Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 4
Pai


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo na visão de Peter.



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"Você queria o meu pai, agora você tem o meu pai. O que se enquadra na categoria de cuidado com o que você deseja."

Fringe

POV Peter

Eu mal fecho a porta atrás de Olivia e corro para televisão. Já está no fim da reportagem. Parece que durante uma recepção na casa dele. Walter Bishop recebeu um tiro. Não informaram o seu estado de saúde, mas ele foi levado para o hospital.

Walter Bishop ... Walter... Há quanto tempo eu não escuto esse nome. Isso me faz lembrar de tantas coisas. Há alguns anos me chamam de Joshua Evans, estou me acostumando com esse nome, mas não é o meu nome verdadeiro, é Peter ... Peter Bishop. E mesmo que eu não chamasse Walter de pai, desde a morte da minha mãe, quando eu tinha 14 anos. Ainda assim, Walter Bishop é o meu pai.

Há alguns anos tomei uma decisão, e larguei a faculdade, resolvi sair da sombra dos Bishops, viver longe dele, desse pai genial e bilionário, mas omisso e autoritário em vários fatores. Tenho muitas mágoas dele. Ele carrega muita culpa em suas ações e não admite. Walter ... há quanto tempo não o via, e tentava esquecê-lo.

Ser Josh talvez tenha sido melhor do que ser Peter ... Não tinha todo aquele luxo, e aquela importância como pessoa, as coisas não vinham de forma tão fácil. Mas ganhei confiança, pude ... Ter uma banda...Usar meus conhecimentos e minha mente , não por obrigação, pelo fato de ser um Bishop, mas como um hobbie. Não alcancei grandes feitos, é verdade, mas obtive paz, me tornei livre. Apesar de estar sempre mentindo sobre mim, nunca me fixar e confiar completamente em ninguém. E ainda possuir muitas mágoas acumuladas, pois mesmo como Josh, elas nunca foram embora, eu nunca dei chance para elas partirem.

Eu tenho que admitir que realmente estou preocupado com Walter. Nunca pensei que algo relacionado a ele, ainda me afetaria dessa forma. É que a vida é engraçada. Pois isso aconteceu pouco depois de conhecer Olivia no que ela chamou de uma aventura de uma noite. Uma mulher que me cativou e com que eu estava disposto a continuar, mesmo com certos obstáculos, mas ela colocou meus pés de volta ao chão, e me dispensou com fineza e bom senso, o que não muda o fato de ela ter me dado um fora (quando normalmente sou eu que faço isso). Ela me alertou sobre problemas mal resolvidos com pais, e a possibilidade deles nunca serem solucionados, pois ela não conseguira isso com o seu. E um dia depois, Walter leva um tiro. Será que eu esperava que ele me procurasse? Será que perdi a minha chance de resolver tudo? Será que ainda tinha esperanças de resolver as coisas?

Não consigo assimilar isso. Não pensava que coisas ruins aconteceriam com ele. Eu o queria longe, mas não morto. Estou aflito. Preciso saber notícias mais sólidas. Será que ele ainda está vivo? Está em estado grave ou não? Vou ao computador e procuro informações. Não é uma busca muito difícil, o atentado já ilustra várias manchetes. Há até um vídeo do momento do ataque. Um garçom se aproxima de Walter, aponta a arma e atira. É tudo muito rápido, mas pausando o vídeo dar para ver mais detalhes. Meu medo se torna realidade, o tiro acerta a cabeça, e a impressão que fica é que é muito grave. O garçom é imobilizado e não fere mais ninguém. Walter é levado inconsciente, meu Deus, um tiro na cabeça? Talvez ele esteja até morto. Procuro mais informações, falam em que Hospital ele está internado. Mas as dados sobre seu estado são contraditórios. Para alguns ele está morto, para outros em estado grave, há notícias até de que esteja em estado estável.

Não agüento essa confusão. Quero fatos concretos e acertados. Mal acredito no que faço, mas pego uma mochila, junto algumas coisas básicas. Tomo um banho, visto uma calça jeans, uma blusa branca, e uma jaqueta preta, uma roupa comum não sendo de um grife famosa, barata e mais casual do que a que o antigo Peter usaria. Vou para o aeroporto. Em pouco tempo embarco para Boston.

Um táxi me deixa na porta do hospital. Já é noite, mas mesmo assim vejo uma multidão de repórteres em volta do prédio. Há seguranças impedindo a entrada deles e de qualquer pessoa não autorizada no local. Eles não dão muita atenção a mim quando passo por eles e falo com um segurança. Pensam que sou mais um jornalista buscando um furo. Mas eu percebo a agitação de todos depois que mostro meu documento ao guarda e ele libera a minha passagem.

Depois de passar pela recepção, sou levado a um corredor, onde vejo William Bell, sócio e amigo antigo de Walter, e uma mulher de meia idade e ruiva, Nina Sharp, a administradora da Massive Dynamics:

– Peter, rapaz, que bom que você chegou. – Wiliam veio em minha direção e me deu um abraço

Depois do abraço, ainda cumprimentei Nina com um aceno de cabeça:

– Nina! – ela devolve o meu cumprimento – Agora vocês dois me digam o que está acontecendo! Como está o Walter? – falei sem demonstrar emoções

– Bem, você sabe, no atentado, ele levou um tiro na cabeça. O criminoso já foi preso e esta sendo interrogado pela polícia. – falou Bell

– Isso não me importa. Quero saber o estado do Walter – admito que fui um pouco grosso

– O estado do seu pai é grave, rapaz. A bala está alojado no cérebro, e vai ser preciso uma cirurgia para retirá-la. O maior problema é que pode haver sérias seqüelas e ainda não dá para dizer quais as regiões cerebrais foram danificadas, e dependendo da região, ele pode não acordar mais. – respondeu William, eu olhei para baixo e coloquei a mão na cabeça, mas depois fiquei ereto quando escutei a voz de Nina

– Nós estávamos te procurando, Peter. Como você sumiu há anos, colocamos investigadores em seu encalço depois do ataque, mas foi bom você ter nos procurado antes. Quanto mais rápido fizermos isso, maiores serão as chances de Walter. Estamos desenvolvendo uma nova técnica na Massive Dynamics para casos como o de seu pai. Com essa técnica as seqüelas podem ser menores, a recuperação mais rápida, há inclusive a possibilidade de regeneração do tecido danificado. – falou Nina com seu jeito frio

– Vocês a usaram em Walter? - perguntei

– Não, ela ainda está na fase de testes, e de qualquer forma, todo procedimento em Walter só poderá ser realizado com sua autorização – respondeu Nina

– O que você acha dessa técnica, William? Ela realmente funciona?

– Sim, eu acredito nela. E caso você autorize, eu mesmo a realizarei.

Eu não precisei pensar muito. Sabia o quanto a Massive Dynamics era inovadora, e sabia da competência e genialidade de Bell. Eu podia confiar nele, ele não faria nada para prejudicar seu sócio e amigo:

– Podem trazer os papeis. Eu assino – falei encerrando a conversa

A cirurgia foi feita. E segundo Bell foi um sucesso. Agora era só esperar Walter acordar, o que podia demorar, mas também podia acontecer a qualquer momento. Wiliam estava otimista de que não haveriam seqüelas graves e que com o tempo e terapia Walter se recuperaria completamente. Mas isso não era uma garantia. Assim ainda havia aquela tensão se ele acordaria ou não. Ou se ele manteria todas as suas faculdades mentais, logo ele que era tão genial. Só podia ser mais uma pegadinha do destino.

Eu estava preocupado com ele. Aquela idéia de que ele não poderia voltar, trazia um aperto em meu coração. E se eu não tivesse mais chance de conversar com ele? Conversar sobre nossos problemas, nossa ruptura. Eu me fazia de forte, mas essa idéia me assombrava, não queria que as coisas terminassem assim. Walter era o meu único parente vivo e eu o dele. Então nos dias seguintes, fiquei praticamente todo meu tempo com Walter, o observava na maca, lia sobre pacientes em coma, tratamentos e técnicas, tentando usá-las nele,enquanto tinha expectativa de que ele acordasse.

Havia outras coisas para resolver, assuntos a tratar. Obter e passar informações relativas à investigação da tentativa de assassinato, questões da Massive Dynamics, sendo que Walter era um dos sócios principais, e eu como seu herdeiro e representante deveria tomar algumas resoluções e etc. Mas eu não tinha cabeça para nada disso. Simplesmente autorizei Wiliam Bell e Nina Sharp a resolverem isso até que Walter mostrasse algum tipo de recuperação.

Então certa tarde, Walter abriu os olhos. Ele me olhou e pude ver que ele me reconhecia. Ele tentava falar algo, mas estava entubado, e eu chamei a enfermagem. Eles o atenderam e chamaram os médicos. Fui tirado de lá, mas antes percebi que ele estava consciente e falava o meu nome.

Era uma boa evidência, ele me reconheceu, então alguma coisa na sua mente ainda funcionava, ele deveria ter algumas dificuldades no início, alguns lapsos e momentos de lentidão, mas tinha muitas chances de se recuperar completamente. Isso me animou.

Enquanto os médicos o atendiam, e faziam as suas anotações. Eu fiquei esperando no corredor. Mas estava com a cabeça mais leve. Depois de um tempo, William apareceu sorrindo e me disse:

– Então, Walter acordou. Eu sabia, rapaz ,não é qualquer um que acabaria com ele – ele deu um tapa no meu ombro

– Sim, isso foi muito bom – respondi sorrindo

– Agora que a recuperação dele está se encaminhando. Gostaria de falar sobre outras coisas. A investigação da polícia sobre o ataque ao seu pai está indo para um rumo que eu não concordo. Dessa forma, eu contratei uma equipe para investigar e cuidar da nossa segurança. Gostaria que você conhecesse a responsável.

– Ok, eu não me oponho. Depois que eu sair do Hospital, você me apresenta.

– Não precisa. Ela está aqui. Vou chamá-la.

William mexeu em seu celular, e em pouco tempo, uma mulher apareceu andando em nossa direção, mas eu não podia acreditar no que via, cada vez que ela se aproximava, a minha certeza só aumentava, eu a conhecia. Quando ela estava próxima o suficiente, Bell começou a falar:

– Esta é ... – mas eu o interrompi

– Olivia? – falei surpreso

– Josh? – ela disse um pouco abalada


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Notas finais do capítulo

Esse é o quarto capítulo que eu coloco aqui. E até agora, não teve nenhuma interação com a história, nada, nenhum leitor, favorito, comentário ou indicação. Parece que realmente ninguém está lendo, sendo assim se isso não mudar (continuar não tendo qualquer interação, seja qual for, pois essa é a única forma de saber se tem gente lendo), vou assumir que essa história não está agradando e que não há gente acompanhando. Como não há sentido em colocar capítulos, se ninguém está lendo, vou parar de postá-los e a menos que haja alguma interação com a história, esse será o último capítulo que coloco. Como não tem ninguém lendo, não vai fazer diferença mesmo.



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