Never Forget You escrita por KaahEvans


Capítulo 2
História da Rosalie


Notas iniciais do capítulo

Hey everyone, tudo bem com vocês? *-*
Fiquei super feliz com a quantidade de reviews só no prólogo, e espero que continuem gostando da fic. Bom, eu não achei esse capítulo muito bom, mas é para entendermos melhor a Rose, eee espero que curtam!



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Rosalie POV

A vida nem sempre é como queremos. Algumas vezes temos tudo, e algumas não temos nada. É como a vida é para todos, ninguém pode mudar isso por mais que quisesse. A vida dá voltas. A minha parecia girar em circulos sem parar, e quando parou, eu desejei mais do que tudo que continuasse girando.



Eu estava atordoada, não conseguia nem pensar direito. Queria quebrar tudo ao meu redor de tanta raiva que sentia. Tudo graças aquele pequeno monstro que me encarava.

– Me perdoe mamãe! – ela disse com lágrimas caindo de seus olhos chocolate. Pela sua expressão eu sabia que estava arrependida, mas não a perdoaria.

Isabella Lillian King é minha filha de quatro anos de idade, ela foi fruto de uma noite irresponsável com meu noivo Royce King II quando eu tinha apenas quatorze anos.

Não éramos noivos na época, na verdade nem mesmo o conhecia direito. A única coisa que sabia sobre ele é que era filho do dono do banco em que meu pai trabalhava, tinha dezessete anos e que qualquer mulher seria mais do que sortuda em ser escolhida para ser sua esposa.

Quando ele demonstrou interesse em mim, eu ainda me considerava uma criança, mas algumas de minhas amigas já estavam até noivas, então pensei que eu tinha uma boa chance com ele.

Eu sempre soube que era linda. Todos diziam isso, eu tinha certeza absoluta que ele não pensaria diferente.

Um dia ele me convidou para ir até a cachoeira com ele e as coisas saíram do meu controle. E esse erro resultou em uma gravidez indesejada que acabaria com a minha reputação.

Meus pais se desesperaram quando descobriram, então fizeram um acordo com os pais de Royce: casaríamos-nos quando eu completasse dezoito anos e quando nascesse se livrariam da criança.

Mas tudo deu errado assim que Isabella nasceu.

Royce e seus pais se apaixonaram pela criança. Eu fiquei mais do que surpresa com isso. Quando olhei para Isabella pela primeira vez minha respiração ficou presa, era o bebê mais lindo que eu já tinha visto e não pude deixar de derramar lágrimas por saber que aquele anjo era meu.

Mas minha felicidade com minha “filhinha” não durou muito tempo. Logo Royce entrou no quarto querendo ver a menina. E foi só olhar para seu rosto que eu soube que de nada adiantaria argumentar, o acordo de nossas famílias já não importava, ele passou a amá-la depois de apenas uma olhada em seus olhinhos castanhos. Até meus pais que deram a idéia de livrar-se da menina ficaram bobos perto dela. Eu nunca entendi o olhar de adoração na face de Royce toda vez que olhava para Isabella, mas eu fiquei possessa de ciúmes.

– Tão bela! – ele disse sorrindo e nunca desviando o olhar de seu rosto. – Olhe para o papai, querida. Eu te amo sabia? – ele balbuciava com um sorriso bobo no rosto, como se ela entendesse algo do que ele dizia.

Ele nunca olhou para mim daquele jeito, nem mesmo dizia palavras carinhosas. Nunca disse que me amava. E foi naquele momento que passei a odiar Isabella. Ou assim eu pensava.

Eu sabia que era estúpido ter ciúmes de uma criança, mas era inevitável para mim. Eu sou filha única, sempre tive toda atenção dos meus pais. Sempre fui mimada e sempre tive tudo o que eu queria em um estalar de dedos. Mas agora toda atenção em minha casa era dedicada a Isabella.

– Mamãe? – Isabella tirou-me de meus devaneios. Olhei mais uma vez em seus olhos e só encontrei tristeza e arrependimento, eu já tinha até esquecido por que estava com raiva dela desta vez.

– Me perdoe! Eu não estraguei seu vestido de propósito. Eu só queria olhar! – ela soluçou enquanto mais lágrimas caiam de seus olhos. Senti meu rosto esquentar enquanto a raiva me consumia.

“Obrigado por me lembrar, querida!” pensei amargamente.

– Por que Isabella? – gritei com ela, que recuou assustada com a minha súbita explosão. Mas eu não ligava, só queria extravasar tudo o que eu sentia neste momento. Peguei um porta-retrato qualquer na cômoda e joguei contra a parede oposta. Isabella se encolheu ainda mais, agora ela soluçava com uma expressão torturada como se eu tivesse lhe dado um tapa.

Ela correu para o porta-retrato agora quebrado e retirou a foto com cuidado para não cortar a mão. Ela olhou para foto ainda soluçando, depois me olhou mordendo os lábios tentando abafar os soluços.

– Por que Isabella? – sussurrei me aproximando de onde ela estava. Ela nem mesmo piscava enquanto me encarava. – Por que tem que estragar tudo? Você acabou com a minha vida, eu era tão feliz antes de você nascer, por que você tem que estragar tudo? – terminei gritando ainda mais alto do que antes.

– Por que você não gosta de mim? Eu sempre tento ser boa para você! – ela quebrou em soluços novamente.

Fiquei alguns minutos olhando chocada para a menina a minha frente. Ela era a criança mais linda que eu já tinha posto os olhos.

– E também a mais irritante - uma vozinha em minha cabeça fez questão de me lembrar.

Todos a adoravam no instante que colocavam os olhos nela. Não que muitas pessoas vissem Isabella, sempre a mantivemos em segredo, a sociedade jamais aceitaria uma mãe solteira de 14 anos de idade. As únicas pessoas que tinham conhecimento de que Isabella existia e que era minha filha eram meus pais, os pais de Royce, minha melhor amiga Vera e os Cullen. Sim, os Cullen.

Dr. Carlisle Cullen era o jovem médico do hospital local. Sua esposa e filho se mudaram junto com ele a pouco mais de um ano. Eu nunca gostei deles, eram bonitos demais, muito mais bonitos do que eu, e isso fez com que minha beleza não os ofuscasse. Mas, é claro, isso não aconteceu com Isabella.

Como ninguém sabia da existência de Isabella, não poderíamos levá-la ao hospital quando ficou doente, então pedimos para o Dr. Cullen atendê-la em nossa casa. Seu filho Edward veio junto, ele era o assistente do Dr. Cullen.

Eu tinha muito ciúmes dos Cullen, principalmente por causa de Edward, ele foi o único homem solteiro que não demonstrou interesse em mim, e isso me irritava profundamente. Não por que eu gostava dele ou coisa parecida, longe disso. É obvio que eu notei sua beleza, mas mesmo assim não poderia ter sido mais indiferente.

Quando Edward viu Isabella sua expressão foi de pura admiração, eu não estava surpresa, essa menina tinha o poder de hipnotizar a todos que olhavam em seus olhos. Comigo não era diferente, mas eu tentava ao máximo esconder o quanto seu rostinho de anjo me afetava.

Dr. Cullen tirava sangue de seu braço enquanto Edward a distraia. Ele conversava com ela, fazendo perguntas sobre o desenho que ela estava fazendo antes de eles chegarem, e dizendo coisas que a faziam rir. Isso foi extremamente estranho.

Os Cullen não parecem ser o tipo de pessoas sociáveis, e ver Edward brincando com Isabella, fazendo algo somente para fazê-la rir foi... atordoante.

Depois disso Dr. Cullen e seu filho voltaram mais duais vezes e nada havia mudado. Edward ignorava a todos na sala e se concentrava em Isabella, como se ela fosse a coisa mais fascinante do mundo. Quando pensei isso, Edward me lançou um olhar, como se respondesse a minha pergunta silenciosa. Como se soubesse o que eu estava pensando. De alguma maneira, com aquele olhar, parecia que ele queria dizer que ela era a coisa mais fascinante, pelo menos para ele.

Depois daquele dia passei a simplesmente ignorar Isabella, eu realmente não a odiava. Mas eu era egoísta de mais para simplesmente aceitá-la em minha vida. Eu tinha tanto ciúmes dela... Principalmente quando estava perto do pai.

Ela o tinha na palma da mão. Se pedisse algo ele movia o mundo para conseguir. Ele a amava muito, então toda vez que eu maltratava sua filha, ele me fuzilava com o olhar.

Agora, olhando para o corpo frágil e pequeno de Isabella, imaginei como seria nossa vida se eu simplesmente parasse de jogar todos os meus problemas nos ombros dela. De fato a pequena menina não tinha culpa de minha situação com Royce piorar a cada dia. Eu não queria me casar e ele muito menos. Apesar de amar Isabella, Royce não gostava muito de mim, parte do motivo era que Isabella me lançava olhares tristes constantemente devido ao fato de que eu estava ignorando-a. Senti uma pontada no coração ao perceber que ela sentia minha rejeição a ela. Eu sabia por experiência própria como era a sensação de não ser amada pelos pais – apesar de me darem tudo o que eu queria, eles não me amavam de verdade.

– Me perdoe mamãe! – ela suplicou – Eu prometo que nunca mais farei nada para te irritar, vou ser boazinha.

Eu não agüentava mais. Eu me sentia terrível depois disso, ela nunca havia feito nada de mais. Ela sempre fazia o possível para agradar aos outros, sempre. Sem dúvida ela era bem avançada para uma criança de quatro anos.

Desviei meu olhar. Não conseguia olhar para seus olhinhos molhados pelas lágrimas. Ela rasgou meu vestido favorito, mas não era motivo para gritar assim com ela. Eu queria chorar também só por ver como ela sofria com minhas palavras.


Eu saio correndo do quarto e fui para fora de casa. Andei por alguns minutos até parar em frente à casa de Vera. Bati na porta umas três vezes até a própria abrir a porta para mim.

–---------- *~~*------------

Saí da casa de minha amiga com uma sensação de alivio indescritível. Primeiramente fiquei invejando a vida de Vera, ela tinha tudo o que eu queria:

Uma casa bonita e aconchegante, com uma família perfeita. Um marido amoroso e um lindo bebê.

Desde criança meu sonho era ter um homem que me amasse. Que seus olhos brilhassem toda vez que olhasse para mim. E um bebê. Sim, desejava um bebê.

Eu sorri com esse pensamento.

As coisas mudariam a partir de agora.

Depois de olhar para Henry, percebi que não precisava ficar com ciúmes de Vera. Eu tenho Isabella. Ela era uma criatura adorável e eu prometi a mim mesma que nunca mais maltrataria minha filha, eu faria de tudo para reparar as coisas que havia feito para ela antes. Mesmo que meu casamento com Royce não desse certo, a partir de agora, eu faria de tudo para a felicidade de Isabella!

– Ei Rose! – parei em meio a minha caminhada e sorri, indo em direção a calçada em que Royce e os amigos estavam.

– Olá! – cumprimentei a todos com um aceno. Royce segurou meu braço e apertou com força exagerada. Virou-me em seus braços, pressionando o corpo em minhas costas.

– Eu fui a sua casa uma hora atrás e qual foi a minha surpresa ao ver Bella chorando copiosamente em sua cama. – ele sussurrou ameaçadoramente em meu ouvido, apertando meu braço ainda mais forte. Eu gemi de dor, ele riu e disse que o que ele faria agora era para eu me lembrar que ninguém machuca a sua Bella.

–---*~~*----

Quando ele e seus amigos acabaram de se divertir, me deixaram na calçada com as roupas rasgadas e sangrando. E mesmo em meio a dor a única coisa que eu conseguia pensar era em minha filha. Por que justo agora que eu me dei conta do quanto ela é importante para mim isso tinha que acontecer? E agora, o que aconteceria? Eu tinha certeza que ia morrer, eu podia sentir isso, mas a única coisa que eu pensava era que eu queria poder dizer a Isabella que a amava antes de partir.

Alguém me pegou em seus braços frios, e senti o vento frio bater em meu rosto, mas eu não tinha forças para abrir os olhos e ver o que estava acontecendo.

Eu sentia a morte me levando. Podia sentir a dor lentamente sair de meu corpo e minha mente ficar em branco.

A última coisa que senti, foi o fogo consumindo todo o meu corpo, e depois de dias abri os olhos para minha nova vida.


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Notas finais do capítulo

Boom gente, eu adorei os reviews de vocês, e espero que nesse cap. tenha muito mais!
E Eu sei que o capítulo ficou chatinho, mas foi necessário.
Amaram? Odiaram? Gostaram? Detestaram? Digam-me o que pensam, o que precisa ser melhorado e tals... Beijos e até o próximo ;)