Segunda feira a noite foi chocante, voltei para Hogwarts pouco tempo antes do jantar. Todo mundo gosta de causar de vez em quando.

Antes de voltar, tomei um chá com meu pai e os Malfoy, a ideia de ser filha de você-sabe-quem já não era mais um problema pra mim. Fiz uma pequena mala com algumas das roupas no meu closet, o que mais peguei foram os sapatos, afinal, eu usava a mesma sapatilha engraxada com meias todo dia.

Voltei via flú para o salão comunal da Sonserina, aquela hora havia uma pequena concentração de pessoas fazendo seus trabalhos, lição de casa, treinando ou só encarando a a lareira mesmo. Na hora todo mundo olhou na minha direção, dei um daqueles meios sorrisos de série de TV e saí sem nem olhar na cara deles.

Quando me encaminhava para torre da Grifinória várias pessoas me encararam, também não é para menos, pela cara deles duvido que saibam que eu sou a "sangue-ruim da Granger". Não fiz questão nenhuma de esconder meus olhos vermelhos, a cobra tinha voltado para meu pulso mas estava usando a capa do uniforme, então não dava para ver.

Quando entrei no salão comunal os garotos ficaram me encarando de boca aberta, as garotas me lançaram olhares invejosos. Passei reto, eles eram um bando de idiotas, não eram dignos da minha ilustríssima presença.

No dormitório encontrei Brown nas preliminares com o Weasel, ela gritava como uma louca, ele ainda falou de mim? Meu Merlin.

— Ah, que nojo, eu diria para arranjarem um quarto mas como isso não faria sentido podia pelo menos fechar a cortina. Que nojo, Agh. - Dei tudo de mim para que essa voz saísse o mais fresca possível. Me surpreendi novamente com a indiferença que senti quando vi eles juntos.

— Aff, não enche - o Weasley resmungou. Pelo menos fechou as cortinas.

Resolvi trocar de roupa para o jantar, como tinha perdido as aulas, o que pela primeira vez não me preocupou, coloquei uma roupa básica: short, camiseta, botinha de salto e a capa da Grifinória por cima pra ninguém me encher o saco. Me olhei no espelho, ainda estranhava essa nova aparência, foi radical demais, como toda mudança vai demorar um poco para me acosumar.

Como os sons lubridinosos stavam me incomodando fui perambular pelo castelo antes de aparecer para o jantar. Me peguei indo automáicamente para as masmorras quando comecei a sentir frio. Os corredores que passava estavam estranhamete vazios, como se eu estivesse numa área desabitada do castelo, provavelmente estava.

Aquele lugar era sombrio mais ao mesmo tempo ineressante, despertou a minha curiosidade (N/A.: O lado arteiro, você quis dizer ><), se Harry ainda falar comigo depois de saber a verdade eu pego o Mapa do maroto emprestado para não acabar me perdendo. Busquei a minha memória o caminho que fiz, estava me dando bem encontrando o caminho de volta. Isso até uma capa negra entrar no meu campo de visão e o homem que supostamente é meu noivo, ahg, não consigo pensar nele assim, impediu minha passagem.

Eu parei de supetão, ele ficou olhando para mim com uma expressão indecifrável. Olhei nos olhos dele e levantei uma sobrancelha numa pose desafiadora.

Ficamos nos encarando por um tempo, foi meio estranho pra falar a verdade. Ele tirou do bolso da calça um pergaminho dobrado e esticou na minha direção, com um olhar meio desconfiado peguei-o. Antes de desdobra-lo para olhar  o conteúdo, Snape já não estava mais lá, por um breve momento vi sua capa esvoaçando ao dobrar o corredor.

O caminho para o Salão Principal foi encontrado sem dificuldades, deixei para olhar o papel depois, não é como se fosse de grande importância tampouco.

Ao chegar, os alunos já estavam todos reunidos, Dumbleodore estava fazendo um discurso mas parou quando abri as portas e ficou me encarando. Todas as cabeças no salão viraram para ver quem tinha chamado tanta atenção do velho.

Fingi que não era comigo e sentei de frente para Harry e do lado da Gina, engraçado como estava ficando boa em atuar. O salão continuava num silêncio sepulcral, simulei um olhar de confusão e disse numa voz combinando:

— O que foi?

— He-Her-Hermione? Você é a Hermione? - Gina estava espantada, tadinha, também não era culpa dela.

— Sou, por que o espanto? 

— A gente pensou que você tinha sumido! Ninguém te via desde sábado! - Gina estava histérica, me tava dando até vontade de rir - Já estava sendo dada como desaparecida! Dumbleodore ia acionar os aurores! Você tem ideia do quanto nos preocupou?

— A gente achou que voce tinha sido pega pelos comensais! - Harry finalmente se pronunciou - E que diabos de olhos vermelhos são esses? O que aconteceu com você?

— Eu fui reformar o guarda-roupa com as meninas e acabou acontecendo algumas coisas que eu conto depois, isto é, se vocês ainda quiserem ouvir depois de ficarem sabendo o que aconteceu no sábado.

— Quando disse "as meninas", queria dizer Pa-

— HERMIONE! - A voz de Rony fez parar a unica conversa no salão, considerando que todos estavam prestando atenção na pequena discussão de Harry, Hermione e Gina - Pensei que você tinha desaparecido!

Não me dei nem o trabalho de olha-lo pra responder.

— Fico surpresa que notou - o tom frio da minha voz só não surpreendeu a mim mesma.

— Na verdade eu não notei. Quem disse que não te viu foi a Lilá. - onde está o garoto por quem me apaixonei? Ele era tímido e um grande amigo, será que estava tão apaixonada para não perceber o que ele estava se tornando? Pergunta idiota, é claro que sim.

— Ronald! - Gina ralhou com ele naquele jeito a la Weasley - Isso porque ela é sua melhor amiga imagina se não fosse.

— É que o Uon-Uon, só tem olhos pra mim - Lilá se gabou em sua voz infantil.

— Cala a boca, Vadia! - e a partir daí Gina e Brown entraram em uma fervorosa discussão. Aproveitei que o jantar apareceu e me concentrei em comer do jeito certo, uma hora ou outra um professor acabaria com a discussão e tudo voltaria a ser como era antes.

Exeto minha vida, é claro.

O barulho parou repentinamente e ao levantar a cabeça percebi que havia se formado um círculo ao redor da gente e todos me encaravam.

— O que foi? Perderam alguma coisa aqui?

— Você não ouviu Granger? - perguntou Weasley - Perguntei se ficou tão deprimida pelas verdades que te disse na sexta que perdeu o fim-de-semana inteiro só para se parecer com uma garota de verdade?

Sorri debochadamente para ele.

— O que vem de baixo não me atinge, Weasel.

— Ah é mesmo? Não foi o que pareceu quando você saiu chorando, então porque ficou tão triste? Não foi porque eu disse que seu cabelo é horrível? Que você é magra demais? Que ninguém se interessa pelo que você fala? Porque eu te chamei de dentuça? Porque eu disse que você é ruim na cama? Ou porque você sabe que tudo isso é verdade?

— Não, eu fiquei arrazada porque um dia eu chamei uma criatura tão inferior como você de melhor amigo. Olhe para sí mesmo, o que você tem de tão especial para se autojulgar melhor que eu?

"Nada. - respondi por ele - então recolha sua inferioridade para sí mesmo. E se um dia chegar aos meus pés, o que é praticamente impossivel já que sem a minha ajuda você não tem nem se quer capacidade para entrar no time de quadribol, venha falar comigo.

Taquei os talheres no prato e me levantei.

— Perdi a fome.

Até antes de chegar na parta já podia ouvir os alunos zoando Rony. Mas mesmo satisfeita com minha performace, não pude segurar algumas lágrimas após quando já estava no corredor, talvez não estivesse tão indiferente quanto imaginava.

Continua...