Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 34
Capítulo 34 – Um Mês.


Notas iniciais do capítulo

Bem..... Vocês pediram e aqui estamos!!
Com mais um capítulo surpresa de Sr. Arrogante e o Chihuahua ;D
Sinceramente, eu pensei em abandonar a fic porque minha vida estava corrida e tals... E, também, caramba, tem tanta gente acompanhando, visualizando, lendo, favoritando... Que acho que não chega nem à METADE do número de reviews que eu recebo... Isso é muito triste, sabiam? Minha história não é digna de reviews ou recomendações?
A Bell me disse que era assim mesmo... Mas cara, me sinto totalmente triste vendo isso. Então decidi que vou tentar escrever independente do número de reviews só para uma realização pessoal (a de não deixar esse casal abandonado na sarjeta) e também nem sei se vou me preocupar em respondê-los (aos reviews) porque sei lá. Tô desmotivada u.u
Então é isso.
Bjos, curtam aê!
E agradeço às pessoas que me mandaram MPs e Reviews. Obrigada por se importarem ^.~



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Capítulo 34 – Um Mês.

A vida é cheia de mistérios.

Mistérios como: por que a tampa da pasta de dente tem o tamanho exato do ralo da pia? Ou por que as coisas sempre somem quando nós mais precisamos delas? Ou por que o canudinho do achocolatado insiste em se perder dentro da caixinha?

Depois de eu passar um mês com Hyde, percebi que talvez nossa relação fosse como um desses mistérios bizarros que não há como explicar. E digo isso porque esse maldito, de alguma maneira, me transformou numa contradição ambulante. Havia sérios momentos em que eu queria estrangular ele até fazê-lo se calar... Mas havia outros momentos em que eu queria beijar e o abraçar até que algo urgente precisasse nos fazer afastar.

Algo como, por exemplo: Ellie, Clarice, Luc, meu irmão (que já deixou a minha casa! Uhuu!)... E outros intrometidos, personagens secundários e amigos gays que não deveriam ter nada a ver com o meu romance com Hyde.

Um mês... Ainda não era um recorde de quanto tempo eu havia namorado alguém, mas ainda assim, não era algo fácil. Não comigo. Muitas pessoas não suportam o meu jeito “grosseirão”, então como ele havia conseguido suportar?

Talvez fosse cedo demais para admitir isso, mas ele poderia ser a tampa da minha panela.

– Chi! Chi! Chihuahua! – O dito cujo dos meus pensamentos pulou na minha frente como uma criança de cinco anos querendo pregar um susto em alguém.

Ergui o olhar do livro que eu revisava e lhe analisei para querer saber se eu estava vestida de acordo com ele, ou se conseguia arrumar alguma pista de onde ele iria me levar naquela tarde do nosso aniversário de um mês. Aparentemente era uma “surpresa”.

Para minha sorte, ele estava vestindo calça jeans skinny com tênis gastos, uma camiseta estampada coberta por um casaco por que estávamos no outono. O que significava que eu estava de acordo, vestindo algo parecido, só que mais feminino e romântico. Clarice me forçou a parecer uma “garota” ao menos hoje.

– Quanto tempo mais você pretendia demorar? – perguntei guardando o livro na bolsa. – Quando alguém marca dez e meia, deveria aparecer dez e meia.

Hyde revirou seus olhos violetas.

– Eu não sou inglês, Chihuahua, eu posso ter me atrasado cinco ou dez minutos, mas é normal – ele retrucou divertido, então ele pôs suas mãos nas minhas e me puxou do banco onde eu o havia esperado por meia hora (e não dez ou cinco minutos). – Você está bonita! Acho que a felicidade te deixa mais radiante, sabe...

Eu dei um sorriso irônico.

– Troque “felicidade” por maquiagem e lentes de contatos. Aí a constatação pode ser considerada certa – respondi.

– Quando alguém te faz um elogio... – Ele disse lentamente, subindo suas mãos para o meu rosto e apertando as minhas bochechas. – Você sorri e agradece. Sorri e agradece.

Dei um sorriso forçado e muito fácil.

– Agradesssso... – imitei a cobra do Harry Potter.

– Não há de quê – ele respondeu sorrindo, e então cobrindo meus lábios com os seus...

E então o meu sorriso forçado já não era mais tão forçado assim...

– Hm, Chihuahua... Acho que você vai querer me matar, mas... Tenho que te contar uma coisa – ele avisou se afastando, mas suas mãos migraram para a minha cintura. Se ele não fosse o meu namorado, eu poderia tê-lo socado outra vez.

– O que foi que você aprontou? – perguntei pacientemente.

– Eu não... Mas digamos que a sua “onça rebocada”...

Foi difícil esconder o meu sorriso ao ouvi-lo chamar sua vizinha pelo “adorável” apelido que eu lhe dei. E, pelo jeito que ele havia dito com naturalidade, acredito que ele usasse assim quando conversasse com Luc também. Que bom. Quanto mais tempo aquela tal de “Kitty” fosse chamada de “Onça Rebocada”, menos chances ela teria com Hyde.

Er... Não que ela tivesse qualquer chance com o meu namorado, né?

Por favor. Sou mais eu.

– O que foi que ela fez? – perguntei, sentindo um cutucão no meu cérebro, era o meu instinto assassino despertando... E pedindo por sangue.

– Digamos que ela...

– Hyde! Hyde! – Essa voz... Eu conheço essa voz. Soltei um resmungo interno quando Ellie apareceu correndo segurando dois sorvetes de chocolate e logo depois se atracando na cintura dele. Aparentemente, ignorando que o lugar estava ocupado por mim. – Eu não sabia o sabor que você queria, mas comprei o mesmo que o meu! Chocolate!

Ele olhou para mim com cautela, mas tudo o que eu via era aquela garotinha agarrando o meu namorado, que teve que me soltar. Ótimo. Que belo começo para um romance que está fazendo um mês!

Ellie... Se ela não fosse muito nova, eu até me sentiria ameaçada. Com seus belos cabelos loiros platinados, e seus olhos castanhos, e seus lábios finos e róseos sempre trazendo um sorriso matreiro de quem está armando para cima de mim. Talvez fosse paranoia, mas é difícil dizer depois de tudo o que ela já fez comigo.

– Então... Kitty me deixou de babá hoje – ele respondeu o óbvio. Então olhou para a garota e disse: – Obrigado pelo sorvete Ellie, mas eu estive gripado a pouco tempo... Por que você não oferece para a Chi?

Ela olhou para ele com decepção antes de olhar para mim. Aí seus olhos também brilharam de um modo que deixava claro que seus instintos assassinos estavam mais despertos do que nunca. Todos tinham um instinto assassino, até mesmo Clarice, se ela quisesse.

– Olá, Ellie... Como vai? – perguntei tentando soar amigável.

Hum, pela careta do Hyde, acho que falei muito sombria.

– Bem. E você? Ameaçando mais alguma pobre senhora, mãe solteira, ultimamente? Afinal, esse parece ser o seu passatempo... – ela disse.

Outch. Língua afiada demais para uma criança de nove, dez anos...

– Hey! – Hyde brigou dando um coque na cabeça dela. – Não te ensinaram a respeitar os mais velhos, não, Ellie?

Ela olhou para ele como se fosse chorar. Nossa! O seu ídolo havia batido nela! Batido nela porque ela havia ofendido a “Maria-macho” – sim, eu li tudo isso no olhar magoado e surpreso dela. Acho que sou uma quase Edward Cullen.

– V- você bateu em mim! – ela choramingou.

E então Hyde amoleceu e a abraçou com arrependimento! Ah, por deus! Se íamos ter filhos que ele fosse mais inflexível!

... Espera, íamos ter filhos?! Lyne, você tá doida mulher?!

Bufei, com raiva de mim mesma e puxei, gentilmente, a garota dos braços do meu namorado. Se hoje ela ia ficar com a gente, era hora de pôr tudo em pratos limpos.

– Ellie... – eu comecei. – Você sabe que eu sou namorada do Hyde, certo?

Ela me olhou com raiva, dando uma lambida no seu sorvete.

– Sei... – ela bufou.

– E você sabe que hoje nós fazemos um mês juntos, não sabe?

Ela ficou vermelha de raiva.

– Sei... – rangeu os dentes.

– Chihu... – Hyde disse penalizado.

– Então... Você sabe se não conseguiu nos separar nesse mês inteiro, você provavelmente não conseguirá nos separar num só dia, certo? Então que tal desamarrar essa cara e tentar se dar bem comigo? Juro que vou tentar não morder.

Ela ficou sem ação por um tempo. Seu corpo tremendo de um modo que quase me assustou... Mas então, ela respirou fundo e desamarrou a cara. Fez o sorriso mais lindo que eu já vi na minha vida e seu corpo relaxou.

Era isso? Eu havia ganho?

– Você tem razão... – ela disse. Dessa vez, ela suspirou. – Acho que... Se ele gosta de você... Não há nada que eu possa fazer, a não ser aceitar.

Hyde ergueu as sobrancelhas, em choque.

– Toma. Vamos fazer as pazes – ela disse me estendendo o sorvete de chocolate.

Dei um sorriso agradecido, me sentindo a Super Nanny, mas quando estendi a mão para pegar, ela o deixou cair no chão. De repente, seu sorriso resplandecente havia um toque sombrio e psicótico. Quase engoli em seco.

– Ups! – ela disse somente. – Por que você não vai comprar outro?

Eu apertei os dentes.

– Perdi a vontade, mas obrigada por se preocupar – respondi, ficando ereta e olhando para Hyde. – Então... Qual era a surpresa agradável, Hyde?

O cara do cabelo descolorido deu um sorriso amarelo e segurou a minha mão. Sim, Ellie olhou para aquela união como se fosse a coisa mais nojenta e desprezível que ela já viu na vida. Ela bem que tentou colocar sua mão no lugar da minha, mas Hyde não deixou e lhe ofereceu sua outra mão livre. Ellie aceitou, com derrota em sua expressão.

– Eu programei uma tarde incrível para nós... três – ele disse se virando para Ellie e depois me olhando. – Vamos ao Zoológico!

Eu soltei a mão dele e cruzei os braços. Inesperadamente, Ellie fez o mesmo.

– Como? – perguntamos em uníssono.

Eu olhei para a baixinha e ela me olhou de volta, com nojo. Depois ela virou o rosto.

– Quantos anos você acha que eu tenho? – Ellie perguntou com os braços cruzados.

– Quantos anos você acha que eu tenho? – eu corrijo.

Hyde bagunçou seus cabelos fazendo um movimento com a mão que começava por trás da cabeça e vinha para a frente. O movimento é sexy. Sem dúvida, é sexy.

– Zoológicos não têm idade máxima... E animais são legais – ele argumentou, tentando segurar nossas mãos novamente. – Além do mais, não há muitas coisas legais que um casal maior de idade possa fazer com uma criança de nove...

Hyde me deu uma olhadela sugestiva na parte do “coisas legais que um casal maior de idade possa fazer”. Oh, não. No nosso primeiro mês de namoro ele já estava querendo me levar para “lá”?! Se sim, só posso dizer que no nosso primeiro beijo, quase lhe arranquei um dente. Se ele vier com alguma gracinha, posso arrancar outra coisa dele.

Ellie deu um suspiro de contrariedade.

– Se é assim... Então vamos – ela cedeu, fazendo bico.

– Obrigado – Hyde agradeceu, me olhando depois.

Eu olhei para ele e soltei um suspiro.

– Vamos... Mas não quero aquelas brincadeiras de “Olha, a sua família!” – eu avisei dando um sorriso brincalhão e pegando na mão dele.

Hyde se debruça e encosta seus lábios nos meus com delicadeza.

– Não precisamos ir a um zoológico para brincarmos disso – ele argumentou se afastando. Apontou para um esquilo num galho de uma árvore perto do banco onde eu estivera e disse: – Olha, Chi, é o seu parente!

Tentei parecer zangada, tentei mesmo... Mas as risadas de Ellie puxaram a minha e eu acabei rindo com ele. Sinceramente, eu não me achava parecida a um esquilo.

– Pensei que eu fosse um Chihuahua – eu disse, entre risadas.

– Você é um cruzamento de espécies – ele respondeu. – Agora, vamos ao zoológico!

...

Querendo ou não, a brincadeira de famílias foi necessária.

É tipo um ritual de quem vai ao zoológico. Você tem que fazer brincadeira com aquele seu amigo que tem cara de um animal engraçado. Ellie me comparou a um monte de bichos, e eu fui delicada o suficiente para compará-la a uma macaquinha que vive aprontando (inesperadamente, ela levou bem a brincadeira), enquanto nós duas comparamos Hyde a todos os felinos mais sexys que tinha naquele lugar.

Desde leopardos até panteras.

Na loja de souvenir do zoológico, Ellie se fez de presentes. Nunca conheci uma garota mais materialista que Clarice – do tipo que compra roupas e acabam mofando no guarda-roupa porque decidiu que não gosta mais –, mas aparentemente, Ellie gostava de todos os tipos de animais existentes. Principalmente os de pelúcia.

– Aonde vamos agora? – eu perguntei depois que acabamos de gastar nosso tempo no zoológico.

Hyde olhou no relógio.

– Vou levar a criança aqui para casa – ele disse, apontando para Ellie com a cabeça. E completou com malícia: – E depois começaremos com as programações para adultos.

Mordi o lábio inferior, divertida.

– Eu não quero ir ainda... – Ellie choramingou, agarrando-se a cintura de Hyde.

– Ellie... Hoje passamos a tarde toda com você - Hyde disse pacientemente, abaixando-se até ficar cara a cara com a pirralha. – Eu quero ficar um pouquinho com a Chihuahua... Pode ser?

Os olhos claros de Ellie começaram a ficar marejados.

– Desde que essazinha apareceu você não quer mais saber de mim! – Ellie gritou chateada, soltando-o. – Você não desgruda dela! Ela não te deixa respirar! Eu sinto falta das outras! Pelo menos elas nunca te roubaram de mim!

Hyde olhou para a garota, estático. Tudo bem, eu mesma estava estática. Sem saber o que dizer ou falar... E diante de nossa falta de reação, Ellie deu as costas e saiu correndo pela rua. Ela estava chorando muito. Fui capaz de ouvir seus soluços de onde estávamos.

– Vamos atrás dela – Hyde disse, coçando a nuca, desconfortável. – Sinto muito por isso.

Eu apenas concordei com a cabeça e fomos atrás dela antes que a perdêssemos de vista.

Resolvi não comentar com ele o quanto Ellie, aparentemente, foi muito mimada. Só pela maneira como ela age (sempre gritando e se esperneando), imaginei-a como aquela garotinha que bastava dar um gritinho para seus dois vizinhos bonitões virem correndo saber o que houve. Se ela era incapaz de dividir as atenções de uma pessoa, no futuro ela ainda vai se machucar muito.

Ela parou num parquinho e, sabendo que nós a havíamos seguido, subiu numa casa onde era difícil para os adultos entrarem... Ou melhor, às pessoas altas. Percebi quando Hyde me olhou como se quisesse puxar uma fita métrica.

– Tá brincando?! – eu perguntei.

– Só fale algumas coisas que a tirem de lá e depois desça... – ele pediu. – Eu não vou caber lá dentro... Você vai.

Eu olhei para meu namorado como se ele fosse louco.

E ele era louco mesmo.

– Escuta aqui, querido... Ellie me odeia. Contente-se com isso. Hoje o dia foi bom, mas ela me odeia mesmo. Ainda não percebeu? – eu disse, cruzando os braços. – Nunca vai rolar uma trégua entre nós duas... Sua intensão é boa, mas... Por que essa cara, Hyde?

Bem, ele estava fazendo beicinho.

Hyde estava fazendo uma expressão tão triste que era dolorosa de se ver... Tipo, muito dolorosa mesmo. Ele estava arrasado. E eu não gostava de ver ele assim. Não ele que era todo sorrisos e todo infantil.

Revirei os olhos.

– Tá... Eu vou lá... – concordei, e ele voltou a sorrir. – Mas... Continue com essa sua expressão miserável. Vou ver se faço a menina se sentir culpada...

Hyde sorriu para mim e se inclinou para dar um beijo, mas não deixei que ele o fizesse. Ainda não e muito menos na frente de Ellie. A garota era apaixonada pelo meu namorado... Eu iria mostrar um pouco de consideração e parar com as demonstrações de afeto na frente dela, pelo menos enquanto ela estivesse por perto.

Caminhei até a casinha com escorregador e subi a escada. Quem diria que ser pequena teria suas vantagens. Ellie estava encolhida num canto. Chorando.

– Ellie... Posso entrar? – perguntei suavemente.

Ele me olhou por cima dos braços cruzados sobre os joelhos.

– O quê? Veio me roubar esse lugar também?! – ela implicou, limpando o rosto.

Bufei. Que garota implicante!

– Quero conversar com você... – eu insisti, entrando mesmo sem a sua permissão. Eu não coube muito bem lá dentro, mas ao menos cabia se fosse para ficar sentada. – De mulher que gosta do Hyde, para pirralha que gosta dele.

Ellie olhou para mim com os olhos estreitos e inchados.

– O que você quer? Você já o tem todinho para você! – ela acusou, encolhendo-se ainda mais no seu cantinho. O mais longe possível.

Eu cruzei as pernas e soltei um suspiro.

– Sério? Que pena... Por que eu não o quero “todinho para mim” – respondi.

A garota me olhou como se aquilo fosse algum truque.

– Olha... – Eu cocei a minha nuca, pensando em algo para dizer. – Eu gosto muito do Hyde. Gosto mesmo. Ele é... O melhor namorado que eu já tive... E tenho certeza que ele é o melhor irmão que você já teve também, certo? Você gosta muito dele também, não é?

Ellie fez uma cara feia.

– Claro que eu gosto muito dele! – ela respondeu agressivamente.

– Bem... Não parece porque você está deixando ele triste agindo como essa garotinha mimada! – eu respondi, chateada. Estou tentando falar com ela numa boa, e ela está sendo o cúmulo da grosseria. – Olha, eu não morro de amores por você, tá? Mas... Eu tento gostar porque... Bem, Hyde gosta de você... Apesar de você se recusar a ser legal comigo... Eu sei que lá no fundo, você deve ser uma garota maneira.

Ela soltou um suspiro e me olhou sobre os braços.

– Estou deixando ele muito triste? – ela perguntou, meio culpada.

– Olhe pela janela... Ele está para morrer de tristeza! Porque as duas garotas de quem ele gosta não conseguem para de brigar...

– Ele não parece tão triste... – Ellie comentou, olhando mesmo pela janela.

– Ele só tá se fazendo de forte. Por dentro ele está em pedaços – eu insisti. Amaldiçoando-o por não fazer aquela expressão de tristeza que me convenceu a subir numa casa de crianças. – Ellie... Eu não tenho nada contra você ou a sua mãe, tá? E eu também não quero roubar o Hyde de você... Eu gosto tanto dele que me contento em ficar só com um pedacinho e deixar o resto para você, se você quiser.

Ela me olhou por sobre o ombro.

– Cadê a sua autoestima? – perguntou com sarcasmo.

Eu quase a soquei de raiva.

Eu estou tentando ser fofa! Abrindo mão do meu namorado só para satisfazer uma criança mimada de nove anos, é algo louvável, não é?!

– Quer saber, Ellie... Então eu vou voltar para casa sozinha com Hyde e te deixar aqui! – eu disse, indo para a escada. – Eu vou me divertir tanto com ele no caminho para casa, que você vai se arrepender por ter feito esse cu doce!

Desci e a deixei lá em cima.

Caminhei até ele em passadas longas e pesadas. Pelo rosto do meu namorado, ele ouvira o que eu dissera para a sua adorável vizinha.

– Chega! Eu desisto! Vamos embora! – eu disse para ele.

– Esperem por mim! – Ellie disse, descendo pelo escorregador e agarrando o braço dele. E disse me ameaçando: – Você nunca vai ficar com ele só para você, sua maria-macho!

Eu dei um sorriso vitorioso.

– Ah-Há! Eu te tirei de lá, sua pirralha! – eu impliquei, dando língua.

Eu havia ganho.


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