Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 10
Segredos




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"Toda mulher é um mistério a ser desvendado, mas ela nada esconde do seu verdadeiro amante"

Don Juan de Marco

POV Olivia

Eu não podia acreditar no assistia pelas câmeras de segurança. Ouvira um tiro e via uma confusão no lugar, pessoas corriam e gritavam. E não conseguia ver Peter devido à confusão. Estava preocupada. Ele estava bem? Fora atingido? Não dava para saber.

Olhei para Michael ao meu lado. E nós compartilhamos o olhar do desconhecimento. Eu não estava sabendo de nenhuma ação. E aparentemente Michael também. O que ocorria? Será que alguém dos nossos resolvera agir sozinho? Tinham guardado segredo da gente? Ou nenhum de nós era responsável por aquilo?

Não esperei muito tempo. Peguei minha arma e corri até o auditório. Eu estava aflita, queria saber sobre Peter. Quando cheguei ao lugar, tudo ainda estava muito confuso. Pessoas corriam, e eram ajudadas por seguranças. Consegui ver um homem sendo preso por guardas da Massive Dynamcs. Aquele devia ser o autor do disparo. Olhei em seu rosto e não o reconheci. E ele não parecia confuso como se estivesse sendo controlado por alguém, ao contrário, demonstrava saber exatamente o que acontecia. Ele devia ter seus problemas próprios .

Me aproximei do palco. Vi William Bell agitado, ele auxiliava Nina Sharp que quase não se mexia. Ela havia levado um tiro no ombro esquerdo, sangrava bastante e não conseguia ficar de pé. Homens se aproximaram dos dois, provavelmente para ajudar Nina. Senti um aperto no peito. Onde estava Peter? Será que ele tinha sido atingido e já fora levado?

Então, avistei Cameron James e Lisa Brown, que eu conheci na creche em Jacksonville, quando nos injetavam doses de Cortexiphan. Eles se portavam como guarda-costas de Peter. Realmente tinham porte para essa posição, além de habilidades especiais que poderiam ser bem úteis a qualquer pessoa na linha de fogo. Lisa tinha a capacidade de regenerar o corpo, então se ela fosse atingida por uma bala ou outra arma, o seu corpo se curava em instantes. Já Cameron, quando criança tinha a capacidade de fazer projeções astrais, que perdera depois que os testes acabaram, ficando apenas com o efeito colateral de seu poder, que era controlar campos eletromagnéticos. Assim, ele podia atrair e repelir qualquer metal,além de descargas elétricas. Podendo desviar balas e outros objetos usados para matar. Me aproximei deles e gritei preocupada:

– Onde estar Peter? – eles estranharam um pouco a minha preocupação, mas depois Lisa apontou para baixo da mesa e eu o avistei, fui até ele e perguntei

– Como você esta?

– Bem, Anna. Mas eles me prenderam aqui.

– Bom, é para sua proteção – falei aliviada

– Ainda não sabemos se você está em segurança, Peter – falou Cameron

– Mark, eu me sinto um covarde aqui!

– Melhor ser um covarde vivo, não? – rebateu Cameron

– A situação já está se resolvendo. O que importa é que está bem. – falei e era o que eu realmente sentia – Logo você sairá daí.

Depois de um tempo, quando tudo parecia seguro, Peter finalmente pode sair de onde estava. Nina fora levada a um hospital e aparentemente iria sobreviver. A polícia chegou logo e levou o atirador ,Brandon Fayette sob custódia. Ele tinha sido um funcionário da Massive Dynamics, mas fora despedido por Nina Sharp. Parecia uma vingança pessoal contra ela. Não era de se estranhar com ações da Massive Dynamics, que eles tivessem outros inimigos além da gente.

Peter estava animado com a prisão de Brandon. Achava que isso ajudaria na investigação. Como eu, ele não sabia que isso era mais um beco sem saída. Ele ficou no encalço da gente, e da polícia, queria de qualquer jeito acesso a Brandon.

Eu ainda estava um pouco abalada e precisava pensar. Conversei com Peter e meus colegas e deixei a investigação por conta deles. Disse-lhes que não estava bem, o que era verdade. E voltei ao Hotel.

Entrei no meu quarto, deitei na cama, e soltei um suspiro. Aquilo era muita pressão, muita confusão para mim. Como ainda tinha que matar uma dúvida, entrei em contato com Nick, felizmente nós só precisávamos de nossa mente para isso:

– Nick!

– Olive, como vai? Algum problema?- ele devia ter se preocupado com esse contato repentino

– Foi você?

– Eu? O que?

– Nina Sharp levou um tiro. Um ex-funcionário foi o responsável. Você teve alguma coisa haver com isso?

– Olivia, eu estou seguindo o plano, se tivesse sido eu, você saberia antes de acontecer. Estou em Boston, não em Nova York, como poderia fazer isso? Isso não nos ajudaria, e eu não tenho rancores contra Nina, se fosse até Bishop ou Bell, mas não ela!

– Certo, Nick. Então não somos os únicos que estamos indo contra a Massive Dynamic.

– Humm, só espero que não acabem com eles antes da gente.

Essa frase de Nick ficou em minha cabeça. Havíamos preparado o nosso plano durante muito tempo e nos mínimos detalhes. E se outros matassem Bell e Walter? Tudo iria por água abaixo, eles teriam um pouco do que mereciam, nós não precisaríamos sujar mais as nossas mãos, mas uma morte simples e pura era pouco para eles. Antes eles precisavam sofrer, antes acabaríamos com ele. Mas e se alguém ou o destino interferisse e os levasse antes. Eu não gostava de pensar nisso. Não podia acontecer. Nós conseguiríamos.

Lembrei de Peter e o que eu sentira quando achei que ele estava em perigo. Eu não devia me preocupar com ele, não devia ter ficado aflita, agindo sem pensar. Pois para ferir Walter, Peter também seria ferido. Walter! Meu Deus, olha como estava me referindo a ele? Walter? Não devia chamá-lo assim. Antes era Doutor ou Dr. Bishop. Será que eu tinha me aproximado demais? Isso tinha que acabar! Tinha que colocar minha cabeça e sentimentos no lugar.

Fiquei horas em meu quarto, pensando, brigando contra mim mesma e minhas vontades contraditórias. E quando Peter bateu na porta, eu percebi que muitas vezes o destino é o inimigo. Ele não podia ter aparecido naquele momento de fragilidade e dúvida:

– Você esta melhor, Anna? – ele sorria e parecia animado

– Sim – tentei parecer restabelecida

– Não está.

– Agora você sabe como me sinto?

– Algumas vezes, está claro que você não está bem. Nós conseguimos a filmagem do interrogatório de Brandon. Os outros estão analisando, mas eu preferi trazer uma cópia para você. Podíamos ver o vídeo juntos. Será que isso não te animaria?–ele estava com um pendrive na mão e o erguia para mim, eu o olhei de forma triste e ele continuou- Acho que não, né? Foi uma péssima idéia. Anna... Me diz o que te perturba. - ele sentou ao meu lado na cama, me olhava compreensivo, e eu ... precisava inventar algo

– Ahh... Peter, não sei se devo explicar. È que hoje foi uma confusão, e a culpa é nossa. Nós não poderíamos ter deixado aquele homem armado entrar, quanto mais chegar assim tão perto.

– Não esquente sua linda cabeça com isso, Anna. Ele era um ex-funcionário, ainda tinha o crachá de entrada. E vocês nem estavam controlando a situação, era a equipe da Massive Dynamics. A culpa não foi de vocês, algumas coisas não têm como serem evitadas.

– Essa tinha, me sinto incompetente. Como deixamos isso escapar? Alguém podia ter feito algo, fiscalizado a segurança ... sei lá. Tem gente atrás de vocês, com muitas mágoas, nada mais natural do que serem funcionários, pessoas envolvidas em testes, clientes ou algo do tipo. Nada mais natural do que alguém que tenha acesso a empresa. Mas nós falhamos, deixamos isso escapar. Eu falhei, Peter. E aquele tiro poderia ter sido para você. Ele poderia ter te matado. Eu fiquei tão preocupada – ele sorria, se aproximou mais de mim, tocou em meu braço, como eu não o repeli, segurou as minhas mãos e olhou em meus olhos

– Eu estou bem. Houve falhas, eu sei. Mas somos humanos, e falhamos! Não pense assim, você é a pessoa mais competente que conheço. Não foi culpa sua! Sei que estou em boas mãos, afinal, além de tudo você se preocupa comigo de verdade, não é? È mais uma motivação para me proteger.

– Peter, eu me preocupo... – comecei a assimilar a situação, o que acabara de dizer, tentei consertar, mas ele estava bem próximo a mim, e comecei a gaguejar – Mas... – ele levou a mão no meu rosto, colocou o dedo em meus lábios e com sua face próxima a minha

– Xiii! Vamos parar de falar agora?

Ele me beijou de forma leve. Mas depois aprofundou o beijo, mostrando bastante desejo e vontade. E eu não consegui conte-lo ou me conter, estava dominada por ele, feliz com aquela proximidade, e simplesmente só conseguia retribuir o seu carinho.


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