Allergic To Love escrita por Camila Dornelles
Custou para dormir aquela noite. Hermione se virou de um lado para o outro quase todo o tempo. Ela ficava se lembrando dos olhos de Tom presos aos seus. Do toque macio de suas mãos nela, naquela voz rouca, naquele cabelo, naquele sorriso.
- Mais que droga Hermione! – sussurrou para si mesma.
Ela não podia gostar dele, não podia se sentir atraída pelo mini Voldy. E ainda tinha Erick, ela lhe dera um fora tremendo, sentia-se culpada por fazer aquilo. Mas era necessário. Agora, eu relação às fotos... Precisava dar um jeito. Mas... Como?
Amanheceu e ela mal percebeu, só quando Eileen abriu as cortinas de sua cama violentamente.
- O que foi? – indagou Hermione tapando os olhos com as mãos por causa da claridade.
- Hogsmeade. – disse ela simplesmente.
Hermione se levantou e foi para o banheiro, fez sua higiene matinal e tomou m banho. Como o dia estava quente, colocou um vestido simples e bege com um casaquinho rosa por cima e uma sandália rasteirinha gladiadora bege também. Passou um pouco de Poção Capilar Alisante nos cabelos e os prendeu dos lados, em duas famosas “marias-chiquinhas”.
Quando saiu, Patrícia e Eileen ja estavam prontas e a esperando.
As três deram os braços e foram para o Salão Principal. Tomaram um rápido café e foram para as carruagens. Adentraram uma vazia e ela partiu para o vilarejo
Elas foram a Dedos Mel, que Hermione jamais achou ser tão velha assim, e quando passaram em frente, viram Abraxas e Catherine adentrando o Café da Madame Puddifoot, e caíram na gargalhada. Eles até combinavam, mas Abraxas aparentava não gostar muito de ir até o café.
As três ficaram andando pela vila e resolveram ir para o Três Vassouras. É claro, Hermione se arrependeu profundamente, pois logo que entrou, viu Erick com seus dois amigos conversando.
- Ah olha! – disse Eileen – O Tom. Vamos lá com ele.
E arrastou Patrícia e Hermione. Tom estava sentado na mesa do canto, sozinho com uma cerveja amanteigada quase intocada nas mãos. Elas se sentaram ao lado dele. Uma de cada lado, e Hermione ao lado de Patrícia.
- Oi Tom! – exclamou ela sorridente.
- O que foi Eileen? – indagou ele.
- Nada, seu grosso. Só queria saber se você pode fazer companhia a Hermione, eu e Patrícia vamos procurar o Tobias.
- O que? – indagou Hermione – Eu vou com vocês!
- Você não vai querer segurar vela – esclareceu Patrícia.
- E você?
- Eu vou atrás do Abraxas.
- Mas o vimos com...
- Vamos Paty. – interrompeu Eileen e puxou a amiga.
As duas saíram quase correndo do bar. Hermione se levantou para sair dali, mas algo a impediu. Tom segurava sua mão. Ele a forçou para baixo e ela se sentou, mas não o encarou nos olhos. A lembrança da noite anterior à fez ficar super corada e morrendo de vergonha.
- O que foi? – indagou ela olhando para seus pés.
- Nada. Só duvido que tenha mais alguém para acompanhar aqui em Hogsmeade, eu também não tenho. Então unindo o útil ao agradável, fique aqui comigo.
Hermione sentiu vontade de bater nele, mas tudo o que ele dissera era a mais pura verdade. Deu os ombros.
- Seus sapatos estão sujos? – indagou ele.
- Não, por quê?
- É porque você esta olhando muito para eles. – ele riu com desdém.
Ela levantou o olhar o encarando brava.
- Assim é melhor. – disse ele – Quer alguma coisa? Uma cerveja amanteigada?
- Sim, claro.
- Eu já volto. – ele se levantou e foi até o balcão.
Hermione arregalou os olhos. Ele estava até bonzinho comparado com os outros dias. Prestativo até, e um pouquinho, simpático? Ele voltou, mais ao invés de sentar na cadeira que estava, sentou na que Patrícia desocupara, ao lado de Hermione e depositou uma garrafinha frente a ela.
- Obrigada. – falou e a abriu, sorvendo um pequeno gole.
Tom não falou nada, voltou a beber da sua.
Os dois encararam a mesa sem saberem o que falar. Os três grifinorios saíram do bar e Hermione escondeu a cabeça, olhando para a parede atrás de si. Não queria que Erick a visse ali, com Tom.
O mesmo olhou para a parede com curiosidade justamente para ver o que Hermione encarava.
- O que esta olhando?
- A arquitetura nova. – disse sem pensar, a porta do pub se fechou e ela voltou a posição antiga.
Riddle deu os ombros e também voltou a sua posição antiga.
-Qual o nome dos seus pais?
-Hellen e Frank Granger.
-Ambos são Puro Sangue?
-Sim.
-Hum, o que eles fazem?
-Meu pai é Inominável e minha mãe trabalha com importação e exportação de objetos mágicos.
Teve que ser rápida e dar uma vida totalmente diferente á seus pais. Não poderia dizer que ambos eram dentistas trouxas.
-Interessante. Sempre leio artigos sobre isso, e nunca vi o nome de sua mãe.
-Ela geralmente trabalha fora do país.
-Ah. Não vai me perguntar sobre os meus pais? - Seu tom de voz atingiu o extremo da malicia e ela soube que as coisas estavam ficando perigosas.
-Sei que é órfão.
-O que mais sabe sobre mim?
-Só o que me contam.
-E o que seria isso?
-Sei que é um ótimo bruxo, que nem sempre age corretamente, é fechado, e tem um clube de amigos muito seletos. – Comensais, ela pensou – Sei que não gosta de trouxas, e que tem um grande plano para o futuro.
-Parece que as fofoqueiras de Hogwarts acertaram. Também ouviu os pobres coitados da Grifinória dizendo que eu sou um monstro malvado?
-Sim.
-E isso não á assusta?
-Me assusta pensar em que todas essas suas características juntas podem te transformar.
-Em nada mais do que eu já sou.
-E o que é?
-Um monstro. Sou um monstro Granger.
-Não é não.
-Tem certeza?
-Você está aqui, é tudo o que do que eu preciso ter certeza.
-Vou acabar te decepcionando, não sou o que você pensa.
-Espero que esteja certo.
-Depois não diga que não avisei.
Sim ela sabia que provavelmente acabaria se machucando, mas já estava atolada naquela guerra até o ultimo fio de cabelo, acreditar que passaria por tudo ilesa, era ingenuidade.
-Oi gente.
Eileen apareceu no bar ao lado do namorado, só para quebrar o clima ruim entre os dois.
-Mione, acho que você não conhece o Tobias, certo?
O garoto era realmente feio. Tinha olhos negros arregalados e escuros, os cabelos eram escorridos e sem vida, e possuíam uma aparência oleosa, o nariz era pontudo e um pouco torto, tinha barba por fazer, era alto e magricelo. E mesmo se não soubesse, diria que aquele garoto era parente de Severo Snape.
-Olá Tobias.
-Granger, Riddle.
Snape cumprimentou com a expressão insossa. Tom o ignorou totalmente, olhando fixamente um ponto acima da cabeça dos três.
-O que estão fazendo de bom?
-Conversando. – respondeu querendo sair dali e se esconder.
-E vocês?
-Estamos procurando Patty e Abraxas, aqueles dois... - Eileen tinha um olhar sonhador, e eu me preocupei.
-Mas Eileen, o Abraxas não está...?
-Temos que ir queridos.
-Mas...
-Até mais tarde Hermione. Tom. Vamos Tob.
O jeito que ela me olhou, deixou claro que aquele era um assunto para mais tarde. O resto da tarde foi agradável, ou melhor, tão agradável quanto uma tarde com o Riddle poderia ser.
-Parece-me que temos que ir Hermione.
-Claro, vamos.
Enquanto ele a acompanhava até a carruagem, Hermione pesava em como aquela tarde tinha sido boa se aquele ao seu lado fosse só um garoto comum, como teria sido bom estar ali por apenas gostar dele, e como teria sido bom que do sucesso de seu relacionamento não dependesse varias vidas. Ao se despedirem para mais uma noite de sono agitado, Tom segurou a mão esquerda da garota entre as suas e depositou um beijo casto, num gesto perfeitamente galanteador. Ao deitar, ela pensou em tudo. Mas principalmente em como faria para explicar para sua lógica, o que sua emoção gritava.
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