Reyna mal teve tempo para raciocinar antes de sentir os lábios quentes de Jason se juntarem aos seus e sua língua pedir passagem, a qual Reyna cedeu. Apenas a falta de ar os forçou a se separarem.

- Isso é loucura. - Jason falou, rindo. O quão proibido e perigoso era aquilo? Mas qualquer tempo com Reyna era válido. Por enquanto, estavam seguros.

- Eu sei. - Reyna também riu, uma risada doce e tranquila, pouco ouvida. Loucuras, regras, proibições, insanidade... nada parecia realmente importante naquele momento. Talvez a insanidade fosse um componente do amor, mesmo o medo do que poderia acontecer para impedi-los também estando presente.

Desde aquele dia, se tornaram amantes. Estavam completamente apaixonados, mas mesmo assim tentavam ser discretos. Jason continuava se escondendo, sem terras onde trabalhar, mas estava tudo bem. Ele estava melhor agora, vivo e até mesmo feliz, mesmo estando preocupado com o futuro incerto.

Mas lá fora, nos cantos mais aglomerados da cidade, boatos corriam. Os olhos atentos de muitos homens e mulheres nada deixavam escapar, e muitos haviam percebido coisas que nem mesmo os nobres do castelo haviam notado.

Em uma nova tarde, Reyna recebeu uma notícia que não ajudou em seu ânimo - Octavian havia acabado de voltar, e estaria no quarto (cômodo em que Reyna estava, um dos poucos lugares onde ela podia ficar sem se sentir incomodada) em poucos minutos.

Ela suspirou, e se lembrou da mensagem que ele havia deixado - quando ele chegasse, ela aprenderia a se comportar. Aquele pensamento lhe deu arrepios, mesmo que ela estivesse relutante em admitir que pudesse ter um pouco de medo de Octavian, ainda que o sentimento predominante fosse raiva.

Se levantou e esperou, mantendo uma expressão severa. Não aparentaria fraqueza. E então, ouviu o ruído da porta se abrindo. Octavian entrou no quarto. Mantinha uma postura altiva e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios quando viu Reyna - ela imediatamente quis socá-lo.

- Sentiu minha falta, meu amor? - Ele falou as últimas palavras com ironia e crueldade.

Reyna riu com desgosto.

- Quando o sol nascer no oeste e se pôr no leste eu sentirei sua falta, Octavian. - Octavian riu secamente.

- Mas o que eu estive fazendo provavelmente é de seu interesse. - Reyna sentiu arrepios em sua nuca. Ele dissera aquilo como uma... ameaça. Ao menos parecera uma ameaça.

- O quê?

- Bons negócios para o reino. Podemos fazer grandes negócios comerciais com pessoas distantes e com outros senhores feudais. Negócios onde todos sairiam ganhando.

- E o que eu tenho a ver com isso? - Reyna desafiou.

- Ah, deve saber de que muitos homens por aí gostam e o que muitos cobram ou esperam. E negócios seriam a única razão pela qual eu te deixaria deitar-se em outros leitos que não o meu. - Octavian acariciou sua bochecha, forçando afeto. - Sabe o que isto significa?