Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 23
Capítulo 23 - Não há razão...


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem pelo capítulo meia-boca mas eu estava meio (bem pouco) inspirada para escrever recentemente. De todo medo, eu já planejei os próximos capítulos (metalmente) e eles vão ficar melhores (eu acredito).

agradeço aos reviews de todas as que comentaram e quero fazer um apelo para essas que estão favoritando a história sem deixar UM REVIEW, isso me deixa triste, por favor, mande ao menos um "tá legal, continua" se não eu me sinto uma cega procurando o caminho no escuro Ç.Ç

bem, obrigada: NairAlves, Pam Lage, Mrs. St Clair, Daphne, fefenunes, Bia Winchester, Problematica, Andréa, Paula 165



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Capítulo 23 - Não há razão nas coisas feitas pelo Coração.

O interrogatório das irmãs de Hyde foram mais constrangedores do que eu esperava. Foi um interrogatório sobre minha família (onde eu obviamente escondi detalhes com o total apoio de Clarice), sobre o meu escasso histórico de romance (que eu tive que mentir porque Clarice não sabia que uma vez eu menti para ela...) e sobre o que eu teria visto em Hyde. E elas citaram tantos defeitos... que eu concordei em todos eles.

No entanto, essa pergunta foi a que mais me pegou desprevenida.

Deixou-me reflexiva até quando fiquei um pouco sozinha com Clarice e Luc (segurando vela não era uma expressão muito forte para o que eu passei. Eu segurei a tocha olímpica!), porque toda a família Deniels teve que ir cumprimentar pessoas que ainda chegavam.

- Não pense demais - Hyde brincou antes de se afastar.

- Não se preocupe comigo. Ao contrário de certas pessoas, eu sou acostumada a usar bem o cérebro - respondi matreira.

Ele sorriu e me beijou. Seus lábios sobre os meus geraram um rastro agradável de arrepios pelo meu corpo. Acho que era um sinal fisiológico que deixava claro que ele tinha - por mais que não goste de admitir - certo "poder" sobre mim. Mas, obviamente, não deixei que isso transparecesse. Quando Bella Swan fica toda tontinha depois de um beijo de Edward, o resultado é que ele praticamente manda e desmanda na vida dela. Simples assim.

Então ele se afastou e eu fiquei pensando... O que eu teria visto nele?

Quer dizer, eu precisava ver algo nele para gostar dele?

Bem, motivos para gostar de Hyde...

1 - Ele tem um corpo maravilhosamente esculpido e um rosto "passável".

2 - Tinha cabelos com atitude e roupas legais.

3 - Ele toca e canta bem (tem uma banda!)

4 - É independente e parece que nada consegue irritá-lo (além do próprio aniversário)

5 - Ele beija bem.

6 - Gosta de filmes de ação e da minha banda favorita.

7 - E... apesar de irritante, ele me faz rir com suas idiotices.

8 - Ele não zombou quando eu criei esperanças com um gay (até tentou me avisar!)

São muitas coisas! Mais do que pensei encontrar...

Por que será que eu nunca vi tudo isso antes? Será que minha repulsa - por ele ser tão parecido com o meu primeiro e único namorado - era tão grande que eu havia me cegado para isso? Mas... agora que eu pensava nessas coisas, percebia que ele não se parecia em nada com Clint.

Hyde era mais leve e mais displicente do que ele... E é bem mais simpático também!

E agora que eu pensava nisso também, percebia que eu não era nada!

- Sou uma má pessoa! - admiti minha derrota.

Perto de Hyde... Eu era horrível!

Claire e Luc me olharam confusos.

- Como assim, Chihuahua?

Hyde estava de volta e eu logo fiz questão de mudar de posição. Eu jamais admitiria que ele era melhor (e tinha mais qualidades) que eu. Isso apenas o deixaria mais convencido e jamais devemos deixar um homem convencido. É o mesmo que fazê-los pôr uma coleira em nós.

- Nada! - respondi desviando o olhar para um par de olhos que me olhavam ameaçadoramente.

Não era Kitty... Era a filha dela. Segurando a máscara, ela me encarava com uma cara de má-amada... que era de dar dó.

- Acho que a pequena Jason não gostou de saber da sua nova namorada - eu brinquei.

Ele olhou para ela e depois deu de ombros.

- O que foi? Quer que eu te troque por uma criança? - ele me provocou.

Eu olhei para ele com raiva e cruzei os braços com uma expressão de desgosto.

- O que foi que eu fiz agora? - perguntou me imitando ao cruzar os braços também.

- Nada... Só... Custa você ser um pouco mais solidário com os sentimentos de uma garota de, sei lá, sete anos? - perguntei.

Ele sorriu.

- Falou a garota que fez ciúmes para ela!

Eu sabia que ele estava falando a verdade, por isso não encontrei nada para responder. E, não tendo argumentos, revirei os olhos. E então, para me provocar ainda mais, ele disse se debruçando sobre mim:

- Mas se você pedir com jeitinho, eu vou falar com ela.

Eu olhei para ele com sarcasmo. Eu? Pedir "com jeitinho"? Não faz o meu estilo...

- Vá se fuder Hyde.

- Eu vou, se você vier comigo - ele disse dando uma piscadela.

Sua resposta me pegou de surpresa e, novamente por reflexo, ergui a mão. No entanto, ele havia previsto e a segurou divertido. Ele deveria ser muito masoquista para gostar dessa minha reação.

- Eu te amo, sua tsundere do caramba - ele murmurou perto.

Paralisei no lugar enquanto um calor desconfortável se apossava do meu rosto.

Hyde havia, realmente, dito que me amava?

Ele se aproximou de vagar do meu "eu estátua" e eu senti que ele ia me beijar... Gostaria de ter encontrado forças para ficar chateada com a provocação dele, mas não encontrei. Na verdade, eu estava paralisada de choque e um sentimento bom parecia crescer no meu peito. Não sei o que era. Só sei que, a sensação de sentir que uma pessoa "gosta" de mim, era boa. Muito boa. Não sei porque, mais senti que havia uma verdade absoluta naquilo que Hyde dissera.

Não soara como se ele já houvesse dito aquelas três palavras para outra garota.

Ele as havia dito de um jeito casual e descontraído, no entanto, eu sabia que essa era uma máscara que usara para que não acabasse ficando um clima tenso após ele as ter dito. Mesmo assim, por eu ter percebido isso, eu me senti tensa. Meio que preocupada em não ser capaz de devolver-lhe todo aquele carinho. Eu não sou alguém acostumada a ser dócil, meiga e carinhosa. Na verdade, estou acostumada ao contrário.

Ele beijou a minha testa.

E isso foi o suficiente para que o chão sumisse dos meus pés.

Ele me segurou para que eu não caísse, e eu passei meus braços pela sua cintura. Escondendo meu rosto em sua camisa. Não queria que ele o visse agora.

- Está chorando? - ele perguntou surpreso.

- Você acha que eu sou do tipo que chora?! - respondi chateada.

Mas eu sabia que estava chorando, sim. Por mais que eu não fosse admitir para ele. Eu sentia que, desde que mamãe foi embora, aquelas três palavras nunca mais haviam sido ditas para mim. Papai estava sempre alheio à minha presença, meus irmãos não suportavam quando eu tentava cuidar deles como a mamãe fazia e nem mesmo Frank se atreveria a admitir que gostava de mim. Não com tanta intensidade e verdade quanto as dele. Isso meio que... me emocionou. QUE MERDA!

Ele se calou e passou a mão nos meus cabelos.

- Não, você não é do tipo que chora - ele admitiu. - Você é do tipo que fica envergonhadinha com minhas provocações.

- Você me pegou de surpresa! - me defendi soltando-o.

- Sei... - ele continuou.

- Aff... vai fazer algo de útil vai Hyde! Tipo cortar o bolo e se matar com a faca! - respondi.

- Aí você teria o mais curto namoro trágico da história!

- Você nem me perguntou se eu queria namorar com você...

- Hm... então quer dizer que você fica beijando qualquer um, é? Bom saber o tipo de garota que eu arrumei...

Eu soltei um rosnado frustrado. Estava perdendo a paciência.

 - Você não se cansa de me provocar, não?! - perguntei cruzando os braços.

- Desculpe, mas é que... Não sei. É muito fofo mexer com você - ele respondeu passando o braço por sobre meus ombros. - Mas se você quiser que eu pare de te provocar, tudo bem. Eu faço uma trégua por hoje.

- Muito obrigada! - agradeci com sarcasmo.

- Não há de quê, Chihuahua - ele respondeu, sonso. - Agora... se você me der licença... Tenho alguns assuntos para resolver.

Eu ia pergunta que assuntos eram esses que eram mais importantes do que a sua namorada, mas não perguntei mais nada quando o vi se aproximar de Ellie. A princípio ela não quis falar com ele e virou o rosto (isso garota! Se dê valor!, eu torci por ela), mas depois que ele falou algo com jeitinho ela virou para ele e comentou alguma coisa com o rosto choroso. Como eu queria ouvir, me aproximei um pouco mais.

- Eu queria que você fosse o meu namorado! - ela exclamou.

- Eu sei... Mas pense assim. Você tem oito anos agora e eu tenho vinte e três... Quando você tiver vinte e três anos, sabe quantos anos eu vou ter? Quase sessenta e seis! Você vai querer ficar com um velho como eu?! - ele respondeu.

Ela fez uma careta de nojo.

- Hyde, eu te amo, mas não aguentaria ficar com um "você" todo enrugado e raquítico - ela respondeu.

- Ah, obrigado pela sua sensibilidade para comigo... - ele comentou revirando os olhos. - Bom saber que você se interessa pelo que eu tenho por dentro, e não pelo meu corpo lindo de modelo.

Ellie riu da dramatização dele, e Hyde sorriu.

-... Mas você não podia ter escolhido uma garota melhor? Essa daí parece lésbica! - ela comentou olhando para mim de soslaio.

Ele olhou para mim e começou a rir. Ah, ele ria agora?!

- Ellie... Você vai perceber que... - ele deu um pigarro e abriu a boca para soltar uma frase de efeito quando... Ela espirrou na cara dele.

- Desculpa, Hyde... É que eu tô ficando meio gripada... - ela pediu envergonhada. - O que você ia dizer?

Ele levou a manga do casaco no rosto e o limpou com uma careta de nojo. Depois continuou:

- Você ainda vai perceber que não há razão nas coisas feitas pelo coração.


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