Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 14
Capítulo 14 - O que houve ontem?!


Notas iniciais do capítulo

Queridas!
Desculpem a demora! Minhas provas acabaram essa semana - que bom! - -' liberdade! - e prometo escrever sempre que possível. Felizmente, minha beta já se recuperou da cirurgia que fez no braço e está tudo bem agora... Vou tentar voltar a minha rotina normal de postar quase todos os dias, mas não prometo nada.
...
Agradeço às divas:
* Não sei porque, mas não mostra o nome da primeira leitora... Mas saiba que você é uma diva e lhe sou grata =D; *Enzaaa; *NairAlves; *Rê Lovegood; *lik; *mayyy; *Piscicottica; *Lara Leal!
Beijos,
M.C. - Miss Trublion.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258238/chapter/14

Capítulo Catorze – O Que Houve Ontem?!

Minha cabeça latejava terrivelmente, meu estômago se revirava, meus olhos pesavam e minha garganta estava seca, como se eu tivesse comido quilos de areia.

Sem abrir os olhos, por estar me sentindo um lixo, ousei revirar na cama e me deitar de bruços. Agarrei o travesseiro com força como se quisesse que ele absorvesse minha dor de cabeça. Deus! Que sensação terrível! O que eu havia feito ontem?!

Respirei fundo e tentei me lembrar.

Acho que Hyde me deu algo para beber... Sim, havia sido uísque! Lembro-me que odiei o gosto também... Mas que eu havia me sentindo melhor depois de tomar um gole e pedi mais... E ele me deu.

Deus! Estou de ressaca!

Sentei-me na cama de olhos bem abertos e foi com surpresa e choque que eu percebi que não estava no meu quarto.

Era um quarto de paredes brancas, bem iluminado por uma janela afastada, com uma grande estante abarrotada de livros bem organizados e uma poltrona de couro preta, além da cama, claro.

Minha cabeça dava voltas e eu estava tonta.

Respirei fundo tentando conter o pânico.

“Onde estou?!” Era a pergunta chave.

Abaixei a cabeça para respirar... E percebi que eu não estava com o meu vestido, mas sim com uma regata cinza que nunca me fora apresentada. Pelo corte grande devia ser de um homem...

Então a ficha caiu.

Eu conhecia sim aquela regata: era de Hyde!

Será que aquele era o quarto dele?

Se fosse... O que eu fazia no quarto dele vestindo a camiseta dele e sem o meu sutiã?!

Como se tudo isso fosse capaz de me dar novas forças, levantei-me da cama e então o percebi.

Quis dar um grito de raiva.

Deitando na cama, enrolado nos lençóis e sem camisa, estava Hyde! Adormecido profundamente e eu esperava, para o bem dele, que ele ainda estivesse com a sua calça de couro por debaixo dos lençóis.

Ajoelhei-me no chão e juntei as mãos:

- Por favor, meu Deus, ilumine a minha mente e me faça lembrar o que eu fiz ontem! Eu não posso ter perdido a minha virgindade com Hyde e ainda não me lembrar de nada!

Como se aquilo fizesse efeito, tive alguns flashes.

Eu pedi mais uísque à Hyde e bebi muito, uns cinco copos. Lembrando que eu não havia comido nada!

Fiquei bêbada, mas acho que me diverti.

Hyde esteve comigo o tempo todo... Fomos naquele “escorregador” juntos, dançamos juntos, fizemos competições de quem bebia mais tequila... E, quando ele me deixou sozinha por um minuto, ameacei fazer strip tease em cima de uma mesa...

Ele me levou para o mau caminho!

E, de repente, como se quisesse justamente me dar uma apunhalada final... Lembrei-me da coisa mais chocante da festa de ontem à noite:

- Você está muito bêbada, vamos para casa – ele havia dito, depois de ter me tirado da mesa, guiando-me para o seu carro.

Protestei contra seus braços que me agarravam pela cintura, mas a verdade era que eu estava ficando com muito sono. Como se sustentar meu corpo fosse difícil.

Surpreendi-me ao ver como Hyde estava mais sóbrio do que eu. Ele havia bebido água junto com as bebidas e até me oferecera, mas eu havia recusado.

- Eu não quero ir ainda – eu gemi dando um soco em seu ombro.

- Você quer sim – respondeu ele, prensando-me entre o carro e seu corpo para abrir a porta sem me deixar cair. – Você nem se aguenta em pé, Chihuahua.

- Para com isso! Eu odeio isso! – briguei puta da vida. – Não mande em mim, Hyde! Isso é algo que eu não suporto em você!

Debati-me para me soltar dele, mas ele não me deixou ir. E a bebida não me ajudou a controlar minha força novamente. Ele só abriu a porta do banco de trás para mim.

- Eu gosto de mandar em você, Chihua, porque gosto de ver você relutar – ele disse rindo. – Mas, no fundo, eu só faço o que você quer quando você quer.

Acho que o desdenhei com o olhar.

- Duvida? – ele perguntou rindo.

- Duvido – respondi rindo.

- Bem, se eu mandasse e fizesse tudo o que eu quisesse, eu estaria te beijando agora mesmo. Mas como eu tenho a vívida lembrança da sua mão na minha cara, primeiro estou lhe pedindo permissão – ele disse.

Sua franqueza chocou-me agora, mas, na hora, eu dei risos nervosos.

- Essa noite deveria ter acabado com um beijo – murmurei. – Mas Jarred nem só deve estar beijando aquele garoto como também dando para ele.

Hyde riu.

- Madelaine, eu não estou falando sobre Jarred. Estou falando sobre você. Estou pedindo para lhe dar um beijo – ele murmurou lentamente. – Você me bateria se eu o fizesse?

Novamente, dei um riso nervoso.

- Acho que isso depende...

- Do quê? – ele perguntou.

- Se eu gostar ou não...

- Como se você corresse o risco de não gostar... – ele disse em um tom arrogante, mas riu e me beijou.

Era justo que eu me divertisse também, certo?

Pela primeira vez, tomei consciência que Hyde não era só um acara com uma mentalidade infantil e encrenqueira: era um cara quase da minha idade e fisicamente atraente. Eu só tomei conta disso quando ele me prensou contra o seu corpo e o meu reagiu de um modo estranho.

O beijo de Hyde foi diferente.

Ou pelo menos ele me fez sentir de um modo diferente.

Para começar, estava mais lento e paciente. Seus lábios não tinham pressa e estimulavam os meus a correspondê-lo e a me juntar a ele naquele ato. Não era uma intimação, como da última vez, mas um convite delicioso.

Claro que correspondi.

Um de seus braços puxou-me pela cintura e me puxou contra ele com insistência, encaixando nossos corpos com perfeição. Um calor percorreu meu corpo enquanto seus lábios se tornavam cúmplices dos meus e sua mão acariciava a minha nuca.

Subi minhas mãos por seu corpo delgado e definido, sentindo cada músculo tenso sobre a regata cinza, até chegar aos seus cabelos, onde os puxei de leve por conta da minha excitação.

Ele gemeu e se afastou para tomar fôlego. Estava tão ofegante como eu.

Beijou-me o canto da boca, desceu para a mandíbula, para o pescoço... Sobre onde a minha jugular pulsava rapidamente. E mordiscou minha pele. Soltei um gemido contra a minha vontade.

Agarrei-me nele sentindo-me incrivelmente tonta... E no céu.

Eu senti seus dedos no zíper do meu vestido e, de repente, tudo ficou escuro... Não me lembro de mais nada.

Puta que pariu!

Isso não podia ficar assim! Por que eu não me lembrava de mais nada?! Teria sido assim tão traumatizante a ponto de eu ter bloqueado essa lembrança?! Eu ia matar aquele garoto enquanto ele ainda estava dormindo!

- Seu cretino, aproveitador filho da puta! – xinguei-o pulando em cima dele. Irada; puta da vida.

Hyde abriu os olhos sonolentos em um estalo e olhou para mim surpreso.

- O que foi?! – perguntou surpreso e irritado.

- Eu é que pergunto o que foi: O que foi que você fez comigo ontem à noite seu estuprador aproveitador?!

Ele olhou para mim muito irritado.

- Não sei do que você está falando sua maluca psicótica. Sai de cima de mim! Ninguém merece acordar com uma doida gritando feito uma desesperada! – brigou me empurrando.

- Bem, acho que mereço alguma espécie de explicação já que hoje eu acordei no seu quarto, vestindo a sua camiseta e sem peças significativas do meu vestuário íntimo! – argumentei. – Por favor, diga-me que eu... Que você... Que nós não... URGH!

Ele olhou para mim por um tempo. Seus olhos lilases vidrados em mim até que ele começou a rir. Explodiu em uma gargalhada contagiante que eu até teria começado a rir se não fosse o como aquele assunto era sério.

Hyde se sentou na cama e percebi seu corpo forte. Definido e formado por músculos resistentes e delgados. Com uma inscrição tatuada em uma língua estranha em suas costelas. Até mesmo sonolento e com o cabelo mais bagunçado que o normal, ele estava... Putamente gostoso.

- Ontem... Hm... Deixe eu ver... Acho que nos agarramos no meu carro e você desmaiou... É, isso mesmo, você desmaiou nos meus braços – ele disse pensativamente. – Depois te levei para cá porque não sabia onde você havia colocado suas chaves e Clarice ainda estava com Luc na festa... No estacionamento você acordou por breves minutos e vomitou e exigiu a minha camiseta.

Escutei aquilo sem acreditar.

- Eu... exigi... a sua camiseta? – perguntei incrédula.

- É... Você não se lembra? Em pleno estacionamento você tirou o seu vestido na minha frente e vestiu essa minha regata sem pudor nenhum – ele respondeu divertido por minha expressão de “desconsertada”. – Aprendi uma lição: nunca mais vou te deixar beber. Você é um perigo para a humanidade quando bêbada.

Cobri meu rosto com as mãos. Estava mortificada.

Não sabia se eu estava envergonhada por eu ter deixado que ele me agarrasse, se por eu ter gostado de ser agarrada por ele ou por eu estar sentada sobre suas pernas agora vestindo somente sua fina regata cinza.

- Então nós não...

- Transamos? – perguntou divertido. – Nem chegamos perto disso.

Não pude evitar, soltei um suspiro em agradecimento.

Dormir com Hyde seria o cúmulo de uma bebedeira.

No entanto, foi de repente quando ele jogou seu peso sobre mim, deitando-me na sua cama, e se debruçou sobre mim. Havia um brilho malicioso e brincalhão em seus olhos violetas.

- Mas o ditado diz “antes tarde do que nunca” – murmurou ele.

E beijou-me.

Foi repentino e fiquei chocada. Lembrei-me de que talvez ele só estivesse tomando essa “liberdade” porque eu deixei que ele o fizesse noite passada, quando eu estava mais do que bêbada.

Mas então eu pensei: “Puxa, não é que tanta garota na vida de Hyde havia servido para alguma coisa? Ele beijava como ninguém!”.

Mas, como se não bastasse toda a vergonha que eu passei noite passada, fomos surpreendidos por Clarice. Que abriu a porta do quarto de Hyde vestindo uma camiseta larga de Luc e com os cabelos molhados.

- Lyne você já... Acordou? – Sua voz morreu.

Foi tão de surpresa que me afastei, dando um soco nele sem prever meus atos. Acertei seu maxilar em um soco mais forte do que poderia ter dado ontem e ele saiu de cima de mim.

- Desculpem! – ela gritou envergonhada, saindo e fechando a porta.

 - Qual é o seu problema?! – Hyde perguntou irritado. – Pensei que tivéssemos nos entendido noite passada!

- Noite passada eu estava bêbada! E tenho quase que razões fortes para acreditar que você me embebedou de propósito! – respondi e comentei em tom sarcástico: - O que foi? Não conseguiu resistir à tentação de ter uma amiga gostosa como eu?

Hyde não respondeu e se levantou da cama. Para meu alívio, ele havia dormido com uma calça de moletom preta. Deixei-me observar por alguns minutos seu belo corpo. Que garota não o faria? Toquei-me do como ele era bonito e gostoso.

- Você não é gostosa – ele disse com seriedade. – Chihuahua, você é quase todos os adjetivos do dicionário, menos gostosa.

Fingi que isso não me ofendeu ou me deixou de autoestima baixa.

- Bem, se você não gosta, certamente terá alguém que aprecie – respondi calmamente, levantando-me também. Agradecendo por ele ser tão grande que a regata ficava enorme em mim. – O que diz a sua tatuagem nas costelas?

Ele ergueu o braço e olhou. Com um sorriso, leu:

- «Je suis Prince incongru, d’un talent désoire. Me faire aimer des autres sans aimer». Está em francês. Significa: eu sou um príncipe inconveniente, de um talento insignificante. Eu amo os outros sem amar.

Fiquei em silêncio.

Pelo menos ele se conhecia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!