Daisuki escrita por AC3


Capítulo 13
Comentários a Parte


Notas iniciais do capítulo

Fofoqueiras em seus postos!



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A confusão na lanchonete não seguiu tão escandalosa quanto eu esperava. Depois de sairmos de lá, não ouvi ninguém tocando no assunto. Provavelmente, Shion-kun e Kamui-kun falariam bastante do assunto ainda, mas nada chegaria à meus ouvidos.

No dia seguinte, eu estava tranquila, comendo um sanduíche caseiro no intervalo, quando a Hatsune me chamou “discretamente” para acompanha-la. Por sorte, Len não estava comigo para se desesperar.

Acompanhei-a para o pátio sem uma única palavra trocada em nós. Olhava para ela com o canto do olho e percebia que ouviria uma de suas fofocas. Fingindo que não via – senão não conseguiria terminar meu lanche. ­– continuei a comer normalmente.

Quando acabei, sabia que ela iria me contar o que queria falar de qualquer maneira, então me adiantei:

- O que foi, Hatsune-san?

Ele me olhou aliviada.

- Nada na verdade, é que com toda a confusão na lanchonete, nem deu para a gente saber direito o que estava acontecendo. Então fiquei preocupa. – eu abri a boca em choque. Miku não era assim! – E curiosa. – ela acrescentou, fazendo fechar minha boca instantaneamente.

- Eu não sei de nada. – disse. – Nem sei por que você acha que sei.

- Não foi por você saber de alguma coisa que eu vim falar com você. Não posso falar sobre nada com uma grande amiga?

Me senti mal. Eu a julgava bastante. Tudo bem, ela era uma faladora e fofoqueira insana que não tinha papas na língua e não sabia a hora de ficar quieta, mas tinha coração.

- Desculpe. – respondi. – Mas temos que falar justo sobre isso? – na verdade, eu queria muito falar sobre isso, mas não com a Miku.

- Por que não? Se você não está envolvida...

- Então tá bom. – ela me encurralara.

- Não acha estranho?

- O que?

- Essa coisa de ciúmes entre o Shion-kun e o Kamui-kun. Não é um pouco demais para amizade? Tipo, um ficou com ciúmes do seu irmão e o outro ficou com ciúmes de uma garçonete, que é muito lerda por sinal.

- Não sei. Vai ver que os meninos são assim.

Era exatamente aquilo que eu pensava. Uma relação a mais entre os dois com certeza existia, mas o que? Se ambos fosse solteiros, tudo bem. Mas Gakupo era da Luka e Kaito era do Len! Ai se eu descobrisse se ele estivesse traindo meu irmão... Coitado dele...

- Claro que não são! – retrucou ela. – Esse negócio de “grandes amigos” ou “amigos de infância” não vai tão longe! E o sentimento deles foi muito de repente.

- Deviam estar com raiva acumulada de alguma outra coisa. E devem ter descontado tudo um no outro aquele dia.

O sinal tocou esperançoso, era hora de voltar para a sala de aula.

Eu sabia que a Kagamine escondia alguma coisa. As respostas que ela dera no intervalo foram vagas demais para eu engolir. Além do mais, ela era tão xereta quanto eu, porque não mostrar interesse na briga dos universitários? Ao ponto ainda de não querem tocar no assunto?

Sentia-me em um daqueles filmes, quanto um dos personagens fala “sei que você está escondendo alguma coisa”. É tão excitante! Estava tão entretida em meus pensamentos, tanto que nem me lembro da matéria que era dada naquela aula.

Na verdade, eu comecei a pensar sobre o havia acontecido – não fazia isso com muita frequência. Era realmente inusitada a briga dos dois, não conseguia pensar numa situação possível de acontecer. E ainda tinha o Len e a garçonete-tartaruga...

Mas, por que o Len chorara? Eu estava com essa pergunta engasgada no dia. Porém, eu era amiga dele! Não poderia simplesmente perguntar o que queria – como faço com uns transeuntes desavisados...

Voltando ao assunto, o choro do Len diz que ele também está envolvido no rolo. E, como a Luka está compromissada com o Gakupo, também deve saber de alguma coisa. Droga! Eu era a única de não sabia de absolutamente nada daquela confusão!

Pensando bem, o Kagamine e o Shion-kun estão meio fofocáveis de uns tempos para cá. Pode até ser aquele negócio de videogame que a Rin falou. Mas eu não acho que um jogo teria tanta repercussão para conversas.

Talvez esse fosse o ponto principal da confusão. Mas, eu ainda teria que saber a história da garçonete e do envolvimento dela com Kamui-kun. Bem, tinha que tirar a verdade da Rin, da Luka e da verdinha.

Ser fofoqueira é bem difícil, sabia?

As aulas acabaram zunindo para minha cabeça agitada. Saindo quase cambaleando para encontrar com os gêmeos antes do Kaito aparecer.

Incrivelmente, eles estavam separados. Quando entrei na sala deles, me deparei apenas com um menino loiro de cabeça baixa, olhando para o nada. Ele ainda estava sentado na carteira sem nem ter guardado o material.

- Kagamine-kun? – disse, depois de me aproximar.

Ele se virou para mim com a cara amuada de sempre. Eu nunca tinha parado para ver o Len sem a irmã do lado. Ele até que era bonitinho – claro que isso não é um devaneio de filmes românticos, o loirinho era mirradinho demais para meu tipo.

- Está procurando a Rin, Hatsune-san? – perguntou ele. – Ela foi ao banheiro e disse daqui a pouco tá de volta.

Adivinhem o que fiz? Corri para o banheiro com o intuito de encontra-la se arrumando no espelho. E, com minha típica sorte, ela estava lá se penteando com uma das mãos.

- Kagamine-san!

- Não precisa gritar, Hatsune-san! Estou bem aqui do seu lado.

- Desculpe.

Um silêncio chato apareceu entre nós duas. E este durou uns cinco minutos. Só ficamos olhando nossos reflexos, eu pensando em como arrancaria a verdade dela, pelo menos...

- Olha, Kagamine-san, eu queria te perguntar uma coisa?

- É sobre a confusão na lanchonete? Não tô nem um pouco a fim de falar isso.

Droga! Ela, claro, mandaria uma dessas. Não adiantaria tentar descobrir a verdade agora. A coisa ainda estava fresca demais. Talvez, se eu esperasse uns dois dias ela me contaria tudo naturalmente.

Eu e Miku saímos do banheiro sem dizer mais nada. O silêncio que começava a se interpôs entre nós ficava cada vez mais estranho.

Porém, conseguira afastá-la por um tempo de me intimar sobre o ocorrido. A cara de exausta e tristonha que fiz no banheiro enquanto falava deve ter servido de alguma coisa.

Seguimos para a sala e pegamos o Len que, viajando na maionese, – coisa estranha de se falar... – ainda ficava olhando pela janela. O silêncio perdurou durante todo o processo de meu irmão guardar seu material e na descida para o pátio.

Na saída da escola, Kaito-kun nos esperava radiante como sempre, fazendo Len não saber onde enfiar o rosto. Olhei de relance para Hatsune e vi um desinteresse fingido em relação ao casal.

- Kagamine-san? – disse ela, sussurrando.

- Que foi? – retruquei, torcendo para que não fosse sobre qualquer irmão meu ou universitário.

- Você soube que a Yuzuki-san pagou o maior mico hoje?

- Sério? O que foi que ela fez desta vez?

Eu adoro conversar com a Hatsune-san. Sempre gostei, desde que nos conhecemos. Quando resolvesse a situação do meu irmão, adoraria contar para ela, onde riríamos muito de toda a confusão que aqueles dois garotos que estavam na nossa frente estavam causando...


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Notas finais do capítulo

É a primeira vez que a Miku narra uma parte longa e significativa... É estranho pensar nessa personagem como eu pensei enquanto escrevia. Acho que, tanto para mim, quanto para Rin, ela é aquela pessoa que se torna sua grande amiga, que conversam quase todos os dias com, claro, fofocas rolando soltas...
Feliz Ano Novo!!!



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