Never Forget You escrita por KaahEvans


Capítulo 17
Confusa


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas. *u* Que saudades de postar aqui. Gente, eu sei que eu demorei muito para atualizar, estou há uns dois meses sem postar nada aqui, mas queria avisar que só fiquei tanto tempo assim sem postar porque não conseguia escrever nenhum capítulo bom. Várias pessoas me mandaram mensagens perguntando se eu ia abandonar a fic e não, eu não vou abandonar nenhuma de minhas fics, então queria pedir para vocês não deixarem de acompanhá-la. :)
Então, espero que curtam o capítulo.



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Edward bufou ao meu lado enquanto fazia sua lição de biologia. Tentei reprimir um sorriso, eu não sabia por que ele odiava tanto a escola, era até divertido para mim.

- Deve ser duro fingir ser um adolescente, sendo tão velho quanto você. – debochei quando ele bufou pela segunda vez.

- Disse a jovem de 80 anos. – ele retrucou com um revirar de olhos. Ri baixinho. Alguns minutos depois o sinal tocou e saímos da sala de mãos dadas. Eu não podia deixar de notar o olhar que Mike Newton lançou para nós dois enquanto passava por nós.

- Ele me odeia. – Edward cochichou com um sorrisinho.

- Por que diz isso? – perguntei com a esperança de que Edward me confidenciasse algum dos pensamentos dele. Eu estava curiosa para ouvir os pensamentos de qualquer humano dessa escola desde que descobri sobre o poder de Edward, mas ele se recusava a me dizer.

- Seus pensamentos dizem isso, não eu. – disse.

- Não vai me contar? – pedi sorrindo docemente, eu tinha certeza que meus olhos brilhavam. Edward me puxou pela cintura para colar meu corpo ao seu lado sem parar de andar.

- Seria muito rude espalhar o que os outros pensam por aí. – Edward disse irônico, fiz um bico, ele sorriu antes de me dar um selinho. – Eu te conto o que você quiser se abrir sua mente, literalmente.

Desviei o olhar dele. Eu confiava plenamente em Edward, mas me recusava a deixá-lo ver meus pensamentos, pelo menos por agora. Foi um grande passo contar o que James me fez durante anos e fazia menos de um dia que contei. Edward não sabia, mas ás vezes enquanto eu olhava para um canto qualquer eu me lembrava das palavras do monstro, das torturas que ele me submetia. Ás vezes eu sentia seu toque em minha pele de pedra.

- Bella. – saltei ao sentir a mão em meu braço. Edward puxou a mão imediatamente e a deixou cair ao lado de seu corpo. Meu coração se contorceu ao ver o olhar ferido em seu rosto.

- Me desculpe, Edward. – minha voz quebrou no final da frase.

- Não. – meu coração, mesmo falso, parecia ter parado por alguns instantes. – Eu que peço desculpas, tudo bem se não quer me mostrar sua mente, eu não deveria ter insistido. – balancei a cabeça lentamente, sentindo a tristeza rastejando para dentro de mim. Por que algo sempre tem que dar errado? Não dá pra ficar tudo bem pelo menos por um tempo?

- Não quero que pense que não confio em você, eu apenas não quero que veja minhas lembranças. São horríveis demais.

- Não posso imaginar nada mais horrível do que me contou noite passada. Minha visão fica vermelha só de imaginar o que aquele monstro fez com você. – ele rosnou.

- Eu não quero que você veja. – sussurrei encostando minha cabeça em seu peito. Eu estava ciente que estávamos no meio do corredor e que todos que passavam nos olhavam, mas eu nem mesmo pensei em me divertir em questão disso. Na verdade, até me senti um pouco desconfortável, esse era um momento íntimo, desejei que estivéssemos sozinhos.

- Eu arrancaria essas lembranças de você se pudesse. – Edward sussurrou em meu ouvido.

- Que lembranças? – a inconfundível voz de Rosalie soou atrás de mim. Afastei-me de Edward para encontrar Rosalie nos encarando com uma sobrancelha erguida. Thierry estava logo atrás dela conversando com Jasper.

- Apenas algumas lembranças de minha vida humana, não é nada de mais. – falei enrolando-a, mas assim acabei chamando a atenção de Thierry, que desviou da conversa com Jasper e veio até mim.

- Você contou para ele. – Thierry afirmou, parecendo um pouco espantado.

Assenti com a cabeça e o olhei significativamente, alertando que ele não deveria dizer mais nada sobre o assunto. Lembro-me muito bem do dia que contei sobre James para Thierry, e como não lembrar? Vampiros nunca esquecem! O que realmente me tocou foi sua reação, fiquei emocionada quando ele disse que chamaria Demetri Volturi para ajudá-lo a localizar James e matá-lo. Eu pensava que vampiros só se importavam com eles mesmos até aquele momento, ver como meu sofrimento lhe doía foi a maior prova de amor que Thierry poderia me dar.

- Contou o que? – Rosalie falou outra vez, tentando esconder a impaciência em sua voz.

- Eu já disse, não é nada. – suspirei e segurei a mão de Edward. Foi imediato, apenas um simples toque e meu corpo instantaneamente se acalmou. Olhei para Edward e sorrimos um para o outro, era tão estranho como essa coisa de companheiros ou almas gêmeas – não sei bem como nomear isso ainda – funcionava. Logo Emmett e Alice se juntaram a nós e caminhamos juntos para o estacionamento.

- Você vai para nossa casa? – Alice me perguntou. Balancei a cabeça, negando.

- Vou mostrar a casa a Thierry. E temos que conversar. – olhei para meu amigo que assentiu concordando.

Despedi-me de todos, Rosalie me avisou que ligaria mais tarde e dei um demorado beijo em Edward antes de sair.

Entrei no carro de Thierry e o observei dirigir até minha casa, desde que recebi seu telefonema avisando que viria eu senti que algo estava errado. Ele não viria apenas para matar as saudades, Thierry sabia muito bem que eu precisava de meu tempo sozinha, foi por isso que vim para Forks afinal.

Quando chegamos, entramos em casa e fomos diretamente para a sala de estar. Sentamos um perto do outro e Thierry suspirou pesadamente, era um pouco estranho vê-lo fazendo algo tão humano, não se parecia nada com o Thierry que deixei em Paris.

- O que aconteceu para você ter vindo para Forks? – perguntei baixinho.

Um olhar melancólico atravessou seu rosto, não tinha como negar que algo realmente aconteceu. Meu melhor amigo não era melancólico, a única vez que o vi triste foi quando o deixei para viver minha aventura sozinha, mas não era a mesma coisa. Agora, existia um sentimento no ar, um sentimento de perda. E não era algo que pudesse ser resgatado de volta.

- Você nunca muda, não é? – ele perguntou docemente, mas triste ao mesmo tempo. – Sempre a mesma Bella perspicaz.

- Eu só estou preocupada com você.

- Eu vou te contar, mas não agora. – ele sorriu fracamente – Tenho que ir a Seattle pegar minhas coisas, vou aproveitar para caçar. Vá para os Cullen e não se preocupe comigo, ficarei bem.

Então ele correu para a floresta antes que eu pudesse contestar. Suspirei outra vez, esses hábitos humanos estavam começando a me dar nos nervos. Decidi ir mesmo para os Cullen, Thierry era inteligente e se ele estivesse envolvido em algum problema certamente não me envolveria nisso. Eu estava quase certa de que seu comportamento estranho era causado por certa Volturi.

Edward me encontrou na porta de sua casa com um sorriso torto em seu rosto.

- Já o expulsou? – ele perguntou, por uns segundos pensei que estivesse brincando, mas depois peguei o tom sério em sua voz.

- Edward. – o repreendi, franzindo a testa.

- Tudo bem, tudo bem... Mas pensei que passaria o dia com ele. – Edward respondeu em um tom implicante.

- Não está com ciúmes, está? – o provoquei. Edward não respondeu, o que me fez acreditar que o silencio queria dizer sim. O pensamento de Edward com ciúmes era tão bobo que tratei de mudar de assunto. – Onde está Rosalie?

Ele não precisou responder, a loira estonteante apareceu na minha frente assim que seu nome saiu de meus lábios.

- Oi, Bella. – Rose falou me envolvendo em um abraço. – Eu estava mesmo querendo falar com você. Não quer fazer compras comigo?

A ideia de fazer compras me animou tanto que tive vontade de dar pulinhos no chão, assim como Alice, mas me controlei.

- Claro, parece incrível. Alice vai conosco? – perguntei logo me lembrando que Alice não recusava nada que envolvesse roupas.

A expressão de Rosalie endureceu um pouco, mas então voltou ao normal.

- Não. Alice está ocupada. – ela falou. Vi Edward revirando os olhos, provavelmente devido algum pensamento de Rosalie, dei de ombros e esperei Rosalie buscar sua bolsa para irmos.

- Divirta-se. – Edward sorriu levemente e me abraçou.

- Tchau. – acenei, entrando no conversível vermelho.

Durante a curta viagem de carro conversamos mais do que nunca e eu realmente estava feliz em estar ali com Rosalie. Sua presença me trazia algum tipo de paz desconhecida junto com uma sensação nostálgica. Era como se em um passado muito distante eu já tivesse alguma ligação com ela, era simplesmente estranho, mas não deixava de ser bom.

  - Estou feliz por ter vindo, faz tempo que queria passar um tempo sozinha com você. – Rosalie disse enquanto sentávamos em um grande banco de madeira no shopping. Largamos as sacolas com roupas e sapatos no chão, perto de nossos pés.

- Também estou feliz por estar aqui. Admito que sou muito curiosa sobre você. – falei.

- Sério? – assenti. – Curiosa sobre o que? Sabe que pode me perguntar qualquer coisa.

Sorri para ela.

- É tão estranho dizer isso em voz alta, mas... É que eu sinto algo estranho quando estou perto de você, é como se tivéssemos algum tipo de relação. No começo pensei que fosse por sermos de Rochester, mas mesmo assim ainda parece que há algo faltando. É loucura? – terminei levantando meus ombros levemente. Foi tão aliviante soltar aquilo de uma vez, mas um nervosismo me encheu, e se Rosalie pensasse que isso era muito estranho?

Não foi o que aconteceu, muito pelo contrario. Quando terminei de falar, Rosalie balançou a cabeça de um lado para o outro, ela estava sorrindo.

- Você sente isso também? – ela perguntou, um olhar emocionado cruzou suas feições. – Isso é incrível, Bella.

- Acha que significa algo? – fiquei bestificada com a reação de Rosalie, ela parecia tão feliz.

- Significa muito mais do que você pensa. – ela disse misteriosamente. Não insisti no assunto, eu sabia muito bem quando as pessoas estavam dispostas a me dizer as coisas e quando não.

- Me conta mais sobre você. É a única que não me disse sobre seu passado. – lembrei. Rosalie desviou o olhar por um segundo, parecia desconfortável com o rumo que a conversa estava tomando. – Não precisa...

- Não. – ela disse me olhando nos olhos. – É que faz tempo que não conto essa história a ninguém, ela mexe muito comigo. – ela fez uma pausa e então começou. – Eu tive uma filha quando era humana.

Minha boca se abriu em choque. Meu coração teria enlouquecido dentro de meu peito se ele realmente batesse.

- Os olhos ainda são os mesmos. – ela murmurou.

- O que? – perguntei em choque. Os olhos de Rosalie se arregalaram e ela logo tratou de se corrigir.

- Eu quis dizer que ela era idêntica a você. – falou freneticamente – Mesmo cabelo, mesmos olhos castanhos. – ela falou com saudades, mas não parecia triste. Na verdade, existia um sentimento completamente desconhecido por mim brilhando em seus olhos dourados.

- O que aconteceu com ela? – perguntei baixinho. Rosalie sorriu levemente para mim.

- Eu fui transformada e nesse tempo a levaram para longe. – ela fechou os olhos, seu rosto se contorcendo com a dor das memórias. Peguei uma de suas mãos e a apertei tentando dar-lhe conforto, ela apertou minha mão com força e me olhou nos olhos. – Eu procurei por ela durante anos e não tive nenhum sucesso, nenhuma pista.

- Você a amava muito, não é? – perguntei em um sussurro. Algumas pessoas que passavam lançavam olhares para nós.

- Eu cometi muitos erros, Bella. Eu era muito jovem e egoísta, pensava que o mundo girava em torno de mim e por causa disso não percebi que o que eu precisava estava comigo o tempo todo. Era dela que eu precisava, mas eu só percebi isso quando a perdi. – Rosalie fez uma careta, eu sabia que ela estaria em prantos se pudesse chorar. Fiz a única coisa que podia no momento, a abracei.

Minha mente girava enquanto as palavras de Rosalie se afundavam nela. Eram coincidências demais, vivemos no mesmo lugar, ela teve uma filha. Não. Balancei minha cabeça negando. Rosalie amava sua filha, ela mesma disse que cometeu erros e se arrependeu. Minha mãe jamais se arrependeria por me odiar, era natural para ela. Eu podia sentir uma dor de cabeça rastejando para mim, eu me sentia tão estranha, tão confusa. Algo, como uma voz em minha cabeça me dizia que eu conhecia essa história, decidi ignorá-la. Eu não precisava de mais coisas em minha cabeça agora.

De repente uma vontade louca de estar com Edward me bateu. Aquilo me assustou um pouco, porque de alguma forma eu senti que nosso tempo juntos estava contado. 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim. Eu agradeço a todos que adicionaram a fic nos favoritos e tal, mas eu também queria pedir que vocês comentassem, essa fic tem muitos leitores e poucos comentam, então me ajudem a continuar com a fic deixando seu review. :D
Quero agradecer a Candweet FC 4 Twilighters e xana a por recomendarem a fic *u*
Beijos ♥