Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 24
Capítulo 24 - Eu Sou o Seu NAMORADO!


Notas iniciais do capítulo

Geeeente, desculpem a demora! Mas pensem pelo lado positivo, não passou mais de um mês, então, eu estou perdoada, não??? O.o descuuulpem mesmo mas me deu uma baixa de inspiração e consegui reencontrá-la novamente! aew! tava no meu armário de livros!
bem, aí vai um capítulo bonitinho e fresquinho para vocês, acabou de sair da revisão da minha beta!

agradeço aos reviews de: NairAlves ; Daphne ; Bia Winchester ; Hey Girl ; Pam Lage ; Andréa ; Mrs. St Clair ; Filha de Hades ; Laladhu ; Lais Santos ; Thatai ; Stargirlreckeless ; Gabs Schwart.

BEIJOS!

OBS: E quem quiser ir dando recomendações... fiquem á vontade! hahaha



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Capítulo 24 – Eu sou o seu NAMORADO!


– O que você achou da sua festa surpresa de aniversário? – eu provoquei Hyde enquanto tirava o capacete.


Ele tirou o seu também, mostrando-me um sorriso brincalhão enquanto eu apeava de sua moto negra e reluzente. Agora, já não tinha mais problemas com ela. Éramos boas e velhas conhecidas.

– Sem dúvida, foi surpreendente – ele respondeu. – Você sabia?

Eu cruzei os braços e neguei com a cabeça. Por melhor que fosse a intenção das pessoas que haviam preparado essa festa (que Clarice estava envolvida), eu não podia deixar de me lembrar que eles haviam me usado para “distrair” Hyde. Mantê-lo longe da casa enquanto organizavam uma festa para ele.

Não sei se nós havíamos desenvolvido uma espécie romântica de telepatia, ou se minha irritação com a minha amiga estava tão aparente, mas Hyde notou isso e deu um meio sorriso.

– Own, ficou zangadinha, foi? – ele perguntou adoravelmente.

– Seu amigo é uma má influência para a minha amiga – eu disse.

– Você acha que eu também não me senti traído pelo Luc? – ele perguntou retoricamente, descendo da moto.

Eu concordei com a cabeça.

– Deveríamos nos vingar dos nossos amigos – o diabinho no meu ombro direito falou.

Ele riu, por eu ter dito isso em voz alta, e me puxou para os seus braços.

Eu fiquei sem graça com o abraço, mas, no meu peito, uma relação de “gosta-desgosta” se formou. Gostava porque era quente, confortável e aconchegante. Do tipo que eu até tinha vontade de me aninhar preguiçosamente ali. No entanto, eu desgostava porque, me deixava muito sem graça, sentir que, apesar de ele ser grandão comparado a mim, parecia que eu havia sido feita para aquele lugar.

– Vamos bater uma foto? – ele perguntou.

Afastei-me, alerta, para lhe fitar o rosto e perguntei:

– Assim do nada? Sem aviso prévio? Sem quilos de maquiagem na cara e sem passar uma escova nos cabelos?! Quer arruinar com minha vida social?!

Hyde me olhou cheio de surpresa. Como se quem estivesse falando fosse um ser de outro planeta.

– O que foi? – perguntei confusa.

Hyde deu um pigarro e disse numa voz profunda:

– Uma Madelaine Ferry, vulgo Chihuahua, que se preocupa com a aparência. De onde ela veio? Onde ela mora? Como ela vive? Do que ela se alimenta?... Tudo isso e muito mais, aqui, no Globo Repórter.

Eu dei uma risada sem humor.

– Há há, muito engraçadinho você... Saiba que eu sempre me importei com a minha imagem. Quando saímos com Luc e Clarice naquela noite, eu estava tão arrumada que não me reconheceste – eu disse.

– Mas você anda tão desleixada no seu dia-a-dia... – ele lamentou fazendo um beicinho triste.

– Isso é porque eu não vou para uma festa, eu vou para a faculdade – respondi.

Ele refletiu e meneou com a cabeça, ponderando a minha razão. Como se eu precisasse disso. Mesmo assim, ele me puxou para o seu abraço novamente puxou o celular que eu comprei, apontando a câmera para nós.

– Vamos – ele pediu. – Só uma foto.

Eu olhei para ele com raiva, mas soltei um suspiro e lembrei a mim mesma que o aniversário dele passou e eu não lhe dei um devido presente (creio que ele nem fez um segundo pedido, pois foi logo me beijando no seu quarto).

– Só uma foto... Por favor. Por favor... – ele pediu, irritante. – Caramba, eu sou seu namorado!

Eu revirei os olhos e corei quando ele disse isso em voz alta. Quase que num grito agoniado.

– Só uma foto – eu cedi, sem graça.

Ele sorriu e me abraçou com mais força.

– Agora, um sorriso largo, Chihuahua! – ele pediu animado.

Eu revirei os olhos e, abraçando-o de volta, forcei um sorriso simpático.

– Ótimo! Agora faz cara de peixinho!

Eu revirei os olhos, mas deixei que ele batesse só mais essa foto ridícula nossa.

– Agora...

Eu olhei para ele sem paciência. Percebendo isso, ele me mostrou um sorriso amarelo.

–... Uma careta zangada – ele completou, batendo uma foto minha.

– Chega de fotos! – briguei largando-o. Ô gente abusada! Damos a mão e já querem o braço! – Tchau. Estou cansada e vou para o meu apartamento.

– Espera! Eu te acompanho até lá em cima! – ele se ofereceu.

– Não precisa – eu disse rapidamente.

–... Mas... Eu sou o seu namorado – ele disse fazendo uma carinha de cachorrinho sem dono.

Sinceramente, eu não via necessidade disso, mas deixei que ele me seguisse até o elevador e entrasse comigo. Ele não disse nada, só segurou a minha mão e ficou vendo algo no celular com um irritante sorriso sem razão nos lábios. Parte de mim, queria tirar aquele sorriso, outra parte, dizia que era um sorriso muito bonito.

De repente ele ergueu o olhar e pediu:

– Só mais uma!

Olhei para ele irritada, mas não teve como eu resistir aos seus olhinhos pidões. Quer dizer, eles eram lilases!

– A última – eu disse fazendo um “um” com o indicador.

Ele concordou e pousou a mão na minha cintura.

– Como agora? – perguntei de má vontade.

Ele olhou para mim e sorriu antes de se inclinar sobre mim e me beijar com ternura.

... Amoleci, apesar de eu não ameaçar cair como da última vez.

Quando seus lábios se encostaram aos meus, houve uma inquietação estranha no meu peito. Não era algo que chegasse perto de ser uma dor, ou de algum quase infarto, mas como uma arritmia cardíaca que era agradável. Que fazia todo um calor crescer no me peito e se espalhar pelo meu corpo. Numa rapidez de segundos.

Era estranho, mas bom. Como se ele fosse uma parte de mim (uma parte do meu inquieto coração) que estava faltando e eu só percebia naquele momento. Ou eu somente me deixei perceber, porque no fundo, eu sempre tive aquela sensação de que “faltava algo” na minha vida. Isso tudo, até agora, era algo difícil de explicar.

E é algo estranho que, logo eu (uma garota nada romântica) esteja quase escrevendo um poema para esse tipo de sentimento desconhecido meu, mas tudo o que eu posso dizer é que... Talvez isso seja uma demonstração de que o amor chega para todos. Até mesmo para aqueles que acreditam já terem sido feridos por ele.

Fiquei nas pontas dos pés e o puxei pelas lapelas do casaco de couro. Puxando-o para mim. Entreabrindo os lábios num gesto instintivo e ele, agarrando-me pela cintura, enfiou sua língua em minha boca.

Um arrepio percorreu minha espinha.

Não me lembrava daquilo ter sido tão excitante quando eu estava bêbada. Creio que, agora que eu estava sóbria, era diferente. Eu podia aproveitar tudo e me lembrar de tudo.

E, apesar dele ter bebido, sua língua, mais do que nunca, era doce e aveludada.

Só despertamos quando o elevador chegou no meu andar. Então, nos separamos (eu, meio sem graça, e ele com um sorriso de: “Hehe, eu a peguei no elevador”), e saímos em silêncio.

– Você quer que eu te convide para entrar? – perguntei, estranhando ele ter saído.

– Um convite seria agradável – ele respondeu com um sorriso presunçoso.

Eu sorri de volta.

– Bem, infelizmente é proibido entrar garotos no apartamento depois da meia-noite, então... Se manda – eu disse dando um “tchauzinho” e pondo a chave na fechadura.

Mas ele não se foi.

Na verdade, ele espalmou sua mão na porta (ao lado da minha cabeça) e se inclinou tão perto que eu fui capaz de sentir seu hálito fazendo cócegas em minha orelha.

– Você vai me tratar assim depois de me agarrar tão ardentemente no elevador? – perguntou.

– V- você me b-beijou primeiro! – eu acusei nervosa.

– Um selinho... Você que veio me puxando pelo casaco depois – ele respondeu.

Meu rosto se tingiu com fortes tons de vermelho, principalmente quando ele me agarrou pela cintura e encostou-me ao seu peito. Tá vendo! Eu dou um pouco de confiança e acaba nesse apelo sexual de larga escala!

– Sério, Hyde... Você vai ficar de fora dessa vez. Tá muito tarde – eu desconversei, toda atrapalhada com as chaves, ainda mais porque ele não me soltava.

– Olha... Está cedo o suficiente para ser um novo dia – ele desconversou.

– Hyde...

Ele me soltou e se afastou. Algo que eu não esperava, porque eu duvidava que ele houvesse desistido ir embora de boa. E ainda mais porque havia um brilho matreiro em seu olhar que me deixou apreensivo. No que será que ele estava pensando?

– Chihuahua – ele disse carinhosamente, mostrando um sorriso maroto. – Eu acho que eu posso entrar a essa hora no seu apartamento porque... EU SOU O SEU NAMORADO! EU SOU O SEU NAMORADO! EU SOU O SEU NAMORADO!

Ele saiu correndo pelo corredor do quinto andar gritando isso e batendo nas paredes.

Parecendo uma criança mimada, fazendo birra num supermercado porque a mãe não quis comprar um brinquedo ou os seus biscoitos favoritos.

Abri a porta, mortificada, e gritei:

– PORRA! ENTRA HYDE! ENTRA! ENTRA E EU PREPARO UMA COISA PARA CURAR ESSA SUA RETARDADISSE!

Ele passou correndo por mim, rindo, e eu entrei logo depois.

Que garoto mais retardado, eu hein! Nunca vi igual! E ele vai fazer isso justo no meu andar? Onde fizeram uma “pomba gira” para que todos os vizinhos mais chatos fossem morar? Veja bem, no número 501, morava “Gina, a reclamona”; no número 503, morava “Paul, o estranho” e no número 504 morava uns garotos viados que tinham uma boyband inspirada nos Sul Coreanos.

Para no número 502 ter Clarice e eu (claro e mais o parasita “temporário” do meu irmão).

Escondi o rosto, mortificada. Já prevendo as reclamações de Gina para o dia seguinte... Ela ia reclamar para o velho síndico que mais uma vez ia aproveitar o sermão para dar em cima de mim. Não que eu não houvesse dado umas boas porradas nele por causa disso, mas... digamos que ele gosta de apanhar.

– Me mostra o resto da casa? – ele pediu se jogando no sofá.

– Ah, claro... A cozinha é ali, a sala é aqui, os quartos são para lá e a porta é atrás de mim. Qualquer dúvida consulte nossos mapas, obrigada – eu zombei cruzando os braços.

Ele me olhou com um olhar matador e disse:

– Você conhece toda a minha casa e eu só conheço a sala da sua? Isso lhe parece justo?

– A minha casa não é um museu aberto a visitações – eu respondi dando língua.

– Por favor, me mostra ao menos o seu quarto – ele pediu.

Eu congelei. Como assim “me mostra ao menos o seu quarto”?

– Por que o meu quarto? O que você quer no meu quarto? Não tem nada para ver no meu quarto! – eu respondi apressada e nervosa.

Tá, um cara com quem eu estou namorado apenas algumas horas (e vamos comentar sobre o seu longo histórico de quase ser considerado ninfomaníaco, pelo menos, essa era a fama que ele fazia) simplesmente cismou em querer conhecer o meu apartamento, mais especificamente: o meu quarto.

O que eu supostamente deveria tirar disso?!

Como se só então se desse conta dos meus pensamentos, ele riu.

– Você é tão maldosa...

Eu corei e revirei os olhos.

– Maldosa é a sua avó! Eu não vou convidar um garoto, em plenas quatro horas da madrugada, para ir dar uma “observada” no meu quarto – eu respondi.

Ele riu e se levantou do sofá.

– Chihuahua... Eu não sou um garoto, eu sou o seu namo-...

Tapei a sua boca antes que ele dissesse essa palavra. Por algum motivo, eu estava ficando com uma aversão intensa à ela. Talvez fosse porque Hyde a usasse como se ela exercesse algum poder mágico sobre mim.

– Eu só quero... – ele disse rindo, tirando a minha mão da sua boca. – Conhecer o seu quarto. Sério.

Soltei um suspiro pesado e acabei cedendo. Não porque ele disse que era o meu namorado novamente, mas porque ele começou a fazer um carinho tão suave no meu pulso que eu acabei cedendo. Mostrei-lhe onde ficava a minúscula cozinha (separada por um balcão da sala de estar), apontei-lhe o quarto de Clarice e hesitei ao abrir a porta do meu.

– Vamos, abra! Abra! – ele pediu quase fazendo uma torcida.

– Tá... E esse é o meu ex-quarto que recentemente foi expropriado pelo meu irmão mais velho – eu disse abrindo a porta e entrando atrás dele.

Hyde parou no meio do caminho, parecendo chocado. Não entendi porque, mas foi só eu olhar para o meu quarto... para eu encontrar a cena mais escabrosa de toda a minha vida.


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