Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 10
Capítulo 09 - Bilhete




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Ela claramente sentia falta dele.

Tiveram um casamento arranjado, mas ela não se arrependia de nada.

Quando estava com seus dezenove anos, seus pais decidiram que já estava na hora de casar-se. Um estranho, com quem nunca tinha estado. Foram apresentados de uma forma bastante estranha.

No início teve um pouco de receio, mas por fim deixou a timidez de lado e conversaram. Ela não estava de acordo com a decisão dos pais, mas naquela época de forma nenhuma poderia desobedecer a eles.

Não foi tão mal assim. Havia muitas coisas em comum entre eles, e isso os aproximou mais. Conseguiram estabelecer uma relação positiva, e assim se entenderam bem. Tornaram-se grandes confidentes. Ela se sentia bem ao conversar com ele.

Depois de alguns meses se conhecendo veio o casamento, e logo em seguida a primeira filha. Viveram muito bem, mesmo com a companhia da cunhada e, de certa forma, sobrinha, que ficaram desamparadas com a perda do marido e pai.

Annelize aprendeu a amar Manuel com o tempo. Sim, era possível. Então por que Hermione relutava tanto em aceitar Harry? Se ela conseguiu esse feito por que ela não?

Resposta simples: Hermione tinha um gênio forte demais com coisas que ela considerava erradas. Sempre fora cheia de sonhos e expectativas para o futuro.

Annelize compreendia, mas às vezes não podemos ter certas coisas.

Era duro ter que dizer um não a ela, porém o fazia. Era o melhor.

Ela não era de fazer birra, nunca foi. Sim, birra! Para Annelize tudo não passava de birra.

Entendia tudo perfeitamente, então, o que estava acontecendo?

Era dez da manha e Hermione não tinha descido para tomar café.

— Gina, você não viu Hermione ultimamente? - perguntou demonstrando preocupação.

— Para falar a verdade tia, eu não a vi. - respondeu em tom de desculpas. - Se quiser eu posso tentar falar com ela.

— Obrigada, mas não quero incomodar, e Hermione é problema meu.

— Não será nenhum incomodo, e ela confia bastante em mim.

Muriel estava sentada com as duas, apenas observando. Costumava opinar nessas situações, mas desta vez permaneceu calada.

Logo após o término da refeição, Gina foi tentar falar com a prima. Esperava que ela mudasse de atitude ao conversarem, mas seu plano foi descartado pelo ralo já na primeira tentativa.

Bateu na porta de seu quarto e não obteve retorno. Pensou que ela estaria dormindo, mas imediatamente rejeitou essa hipótese. Hermione não costumava dormir até tão tarde.

Notou que a porta estava destrancada e decidiu entrar.

— Ei, eu estou entrando! - anunciou-se. - Mione? - chamou ao notar que não havia ninguém no quarto.

As cortinas fechadas e a cama desfeita. Onde ela teria ido? Foi até o banheiro. Nada também, nenhum indicio de que fora utilizado. Se ela tivesse saído logo cedo, alguém teria avisado. Não estava em nenhures.

Prestes a sair do quarto notou uma folha na escrivaninha de Hermione, intitulado “Para a rainha”, em uma caligrafia caprichada. Só poderia ter sido escrito por sua prima, que provavelmente tentou fazer uma sátira com a posição de sua mãe.

Algo estava certamente errado. Com o papel entre os dedos foi atrás de sua tia.

Annelize adorava tocar piano, como todos, era seu instrumento preferido. Talvez porque fosse um objeto de onde notas doces e graves podiam ser tiradas facilmente, levando ao ouvinte a um mundo paralelo.

Aventurava-se a reproduzir determinadas sinfonias de Beethoven quando uma Gina meio avoada a cercou.

— Hermione não está no quarto. - declarou.

— Mas aquela menina… - falou perdendo o controle. Ela estava lhe dando muita dor de cabeça. - Vou pedir a alguém que a procure.

— Espere! - Gina deu um longo suspiro antes de prosseguir. - Eu encontrei isto em seu quarto. Não quero ser pessimista, mas acho que não é um bom sinal.

Annelize pegou o papel um pouco carrancuda. O que tinha feito de errado a Hermione, além de obrigá-la a se casar? Tinha sido uma má mãe?

Era um curto bilhete…

“Pensastes que foste escrito por sua filha, Hermione? Completamente enganada rainha. Minha mensagem é clara e breve, a princesa foi sequestrada. E nenhuma recompensa paga por sua ‘devolução’!”

Annelize precisou de alguns minutos para entender. Tinha se levantado para falar com Gina. Só depois percebeu o erro que fez. Caso não tivesse um banco atrás de si, teria caído.

— O que diz a carta, ou seja lá o que é isso? – perguntou Gina exasperada com a atitude da tia.

— Chame Severo, por favor. – a primeira coisa que conseguiu formular.

— Mas…

— Faça o que eu disse! – disse sendo um pouco grosseira.

Foi difícil pensar. Quer dizer, Hermione havia sido sequestrada? Sua filha, a pessoa que mais amava. Era pior que perdê-la por morte, pelo menos saberia onde estava.

Não soube quanto tempo depois, mas Snape veio correndo com Gina em seu encalço.

— O que houve? – perguntou tentando fazer uma expressão de preocupação.

Ela nada disse. Entregou-lhe o bilhete e se pôs a chorar.

— Céus, alguém sequestrou a princesa. – informou à Gina, que arregalou os olhos, horrorizada.

— Quem faria tal barbaridade? – falou mais para si, que para os dois presentes.

— Eu quero a minha filha!

Snape a abraçou. Um abraço falso, como todos que dava. Não se importava com a quantidade de pessoas que teria de derrubar para conseguir o queria. Reinar como líder. Ter seu legado.

— O que diremos aos Potter? – Gina parecia se segurar ao máximo para não chorar. Sentia um nó na garganta.

— Ah, minha filha… – não se importava com a família Potter. Queria saber de sua filha! Tornaria a vê-la novamente. Se sim, quando? Nunca pensou ter que passar por essa situação.

— Nós daremos um jeito de encontrá-la. Não se exalte minha rainha. – fingimento era uma marca registrada dele.

— Creio que a primeira coisa que precisamos fazer é avisar a todos, e, quem sabe, organizar grupos de busca.

— Correto, e eu posso tentar recrutar grupos. Cuidarei disso agora mesmo! – prontamente, Snape deixou Annelize sob os cuidados de Gina e retirou-se, sorrindo vitorioso.

Até agora seus planos tinham dado certo. Em anos isso não acontecia, desde… Bom, desde aquela vez… Vitor estava a par de das suas tramoias, e mesmo não estando de acordo, aceitou. Iria contatá-lo, contar que dariam a volta por cima…

Dois dias havia se passado desde o sumiço de Hermione. A própria Gina contou a Harry o que havia ocorrido, e o moreno pareceu sensibilizado. Não tinham muito a fazer, a não ser sentar e ter fé de que tudo iria se reverter.

— Eu só não entendo por que alguém a sequestraria sem pedir recompensa. As pessoas más de hoje em dia são loucas! – Harry parecia preocupado demais. Afinal, tinha criado afeição por Hermione, gostava dela como quem gosta de um amigo.

— Eu queria minha prima aqui. Sinto falta de alguém para conversar! – disse Gina tristonhamente. – Espero que essa pessoa doida crie consciência!

Os dois estavam no jardim, no lugar preferido de Hermione.

— Ela esteve esquisita desde que sua tia disse a data do casamento, certo?

— Sim. Na verdade ela pirou.

— Confesso que não fiquei feliz também, mas é melhor me casar com ela, que com uma tal de Cho Chang.

— Cho Chang? – perguntou achando o nome engraçado. – Quem é a moça, posso saber?

— Não sabe quem é? – Gina negou. – Quase todo mundo sabe. Admira-me você não. Uma namorada que tive uma vez. Vai por mim, você não irá querer saber o que ela fez. Mas asseguro que me arrependo de ter a conhecido.

— Que trágico, não?

— Nem um pouco.

Seguiram alguns minutos de silêncio, em que os dois encararam o céu, naquela noite sem nenhuma estrela.

— Espero que ela esteja bem!


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me. Tenho algo a dizer em minha defesa, não é bem uma defesa, mas... Bom, o ano está acabando, as aulas estão acabando, e eu preciso de nota em matemática, está bendita matéria. Felizmente, eu ainda tenho salvação, então o negócio é enfiar a cara nos livros e estudar, se não: Prova final de recuperação, coisa que nunca passei, e não é agora que passarei! Enfim, espero que continuem lendo mesmo assim!