Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 2
Sedução


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Olivia se aproxima do seu "alvo".
Ahh, se tiver alguém lendo, comente para eu saber isso, digam se estão gostando e me anime para escrever mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258489/chapter/2

“Sra. Robinson, você está tentando me seduzir. Não é?”

A Primeira Noite de um Homem

POV Olivia

-Oi!- como se me conhecesse, ele olha em meus olhos com um sorriso em seus lábios

- Oi – eu retribuo seu sorriso

- Demorei muito?

- Não. Além disso, esse senhor me fez companhia enquanto te esperava – olho para o homem que me incomodava, o vejo se levantar e ir embora, espero ele se distanciar e me viro para o meu alvo – Obrigada!

- Obrigado a você. Também consegui me livrar por sua causa. A propósito, eu sou Josh. E você é?

Deveria falar outro nome, um nome falso, da identidade que ia assumir no plano. Mas ele não estava sendo verdadeiro comigo, então preferi jogar e falar a verdade.

- Olivia.

Comecei a escutar vozes de protesto em minha mente. Era Nick. Eu e ele tínhamos essa habilidade de conversarmos via pensamentos. Até onde sabia, só nós dois possuíamos essa habilidade, das crianças que tinham sido duplas nos testes da droga Cortexiphan*, só nós tínhamos esse elo. Onde quer que estivéssemos, poderíamos ver o que o outro via e escutava e conseguíamos nos comunicar através da mente.

- Olive, não foi esse nome que combinados. Não vai dar para mudar. Os documentos e arquivos estão todos preparados. Sem contar que você sabe quem, não pode descobrir que é você. E realmente não é uma boa idéia usar o seu nome verdadeiro.

- Calma, isso não foi um deslize. Esse não vai ser o meu nome, ele usou um nome falso, e eu também, apesar de ser o meu nome verdadeiro. Meu nome vai ser o que combinamos. Isso que fiz agora foi só um jogo – respondi através do meu pensamento

- Espero que você saiba o que está fazendo.

- Eu sei. E espero que pare de me espionar. Realmente não quero que você veja as coisas que terei que fazer.

- Está bem. Se é isso que você quer, até mais.

- Olivia? Olivia? Terra para Olivia. - “Josh” me olhava confuso

- Hum, me desculpe, Josh. Estou meio aérea. Hoje foi um dia difícil.

- Espero que ele fique melhor daqui para frente. – ele sorriu de forma encantadora

- Eu também.

- Sabe, pode parecer uma cantada. Mas parece que eu te conheço de algum lugar.

- Acho difícil. Eu não moro aqui. Ou melhor, morava aqui quando era criança, mas me mudei há muito tempo.

- Eu não sou daqui, moro há algum tempo. Mas não cresci aqui.

- Então, talvez, mas eu duvido muito. Não me lembro de você.

- Pode ser um deja-vu. Algo predestinado, talvez nos conhecemos em outra vida- ele falou sedutor

- Talvez, apesar de eu acreditar menos nisso – mostrei meu lado cético

- Eu também

- Então era só uma cantada?

- Não sei. Funcionou? – ele riu e eu também

- Um pouco.

- Mas me fala do motivo do seu dia ter sido difícil. – eu o olhei de forma sorrateira e comecei a falar

- Vim à cidade para visitar o túmulo do meu pai. Eu ainda era muito nova quando ele morreu, e minha mãe resolveu mudar daqui. Desde então não tinha ido ao seu túmulo, não havia me despedido dele. Mas prometi que o faria algum dia. E hoje foi esse dia, mas é difícil me lembrar dele assim, depois de tanto tempo, lembrar das coisas que aconteceram antes e depois que ele morreu.

- É difícil, eu sei com é. – ele disse compreensivo

- Todos dizem isso, mas você só sabe realmente se alguém muito próximo de você morreu. – falei certeira

- Sim, isso aconteceu comigo.- seu olhar ficou um pouco triste

- Seu pai?

- Não, minha mãe, ela morreu há alguns anos.

- É, então você entende mesmo. - eu olhei para baixo me passando por triste- Penso se eu pudesse voltar atrás em algumas coisas. Tivemos uma briga antes de ele morrer, e não pude fazer as pazes com ele, é horrível não poder voltar atrás nesse tipo de coisa. A gente sempre acha que vai poder se desculpar, mas isso nem sempre acontece.

- Eu também não me dou bem com meu pai. Não o vejo há anos.

- Então vou te dar um conselho, tente resolver as coisas com seu pai antes que seja muito tarde. Eu falo isso por experiência própria.

- Ahh, os meus problemas com ele são bem complexos.  Mas vamos deixar essas coisas tristes de lado?

- Claro- eu ri

Começamos a falar de assuntos mais animados. Sua banda, música, filmes, não eram coisas muito pessoais, mas o papo era divertido.  Não era chato como eu havia imaginado, e dessa forma, consegui avançar em meu objetivo. Tomamos alguns drinks, jogamos sinuca, que eu venci. Ele era interessante, tenho que admitir.  E não ficou com o seu ego ferido quando ganhei dele. Pelo contrário, isso talvez o deixou mais empolgado.

O tempo foi passando e o bar já estava se esvaziando. Ele me convidou para continuarmos a “conversa” em sua casa. E eu aceitei esse convite potencialmente perigoso, fazia parte do planejado e se no futuro isso viesse à tona, eu ainda poderia usar a desculpa de que havia bebido, apesar de não estar realmente bêbada.

Seu apartamento ficava em um lugar afastado e não convidativo. Se realmente fosse uma moça indefesa, isso poderia trazer um pouco de medo, já que estava com um homem estranho. Mas ao entrar em sua casa, eu realmente me surpreendi. O que vi lá fora não condizia com o que vi dentro. Era um loft espaçoso, com sala, cozinha, e outros cômodos, todos juntos e sem divisórias. De certa forma me senti livre naquele ambiente. Somente o banheiro (que tinha paredes separando o dos outros cômodos), e o quarto que ficava em um andar superior, não davam para ser visto ao entrar pela porta. Naquele primeiro piso também havia poucos móveis, não tinha mesa, somente uma escrivaninha com um laptop em cima e uma cadeira giratória, instrumentos musicais, científicos e livros espalhados, um som, uma televisão colocada na parede, um sofá, eletrodomésticos e móveis de cozinha.

Ele me ofereceu algo para comer e beber, mas eu recusei. Me sentei no sofá, estava um pouco desconfortável. Em situações de paquera, eu ficava assim, e mesmo tendo que agir diferente por causa do plano, não consegui fingir naturalidade.

Ele me olhou de forma calma, não me pressionou, nem veio para cima de mim, e se mantinha sorridente e até um pouco brincalhão. Falou um pouco da sua casa e depois colocou uma música lenta para tocar, andou até o sofá e estendeu a mão para mim:

- Depois daquela derrota humilhante na sinuca – seu tom era de brincadeira- Acho que você me deve uma dança, não?

- Eu ganhei, então é você me deve uma, né? - falei seguindo na brincadeira

Ele se curvou na minha frente, fez uma reverência e voltou a estender a mão:

- Olivia, você me concede esta dança?

Eu sorri, e me levantei segurando sua mão. Ele me envolveu pela cintura e começamos a dançar. Era algo gostoso e tranqüilo. Ele aproximou o seu rosto do meu e voltou a falar:

- Eu realmente tenho a impressão de que nos conhecemos de algum lugar.

- Talvez. Você também não parecia um completo estranho- disse para entrar no clima

- Quando te vi sentada no bar, algo me dizia para ir até você, algo que me atraía...- um arrepio percorreu a minha espinha, será que eu estava desenvolvendo habilidades similares as de Nick? Eu realmente queria que ele viesse até mim por meu plano, e agora, de certa forma ao olhar naqueles olhos azuis, percebi que eles possuíam uma força que não conseguia descrever ou entender, mas me deixava calma, eu não estava mais desconfortável, eu queria me aprofundar neles, me sentir mais próxima dele- Algo que me deixava com uma vontade imensa de fazer isso! – ele continuou

Ele aproximou mais ainda o rosto do meu. Eu senti a sua respiração e logo depois os seus lábios contra os meus. Uma sensação extremamente boa tomou conta de mim, era como se entrasse em outra realidade, outro universo, onde só existia eu e ele. Eu sentia a sua pele, o seu gosto, sua língua dançando com a minha, sua barba para fazer roçando o meu rosto. Era maravilhoso. Aquilo fazia parte do plano, mas não era para eu gostar daquela forma.

O joguei no sofá e partimos para carícias mais íntimas, começamos a tirar nossas roupas e explorar os nossos corpos e sentidos. Não era para eu me sentir assim, mas eu estava imersa naquilo, e realmente era muito prazeroso.

*Cortexiphan é uma droga criada pelo Doutor William Bell em 1981. Bell teorizou que no momento do nascimento, a mente humana é infinitamente capaz, mas cada força que ela encontra (social, física, intelectual) desencadeia um processo chamado de "limitação" - uma diminuição desse potencial. Cortexiphan foi projetada na esperança de limitar esta "limitação", evitando o encolhimento natural da inteligência, resultando em pessoas com aumento da capacidade mental. Devido ao fato de que Cortexiphan só impediu a limitação do potencial da mente, em vez de inverter-lo, teria de ser administrada em crianças pequenas (cujo potencial ainda não tinha sido limitado), a fim de produzir os resultados.
Walter Bishop e Bell fizeram testes dessas drogas em crianças. A droga acabou aumentando a capacidade destas, sendo que várias desenvolveram habilidades especiais, como grande memória fotográfica, telecinésia, capacidade de controlar eletricidade, curar doença, escutar a mente das pessoas, teletransporte, atravessar universos e etc. Para deixar as crianças mais a vontade nos experimentos, Walter fazia testes e interação dessas crianças em dupla. No caso de Olivia, sua dupla era Nick Lane.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então tem alguém aí? Tem alguém lendo? Gostando ou não? O que será que vai acontecer? E esse novo universo é interessante? Comentem e recomendem, deixam a sua marca e opinião, isso realmente me anima muito e faz a diferença! (Ahh, eu sei que história de Fringe não são muito agitadas em comentários, mas espero que pelo menos tenha gente acompanhando)!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outros Universos, Outras Realidades" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.