Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 16
Capítulo 16 - Desarmada


Notas iniciais do capítulo

Deu problema nos três últimos capítulos e eu vou ter que repostar tudo, sinto muito Ç.Ç Só deus sabe o quanto eu estou deprimida, muito obrigada à Luíza Moreira por me aivsar! Eu havia adorado o seu review! *o*
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Desculpem a demora, mas meu computador está no concerto nesse exato momento, e como eu não suportei mais esperar pelo retorno dele, eu resolvi escrever no computador que foi gentilmente doado pela minha mamãe (valeu mamãe ^.~)
...
Vamos ao agradecimentos (Bell diz que isso faz sucesso ^ ^)
Nair Alves ; Thatai ; Caele ; lik ; BubsDoDaddy; mayyy ; aleeh ; Lara Leal ; 1moreHistory 
Muito obrigada e esse capítulo bombástico é para vocês!
Beijos,
M. C. - MISS TRUBLION



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Eu sei que eu já disse isso pelo menos umas vinte vezes nas últimas cinco horas, Chihuahua... - Hyde disse se sentando no lugar vago à minha frente no refeitório da universidade. Eu não gostava do modo com que seus olhos violetas me encaravam. - Mas eu realmente sinto muito pelas brincadeiras. Não sabia que você não gostava.

Eu dou um suspiro pesado e olho para Clarice. Ela está escondendo uma risada com a mão que segurava o garfo, mas olhava para Luc que também parecia divertido. Ambos pareciam estar só esperando o momento em que eu me levantaria da mesa e daria uma voadora naquele... Garoto.

Vontade não me faltava.

É mesmo, Hyde? Nossa! Engraçado, eu sempre acreditei que dizer: “pare com isso Hyde!” deveria significar isso mesmo: “pare com isso Hyde”! - eu comento com uma atuação de inocência digna de oscar. Então comento com sarcasmo: - Tudo bem, da próxima vez eu desenho uma placa de PARE para você saber que eu estou falando sério.

Ele dá um meio sorriso, mas parece triste.

Eu estou acostumado a ouvir as garotas dizerem: “pare, Hyde, pare!”, quando na verdade elas estão tentando dizer, de um jeito estranho, “me leve ao orgasmo! Me leve ao orgasmo!” - ele diz pensativo. - Vocês são complicadas!

Eu reviro os olhos. Não acredito que ele comparou um dos meus sérios “pare com essa brincadeira ridícula de que somos namorados” com um “não pare de me foder! Sem piedade!”. Há uma diferença gritante nelas, e duas delas são: uma, o tom de voz usado. Só não falo das questões das roupas, pois, num momento, eu estava vulnerável só com a camisa dele.

Eu suspiro e reviro os olhos. Conto até dez e tento me lembrar de que estou na frente de um garoto com idade mental que não condiz com o seu corpo. Lembro-me do saco de box que tenho em casa e que, desde que eu comecei a sair com Clarice e o seu namorado (consequentemente com aquela praga também), vem apanhando mais do que devia.

Eu devia bater em Hyde... Mas me controlo.

Sorrio. E mostro três dedos.

Leia nas entre-linhas!

Ele gargalhou, enquanto Clarice e Luc riem. Levanto-me e vou embora, porque não sou obrigada a aturar aquele ninfomaníaco imaturo. Por que tudo ele acabava levando para a maldade?!

Eu não poderia simplesmente ter acordado no quarto dele com ele me oferecendo uma aspirina para dor de cabeça e me mandando ir embora como se nada tivesse acontecido? Ou como se não fosse estranho eu ter acordado no quarto dele depois de dar uns pegas nele no carro? Oh, certo. Ele é uma criança.

Pensei nele cuidando da Samara e acho que devia ser uma criança cuidando de outra criança. Como eu pude achar fofinho vê-lo botando-a para dormir?

Ei! Lyne! - gritou alguém enquanto estou andando destraída pelos corredores.

Sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo ao notar que é Jarred. Sinto o sangue fugir do meu rosto e depois voltar com intensidade. Eu não queria me encontrar com ele agora e fingir que estava tudo bem, ainda mais porque não estava. Ah, ele havia me usado para se passar de “hetero” na frente de seus amigos da fraternidade.

Eu deveria estar puta da vida com ele também!

Infelizmente, naquele momento, minha raiva estava direcionada à Hyde. Porque, nem mesmo sendo usada por um cara que é gay e com namorado, nada parecia tão ruim quanto as brincadeirinhas que Hyde havia soltado naquele dia do Starbucks.

Oi... Jarred – eu digo tentando parecer normal.

Ainda sinto o meu rosto queimar, mas tento me controlar dizendo para continuar calma. Estava tudo bem. Afinal, eu não havia acordado quase nua na cama dele... Quem dera que fosse. Eu sabia que ele me receberia bem melhor do que Hyde.

Oi – ele se aproxima, ajeitando os cabelos loiros. Dá um sorriso brilhante e me pergunto como um nerd pode ter uma aparência tão esplêndida! - Hm... Como você está? Ouvi dizer que bebeu muito na festa de sábado...

Eu dou um suspiro pesado. Ai se eu não tivesse bebido, meu Deus! Por que Hyde havia me oferecido aquele copo de uísque? E por que diabos eu havia aceitado sabendo o quão minha família era fraca para bebidas?

Hm, eu tô legal. Acho... - eu respondo lutando para não abaixar o olhar. - Quer dizer... Eu estaria bem melhor se eu não tivesse bebido. Confesso. Mas, eu juro, essa foi a minha primeira e última vez que fico porre.

Ele dá um sorriso solidário. Bem, como um cara de fraternidade, ele deveria saber como é beber todas daquele jeito. E isso me faz lembrar de que, por mais raiva que eu estivesse sentindo de Hyde, eu meio que estava agradecida por ele me descer daquela mesa antes que eu fizesse algo tão vergonhoso quanto um strip-tease.

Então... Nós estamos... - ele põe a mão no bolso do casaco. Novamente, sinto todo o sangue do meu corpo ir para o meu rosto. Lembrei-me de que não existia um “nós” entre ele e eu.

Sem mágoas – sou obrigada a dizer, por mais que eu não quisesse.

Eu estava magoada, mas escondia perfeitamente bem.

Não era como se aquela fosse a primeira vez que alguém me usava para esconder alguma coisa ou conseguir outra coisa. Nem que fosse uma autossatisfação por realizar uma fantasia sexual.

Olha... Jarred, eu preciso ir agora – eu digo tentando fugir dele. - Lembrei que eu tenho que buscar o meu material no carro de Clarice.

Ah, tá. Desculpe – ele diz saindo do meu caminho.

Eu não sei porque, mas estava com a sensação desagradável.

Por quê?! Foi ele quem mentiu para mim! Foi ele quem disse que queria ter um encontro comigo quando na verdade queria me exibir como se fosse um tronféu de virilhidade! Ah, tenha dó! Eu estava melhor só do que má acompanhada.

Ando até o estacionamento. Vejo o carro de Clarice parado numa vaga e pergunto o porque eu fui para lá. Acho que foi porque, desde que ela o ganhou antes de irmos para Nova York, ele acabou sendo o nosso refúgio. Principalmente quando eu estava fula com a minha família. Era fácil simplesmente ligar para ela e pedir para darmos uma volta.

Sento no capô do carro e respiro profundamente.

Era fim de agosto e estava começando a ficar friozinho agora. Estava até agradável, mas o metal abaixo de mim estava um pouco gelado e congelando a minha bunda. Mesmo assim, é agradável e me recosto no vidro traseiro. Olho para o céu e me pergunto o que vou fazer até minha próxima aula. Dali a meia hora.

Eu só queria desaparecer um pouquinho.

Esquecer Hyde por um momento, esquecer o que Jarred fez comigo (e esquecer de tentar parecer bem para ele) e principalmente esquecer o cara que Hyde tanto me lembra.

Estou incomodando o seu sono de beleza?

Eu abro os olhos e amaldiçoo Deus e o mundo. Lá na minha frente, com um cigarro pendendo no canto da boca, estava Hyde.

O que você quer mensageiro do Diabo? - pergunto mal humorada, me sentando no carro. - Veio me encher ainda mais o saco?

Ele sorri e mostra aos mãos no clássico gesto de “estou desarmado, acalme-se” e as enfia novamente no bolso do casaco de couro que era parecido com o meu.

Juro que dessa vez vim em missão de paz – ele diz. - Te procurei pelo colégio todo.

Por quê? - eu pergunto mau humorada. - Tem mais alguma coisa que você quer jogar na minha cara? Mais alguma coisa vergonhosa que eu fiz sábado da qual você quer me lembrar? Eu só quero dar um tempo.

Na verdade... - ele diz pensativo e hesitante. - Eu vim para dizer que tenho uma solução para essa “tensão sexual mal resolvida entre nós dois”.

Eu olho para ele. Estupefata.

Era isso o que ele chamava o meu ódio incondicional por ele e a força que sempre o atraia até mim só com o proposito de me irritar? Ele chamava isso de “tensão sexual mal resolvida entre nós dois”? Ah, o que eu sentia por ele ia além doque uma “tensão mal resolvida”!

Ah, como se eu quisesse o corpo nu dele!

Ele não precisava saber que, por um milésimo de segundo, eu quis.

Você não está falando sério – eu digo chocada. Olhando para o céu.

De onde o senhor criou essa figura Deus?!

Eu estou! - ele insiste. - Veja bem, é igual aqueles casais que começam um romance de odiando, mas porque tudo isso é um amor à primeira vista mal reprimido e que ambos não sabem como lidar porque nunca sentiram algo assim antes!

Eu olho para ele com uma expressão apática. Isso de repente pareceu um discurso de Clarice, aquela princesinha romântica. Acho que eu mesma já a ouvi dizendo isso alguma vez. Ah, Deus! Ela fez a cabeça dele! Agora Hyde estava acreditando que nós realmente temos uma chance juntos!

Você andou... Conversando com Clarice? - perguntei com um olhar suspeito.

Sim. Andei – ele confessou. - E isso foi muito esclarecedor...

Não! Não foi esclarecedor! Foi uma lavagem cerebral! Uma lobotomia! - eu digo pulando do carro e cutuco o seu peito com o indicador. - Ela está te fazendo sentir coisas que você não sente. Ela não é você. Não pode dizer o que você está sentindo e você não deve acreditar no que ela te disse!

Ele segurou o meu pulso. Não com tanta força que pudesse me machucar, mas também não tão leve que me deixasse livre com um mínimo movimento. Por um momento, vi uma sombra séria lampejar naqueles olhos liláses.

Tá vendo! Quando Hyde fica sério e maduro, ele fica (não diga, não diga!) sexy.

Então olhe nos meus olhos agora e diga que você não gostou nenhum pouco de nenhum dos beijos que eu te dei. Seja com ou sem o seu consentimento – ele diz tirando o cigarro da boca com a outra mão.

Não sei o que ele estava fazendo comigo, mas eu estava com uma vontade louca de dizer que o primeiro beijo que ele havia me dado – naquele encontro à quatro desastroso – havia sido uma merda, e depois eu queria dizer que, aquele beijo de quando eu estava bêbada, havia sido um dos melhores da minha vida.

Mas eu não ia admitir isso para inflar o ego dele.

Eu não podia perder para ele.

Não havia nada de especial em um beijo. Simplesmente havia gente que beijava bem, e gente que beijava mal. Não que você precisasse, necessariamente, sentir atração ou amor por aquele que te beijava bem.

Quando você me beijou no Red Hause... Eu senti nojo. Ânsia – eu digo controlada.

E depois? - ele pergunta desconfortavelmente mais perto.

Eu pergunto o que devo fazer. Devo dizer que me lembro do “depois” ao qual ele se referia e dizer que o beijo do meu primeiro porre havia sido fantástico? A resposta é: não. Não quando se tratava de Hyde. Ele poderia usar tudo o que eu dissesse contra mim.

Que depois? - eu pergunto. - Você só me beijou uma vez.

Ele estreita aqueles belos olhos liláses.

Você penso tanto só para me responder que não se lembra do amasso que nos damos encostados no carro de Luc? - ele perguntou incrédulo, mas riu.

Q- que amasso? - eu pergunto.

Ele trava o maxilar e me olha com aquele olhar sério que me fez imaginá-lo como um professor malvado e de óculos. A cena em si é tentadora, mas ao mesmo tempo, aterrorizante. Eu não quero ter devaneios eróticos com Hyde! E jamais quero imaginá-lo como um professor!

Ele parece pensar profundamente sobre algo e se afasta. Põe o cigarro novamente na boca e ele pende para o canto de um jeito inegavelmente sexy.

Eu vou te levar para sair comigo essa quinta-feira, já que sexta você terá somente aula depois do horário de almoço – ele diz calmamente.

O quê?!

Eu não quero sair... - eu começo.

Eu vou ser claro: eu estou mandando que você vai sair comigo essa quinta-feira. Te pego às seis da tarde. E se você não estiver pronta, eu entro na sua casa e te visto a força – ele diz inflexível.

Eu tento encontrar palavras para protestar, mas elas não vêm. Estou estupefata.

Eu estou desarmada na frente dele e o vejo sorrir com isso, pois ele percebe antes de ir embora.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, Hyde ficou meio diferentinho, mas - mais lá para frente - eu vou explicar o que houve!



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