Never Forget You escrita por KaahEvans


Capítulo 3
Olhos vermelhos


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente! Tudo bem com vocês?? ... Beeem, eu espero que esse capítulo tenha bastante reviews, por que eu tenho 28 leitores! VINTE E OITO! E o capítulo anterior só teve 18 reviews, então leitoras fantasmas.. APAREÇAM! So, espero que gostem do capítulo ;)



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Bella POV

Chorei silenciosamente durante horas, mas os soluços sacudiam meu corpo inteiro. Sentia-me completamente desolada. Mamãe brigou comigo por ter rasgado seu vestido. Eu tentei dizer a ela que foi sem querer mais ela não quis me ouvir.

Depois de dizer que eu estraguei sua vida, ela correu para fora de casa, com certeza era para não ter que olhar para meu rosto novamente.

Eu sabia que ela me odiava, e que ela nunca poderá me amar. Eu vejo nos olhos dela que seria melhor se eu não tivesse nascido. E eu concordava. Se minha mãe não me queria por perto eu deveria me afastar. Eu não queria que ela me odiasse, talvez se ela me dissesse o que eu fazia de errado eu pararia de fazer, e talvez, ela pudesse gostar de mim.

Senti uma dor no meu peito ao pensar que ela possa nunca me perdoar. Eu a amava muito, mesmo quando ela me maltrata eu tenho vontade de abraçá-la, mas sei que se eu lhe der um abraço ela vai me afastar dizendo que estou amassando sua roupa.

Agarrei o pequeno pedaço de papel em minhas mãos com força. Era um retrato meu com a mamãe e com o papai, juntos e sorrindo felizes. Bom, eu e o papai estávamos, mas não a mamãe. Ela nunca está feliz, ou pelo menos, não em minha presença.

Papai dizia que eu não devia ligar para o que a mamãe me falava, ele disse que ela está doente e não diz coisa com coisa. Ele só estava dizendo isso para eu não me entristecer, é claro. Mamãe sabia muito bem o que dizia. Ela me odiava de verdade e não tinha problemas de esconder de quem fosse esse fato.

Eu estava deitada na cama da mamãe chorando em seu travesseiro. Eu só queria a presença dela, mas como ela tinha saído deitei aqui e fiquei confortada pelo seu cheiro.

Aproximadamente trinta minutos depois que mamãe saiu, ouvi passos no corredor e pensei que ela já estivesse de volta. Mas quando eu estava prestes a levantar da cama, a porta se abriu e vi papai caminhando em minha direção com a expressão preocupada.

Ele se sentou de frente para mim, e limpou minhas lágrimas com o polegar. Ele se deitou ao meu lado e acariciou meu rosto depois de me puxar para seu peito. Com a mão livre ele afagou meu cabelo.

- shiiii shiiii – ele cantarolava sem parar – Calma bebê, vai ficar tudo bem, conte-me o que aconteceu, sim?

Eu ponderei por alguns segundos se deveria contar ou não. Mamãe não me tratava bem, mas eu não queria que o papai ficasse com raiva dela por minha culpa. Olhei para seu rosto e não encontrei nada lá além de preocupação. Decidi contar. Talvez papai comprasse um vestido novo, e ela me perdoasse por estragar esse.

- E-eu – respirei fundo, tentando engolir o choro e continuei. – Eu estraguei o vestido favorito da mamãe e ela brigou comigo!

Ele segurou meu queixo procurando meus olhos com os seus e voltou a falar.

- Foi só isso? Ela não te bateu... Ou... ? – ele deixou sua pergunta no ar parecendo distraído por um instante antes de olhar para mim novamente. – Ela não disse mais nada?

Funguei e olhei para minhas mãos que descansavam em cima dos lençóis. Eu já havia parado de chorar, suspirei e lhe contei o que ela disse.

- Ela disse que... Que eu estraguei a vida dela e que ela era muito feliz antes de eu nascer. – eu lutei contra as lágrimas que queriam sair de meus olhos. Não queria mais chorar, tinha certeza que há essa hora meu rosto já estava vermelho e inchado.

Senti meu pai levantar da cama, mas não o olhei, eu sabia que ele estava com raiva da mamãe e era tudo culpa minha.

- Querida, eu vou para casa, mas não se preocupe. Sua mãe nunca mais vai maltratar você.

Ele não me deixou responder, pois saiu do quarto a passos largos. Fiquei quieta na cama da mamãe, quando não dava mais para ouvir seus passos me levantei e fui para meu quarto.

Fiquei um bom tempo olhando para o teto branco do quarto. Eu sentia que tudo na minha vida mudaria a partir de agora. Só não sabia se era para melhor ou para pior. Fechei meus olhos e logo adormeci.

*~~*

Acordei com dor de cabeça e com os olhos pesados. Meu corpo protestou enquanto me levantava, mas não queria continuar dormindo, queria saber como estava minha mãe, se papai havia falado com ela e se ela estava bem. Troquei-me com o vestido que estava pendurado no roupeiro, que Anne nossa criada, havia deixado para eu vestir e desci as escadas logo depois.

Encontrei somente meu avô na sala de estar, lendo seu jornal como ele sempre fazia na parte da manhã. Sentei-me ao seu lado e ele sorriu quando me viu.

- Olá querida! Dormiu bem? – perguntou, mas logo depois fez careta, provavelmente vendo as olheiras profundas abaixo de meus olhos. Sorri tranqüilizando-o e respondi:

- Eu dormi bem, vovô! O senhor já vai trabalhar? – perguntei olhando o seu terno cinza. Ele normalmente não trabalhava tão cedo assim. Ele largou o jornal no sofá e passou uma das mãos no meu cabelo bagunçando-o. Eu ri e ele me acompanhou.

- Sim, irei mais cedo hoje. Seu pai não poderá ficar com você hoje, então terá que ficar sozinha com Anne hoje, tudo bem? – perguntou franzindo a testa levemente.

- Tudo bem. Eu gosto da Anne. – ele sorriu novamente. Mas depois minha expressão ficou séria me lembrando de algo, vovô parou de sorrir, provavelmente já sabendo o que eu perguntaria. – Mas e a mamãe? Onde ela está?

Ele passou a mão no bigode com a expressão pensativa, quando finalmente me olhou ele hesitou antes de me responder.

- Veja bem querida... A sua mãe ficará um tempo fora. – ele suspirou e olhou para baixo.

- Como assim vovô? Ela viajou? – perguntei arregalando os olhos. Ela ainda estava com raiva por causa de ontem, ela nem se despediu de mim.

- Sim meu amor, ela viajou para bem longe e vai demorar bastante a voltar.

- Ela disse a você aonde ela foi?

Vovô parecia estar nervoso. Seus olhos estavam vidrados em um ponto qualquer no chão, mas parecia não vê-lo. Engoliu em seco e voltou seu olhar a mim, que o olhava confusa.

- Na verdade, ela contou ao seu pai que ia viajar e ele passou o recado para mim. – esclareceu com a expressão sombria. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que havia muito mais coisas nessa história. Não toquei mais no assunto.

Alguns minutos depois vovô saiu para o trabalho e eu fiquei sozinha em casa com os criados. Anne me serviu o café da manhã e me fez companhia já que não havia mais ninguém na casa. Logo que terminei Anne disse que ia cuidar de seus afazeres e eu fui para o jardim.

O dia não estava nada bonito, densas nuvens negras cobriam o céu, deixando o dia sombrio.

Eu estremeci. Estava com uma sensação de que estava sendo observada, mas quando olhei ao redor não vi ninguém. Continuei andando pelo jardim de casa até ver a árvore com um balanço, fui saltitando até lá e fiquei em pé no balanço. Dei um leve impulso com meu corpo para balançar levemente. Olhei para casa e vi Anne me observando, acenei com uma mão, mas rapidamente voltei a segurar a corda do balanço com medo de cair. Ela acenou de volta e voltou para dentro fechando a cortina.

Fiquei alguns minutos ali, com a cabeça jogada para trás observando o céu, até que sinto finas gotas de chuva caindo em meu rosto.  Sorri me balançando mais forte, antes de pular no chão. Ia correr para casa, mas algo frio me segurou por trás com força. Antes que eu pudesse gritar, uma mão extremamente fria tapou minha boca e nariz. Debati-me tentando me soltar de quem me segurava, mas só o que consegui foi me machucar. O corpo além de frio era duro. Era como chutar uma pedra. Depois de alguns minutos lutando contra a pessoa que me segurava, eu desisti. Meu corpo amoleceu devido à falta de ar e esperei a escuridão me envolver.

*~~*

Despertei confusa. Eu estava jogada no chão, que eu tinha certeza não ser o de minha casa. Abri meus olhos e observei o local em que me encontrava. Era uma cabana. Estava muito escuro para meus olhos enxergarem algo, mas dava para notar que o lugar era muito pequeno e sujo. O chão empoeirado era uma prova disso.

Sentei-me e olhei mais uma vez ao redor tentando achar algo ou alguém. Eu podia ouvir o barulho da chuva no lado de fora, e como num jato as lembranças do que aconteceu antes de acordar aqui vieram.

Eu em casa. Minha conversa com vovô. A viajem repentina da mamãe. Eu no jardim e depois no balanço. E claro... Alguém me pegando.

Eu já estava prestes a me desesperar. Quem havia me pegado, e por que?

Engoli um soluço que estava preso em minha garganta.

Eu não vou chorar. Não vou chorar. Não vou! – eu repetia como um mantra na minha cabeça. Seja o que for que esteja acontecendo eu tenho certeza que meu pai viria me buscar. Ele nunca me deixaria sozinha, não é?

Talvez ele não goste mais de você! – disse uma voz na minha cabeça.

Não, não, não! O papai jamais faria isso, ele me ama.

Pense bem Bella! Sua mãe nunca gostou de você, era só questão de tempo para seu pai cair em si.

Ignorei a voz na minha cabeça. Meu pai nunca faria isso comigo... Mas então, quem foi?

- Oh, mas que maravilha! A menininha acordou! – me assustei com a forte voz de um homem atrás e me virei rapidamente, arfando logo em seguida.

 A pele dele era muito pálida – como a do médico que foi a minha casa com seu filho Edward. Era como se nunca tivesse tomado sol na vida, seus cabelos loiros compridos estavam amarrados em um rabo de cavalo. Ele era lindo. Mas não foi por isso que arfei. Ele também tinha os olhos vermelhos mais intensos e aterrorizantes que eu já vi na vida.


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Notas finais do capítulo

Quem não deixar review ... é FEIO! :P