Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 16
Capítulo 15 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal, e não me matem! Eu simplesmente não tive tempo de escrever o mês todo, só hoje! Bom, acho melhor desejar feliz ano novo também, porque não tenho certeza se escreverei até lá! Enfim, o capítulo!



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Luna Lovegood não era o que Hermione chamava de amiga presente para todos os momentos, até porque, algumas vezes, a castanha teve dificuldade de entendê-la, mas era uma boa companhia.

Segundo Hermione, Luna vivia no mundo da lua, criando e imaginando coisas que uma pessoa "sã" nunca formularia. Mas esta era a questão, apenas uma pessoa em plena sanidade, com os pensamentos no lugar, seria capaz de acreditar em Bufadores de chifre enrugado, Narguilés, heliopatas, coisas que Hermione não tinha ideia do significado de nenhum dos termos, e nem gostaria de saber.

Ela vivia sozinha com o pai, desde que perdera a mãe em um acidente que não foi muito bem explicado. Talvez, pensou Hermione, ter apenas a convivência masculina a tenha influenciado para o seu estado. Mas Luna parecia estar bem mesmo assim.

— Então você veio de High Inquisitor?

— Sim! - Hermione respondeu com irritação. Era a terceira vez que Luna perguntava a mesma coisa. - Perto de During.

— Estranho... Eu nunca ouvi falar de nenhum desses lugares!

— Porque são cidades bastante distantes e pouco faladas.

— Hum... Meu pai já foi à Quibbler uma vez. Ele disse que é seu lugar preferido em todo o mundo! - então, Quibbler existia? Hermione o tinha inventado... Mas pensando bem, talvez já tivesse escutado este nome em algum lugar...

Luna, Hermione percebeu, parecia ter um tipo de ligação bastante forte com o pai. Talvez porque, como não tinha a mãe, o pai tivera de dar atenção, amor e carinho em dobro, para tentar não fazê-la sentir tanta falta de uma presença feminina.

Hermione invejava a todos que tinha mãe e pai presentes. Gostaria de poder voltar ao passado e encontrar uma maneira de evitar a partida de Manuel. Infelizmente, ela sabia que era impossível.

— Eu não sei por que, mas você me lembra alguém! - a loira a encarava avaliativa. - Ah, claro. Você me faz lembrar a princesa Hermione!

Hermione gelou. Como Luna poderia achá-la parecida com a princesa - no caso, com ela mesma - se nunca tinha visto aquela figura loira antes?

— Vo-Você já viu a princesa? - perguntou, sentindo a pessoa mais nervosa do mundo. Não queria que ninguém soubesse sua real identidade, apenas queria poder ser ela mesma, agir como quisesse agir sem que a julgassem por seus atos.

— Não pessoalmente. Já vi por retratos pintados, e vocês têm alguns traços parecidos. Inclusive os olhos.

Ótimo! E agora essa! Será que os outros também achavam o mesmo?

— O sol está ficando baixo! - disse Luna olhando o céu sonhadoramente. - Deve estar ficando tarde! - as duas se despediram, e Luna disse que talvez não pudesse ir visitá-la no próximo dia.

Quando Hermione entrou na Toca, Molly adiantava o jantar na cozinha. Aquele era um dos dias em que todos chegavam tarde, mortos de cansaço, e principalmente de fome.

— Senhora Weasley? - Hermione a chamou ao pé da mesa de refeições.

— Luna já se foi? - ela assentiu. - Tinha planos de convidá-la para o jantar. Sim, diga querida!

O que ela diria? "A senhora nota alguma semelhança entre a princesa e eu? É que Luna disse que erámos parecidas, e eu entrei em pânico, e quero confirmar se ela não está maluca ou algo do tipo!"

— A senhor acha que eu me pareço com alguém? - perguntou receosa. Hermione era do tipo de pessoa que pensava duas ou até três vezes antes de falar. Pensava nas possíveis respostas, e suspeitas que pudesse levantar dizendo certas coisas. Tentou ser o mais sútil e parecer o mais despreocupada ao falar.

Molly a encarou detalhadamente, como Luna havia feito minutos atrás.

— Ora, me chame de Molly. Senhora me faz sentir uma velha incapaz de fazer as coisas! - ela lhe falou com tanta simplicidade que Hermione não conteve um sorriso. - Agora, que eu me lembre, não tenho recordação de alguém que pareça com você! Mas, por que a pergunta?

— Ah... Nada, só... Curiosidade! Mas, me diga, por favor, a senho... Você, Arthur, ou quem sabe seus filhos, conhecem a princesa de Hogwarts? Hermione?

Molly deu um riso irônico antes de falar.

— Menina, nós somos pobres. Moramos no interior da floresta, um lugar afastado. O que faríamos perto de uma princesa?

— Ah, não sei! Nem por retrato? Ou de longe? - ela insistiu. Pensou em qual seria suas reações ao saberem que ela era a princesa. Então, ela desistiu das perguntas ao ver Molly balançar a cabeça negativamente.

— Sente-se. - até aquele momento, as duas conversavam em pé. Molly sentou em frente à garota. - O dia em que eu estiver frente a frente com alguém da realeza, e tiver plena consciência disto, será o dia em que eu terei certeza de que a condição de minha família melhorará para sempre!

Hermione encarou o céu pela janela. Estava realmente escurecendo. Ela realmente gostava da senhora Weasley, ou melhor, de Molly, e se sentia mal por estar mentindo, por mais que fosse por uma boa causa. Ela merecia saber a verdade. Contudo, Hermione não podia lhe prometer que a condição da família melhoraria...

— Mo...

— Mamãe! - sua fala foi cortada pelos gêmeos, Fred e George, que chegavam do trabalho. - Essa comida está com um cheiro ótimo!

— Olá Mione! - disse um deles, que Hermione identificou - ou pelo menos achava ter identificado - ser Fred. - Teve um bom dia?

— Sim, obrigada! E você?

— Trabalho puxado abastecendo as lojas!

Logo, Percy, Carlinhos, Gui e Rony chegaram, juntando-se a eles. Arthur, como sempre, chegaria de manha e não ficaria muito tempo.

Durante o jantar, Hermione pensa sobre o que Luna falou mais cedo. Ela definitivamente não quer se parecer com Hermione. Como já tinha mudado o nome, não faria nenhum mal mudar outras coisas. Se tornaria Mione, e Hermione ficaria enterrada até que precisasse voltar à tona.

Mas ela precisava de ajuda! Teria que adiar seus planos, pois Luna dissera que talvez não passasse por lá. E, por mais que Luna tivesse um temperamento diferente do de todos, nada melhor que uma ajuda feminina.

...

Rony chegou completamente cansado do trabalho. A única coisa que pensava era em dormir. Sua cama o aguardava no andar de cima, quente e confortável! Entrou pela porta da cozinha, sendo recebido pelo cheiro inebriante da comida de sua mãe. Entretanto, não foi exatamente isto que prendeu sua atenção. Sentadas à mesa estavam Luna, com seu jeito sempre sonhador, sua mãe e uma moça que ele não reconheceu de imediatamente. Ela tinha os cabelos castanho-escuros, quase negros que iam até seus ombros, e os olhos cor de mel... E... Como Rony não tinha a reconhecido? Era Hermione, e ela tinha cortado os cabelos? Como e por quê?

— Rony, que bom que já chegou! - Molly o recebeu com um caloroso abraço. - Está com fome querido? O jantar sai assim que seus irmãos voltarem!

— Irei esperá-los. Na verdade... Eu gostaria de conversar com a Mione!

Os dois saíram para o jardim sob olhares inquisidores de Molly.

Para princípio de conversa, Rony não sabia exatamente o que dizer a ela. Talvez questioná-la sobre o corte de cabelo, que embora fosse ousado, tivesse a deixado mais atraente. De toda a forma, ele preferia seu cabelo comprido.

— Então, sobre o que quer conversar? - Hermione, sentindo-se incomodada com o silêncio, perguntou.

— Ah, nada especial. Bom... Por que você decidiu cortar o cabelo? - então, Hermione se pôs a contar a conversa que tivera com Luna dias atrás, e que queria se livrar da imagem de "Hermione". — Mas você sabe que sempre continuará sendo a Hermione, queria você ou não. Fazendo qualquer coisa!

— Eu sei! - Hermione suspirou pesadamente encarando o chão. Um dia destes tinha acordado pensando quanto tempo sua farsa duraria. Não podia mentir para sempre...

— Bom, você sabe, se precisar de algo eu estarei aqui para te ajudar! - Rony a fez olhá-lo nos olhos.

Aquela parecia uma repetição da primeira vez em que quase se beijaram. Rony não conseguia desviar os olhos dos dela. Eram como imãs. Ele sentiu uma vontade de descobrir a sensação de ter seus lábios prensados contra os dela, mas tinha receio de sua reação. Não tinha como negar, estava apaixonado por Hermione Granger, a princesa.

Hermione não estava muito longe disto, já tinha plena consciência de seus sentimentos, e não queria lutar contra eles. Nunca tinha se apaixonado na vida, e saborear aquela experiência era maravilhoso. Mesmo que as coisas não dessem certo, Hermione o guardaria no coração, sendo a primeira pessoa que despertara sentimentos nela.

— Meninos, está na hora de comer!

Não importava quantos anos eles tivessem, Molly sempre os trataria como crianças, pois todos eram seus bebês.


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Notas finais do capítulo

O corte da Hermione não tem nada haver com o corte radical da Emma Watson! É mais comprido! Então, acho que Feliz Ano Novo e até o próximo ano!