- Você tem de resistir. Tem de estar em segurança. - Jason suplicou.

- Jason, acalme-se. - Reyna pediu, mesmo ela estando bem distante de estar calma. Tinha plena consciência de que não teria chances caso caísse nas mãos de Joffrey e seus cobaias - Vamos conseguir passar por isso de algum jeito, certo? Não vou me render tão facilmente. Ainda tenho minha adaga. Se precisarmos resistir, resistiremos.

Jason assentiu e a beijou novamente. Juntos ficaram por um longo tempo. O sol partia. As estrelas da noite brilhavam. Apenas as corujas e o vento interrompiam o silêncio noturno.

Foi quando ouviram o som de galope, vindo da direção da qual Reyna sempre vinha. Era mais de um cavalo, com certeza. Jason e Reyna se levantaram sobressaltados, procurando os animais, se escondendo por trás do tronco de uma árvore nodosa. Logo, dois homens altos e com tochas chegaram cavalgando. Reyna não reconheceu nenhum deles como Heidor - infelizmente. Estava óbvio que aqueles homens foram mandados por alguém do castelo (provavelmente Octavian) e estavam a sua procura. O esconderijo seria de pouca ajuda.

- O que fazemos agora? - Jason perguntou, grudando seu corpo ao tronco da árvore.

- Temos de nos distanciar. - Reyna respondeu, não conseguindo pensar em mais nada.

Eles começaram a correr - péssima escolha. Seus pés quebravam galhos, fazendo ruídos. As árvores rareavam, até nada poder cobri-los. O som dos cascos continuava atrás deles.

- Heya! - Um homem gritou, e pôde-se ouvir os cavalos parando. - Parem, os dois! Reyna e Jason pararam, o coração na boca. Se viraram lentamente. Dois homens imponentes e fortes sobre dois cavalos marrons os observavam pela luz do fogo que queimava nas tochas que traziam.

- Reyna, o que está fazendo com esse...? - Um dos homens indagou, apontando para Jason. Reyna se recusou a responder. O homem desceu do cavalo. - Vamos, suba. - Ele apontou para o garanhão pertencente à nobre. - Hora de voltar, e depois você se explicará. - Reyna não se moveu.

O homem, que Reyna reconheceu como Darrow, um jovem guardião de olhos e cabelos claros, todavia já forte e bem treinado; a colocou à força sobre o animal. Libert, o cavalo, relinchou com raiva de Darrow, sabendo que ele havia machucado sua dona. O outro homem - alto, forte, com cabelo e barba escuros e rudemente cuidados, que Reyna reconheceu ser Greyon - estava com Jason. Jason relutava a ir, enquanto o Greyon lhe perguntava coisas como "O que você estava fazendo com Tinúviel?" e "O que você quer?" rispidamente. Mas Jason não tinha chances de responder - sua boca estava vedada com um pano enquanto Greyon o chibatava. Então, o guardião simplesmente jogou o camponês no chão, prendendo seu chicote de volta em seu cinto, e o pegou pelas vestes, o jogando sobre seu cavalo. As mãos de Jason também estavam atadas às costas.

- Solte ele! - Reyna demandou. Greyon meneou a cabeça.

- Octavian me deu ordens de levar apenas você ilesa à ele. Qualquer outro que eu encontrasse deveria ser mantido como prisioneiro. - Respondeu.

Antes que Reyna pudesse dizer mais algo, Darrow esporeou sua égua e saiu cavalgando, e seu próprio cavalo o seguiu. Greyon seguiu-os atrás, com Jason submisso e tentando, em vão, se mover.

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O castelo tornou-se visível para Jason, mesmo ele tendo de se equilibrar para não cair do cavalo. Sentia sangue em seus punhos e em seu lábio.

- E logo ao chegarmos ao castelo - O homem que o 'prendeu' começou -, você conhecerá os amigáveis calabouços, garoto.

Alguns segundos depois, um outro homem apareceu. O mesmo homem que vira na taverna o outro dia, com as mesmas roupas e uma expressão severa.

- Greyon, Darrow. - O homem falou. - Deixe-os em paz.