Tenho um péssima sugestão de quem se encontra do outro lado da porta além de Snape, é por isso que estou tremendo de medo enquanto a atravesso. O “espião da ordem” talvez não  seja tão da ordem assim já que me trouxe direto para morte, logo agora que as coisas estavam começando a melhorar.

Dentro da sala havia apenas três homens, um deles eu reconheci como Lucius Malfoy, e ele me olhava… Surpreso? Á frente dele reconheci Snape pelas roupas, quase senti pena dele quando vi os sintomas deixados pela cruciatus, quase. Mas praticamente travo quando reconheço o homem que vagarosamente se levantava, com as mãos pálidas apoiadas na mesa e os olhos rubi arregalados num misto de alegria e descrença. Só o tinha visto uma fez até hoje, não era uma das minhas melhores lembranças.

Eu travei, não sabia se devia correr, gritar, ou sacar a varinha e ataca-lo. Então fiquei parada olhando fixadamente para ele e ele para mim, tinha medo de que ele me atacasse se me mexesse, só ousava respirar. Até que ele sorriu.

Eu desmaiei.

∞-∞-∞

— Mande preparar uma suíte para ela Lucius — mandou Voldemort — e traga uma poção para Severus, ele tem que estar bem para conversa que teremos agora.

— Como queira Milord — ele fez uma breve reverência e se retirou, poucos instantes depois trouxe um cálice com o conteúdo fumegando e o deixou sobre a mesa. Snape não pensou duas vezes antes de tomar todo seu conteúdo num só gole. Lucius então, pegou Hermione no colo e a levou para fora da sala.

Os resquícios de dor que sentia passaram no instante que o líquido quente desceu pela garganta, então ele respirou fundo e olhando para o Lord esperou os questionamentos.

— Onde? — Perguntou mesmo sabendo que a resposta era óbvia.

— Em Hogwarts — Respondeu como o esperado.

— Não fui notificado de nenhuma transferência recentemente, tão pouco um intercâmbio… Por quê demorou tanto para traze-la? — sua voz era raivosa, se demorasse para responder as Cruciatus de Lord Voldemort era incontáveis vezes mais dolorida que a de Malfoy — Isso não estava relacionado a seu “estágio” para Dumbleodore, estava?

— De modo algum Milord, não sabia quem ela era até hoje a noite.

— Conte-me tudo o que sabe sobre ela. — Ordenou.

— Ela é da Grifinória, amiga dos Weasleys, Potter e quase integrante da Ordem da Fênix — o lorde torceu os lábios para essas informações mas não comentou — Até hoje todos achavam que ela era Nascida Trouxa, é conhecida como sabe-tudo, rata de biblioteca, vassoura andante, entre outros. Desde o primeiro ano tenta provar que é mais inteligente que todos e… consegue.

“Ainda no primeiro ano resolveu meu desafio de lógica para passar pelas chamas que levavam até o espelho de osejed, no segundo, antes de ser petrificada pelo basilisco descobriu o que estava acontecendo e mesmo sem poder fazer nada ela foi o meio de Potter e Weasley descobrir sobre o basilisco — ele se mostrou satisfeito — no terceiro descobriu sobre professor Lupin ser um Lobisomem sem que eu precisasse ter praticamente gritado isso no salão Principal ou ser quase mordida… No quarto ano, se não fosse por ela o bendito Potter já estaria morto na primeira tarefa e no quinto… bem… Ela foi a cabeça da tal de Armada de Dumbleodore, e junto a Potter ensinou Defesa Contra as Artes das Trevas a um bando de alunos que estavam insatisfeitos com a madame cor de rosa. Ela estava presente no mistério lutando pela profecia, e atualmente cursa o sexto ano, continua amiga de Potter e Weasley, ou continuava, já que hoje estava com os Sonserinos.

— E como foi descoberto quem ela era? — indagou Voldemort.

— Ela saiu depois de uma discussão com Potter no café da manhã acompanhada de Pansy Parkinson, após isso nem elas nem os amigos de Srta. Parkinson e de Draco Malfoy, incluindo ele, foram vistos o resto do dia — Recomeçou Snape — na hora do jantar especificamente, não apareceu quase nenhum aluno de nossa casa, então perguntei onde estavam os outros para um aluno e ele me respondeu que todos estavam no salão comunal para ver a Granger virar sangue puro.

“No mesmo momento corri para impedir, se o velho descobrisse eu perderia meu emprego e minha posição na ordem por não supervisionar os “filhotes de comensais”, como eles chamam. Ao chegar nas masmorras ela virou o frasco da poção “purificadora” e quando meu feitiço a atingiu o frasco já se encontrava vazio, então ela começou a se contorcer. Exigi a receita e a reconheci como a que eu usei a quase vinte anos… Por sorte um tinha água de duende comigo no momento e rapidamente fiz com que ela tomasse. Pretendia ralhar com aqueles irresponsáveis mas antes disso diante de mim se encontrava uma pessoa completamente diferente daquela que tive que suportar por tanto tempo, pois no lugar dela estava uma garota bela, com olhos que se assemelhava a rubis e uma masca de cobra enrolada no braço. Todos os que estavam presentes naquele salão souberam naquele momento que estavam diante de Hermione Riddle.

“Ela ainda não aceitou, mas mesmo assim me acompanho até aqui. Isso é tudo Milord — Encerrou.

Durante toda a narração, Voldemort manteve-se calado, eventualmente mostrava alguma expressão de aprovação ou desgosto. Ao final da narração não pode deixar de comentar:

— Maldito seja Dumbleodore!

Dito isso, se retirou para finalmente conhecer sua filha.