Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 15
Capítulo 15 - Insuportável!


Notas iniciais do capítulo

Como é feriado, eu consegui um tempinho para escrever! Minha vida anda corrida ultimamente. Estou tentando passar um pouco de criatividade para a minha amiga.
Bem, esse capítulo ficou meio sem graça, na minha opinião - e sinto muito por isso. Por isso eu prometo que o próximo vai ser muito melhor!
Agradeço aos reviews das sempre presentes: -Caele; -NairAlves; -Piscicottica; -enzaa; -Thatai; -lik.
Muito obrigada!
Beijos,
M.C. - Miss Trublion



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Capítulo Quinze – Insuportável.

O clima estava estranho.

Não bastava Hyde me embebedar noite passada, deixar-me passar vergonha e se aproveitar de mim. Não. Isso seria muito pouco para mim. Clarice ainda tinha que me pegar em um momento constrangedor com Hyde e fofocar para o namorado, Luc.

- Parem de nos encarar! – mandei.

Estávamos na Starbucks, porque parece que os garotos não conhecem as palavras mágicas de pessoas que moram sozinhas como: “comida instantânea” ou “supermercado” porque a geladeira deles estava tão miseravelmente vazia que parecia a cabeça de Hyde.

E Clarice e Luc olhavam para mim e para Hyde com um olhar inquisitivo, mesmo depois de termos explicado que não havia nada entre nós. Quer dizer, só eu expliquei, porque Hyde ficou só tirando graça da situação constrangedora.

Como ele podia fazer graça com um assunto tão sério? Será que ele não sentia vergonha por ter me agarrado daquele jeito? Bem, eu sabia que, no fundo, eu estava morrendo de vergonha só de olhar para ele.

- Eles não estão nos encarando – o aproveitador disse rindo. – Estão somente admirando nossa beleza. Seremos o casal mais bonito da universidade.

Quando ele passou o braço por meus ombros, senti um arrepio por meu corpo. Devia ser um arrepio de irritação, pois o empurrei e disse:

- Nós não somos um casal! Você simplesmente abusou de mim depois de me embebedar! E duvido que, para alguém como você, um beijo ou dois tenha significado alguma coisa séria.

Hyde franziu o cenho.

- O que você está querendo dizer com “alguém como você”?

- Isso não é óbvio? – perguntei com sarcasmo. – Alguém acostumado a ficar com garotas “facilmente descartáveis” como Quinn ou Jenna. Você mesmo tatuou: “Amo ou outros sem amar”, certo?

Terminada a minha defesa, dei uma mordida no meu maravilhoso murffin de chocolate belga. A única coisa que eu gostava no Starbucks porque nem o cheiro de comida de café da manhã me agradava.

Pela primeira vez, percebei que Hyde ficou sem palavras. Ele não me respondeu e apenas ficou me observando comer. Constrangedor, porém, não mais constrangedor do que precisar pedir uma roupa emprestada à Clarice porque meu vestido estava sujo (do meu vômito)... Ela havia pensado que era de outra coisa.

Enfim, ela me emprestou um short jeans e uma camiseta que ficaram grandes em mim, pois ela era alta. E me perguntei porque, diabos, ela tinha roupas suas no apartamento de Hyde e Luc! No meu ponto de vista, eu preferia ficar sem saber... O que ela havia feito dormindo lá também?!

Pensar nisso me fez sentir como sua mãe se sentiria se soubesse.

Ela ainda jurava que Clarice era virgem.

- O que foi? Sem respostas sarcásticas? – perguntei à Hyde, incrédula.

- Sem respostas sarcásticas. Confio no seu julgamento, amor – deu-me uma piscadela enquanto bebericava seu café.

Hyde me chamando de amor e me dando uma piscadela?! Por mais que eu não quisesse, corei diante disso porque nunca um garoto havia falado assim comigo. Brincando ou não.

- Quer um café ou vai ficar só no muffin com água? – ofereceu-me estendendo café.

Fiz uma careta.

- Urgh! Tira isso de perto de mim! – empurrei contra ele. – Odeio café. Odeio o cheiro, odeio o gosto e odeio o hálito. Por isso, fique bem longe de mim enquanto estiver cheirando à isso!

Ele ficou surpreso com a violência com que eu respondi, mas sorriu diabólico.

- Encontrei a sua kryptonita, Supergirl? – provocou esfregando o copo na minha cara.

- Tira isso de perto de mim! – mandei empurrando o copo novamente.

Ele riu enquanto afastava o copo da minha cara. Argh! Ele achava mesmo que podia me provocar e rir da minha cara com um assunto tão sério quanto o cheiro desagradável de um copo fedorento de café?!

Aproveitei que o banco onde estávamos do Starbucks não tinha espaldar e dei um chute em seu peito. Passou de raspão e nem deve ter doído, pois mal lhe encostei, mas foi o suficiente para ele se assustar e cair de costas no chão.

- Ai! Sua... maluca... grosseira! – ele disse sem ar, mas com raiva na voz.

Dei de ombros e o provoquei mostrando a língua.

- Eu acho que me lembro de onde essa língua estava ontem a noite... – ele me provocou se sentando no chão.

Luc e Clarice trocaram olhares como se compreendessem o que Hyde estava falando e eu senti que meu rosto atingiu inesperados tons de vermelhos. Olhei feio para ele, pensando em mil maneiras de matá-lo.

Mas percebi que talvez fosse bom de mais para ele.

Era melhor deixar Hyde viver, aproveitar a sua vida e comer quantas mulheres ele quisesse, para depois dispensá-las e ser assassinado por todas elas.

- Acho melhor eu ir para casa – disse nervosa.

Hyde sempre me deixava nervosa de raiva, e essa me pareceu a melhor saída antes que eu acabasse lhe estrangulando. Vontade para isso, eu podia sentir transbordando por meus poros. Por que eu fui ficar bêbada ontem? Por que ele me deixou bêbada ontem?!

- Espere Lyne. Eu vou com você – Clarice avisou. Dirigiu-se à Luc: - Vejo-te depois bebê.

Revirei os olhos quando eles começaram a se agarrar.

Certa vez, eu li: “amigo de verdade é aquele que aguenta o seu amigo apaixonado”... Bem, eu era a prova viva da veracidade dessa constatação. O que eu suportava por Clarice... Ia além de ser agradável com o Luc: ia até suportar o melhor amigo dele.

Hyde, já de pé, estava encostado no tampo da mesa alta e me encarava com diversão. Ah, que vontade de arrancar aquele brilho de divertimento de seus olhos.

- Vamos que eu estou com pressa – avisei, impaciente, à Clarice. Passando por Hyde e me dirigindo à porta.

Ele me segurou pelo braço.

- E eu? Não ganho o meu beijinho? – me provocou.

Esse cara havia perdido a noção do perigo?!

Voltei-me para a sua figura sarcástica e dei um sorriso meigo.

- Mas é claro... Como eu pude ter me esquecido de você? – Ele deu um sorriso convencido e lhe dei um soco no rosto que quase o jogou em cima da mesa. – Beije o meu punho seu aproveitador desequilibrado!

Agarrei Clarice pelo braço e a puxei para rua enquanto ela olhava por sobre o ombro. Para depois me olhar com reprovação.

- Lyne, você é louca! – ela brigou na porta do Starbucks.

- Eu sou a louca? Esse cara me enche de álcool, me faz agir feito uma retardada, me agarra e começa a me provocar por toda uma situação que ele mesmo criou e você ainda me chama de louca?! – Explodi soltando a me virando para ela. – Eu não suporto Hyde! Eu não o suporto mais!

- Lyne... – ela disse penalizada.

Eu sabia que era porque eu estava chorando. Eu não era alguém de chorar. Mas... tudo é demais do que eu posso aguentar. É fácil para mim fingir que tudo está bem e que nada aconteceu... por fora. Mas por dentro, é como um vulcão tapado que alguma hora ia explodir.

Geralmente, era quando eu treinava box.

- Merda! Eu sei que eu estou chorando... – respirei fundo. – Eu... Para começar, eu não acredito que bebi feito o meu pai. Sinto nojo só de pensar que talvez eu tenha algo de semelhante por ele... Em segundo, eu estou constrangida. Estou constrangida porque... Merda... Eu sou uma garota ainda, mesmo que não pareça. Não sou como qualquer umazinha que ele pega, mesmo eu tendo me comportado assim noite passada. E, terceiro... – pensei em abrir a boca para explicar, mas não consegui. – Vou embora.

Dei-lhe minhas costas e comecei a caminhar para casa.

- Lyne! – eu a ouvi me chamar. – Madelaine!

Fingi que não ouvi.

Eu quase havia contado para Clarice o que havia acontecido um ano antes, em nossa pequena cidade Utah. Um mês antes de eu decidir deixar a cidade para o lugar mais longe possível: Nova York.

Eu havia escondido aquilo dela porque já bastava o seu olhar de pena quando eu ouvia alguma menção de bêbados, porque ela sabia que eu logo pensava no meu pai. Eu queria que ele achasse que todo o meu ódio por garotos havia sido gerado somente por causa da minha família insuportável. Assim eu não precisaria aturá-lo ainda mais intenso.

Com nojo, eu me lembrei dele.

“Os dois são iguaizinhos” pensei irritada.

Quando cheguei ao nosso apartamento, Clarice ainda não havia chegado e tive que aturar o meu irmão fazendo perguntas e observações ridículas.

- Onde você estava?! Isso são horas de se voltar de uma festa?! Onde está o seu vestido?! Madelaine Ferry, você é uma moça decente e de família!

Eu? "Uma moça decente e de família"? Quem ele estava querendo enganar?

Deixei-o que nem um papagaio gritando no meu ombro e fui para o meu quarto, onde fechei a porta em sua cara e a tranquei. Uma vez no meu santuário, dei vazão à toda a minha raiva.


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