Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 10
Capítulo 10 - Um Lado Mais Adulto...


Notas iniciais do capítulo

HOLA!!!
Acho que vocês vão gostar desse capítulo... Quer dizer, eu só acho. Claro... Não tenho como saber xD
Bem, agradeço às esplendorosas: Piscicottica; Nair Alves(seja bem vinda!); Thatai; mayyy; Caele; Lara Leal!
Espero que vocês gostem desse capítulo.
Beijos,
M.C - Miss trublion.



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Capítulo Dez - Um lado mais adulto...

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Eu tive que assistir ao filme e aturar aquelas duas crianças brincando de luta e fazendo brincadeirinhas uma com a outra, no entanto, eu não tinha do que reclamar, uma vez que fosse até engraçado e meigo, até certo ponto. Eu sei. Hyde? Aquele cara delinquente de um metro e oitenta e pouco, meigo? Vai sonhando...

Mesmo assim, apesar das empolgantes cenas de lutas, Ellie já havia adormecido antes do fim do filme, acredito que era porque estava muito tarde para uma criança ficar acordada. Só achei graça ao vê-la babando no ombro de Hyde, enquanto ele havia brigado comigo quando eu o deitei minha cabeça em seu ombro no cinema. Mas tudo bem, ela era a sua “namorada”, ao passo que eu não passava de uma estranha.

Sorri ao pensar nisso.

- Parece que a pequena não aguentou o tranco, Chihu - Ele riu gesticulando para a garota desmaiada ao seu lado.

Olhei para o relógio do meu celular (lembrando-me que eu estava devendo um aparelho a Hyde e estava muito agradecida por ele não me lembrar disso). Eram onze horas.

- Será que a mãe dela ainda não chegou? - perguntei preocupada.

Hyde negou com a cabeça. Com um olhar um pouco sombrio.

- A mãe dela trabalha até tarde.Muitotarde - ele respondeu com um suspiro cansado. Respondendo à uma pergunta não feita, ele murmurou: - A Srta. Johnson é uma prostitua. Só volta ao amanhecer.

Acho que deixei meu queixo cair, chocada. Mas o recolhi quando o vi se levantar e pegá-la (ainda adormecida) em seu colo. De repente, ele parecia mais sério e isso me pegou de surpresa. Hyde? Sério? Parece estranho.

- Ela... - Pensei em uma frase coerente. - Ellie sabe sobre a mãe? Ela entende?

Hyde olhou para mim com surpresa. Um meio sorriso surgiu em seus lábios quando ele negou com a cabeça.

- Ela é muito pequena ainda... Não entenderia o que-... - Ele se interrompeu e pensou. - Acho que nenhuma criança deveria deixar de viver em seu "mundinho perfeito" antes do tempo. Claro que eu não minto para ela... Mas a enrolo. - Ele deu um sorriso brincalhão: - Sou muito bom nisso.

Lembrei-me,de repente, da minha infância e concordei com a cabeça. Ele tinha razão. Eu só não sabia o que era mais crueldade: ocultar algo que ela descobriria mais tarde e deixá-la se iludir um pouco mais; ou contar a verdade de uma vez e fazê-la sofrer desde já.

- Vamos? Vou deixá-la em casa e depois eu te levo - Hyde disse ajeitando a pequena no colo.

Admirei (sem comentários, claro!) a sua força. Ela não era uma criança de quatro a seis anos afinal!

Olhei ao redor, sentindo-me mal pela bagunça que havíamos feito. E, depois de olhar para os cacos do seu celular, me senti pior. Não era como se eu quisesse quebrá-los em pedacinhos!

- Limpo isso quando voltar - ele respondeu dando de ombros. - Agora vamos. Você tem que abrir as portas para mim. Estou com os braços ocupados.

Levantei-me do sofá e abri a porta que dava para o corredor. Feliz por ter trazido só o meu celular. Odiava andar com bolsas e mochilas por aí, ao passo que Clarice se sentia nua sem isso.

O apartamento das vizinhas de Hyde e Luc eram como o apartamento deles: bem arrumado e decorado em um estilo simples. Tive que abrir a porta para o quarto dela também. E... Que merda! Acho que nunca fui tão bombardeada por tanto rosa e “fru-fru” quanto naquele momento.

Fiquei muito perturbada e deslocada dentro daquele quarto infantil.

Eu nunca tive um quarto daquele jeito.

Ele a deitou na cama e a cobriu com o edredom. Dando um beijo cálido na sua testa (Pasmem! Porque eu fiquei pasma!) ele se despede, pegando o meu braço sem dizer uma palavra e me arrastando para fora do quarto. Eu estava chocada. Nunca pensei que veria Hyde tão paternal quanto naquele momento.

Só despertei quando estávamos no elevador e ele disse:

- Hora de você conhecer o amor da minha vida!

- Hyde! Você já está traindo a sua namorada?! - brinquei em um falso tom de indignação.

Ele me fuzilou com os olhos.

- Não, Chihu! Estou me referindo à minhaHarley-Davidson - Respondeu revirando os olhos.

Nem tentei esconder a minha desanimação em pensar que eu subiria em uma moto.

Odiava moto. Odiava os caras que as pilotavam, porque se achavam os donos da rua costurando entre os carros. Odiava também aqueles que não paravam no sinal vermelho e odiava a velocidade de morcego fugindo do inferno. Não sabia o que era que eles viam de tão empolgante nas motos! Sério.

Eu havia conseguido escapar da moto de Hyde quando Clarice me disse que ela e Luc iam sair no carro dela, então ela iria buscá-lo em casa. Eu havia aproveitado e pedido para que ela me deixasse lá e ela aceitou. No entanto, ela ainda deveria estar em algum lugar com Luc (e me esforcei para não pensarem qual lugarexatamente eles estariam).

A moto era negra e... Bem, não entendo de motos, só que ela reluzia quase me cegando.

Só respirei tranquila quando ele me passou um capacete preto com o vidro espelhado.

Pelo menos alguma espécie de segurança!

Enquanto ele usava um capacete branco parecido com o meu.

Como toda pessoa, fiquei envergonhada ao enlaçar o diafragma dele com meus braços. Afinal, eu não estava acostumada a abraçar pessoas (não importa se era garotos ou garotas). Clarice era uma rara exceção, porque ela gostava que eu a abraçasse e eu gostava que ela me abraçasse. Mas eu sentia que meu abraço com qualquer tipo de pessoa (que não fosse ela) era muito falso e nada espontâneo. Em geral, eu as abraçava porque elas me abraçavam de volta.

Acho que o senti respirar fundo antes de pisar no acelerador.

Era engraçado. Eu podia sentir a fraca respiração de seu peito. Podia sentir os músculos do braço se tencionando e meio que trazendo os músculos das costas para aquela mesma tensão. E percebi o quanto ele era esguio. Não era musculoso grosseiro como Luc. Era um musculoso esguio e atlético. Com um corpo que parecia possuir músculos flexíveis (acho que esse é o termo certo).

Ele correu feito louco.

O ar batia contra os capacetes. Tudo não passava de um borrão. E os meus longos cabelos que pendiam para fora ricocheteavam contra o meu corpo e o mesmo movimento era acompanhado por minha camiseta folgada.

Ele estava muito rápido, mas não fiquei com tanto medo quanto eu esperei.

Era, como ele disse, eletrizante.

Tudo bem. Ele não disse com essas palavras, mas era quase isso. Empolgante... Era a adrenalina.

De repente, ficara frio quando ele pilotava. E só percebi que era por causa do vento forte, quando ele foi parando na frente do prédio e a velocidade diminuindo. Junto com o ar. De repente, pareceu que estava mais calor do que antes.

Acho que foi desnecessário, mas quando ele parou a moto, foi um pouco brusco e acabou-me prensando mais contra as suas costas.

Tirei o capacete.

- Isso foi de propósito?! - briguei.

Ele tirou o dele e olhou para mim. Piscando inocentemente.

- É claro que não foi, Chihu. Acha que eu ia abusar de você? - respondeu, mas sua resposta não me convence.

Desço de sua moto e lhe entrego o capacete.

- Não foi tão ruim assim, foi? - perguntou me olhando triunfante.

Dei de ombros. Não disposta a ceder.

- O que você vai fazer amanhã? Depois das aulas? - ele perguntou.

- Amanhã? Sexta-feira? Um dia antes do meu encontro? Nada eu acho - respondi.

Vi que ele franziu o rosto em desgosto. Acho que a ideia de eu "ter um encontro" não o agradava. Talvez fosse porque naquele mesmo dia ele havia implicado dizendo que eu "intimidava" os garotos.

- Bem, então você vai comigo ao shopping - disse cruzando os braços sobre o capacete em seu colo.

- Você está me intimando? - perguntei incrédula. - Fazer o quê lá?

Um meio sorriso se esgueirou pelo seu rosto.

- Você está me devendo um celular,Motorola Hazr novinho... E é bom que você tenha dinheiro para isso no seu cartão de crédito, - ele disse em um tom provocativo. Apertou a minha bochecha para me provocar. - Até amanhã, Chihuahua!

Deixei meu queixo cair. Não somente por sua imposição (e demonstração de que ele não havia deixado o celular para lá), mas também pelo modelo. Era um dos mais recentes lançados e, da última vez que eu o vi, estava custando dois mil reais!

Ele ligou sua moto, pôs o capacete (depois de ter guardado o que me emprestou) e partiu. Fiquei parada na calçada por um tempo até que me peguei sorrindo.Filho da mãe arrogante!Quis gritar.

Saquei o meu celular e liguei para a única pessoa que eu sabia que tinha dinheiro da família.

- Alô, Fred?... Não reclame do horário, sei que você tá em um pub enchendo a cara!... Preciso que você deposite um dinheiro na minha conta... - Revirei os olhos. - Sim, eu vou pagar... Relaxa... Eu sei que eu nunca te peço dinheiro... Por quê agora?... – Fiz uma careta. - Não, não é para eu comprar um celular decente!... Err... É um presente... Para um amigo.


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