Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 6
Inimigos




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"O inimigo inteligente, ataca exatamente onde você acha estar a salvo."

Pearl Harbor

POV Olivia

Peter já havia saído da sala. Eu esperava tê-lo convencido de que ele e pessoas ligadas a Massive Dynamics estavam em perigo. Todos eram um alvo em potencial, pois havia um grupo atrás deles. E isso era a mais pura verdade. Ele só não podia imaginar, que o tal grupo era composto das pessoas que o cercava, eu e minha equipe. E que a ameaça era maior do que eles imaginavam.

Continuei na sala e comecei a conversar com meus companheiros. Além de mim havia mais 3 na sala. Nós 4 tínhamos idades próximas, algo entre final dos 20 e início dos 30 anos. Todos fomos testados com Cortexiphan quando criança e possuíamos habilidades especiais, que, entretanto viera depois de muita dor e problemas.

Simon Phillips tinha a pele morena, cabelos e olhos escuros, parecia árabe e por isso estava usando o nome Ali. Ele conseguia escutar os pensamentos alheios, com exceção os dos testados com Cortexiphan. Michael Marshall tinha cabelos e olhos castanhos e pele clara. Ele continuou usando o nome Michael, e sua habilidade era controlar computadores, aparelhos eletrônicos com a mente. Ele que nos dera acesso ás câmeras no dia do atentado a Walter Bishop. Os dois participaram dos testes na cidade de Wooster, por isso não os conheci quando criança. Diferente de Miranda Greene, que assim como eu também fora testada em Jacksonville. Ela tinha grandes olhos azuis, havia pintado o cabelo de um tom avermelhado, e usava o nome Emily. Ela podia ficar invisível. Todos os 3 eram ótimos espiões e conseguiam as nossas melhores informações com essas habilidades.

- Então ele foi convencido?

- Sim, com certeza. – respondeu Simon

- O plano está andando. Espero que o próximo passo dê certo.

- Acho que conseguirá. Ele confia em você, Olivia...- falou Simon

- Anna! Assim como você é Ali, Anna!

- Desculpa é o hábito... Ahh, devo dizer também , Anna... ele gosta de você, ou melhor, ainda te quer.

- Eu sei. A idéia era essa não? Preciso ter alguma ligação com ele para conseguir executar o próximo passo. Mas fique tranqüilo, eu estou no controle.

- Ele é bonito , espero que consiga resistir – falou Miranda

- Eu resisto. Você verá.

- Ok. Não seria bom se envolver novamente com ele e desenvolver qualquer sentimento. Isso...

- Não vai acontecer, mas do que ninguém, eu estou firme no plano.

- A sua parte é a mais difícil e perigosa. Mas você está nela porque achamos que é capaz. Ele é bonito, mulherengo, mas não chega a ser um cafajeste, já que de acordo com nossas informações não promete nada as mulheres. Enfim, Peter não é um homem ruim. Esperamos que você faça todas as coisas necessárias. Mesmo Peter sendo inocente, vai ser preciso acabar com ele. Não queria estar na sua pele, espero que esteja ciente disso. – falou Michael

- Estou ciente, eu ajudei a montar o plano também, Michael. Estou mais do que preparada. Peter não fez nada conosco, não é algo que vou me orgulhar, mas vou acabar com ele, pois é preciso! – falei tentando afastar essas indagações

- É assim que fala! – respondeu Michael animado

Simon ainda me olhava. Ele tinha uma compreensão maior da mente humana, e apesar de não conseguir escutar o que eu pensava, as vezes, parecia adivinhar o que se passava na mente da gente. Mas ele não disse nada. Apenas me olhou desconfiado até voltar as suas tarefas. O fato de Peter ser inocente na história me incomodava bastante. Seria melhor se ele tivesse algum defeito grave ou cometido algum erro que justificasse o que lhe aguardava. Mas não, tudo que descobrimos acerca dele no máximo o tornava humano.

Em breve a próxima etapa do plano deveria começar. O Dr. Bishop já havia acordado, a convivência entre ele e o filho logo aconteceria. Eu mal podia esperar por isso. E ao mesmo tempo temia esse fato. Tinha muito medo que ele me reconhecesse. E se isso acontecesse, acabaria com tudo. Como alento Bell não havia lembrado de mim, mas meu contato maior tinha sido com Bishop. Então, ainda tinha algum medo, eu era só uma criança, mas era possível. De qualquer forma, esperava que o estrago em seu cérebro, tirasse um pouco da genialidade e percepção daquele homem.

O dia se aproximava do fim e fomos para a Mansão dos Bishop. A casa gigantesca com mais de 30 quartos era onde a maioria da equipe estava alojada. William havia preferido isso em vez de ficarmos em um Hotel,o que era perfeito, pois no pretexto de fazer uma proteção mais eficiente, estávamos bem próximos dos nosso alvos. A segurança da casa havia sido "reforçada" e era completamente controlada pela gente.

Depois de tomar um banho e colocar roupas informais, fiquei esperando Peter, próxima a entrada da casa. Ele ficou bem surpreso ao entrar, já eu, agi naturalmente:

- Oi-falei sorrindo

- Aconteceu algo? Algum problema com Walter? - era estranho ele chamar o pai pelo nome

- Não, pelo menos que eu saiba. Aliás você esteve com ele, como o Dr. Bishop está?

- Bem, se recuperando... – ele ficou pensativo – está um pouco diferente,aéreo, agindo de forma menos objetiva, é difícil explicar o jeito dele... e ahhh... ele não está conseguindo sentir as pernas.

- Tenho certeza que ele irá se recuperar completamente, Peter.

- Sim, ele está melhor do que antes. Deve se recuperar. – ele sorriu

- Você conversou com ele?

- Um pouco. Ele me reconheceu, me recebeu bem, disse que sentia saudade. Mas em certas partes parecia esquecer um pouco as coisas e agia como se minha mãe ainda estivesse viva e eu fosse criança.

- Ele ficou um tempo em coma, né? Agora só vai melhorar.

- Os médicos me disseram isso. É normal ele ficar confuso. De qualquer forma, eu volto lá amanhã, eles já vão começar as terapias de recuperação. Bell está certo que Walter ficará completamente bem... – ele ficou pensativo e voltou a falar – Então aconteceu algo?

- Não. Eu só queria saber notícias do seu pai.

- Obrigado, mas não precisava ter esse trabalho todo, podia ter me ligado.

- Eu queria notícias, e não é um trabalho tão grande descer as escadas e te esperar aqui, né?

- Como? Descer escadas? – ele estava confuso, eu ri e voltei a falar

- Eu estou hospedada aqui. Aliás, grande parte da equipe também. Achamos isso melhor e mais seguro, contamos com bastante conforto e aparato tecnológico. E quando seu pai voltar para cá, ele estará bem protegido.

- Humm... Então vamos ficar sob o mesmo teto? – ele riu descontraído, minha cara deve ter se fechado um pouco – Brincadeira, Anna... É bom saber que vocês estão aqui.

- Essa é a idéia. Vou voltar para o quarto, e te deixar livre para descansar. –eu virei as costas para ele e ia saindo quando ouvi

- Anna...

- Sim? – me voltei para ele

- Agora que Walter está melhorando, acho que não preciso mais ficar tão preocupado e próximo dele o tempo todo. Talvez ...

- Seu pai precisará de você na recuperação.

- Eu sei e pretendo ficar, vou ajudá-lo quando for preciso. Mas gostaria de ser mais do que somente uma babá- eu não entendia onde ele queria chegar- sei que não sou um investigador profissional, nenhum cientista ou algo do tipo. Mas eu tenho alguns conhecimentos, e meu nome deve abrir portas, talvez possa ajudar.

- Sim. A gente fará algumas perguntas a você, pode nos ajudar com algumas informações- tentei encerrar as coisas aí

- Não. Eu gostaria de ajudar mais do isso, participar das investigações, ser informado como se fizesse parte da equipe, ir nos locais. Participar das coisas, não ser apenas uma testemunha ou vítima.

- Peter, sei que sua intenção é boa. Mas é melhor você cuidar do seu pai.

- Posso fazer as duas coisas, você não entende? Eu quero e preciso fazer isso. Essa ameaça, segundo vocês também é direcionada a mim. E é como um prisão, quero me livrar dessa coisa, quero poder guiar os meus passos novamente. Eu preciso participar, descobrir quem está fazendo isso. Quem tentou matar Walter e agora está me ameaçando também. – ele estava decidido, mas isso não fazia parte dos nossos planos

- Você é nosso cliente, e estará se arriscando. Mas você decide.

- Sim, eu não vou ficar esperando, vou fazer parte da investigação – estava decidido mesmo, e nós deveríamos tomar mais cuidado de agora em diante, pois com Peter Bishop na equipe de investigação as coisas se complicariam


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Notas finais do capítulo

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