Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 15
Amor




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"O amor deve ser uma coisa inesperada. Como cair num bueiro"

A modelo e a casamenteira

POV Olivia

Peter havia ficado bem preocupado com o vídeo que recebera. Era o primeiro que fora enviado diretamente a ele. O primeiro que mostrara sem sombra de dúvida que ele também era um alvo. Eu pude acalmá-lo, já que estava com ele. Mas a verdade é que por causa disso nós acabamos dormindo tarde.

Era cada vez mais difícil mentir para ele, e saber que eu era uma das responsáveis por aquilo que o afligia. Ainda mais agora que nós éramos... Afinal, o que nós éramos agora? Namorados? Amantes? Amantes escondidos? Não sabia como nomear a nossa relação, ainda mais em vista da minha face dupla. Mas eu realmente gostava dele. E me incomodava muito enganá-lo. Me sentia mal quando ele me chamava de Anna. Era como se ele estivesse falando com outra pessoa e não comigo. Como queria que ele me chamasse de Olivia. E como preferia que ele não falasse aquele nome, deixando as suas declarações sem alvo,algo como apenas você é maravilhosa, sem o Anna.

Nós fomos à filial da Massive Dynamics no dia seguinte. E Walter fez questão de nos acompanhar. Tinha grande rancor por ele devido ao passado, mas esse Walter me parecia outro. Ainda tinha aquele ar orgulhoso, mas parecia tão inocente quase como se fosse uma criança. A presença dele e Astrid no carro deu até uma animada no trajeto. Suas frases e perguntas eram engraçadas, e era como se estivéssemos levando uma criança ao zoológico, com Astrid sempre paciente como uma babá.

Enquanto Walter fazia perguntas a algumas pessoas da nossa equipe. O resto fingia que rastreava o último vídeo enviado. Era triste ver Peter como o único que realmente queria tirar uma resposta daí. Mas ele também não sabia que o vídeo era impossível de ser rastreado.

Uma visita surpresa de William Bell interrompeu um pouco as coisas. Ele e Walter foram a uma sala reservada para conversar. Claro que nesse momento Miranda "foi" ao banheiro. Ela com sua capacidade de ficar invisível podia passar despercebida e ouvir o que eles conversavam.

Depois de um tempo Bell e Walter voltaram, mas devido a presença de todos não conseguimos conversar. Wiliam já tinha ido embora. Mas ainda havia Peter, Walter e Astrid que não poderiam escutar o que falávamos. Quando esses resolveram almoçar, surgiu a oportunidade perfeita:

– Então, Emily, sobre o que eles falaram? – perguntei a Miranda

– Não entendi tudo muito bem. Mas falaram sobre algo secreto relativo à Brandon Fayette. Realmente tem algum problema com esse funcionário. E o Dr Bishop estava bem preocupado, dizia que Peter não poderia saber de nada.

– Mas qual é esse problema?- perguntou Simon

– Como disse, não deu para entender bem, eles pareciam não dizer coisa com coisa. Você poderia tentar escutar os pensamentos do Doutor.

– Já tentei ,é muito confuso, cheio de devaneios – falou Simon sério, mas eu não consegui conter um risinho ao pensar em como entrar na mente de Walter seria uma tarefa árdua, idéias misturadas com comida, programas de televisão, dentre outras coisas, devia ser enlouquecedor- Alguma idéia, Anna? – ele se virou para mim

– Mas o que eles falaram mesmo? Pelo menos o assunto? – eu tentava disfarçar o meu pensamento e que me diverti com aquilo

– Falavam algo sobre uma janela. Que ninguém poderia saber principalmente Peter. Que aquilo poderia se tornar uma grande mancha.

– Será que tem haver com os testes do Cortexiphan? - perguntou Michael

– Duvido, mas parece ser algo ruim que eles fizeram- falou Miranda, e uma idéia surgiu em minha mente

– Espera aí, janela e Brandon? Quando eu e Peter conversamos com ele, Brandon falou algo sobre um dr. Window, será que essa não seria a janela? – todos me olharam animados e eu continuei – Vamos investigar isso, acho que daí descobriremos mais um podre da Massive Dynamics

Durante a tarde, fingimos olhar a mensagem , mas na verdade investigávamos a tal janela ou dr. Window. Havia um projeto bem antigo sobre a tal janela. Os participantes dele eram Bell, Walter e Carla, a antiga assistente de Walter. Será que era por isso que eu achei algo estranho com ela quando eu e Peter fizemos aquelas perguntas? Os registros sobre esse projeto eram bem vagos, não falavam sobre o que era, mas tudo estava ficando promissor. E podíamos recorrer a Carla para aprofundarmos nele. Também havia uma série de dados sobre o Dr. Window. Ele participou de diversas pesquisas, e tinha o nome vinculado a várias invenções e terapias da empresa. Mas não havia sequer uma foto dele, e ninguém além de Walter e Bell parecia conhecê-lo. E essas pesquisas ocorreram sempre após o encerramento do projeto da janela. Havia algo errado ali. Tinha certeza.

Tive que conter a minha animação à noite. Pelo o que Peter sabia não tínhamos nada sobre o vídeo que ele recebera. E era nisso que deveríamos estar empenhados. Mas pelo menos quando estávamos entre 4 paredes e sozinhos eu podia mostrar o que eu sentia. Pois nesse ambiente o meu comportamento feliz não se devia a investigações e sim a ele. Era muito bom ficar com ele, sentir os seus braços e corpo. Apesar de me sentir culpada, eu ficava feliz com ele, era como se tivesse encontrado meu lugar nesse mundo.

Eu estava deitada em seu peito, seus braços em volta da minha cintura como se me protegesse desse mundo hostil. Ele levou os braços até minha cabeça e a moveu de modo que eu olhasse em seus olhos e de forma calma e direta ele disse:

– Eu te amo ... – meu coração estava disparado, meu Deus, aquilo era verdade, eu sabia disso, mas não queria escutar Anna no final, tudo isso traria uma aura falsa, o beijei apressada de forma que ele não conseguiu dizer o nome

Enquanto o beijava meus pensamentos me perturbavam. O que ele dissera me fizera tão bem. O que eu falaria a ele? Não poderia dizer nada além da verdade e quando nós encerramos o beijo, eu sorri e disse:

– Eu te amo, Peter – não devia me sentir assim, mas era a mais pura verdade


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