem longe. O único problema era que não poderia sair do terreno do castelo, imagine o alvoroço que seria alguém ver a princesa no vilarejo.

Correu até onde lhe era permitido. Encostou-se à primeira árvore que viu, sentou-se ao pé dela e chorou.

Estavam mandando em sua vida a tal ponto, era isso? Será que ela não tinha nem o direito de escolher com quem casar? Sim, certo, era para salvar o reino, caso contrário todo ficaria pobre de maré, mas… Isso já era muito. Por que ela? Por quê? Gostaria de não ser a princesa, pelo menos casaria por amor, não por dinheiro. Horrível, estavam estragando sua vida. Não era assim que queria se ver no futuro. Casada, com alguém que provavelmente não ama, angustiada, presa, infeliz…

Não era justo…

Ficou ali por um bom tempo, até escurecer… Só criou coragem para levantar quando Gina veio falar com ela.

— Eu sei… - a ruiva disse. - Ficar chorando ai não vai mudar nada, prima.

Nota mental para Hermione: Agradecer mais ainda por ter Gina em sua vida.

Ela não precisava casar, quer dizer, poderia fugir, é… Fugir para bem longe e estar em um lugar onde ninguém a conhecesse. Um lugar onde ela se sentisse bem, isso…

— Pode parar mocinha. Não está pensando em fugir, está?

Gina a conhecia bem demais.

— Não estou. - sibilou, mas suas ações a denunciaram. Quando mentia falava baixo, quase um sussurro.

— Você não devia pensar nisso. Por mais que seja tudo repentino e complicado deve enfrentar as coisas de cabeça erguida e sorriso no rosto.

Hermione ponderou.

— Pense no que eu disse.

Ela sempre dizia a coisa certa na hora certa.

 


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