Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 22
Capítulo 22 - É Oficial!


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Como eu prometi, não demorou tanto quanto o outro! xD. Espero que vocês curtam esse capítulo, pois eu o fiz com muito carinho e amor s2.
agradeço aos comentários de: Pam Lage ; Problematica ; NairAlves ; Sofia Rangel ; Andréa ; Mrs. St Clair ; Daphne ; fefenunes ; Thatai.
Beijos,
EUQOPÉ-ELLE3



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Capítulo 22 – É Oficial.

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A temporada de “caça à Ellie” teve fim somente quando essa desceu as escadas correndo e se escondeu atrás de uma das convidadas da festa. Só para constar, durante todo esse tempo em que Hyde e eu estivemos lá em cima, eles haviam se multiplicado ao que parecia. E aquela parecia a mais feia de todo aniversário. Era uma mulher roliça que usava um curto e decotado vestido de oncinha e mais de dois quilos de reboco na cara.

- Socorro! A Maria-macho feia quer me pegar! – Ellie gritou se escondendo atrás dela.

Senti meu sangue ferver.

Maria-macho eu aceitava (por ter consciência que era meio verdade), mas feia?!

- Olha aqui sua pirralha, feia é a senhora sua- hmpf -...!

Hyde apareceu e me calou com a sua mão. Senti um arrepio agradável na pele ao sentir seus dedos calejados na minha bochecha. Minha reação normal, era a de me debater, sempre foi, mas naquele momento, me faltou muita vontade. Mesmo assim, olhei para ele confusa.

- O que está acontecendo Harry? – a onça rebocada perguntou.

- Sua filha está aprontando novamente – ele respondeu.

Fiquei indignada com a palavra “novamente”. Se ela sempre aprontava porque a sua mãe não dava logo um corretivo nela?! Depois, fiquei surpresa... Como podia aquela mulher ser a mãe de Ellie?! Desculpem a piada preconceituosa, mas... Quem pagaria para comer aquilo?! Ela não era uma prostituta?!

- Ellie, o que eu disse sobre dar trabalho ao Harry? – ela brigou com Ellie, mas não foi do jeito que eu queria que tivesse sido.

- Desculpe, mamãe – a garotinha pediu acanhada. – Mas quando eu vi essa aí agarrando Hyde como um polvo cheio de tentáculos nojentos...

Ameacei avançar em cima dela e a pirralha se escondeu atrás da mãe.

Ela disse mesmo “como um polvo cheio de tentáculos nojentos”?!

Meio engraçado quando se leva em consideração que fora ele quem havia me agarrado!

- Quem estava agarrando quem?

Se aproximando com Clarice, estava Luc. Apesar de ainda estar com o rosto um pouco vermelho, ele parecia estar muito bem.

- Ah, é que... Ai!

Sim, eu mordi a mão de Hyde para ele ficar calado.

E, não, eu não me arrependo!

- Sua cadela! – ele exclamou limpando a mão na calça.

- Eu sou um “chihuahuazinho nervoso”, lembra-se? – provoquei.

Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, percebendo que aquilo fora uma estratégia para ele não contar aos dois soabre a nossa complicada situação. Eu não queria que Clarice criasse expectativas demais sobre nós dois (uma vez que namoro seja quase um casamento em sua imaginação fértil).

Sem contar que... Sei lá. Apesar de ter ficado algo meio “implícito” o fato de que tínhamos algo, eu não sabia o como aquele ser estranho e de outro planeta veria aquilo.

Ele nunca namorara antes, não é?

Por que ele namoraria comigo?

De repente, me senti desanimada...

Hyde me encarou por um tempo e depois se virou para Luc. Aí ele pareceu meio constrangido, meio sem graça. Ainda bem que ele ao menos se sentia assim por ter batido no amigo!

- Tudo bem, cara? – perguntou ao amigo.

- Tudo na boa – o amigo respondeu fazendo um toque estranho.

Olhei para Clarice que parecia estranhando aquilo tanto quanto eu.

Que belo jeito de se desculpar...

- Oh, que bom que fizeram as pazes! – a onça rebocada que deu luz ao capeta exclamou atirando nos braços dele. – Feliz aniversário, Harry! E eu agora digo sem medo de ser golpeada.

Ei! Quem ela achava que era para se jogar nos braços dele desse jeito tão dramático?! Será que ela não se enxergava não? Não tinha espelho em casa?! Vou fazer uma doação de espelhos para ela e mandar quilos de simancol também!

Espere... Isso foi ciúmes?!

Não, não pode ter sido... já senti esse tipo de coisa antes de eu ter dado uns pegas com ele lá em cima... Deve ser algo do tipo... maldoso e preconceituoso...

- Com amigos maravilhosos e uma família encantadora, só falta a mulher perfeita – ela continuou passando a mão nele.

Meu lado “maldoso e preconceituoso” deu espaço ao seu lado menos raivoso e mais cômico. Foi uma árdua batalha para mim não acabar rindo das investidas da onça rebocada. Luc e Clarice trocaram olhares estranhos entre eles e Ellie olhou para a mãe horrorizada.

Garota esperta.

- Quantos anos, querido? – ela perguntou.

- Vinte três – ele respondeu suando frio.

Ele olhou para mim esperando alguma reação que a tirasse de cima dele, no entanto, eu não era a sua namorada e, assim sendo, não interviria (apesar de estar me incomodando muito). Eu sempre fui do tipo de pessoa que gostava de sentar e ver o circo pegar fogo. Quem mandou ele ter dado tanta confiança para a vizinha?

- Er... na verdade, Kitty... – ele disse se desvencilhando do “polvo 2”. – Eu meio que já estou comprometido com uma garota.

- Já?! – todos gritaram assustados, até eu.

Atraindo a atenção do restante dos convidados.

- O quê? Como? Quando?! – Clarice perguntou, olhando-me de relance.

Certamente Hyde não estava comprometido comigo, uma vez que não houvesse (volto a frisar) dito nada a respeito. Como, então, esse garoto teve o descabimento de vir me agarrando no seu quarto?! E ainda hoje ele veio com aquele papo de que não tinha namorado e agora diz que ele já está “meio comprometido”...

Não, espera... O “tico-teco” está processando os dados...

Olhei para ele surpresa enquanto ele olhava no relógio.

- Foi há... – ele olhou para mim e sorriu. – Feliz meia hora de namoro Chihuahua!

Fiquei vermelha e quis me esconder do olhar de todo mundo. Como ele pôde dizer aquilo na frente de todo mundo e daquele jeito?

Como se previsse que eu fugiria, ele me abraçou e me beijou de leve.

Luc e Clarice olharam para aquilo, atônitos. Na verdade, algo entre a surpresa agradável.

- Sério?! – Clarice perguntou olhando para Hyde e depois para mim. – Sério mesmo?!

Mais vermelha do que eu fiquei, impossível. E ainda havia a mão de Hyde sobre o meu ombro que me impedia de sair correndo porta a fora até os limites de Nova York. Decidi, então, passar por indiferente, apesar da cor das minhas faces me desmentisse.

Então, nada restou à “Kitty” (eterna onça rebocada) além de dizer que ele tinha sorte e me dizer que parecia ser “passável” para ele. A vontade era de arrancar todo aquele reboco da sua cara, mas eu me contive com aquela mulher, seu maior castigo era a filha. Esta, por outro lado, não escondeu que ficou meio ferida, mas seu olhar para mim estava carregado de ódio.

Será que ele era o primeiro amor dela?!

Nossa! Como as crianças estavam precoces! Meu primeiro amor foi só aos dezesseis anos e ele me feriu mais do que posso pôr em palavras!

Para provocá-la (numa vingança muito infantil), abracei Hyde e aninhei-me em seu peito – já que o mais alto que eu chegava eram os seus ombros. Ele estranhou e me encarou, mas eu estava observando a reação de Ellie... Esta cruzou os braços e desviou o olhar.

- Você está fazendo ciúmes para uma criança de oito anos? – ele perguntou divertido.

- Não... – eu neguei dissimuladamente.

- Se eu fosse você não a provocava... – ele alertou.

Mas seu aviso veio tarde demais. Antes que eu pudesse segurá-la pelos cabelos, ela começou a correr pela festa cantando uma música tosca sobre eu (“Maria-macho” como ela me chamava) numa árvore, nos beijando. Revirei os olhos ao mesmo tempo em que eu ficava constrangida.

- Quem é que está beijando quem?! – um garotinho de mais ou menos doze anos apareceu entre Luc e Clarice. – Está aprontando das suas, Harry?!

Perguntei-me quem seria aquela nova criatura.

Era um garotinho alto que já era quase do meu tamanho (eu mereço). Seus cabelos eram loiros claros e os olhos tinham um tom diferente. De um azul tão condensado que parecia pender para o violeta... De repente, algo me indicou a semelhança que ele tinha com Hyde.

- Eu não estou aprontando nada, Kyle – ele respondeu e abriu o outro braço para o irmão. – Você não quer dar um “feliz aniversário” para o seu irmão?

- Tá brincando? Da última vez você quase quebrou o meu braço! – ele respondeu. – Prefiro ficar a uma distância segura e com meu guarda-costas para me defender!

Do jeito que ele olhou para Luc, percebi que ele era o “guarda-costas”.

Seguindo-o tinham mais duas garotas: uma mulher de pelo menos vinte e poucos anos, de cabelos loiros e longos, rosto fino e lábios bem desenhados, corpo esbelto com o braço tatuado com uma rosa vermelha cujo talo vinha enroscando até o cotovelo. Ela era muito bonita. E, pela cor incomum dos olhos, percebi que deveria ser outra parenta de Hyde. A segunda parecia mais jovem, pelo menos uns quinze ou dezesseis anos, tinha cabelos curtos e ruivos, pele acetinada e alguns tons mais morenas e a mesma cor de olhos.

As duas garotas e o garoto olharam para mim e para Clarice nos estranhando.

A mais velha ficou encarando o braço de Hyde sobre o meu ombro e olhou para ele procurando uma explicação para aquilo. E, se eu percebi, ele o percebeu também.

- Jenn, Eleonora... Essa é a minha nova namorada, Chihuahua!

Olhei feio para ele quando ele me apresentou como “Chihuahua”. Isso não é jeito de se apresentar ninguém! Fiquei embaraçada novamente, apesar de tentar parecer um pouco indiferente, mas era difícil quando todo o seu rosto começava a queimar.

Para a minha sorte, suas expressões se suavizaram quando ele falou “namorada”.

- Namorada? – Eleonora, a mais nova perguntou olhando para Jenn.

- Ele disse mesmo namorada? – a outra quis saber agitada.

- Acho que eu o ouvi dizer namorada – a mais nova disse.

Era tanto namorada que eu fiquei me sentindo muito estranha.

- Ele disse “namorada” – o garotinho, Kyle, disse.

Elas olharam para ele, olharam uma para outra e depois para mim.

- Ai meu DEUS! – as duas gritaram. – O dia chegou!

E então, Eleonora me puxou para si e disse:

- Venha! Nós queremos saber tudo sobre você! O que você faz, sua família, onde você mora, de onde é... Como esse monstro é com você...

E enquanto a mais nova tagarelava, numa velocidade que me surpreendia, sobre a sua curiosidade a respeito de minha vida. A sua irmã mais velha gritou, me puxando pelo outro lado:

- Reynolds! Hora de descer o champagne! É oficial!

Olhei para Hyde tentando encontrar qualquer sinal do que estava por vir, mas vi somente um sorriso divertido em seus lábios e um dar de ombros cheio de descaso.


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