Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 9
Negócios


Notas iniciais do capítulo

Eu recebi um feedback de uma leitora dessa história, sobre o último capítulo, então resolvi colocar mais um. Se tiver gente lendo, espero que gostem.



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"Vocês são homens de negócios, mas não são melhores cidadãos por isso!"

A felicidade não se compra

POV Peter

A última pista sobre a investigação estava esfriando. Os envolvidos na pesquisa eram basicamente Walter e Carla. E não achávamos que Carla estava relacionada a essas ameaças. Ela tinha uma vida boa, trabalhava em uma empresa renomada, e não parecia ter grandes rancores de Walter. Mais uma vez, eu estava ficando um pouco desanimado com essa falta de perspectiva.

E Walter nem parecia se importar ou se dar conta da situação em que vivíamos. Parecia mais um menino sem problemas no mundo. Ele gostava de azucrinar Astrid e Jimmy (reclamando e fazendo muita bagunça). Vivia fazendo experiências para criar novos sabores e até novos alimentos. E para isso montou um laboratório improvisado na parte da mansão onde ficava. E estava especialmente obcecado em descobrir como fazer um Milkshake de morango que havia tomando anos atrás.

Às vezes, o ajudava nas suas experiências. Eu gostava de fazer pesquisas, preferia coisas não relacionadas à comida, mas era bom me aproximar de Walter. Isso me lembrava a infância, quando ele ainda era um herói para mim. Um cientista brilhante que inventava coisas fascinantes. Nessa época, eu ia ao laboratório dele, ou ele me ajudava a criar ou montar algo no meu laboratório "infantil". Aprendi as minhas primeiras noções de ciência com ele, e nós montávamos e inventávamos coisas que um garoto comum nem sonharia. Mas eu não era um garoto comum, e, além disso, Walter era um pai genial. Eu, Walter e Astrid estávamos em volta com mais uma experiência dele:

- Não, Alex, esse é o sabor errado. Tem que ser extra -crocante e com caramelo- falou Walter nervoso

- Certo, Walter. Vou buscar o correto– falou Astrid paciente e buscando o ingrediente

- Calma, Walter. Assim você acaba deixando Astrid nervosa.

- Ela não se importa – Walter falou quase gentil – Não é mesmo, Alex?

-Claro, Walter. Não me importo com isso, mas você podia acertar o meu nome às vezes– falou ela voltando com o produto na mão

- Viu? Esplêndido! – ele se virou para mim, colocou o ingrediente no liquidificador e o ligou

Mas havia se esquecido de colocar a tampa. O que fez com que todo o leite e demais produtos voassem na gente. Walter se exaltou um pouco. Astrid foi até o liquidificar e o desligou. Quando olhei em volta, havia gosma espalhada por todo lado, até em mim, Astrid e Walter. Não me contive, comecei a rir, o lugar ficou uma bagunça, e estávamos bem sujos, mas era hilário. Astrid também começou a rir. E eu cheguei a me sentar no chão para continuar rindo. Walter nos olhava sério e disse:

- Não sei do que estão rindo. Eu estou em uma cadeira de rodas, então não sou eu vou limpar isso.

Astrid e eu paramos de rir. Nós dois teríamos que arrumar tudo. Não era tão engraçado mesmo. E foi então que percebemos a presença de Anna e William Bell. Não sabia desde quando eles nos observavam, mas estavam limpos diferente de nós:

- Parece que estão se divertindo bastante – falou Anna sorridente

- Sim, sempre- disse me levantando do chão e devolvendo o sorriso para ela

- Belly !Anna! Vieram me visitar? Que surpresa!- Walter falou animado

- Sim, Walter. Eu vim.

- Mas eu estou a trabalho, Dr. Bishop.

- Ahh, sim ... Adorável! Mas me chame de Walter, afinal, somos quase uma família, querida!- eu olhei para Anna com temor que ela ficasse constrangida com mais essa insinuação de algum relacionamento entre eu e ela, mas não, ela apenas sorriu, ultimamente estava agindo de forma mais solta, e tinha até demonstrado um pouco de ciúmes por mim, será que eu podia começar a me animar com isso?

- É claro, Walter então – falou Anna

- Peter, precisamos falar com você. Num lugar mais tranqüilo se for possível– disse Bell

- È claro - eu sorri e olhei para Astrid, ela sabia o que eu queria dizer

- Estou vendo que toda a limpeza vai ficar por minha conta, né?- ela nem esperou a resposta e começou a arrumar as coisas

Eu peguei um pano e tentei dar uma ajeitada em meu aspecto. O passei no rosto e camisa e quando já dava para andar sem sujar a casa saí com William e Anna. Sentamos em uma mesa não muito longe dali e Bell começou a falar:

- Walter esqueceu de colocar a tampa no liquidificador, não é?

- Sim – respondi

- Ainda não deu nenhum passo?

- Também não.

- Humm... Eu esperava que ele já estivesse um pouco melhor, parece não estar reagindo tão bem à terapia. Pode ser a idade... Bem, vamos ter que olhar isso melhor – ele ficou calado por um momento, me olhou e voltou a falar – Calma rapaz, não é tão desanimador assim... Mas não é só por isso que eu vim. Vai ter uma reunião na Massive Dynamics em Nova York. È importante. Um evento que fazemos anualmente. Algum Bishop tem que ir. E seu pai não parece estar em condições.

- Eu? Você quer que eu vá?

- Sim, só resta você.

- Peter, devido aos riscos ... As ameaças contra vocês. Vocês dois serão bem protegidos. Guarda- costas estarão ao lado de ambos durante todo o evento... – falou Anna – Além de que trabalharemos para melhorar a segurança nos locais em que estiverem.

- Eu não estou preocupado com os riscos. Só não sei como agirei nesse mundo empresarial.

- Tenho certeza que se sairá bem, rapaz – falou William

- È, você se sairá bem. Com seu jeito, vai conquistar todo mundo lá- falou Anna sorrindo e aquilo aumentou a minha confiança

Então poucos dias depois fomos à Nova York. Um andar inteiro de um grande hotel fora reservado para mim e membros da minha equipe de segurança. È, eu tinha me desacostumado com esse luxo dos Bishop, ficaria em um andar com mais de 20 quartos para 5 pessoas apenas (diziam que era mais seguro) . Comigo só tinha ido Anna e Michael que acompanhariam as câmeras e cuidariam da parte técnica, planejamento e etc. Além de Mark, um homem alto, negro e forte, e Lisa, que tinha cabelos castanhos e pele clara, e apesar de ser mulher era bem mais forte e musculosa do que eu, os dois últimos seriam os meus guarda-costas e deveriam acompanhar todos os meus passos.

Eu ficaria apenas um dia na cidade, um dia de compromissos empresariais. Pela manhã haveria uma reunião com sócios, à tarde, uma espécie de convenção envolvendo todos os funcionários da empresa. E a noite uma festa na mansão de William Bell para fechar os eventos e todos confraternizarem. A minha presença era obrigatória em tudo, e isso não me animava muito, já que não sabia quase nada da empresa e achava esses eventos de negócios uma chatice. Pelo menos á noite deveria haver bebidas e musica. Cheguei a me imaginar tocando na banda que se apresentaria na festa. E isso me deu saudade da minha banda e de tocar em bares sem grandes preocupações.

A manhã foi tranqüila e monótona falavam de balanços, lucros, basicamente só dinheiro. Os sócios minoritários perguntavam sobre quanto eles ganhariam no ano (fortunas no geral). As vezes, Bell e Nina falavam de certas inovações e o quanto eles conseguiram lucrar com elas, mas o foco não era a tecnologia e sim o dinheiro.

A tarde prometia ser melhor. Já que falariam das inovações. Haveria palestras feitas pelos pesquisadores, esse tipo de coisa até que me agradava, e eu entendia um pouco mais. Então nessa etapa vieram várias apresentações e discussões de tecnologias e assuntos relativos a transumanismo, clonagem, engenharia genética, robótica, medicina, transporte, comunicação, física, química e etc.

Tudo corria tranqüilamente e de certa forma eu até gostava, quando um homem jovem de pele bem branca, cabelos e olhos escuros se aproximou de mim, Nina e William:

- Nina- ele disse normalmente

- Brandon? O que você faz aqui?– ela parecia assustada e ele sorriu de forma perversa, levantou o braço, quando percebi, ele segurava uma arma e atirou nela

Nina sangrava bastante. William a segurava. O meu impulso era ir atrás de Brandon que fugia, enquanto muitos gritavam e tentavam se esconder. Ele devia fazer parte do grupo que nos ameaçava. Tinha que ser capturado, eu estava prestes a correr atrás dele. Quando senti me puxarem e me jogarem embaixo da mesa. Eu ainda tentei levantar, mas Lisa e Mark me forçaram a ficar onde estava. Eu gritei com eles, mas não adiantou. Eles foram contratados para me proteger, e faziam isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gente lendo e gostando. Para colocar mais um capítulo, peço ao menos um comentário... kkk



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