Allergic To Love escrita por Camila Dornelles
Os meses se passaram e dezembro chegou acompanhado do inverno. Hermione e Tom não se falavam, ela o evitava de todas as formas possíveis, tentando até persuadir Slughorn a troca-la de parceiro. Mas o professor não concordou, e eles foram obrigados a continuarem parceiros.
Antes do Natal, houve um passeio a Hogsmeade, e todos aproveitaram para comprar presentes. Hermione comprou um perfume para Tom. Mesmo não falando com ele, lhe daria secretamente, ele jamais saberia quem foi. O frio era intenso, a neve caia sem piedade pelas ruas. Tudo parecia ter sido coberto por um tapete branco e fofo. Eileen estava com Tobias, e Patrícia resolvera ficar no castelo. A onde poderia ir? Caminhou pelo vilarejo sem rumo e, um pouco longe dali, avistou uma pequena casinha. Não podia ser pior que o Três Vassouras, então, foi até lá. As janelas estavam bloqueadas por cortinas então ela não pode ver lá dentro. Segurou a maçaneta da porta e abriu com tudo. Para sua surpresa, encontrou, ninguém mais, ninguém menos que Tom Riddle sentado em uma poltrona.
- O que faz aqui? – indagou ele a encarando secamente.
- Achei que era um lugar bom pra ficar... Mas, estava enganada, fui.
Ela se virou para ir embora, mas Tom a chamou.
- É um bom lugar, pode ficar se quiser.
Hermione deu os ombros e entrou. Era uma típica casinha, em um canto, uma mini cozinha toda de madeira e do outro, onde Tom estava, uma sala com duas poltronas, uma de frente pra outra e no centro delas, uma mesinha.
Eles ouviram um barulho alto e Tom se levantou empunhando a varinha. A casa toda tremeu como se um terremoto estivesse se aproximando. Alguns copos sujos em um armário da cozinha caíram no chão e se quebraram. Depois tudo ficou calmo. Hermione abriu uma cortina para ver algum movimento, mas a janela estava bloqueada por algo branco.
- Impossível. – disse ela.
- Uma avalanche? – indagou Tom – Ai Merlin.
Ele olhou em todas as janelas da casa.
- Alguma saída? – perguntou ela
- Nenhuma. Estamos presos.
- O que? – indagou ela, a voz elevada, os olhos arregalados – Presos?
Ela voou para a porta e começou a esmurra-la desesperadamente.
- Não podemos estar presos! – gritava – Não posso ficar presa aqui! Não posso!
Tom se sentou na poltrona que estava antes e encarou o teto.
- Não vai fazer nada? – indagou ela o encarando.
- Não posso fazer nada Granger. A neve cobriu a cada toda, nem com as varinhas vamos conseguir. Deve ter comida por ai. Agente espera até amanhã. Eles darão por nossa falta na escola e virão nos tirar daqui. Agora senta ai e fica quieta mulher!
Hermione revirou os olhos, tiro a toca, as luvas e o sobretudo e pendurou-os na fechadura da porta. Caminhou até ele e se sentou frente ao moreno.
Algum tempo se passou e eles ficaram em silencio.
- Enquanto esperamos... – começou Tom – Que tal um jogo?
- Jogo? – repetiu Hermione – Que tipo de jogo?
- De perguntas e respostas. – falou Tom, um sorrisinho brincando em seu rosto – Quem mentir tira uma peça de roupa.
Hermione arregalou os olhos.
- E qual seria a finalidade desse jogo?
Tom deu os ombros.
- Passar o tempo.
- Esta bem... – disse ela meio hesitante – Comece.
- Já se apaixonou Granger?
Hermione se lembrou de Rony.
- Já. – disse – Você?
- É claro! – ele bufou.
- Esta mentindo. – disse ela.
- O que? Claro que não!
- Qual é Riddle. A mentira estampa seu rosto.
Tom se levantou e tirou seu casaco jogando-o sobre a mesinha.
- Já beijou um garoto além de mim?
Ela pensou em Víctor Krum.
- Sim... Você gosta de si mesmo Tom?
- Não. – ele olhou para os pés – Você tem família Granger?
-Eu... Não. Meus pais foram mortos por uma bruxa louca. Morei com a mãe de um amigo antes de vir para Hogwarts. E você Tom?
- Não. Não conheci meus pais, fui criado em um orfanato. – ele não a olhou – Porque você conversa com grifinorios?
- Porque eles são legais Riddle. Não são como você pensa.
- Você respondeu rápido demais.
- E o Kiko?
- Não foi com convicção, então é mentira. Tire uma peça Granger.
Hermione revirou os olhos e tirou a jaqueta, ficando só com uma blusa de mangas compridas. Tom estava com uma camisa também.
- Me conte alguma coisa sobre você que ninguém sabe Riddle. – disse ela após pensar um pouco.
- Sou carismático e extrovertido.
- Não é não. Esta mentindo.
Tom revirou os olhos e se levantou. Levou as mãos aos botões da camiseta e foi soltando-os um a um, lenta e provocadoramente. Ele a tirou por fim, e pôs na pilha. Hermione o encarou e uma quentura subiu por seu corpo involuntariamente. Como podia ser tão lindo? Seu peitoral definido a fazia quase babar. Ele era, definitivamente, um deus grego.
- Você tem alguma coisa com Erick Nortman? – perguntou depois de voltar a se sentar, só que no chão.
Hermione o imitou e sentou no chão com as costas repousadas na poltrona.
- Ele me chamou pra sair, mas eu recusei, como já te disse. Conversamos às vezes. Mas, é só.
Tom a observou por um momento e suspirou derrotado, era verdade.
- Porque você é assim? – indagou ela.
- Assim? – perguntou tem entender.
- É, grosso, meio insensível. Você afasta as pessoas desse jeito.
- Acho que é o meu jeito... Você gostou do beijo que rolou entre nós dois?
- Não – disse ela rápido demais – Você foi um selvagem!
- É mentira.
- Não, não é. – ela cruzou os braços em uma atitude birrenta.
- Sim, é! Vamos Granger, tire.
- Não vou tirar nada!
- Ah, qual é. Eu tirei, você pode tirar também. Ou a blusa, ou a calça... Você é quem sabe.
- Certo.
Hermione ergueu o tronco e retirou a blusa revelando um sutiã rosa claro e rendado. Tom encarou boquiaberto.
- Que atributos Granger...
Hermione cruzou os braços sobre o colo e jogou os cabelos em cima.
- Não se cubra Granger, eu não estou fazendo isso.
Ela não disse nada. Tom revirou os olhos e se aproximou dela. Puxou suas mãos delicadamente descruzando-as. Ele tirou os cabelos dela de cima e respirou fundo. Como se o perfume que viesse dela o inebriasse por completo.
Resolveu ficar por ali mesmo, ao lado dela. Hermione o encarava meio zonza, a presença dele ali, perto demais dela, a estava matando.
- Quer parar com isso? – pediu respirando fundo.
- Não estou fazendo nada Granger. Mas... É minha vez. – ele a encarou por um momento – Você quer que eu te beije agora?
Hermione arregalou os olhos.
Sim, queria aquilo mais que tudo, mas não podia dar o braço a torcer. Porem, se mentisse, ele iria saber e ela seria obrigada a tirar outra peça. E isso seria um grave problema.
- Sim, eu quero. – disse em rendição.
Tom sorriu. Pousou uma de suas mãos no rosto de Hermione e o acariciou de leve. Ela estremeceu. Ele a puxou para mais perto e selou seus lábios. Hermione sentiu que o chão havia sumido de seus pés. A língua dele pediu passagem pela boca dela, que permitiu rapidamente, enlaçando-o pelo pescoço com os braços. As mãos de Tom foram para a cintura descoberta de Hermione e a puxaram para mais perto de si. Enquanto ela bagunçava-lhe os cabelos negros. Tom foi ficando por cima dela, a empurrando contra o tapete, Hermione foi indo para trás. E quando viu, estava deitada no chão, Tom for cima dela.
Eles se separaram quando o ar faltou, ofegantes.
Tom sorriu, Hermione repetiu o ato, antes de puxa-lo para outro beijo.
Ela sabia que o que estava fazendo era errado. Sabia que as consequências de seus atos seriam severas. Mas não importava aquela hora, ela só queria ficar ali, aproveitando o momento com o pior bruxo já existente no mundo.
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