Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 5
Capítulo 5 - Amigos, amigos. Sentimentos à parte!


Notas iniciais do capítulo

Oiiii.
Agradeço ao único review de Mayyy - obrigada por ser uma leitora tão boa e presente! > < - esse capítulo é para você. Espero que você curta!
Beijos,
M.C. - Miss Trublion.
PS: AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À MINHA BETA: BELLE-ÉPOQUE. (Melhor agora, Bell? xD)



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Capítulo Cinco – Amigos, amigos, sentimentos à parte!

Quando Hyde disse que ia jogar nas mesas de sinuca, ofereci-me para ir com ele dizendo que eu queria ver como se joga. Ele deve ter pensado que era mais um plano meu para deixar Luc sozinho com Clarice, pois não se mostrou contra.

Eu tinha que admitir que ele jogasse extraordinariamente bem. E eu não conseguia acreditar que havia gente que ainda jogava contra ele ou apostava contra ele. Claro que não eram notas muito altas, na verdade, mal passava de cem dólares. Mas todo aquele dinheiro junto... Ele não teria o que reclamar.

Acredito que Harold, um dos meus irmãos, explicou-me aquilo.

Homens são loucos por desafios. Sempre que veem alguém ganhando, eles acham que só eles podem vencê-lo ou fazer melhor”ele havia me dito.“Você lê mangá shounen. Sempre tem um vilão que ninguém consegue vencer, somente o mocinho. É mais ou menos isso do que os homens sentem!”.

- Cara, é impressão minha ou isso está fácil demais? - exibiu-se ele para mim.

- Não está gostando de ganhar? - perguntei.

- Sinceramente, não. – Ele riu. - Quer que eu te ensine a jogar?

Fingi que pensei.

- Não... Eu sei jogar mais ou menos. Meu pai tentou me ensinar certa vez – comentei tentando parecer insegura. - E se eu apostasse contra você? Seria mais divertido?

Ele olhou para mim quase com um disprezo divertido.

- E o que eu ganharia se eu vencesse contra você, Chihuahua? - perguntou.

- Sei lá. Dinheiro? O que você quer? - perguntei.

Ele pensou por um tempo até seus olhos lilases pousassem sobre mim.

- Se eu vencer, um dia você vai sair comigo e beber tanto até o ponto de ficar bêbada – ele disse. - Aí eu vou poder voltar a pensar que você é uma garota maneira de novo.

Eu sorri. Não havia chances de aquilo acontecer.

- Tudo bem. E, se eu ganhar, você vai me dar o dinheiro que você já ganhou até agora – eu propus.

Ele olhou para a pilhazinha que havia juntado e depois para mim e meu rostinho inocente. Eu percebi que ele havia pensado o mesmo que eu:não havia chances daquilo acontecer.E concordou com a cabeça.

- Você quer começar? - ofereceu me passando um taco.

- Não. Por favor, vá você primeiro. Gosta de ser primeiro em tudo – zombei.

Ele olhou para mim com um brilho de raiva no olhar e acabou concordando.

- Caso você não saiba, costumamos dizer que em sinuca de bar, vale o combinado – falou ele, debruçando-se sobre a mesa. – Então vamos fazer assim... As bolas têm uma ordem para serem encaçapadas. Vermelha, amarela, verde, marrom, azul, rosa e preta.

Para inflar o ego dele, deixei-o falar a vontade.

Ele encaçapou a vermelha... A amarela... A verde... E a marrom... E a azul e a rosa... Mas ele perdeu quando chegou na bola preta. Não sei se foi de propósito, mas acho que ele acreditou que estava tudo bem porque eu não passaria muito perto daquilo e que logo seria a sua vez de novo.

- Mostre-me o que você sabe – ele disse me passando um taco.

- Vou lhe ensinar o porquê era tão importante você prestar mais atenção na aula – comentei.

Debrucei-me sobre a mesa e me concentrei. Gostei do fato de ele não ficar tentando encontrar motivos para tentar me distrair. Muitos dos amigos inconformados do papai faziam isso com frequência quando eu jogava entre eles.

Calculei mentalmente qual seria as possibilidades de encaçapar a maioria das bolas em suas ordens com uma única tacada somente para humilhá-lo. Posicionei-me no ângulo ideal e percebi que ele estava começando a ficar chateado com a minha demora, mas tentou parecer paciente.

Quando bati na bola branca, dei um sorriso.

Vi a bola branca bater nas outras bolas. As que foram atingidas com mais força foram a amarela que empurrou a vermelha para o buraco. Enquanto a verde era empurrada por uma marrom que seguia fraca para outro buraco. Assim como o azul empurrava a rosa para outro buraco.

- Acho que estamos empatados, querido – eu disse rindo do seu rosto chocado.

Já não havia dificuldade em empurrar a bola preta sozinha para um buraco.

- É... Acho que eu ganhei – dei um sorrisinho lhe dando o taco. Mas ele estava aturdido. - Acho que você me deve alguma coisa...

Recuperando-se ele disse:

- Isso foi trapaça!

- Não foi trapaça porra nenhuma. Você está cego? Seguiu exatamente a ordem!

- Você me enganou! Disse que não sabia jogar direito!

- E onde é que está escrito que é proibido esconder as suas habilidades? - perguntei irônica.

Ele soltou um suspiro de incredulidade e estendi a mão para que ele me desse o dinheiro.

- Tenho mesmo? - perguntou.

- Tem. Que foi? Não é homem o suficiente para cumprir com sua palavra? Antigamente, quando os homens perdiam dinheiro em jogos, isso era chamado de “divida de honra”! - eu disse.

Com um suspiro cansado. Ele meteu a mão no bolso do casaco e olhou bem para mim quando deixou suas notas em cima de minha mão. De repente, vi-me observando aquele lilás de seus olhos. Eram incríveis! Realmente podiam existir pessoas com aquele tom no olhar? Quanta injustiça!

Ia me afastar, mas ele não soltou a minha mão. Pelo contrário, ele agarrou a meu pulso com mais força quando ele disse:

- Garota, você não existe! Casa comigo?!

E me agarrou!

Juro por Deus que foi ele quem me agarrou ali no canto da ala onde tinham as mesas de bilhar! Eu não fiz nada! Seus lábios encostaram-se aos meus e tomaram posses deles. Eu nunca imaginei que um beijo pudesse ser tão possessivo. Como se eu pertencesse a ele. Seu beijo era raivoso, selvagem com um toque de algo que me deixou chocada. Era um toque de perigosa malícia. Sua outra mão passou para a minha nuca. E ele tentou enfiar a língua realmente esperando que eu cedesse a ele.

Ah, vai se fuder!

Empurrei-o e dei um soco no seu maxilar que o fez cair no chão e quase me levar junto.

- Caralho! Deus do céu! Acho que eu vou vomitar! - eu exclamava assustada. - Água! Eu preciso de água!

Clarice e Luc de repente vieram até nós com um misto de susto e vontade de rir.

- Sua filha da puta! Sua bruta! Por que diabos você me bateu?! Tá ficando louca?! - Hyde gritou com uma mão levada à maçã do rosto, que estava vermelha.

- Você é quem deve ter ficado louco para ter me agarrado daquele jeito! - eu respondi. - E, desculpe pelo soco. Ele saiu sem querer. Você me pegou de surpresa!

- Ah, tudo bem. Da próxima vez eu peço permissão! - ele respondeu com ironia.

- Próxima vez?! Não vai ter uma próxima vez! - eu respondi irritada. - Nunca mais volte a me tocar seu... Urgh! Preciso ir ao banheiro! Acho que vou por para fora tudo o que eu comi!

- O que foi muita coisa! - ele gritou para as minhas costas.

+

Eu sentia que Hyde queria me matar.

Não sei o que foi que me indicou aquilo: se foi a intensidade de seu olhar, se foi o modo com que ele apertava as mãos vazias, ou se foi o som de seus dentes rangendo com tanta força que ele apertava o maxilar quadrado. Bem, a culpa não era minha se ele tentou me agarrar. Ele sabia que eu era violenta e que odiava garotos. Por que outro motivo eu gostaria de ser tocada por eles?

- Para de ficar me olhando assim! - mandei irritada. - Foi você quem me agarrou!

- Nunca em toda a minha vida uma mulher me deu um soco! - ele disse com a voz trêmula de raiva. - Um tapa talvez, mas não um soco! Agora eu sei o que aquele pobre coitado sentiu no cinema. Você tem a mão muito pesada!

Eu olhei feio para ele, e Luc e Clarice tiveram o bom senso de ficar calados no carro.

Voltei o meu olhar para a janela e me lembrei de cenas da minha infância. Eu não era nenhuma virgenzinha tola ou retardada. Eu já havia beijado alguns garotos, a maioria deles no jogo "verdade ou desafio"... Mas aquela era a primeira vez que um garoto queria me beijar sem segundas intenções envolvidas... Ou talvez tivesse segundas intenções.

E se tivesse. Ele não era tão bom quanto o último que me beijou.

Homens são homens. Só pensam em "J. L. S" como meus irmãos se referiam: jogos, lutas e sexo.

Hyde não era tão melhor ou um pouco mais maduro do que os outros que eu conheci, mas o que me irritou foi o fato de que, pelo menos por algum momento naquela noite, passou pela minha cabeça que poderíamos ser "amigos". Ele era quase perfeito: gostava de Versailles e de rock; parecia se divertir com algumas reações minhas e gostava de ver filmes de ação. Mas ele mostrou o seu lado "masculino".

Quando o carro parou na porta do prédio, eu nem esperei que Luc desligasse o motor para descer.

Peguei o meu casaco e disse seriamente para Hyde:

- Nunca mais encoste em mim.

Saí do carro e fui para a portaria onde cumprimentei o porteiro com mau humor e ele me entregou um pacote. Me dirigi ao elevador e entrei sem esperar por Clarice. Ela subiria depois de se despedir de Luc. Quando apertei o botão, Hyde invadiu o elevador, quase sendo partido em dois pelas portas.

- Já que eu não te matei, quer que o elevador mate? - comentei olhando aquela embalagem.

Era da Victoria's Secret. E tentei não sorri ao ver a assinatura de Fred:

Modelo exclusivo para Clarice. Acha que eu não sei que quem teve o encontro foi ela? Boa tentativa, Lyne. Tente mais tarde. Beijos, Fred.

- Não quis estragar a despedida dos dois. Nunca segurei vela antes - ele respondeu recostando-se à parede metálica.

- Quem manda espantar a sua companhia? - comentei com frieza.

- Foi exatamente isso o que Luc disse! - ele exclamou. - E Clarice me mandou vir pedir desculpas.

Olhei para ele com incredulidade.

- Se alguém teve que mandar você vir pedir desculpas, então elas não são sinceras e você não está arrependido - eu disse com um tom de "óbvio".

Saí quando chegamos ao meu andar. Ele não pretendia sair, mas acabou saindo e pegando o meu braço.

- Não. É sério. Desculpa! Eu fiz mal em te agarrar eu só... Fiquei surpreso porque eu nunca consegui me divertir tanto em companhia de uma garota! Tinha momentos que eu te olhava como se quisesse ter certeza que você era uma garota normal e foi por isso que eu te agarrei.

- E você precisou me agarrar para saber que eu sou uma garota bem normal - comentei com ironia. - Valeu.

- Não. Você não é normal! - Ele riu. - E gostei disso. Podemos apagar esse fim desastroso e recomeçar?

Eu abri a porta do apartamento e dei de ombros.

- Pergunte-me depois de amanhã. Quando eu estiver com menos raiva ou menos sono - respondi.

E fechei a porta na sua cara.


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