Reyna se virou subitamente, cobrindo seus seios com a mão. Quem raios ousaria entrar no seu quarto sem permissão? Aliás, a porta estava trancada, como a pessoa entraria ali?

- Ora, ora, ora. - A pessoa era Octavian. - Que visão... saborosa. - Ele sorriu, se deliciando com a expressão raivosa e assustada de sua 'esposa'.

Reyna realmente queria espancá-lo. Nenhuma pessoa decente agiria assim, mas Octavian não era uma pessoa decente, ela deveria saber.

- O que está fazendo aqui? - Ela perguntou, tentando soar imperativa. - Pensei que viria mais tarde. Por que não me deixa em paz? - Apesar dos esforços, ela começava a soar irritada.

Octavian sorriu maliciosamente, aparentemente estava se divertindo muito com a situação - ver uma garota seminua na sua frente, irritada, o odiando e, principalmente, tendo que estar submissa a ele.

- Não me pareceu uma opção agradável. - Octavian aproximou-se dela, tentando descruzar seus braços. Reyna queria ter sua adaga nas mãos naquele momento, e como queria... - Sou seu marido agora. Mando em você. Você é minha, entendeu?

Ele finalmente conseguiu descruzar os braços de Reyna, mas Reyna também se soltou de seu aperto. Ela ajeitou novamente seu vestido o mais rápido possível, a raiva e até mesmo medo queimando dentro dela.

- Você nunca me terá, Octavian. - Ela falou, sentindo seu rosto se contrair em ódio. - Nunca! - Gritou e saiu a passos rápidos do cômodo. 

Estava correndo sem rumo por um lugar onde agora teria de chamar de casa. Assustada, zangada, esperando trombar com alguém a qualquer minuto - mesmo que à aquela altura da noite o castelo já estivesse silencioso. Mesmo com o vestido ela ainda se sentia exposta, queria fugir, sumir, para qualquer outro lugar sem ser aquele. Antes que pudesse tomar consciência do que estava fazendo, viu seus pés a levando rapidamente escadaria abaixo. Logo, estava porta afora. Correu até os estábulos, ignorando o fato de seus pés estarem descalços, arrumou seu cavalo, montou-o e o esporeou. Seu garanhão cavalgou rapidamente, sem medo da noite e da escuridão, levando Reyna além dos limites da propriedade. Ela já tinha perdido a noção de onde estava quando o animal parou bruscamente.