Never Forget You escrita por KaahEvans


Capítulo 10
Lembranças do passado - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal... Quanto tempo né? rs Bom, mas eu já estou de volta e prometo que vou atualizar com mais frequência!
Então, eu quero agradecer a Herdeira dos Céus por recomendar a fic... Muuuito obrigado, liiiinda *-*
Ahh, deu Aloca* no capítulo anterior e algumas pessoas não conseguiram ler, então eu o atualizei.. se ainda não conseguirem ler me avisem e eu mando por mensagem ..
Espero que curtam o capítulo...



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Era engraçado pensar em como as coisas mudaram de um dia para o outro.

Ontem mesmo eu era apenas uma vampira solitária procurando meu lugar no mundo, mas agora eu era algo a mais. Eu tenho algo a mais. Eu tenho Edward. Mas algo parecia meio fora com ele e sua família.

No instante em que terminei de contar minha história, a mansão dos Cullen parecia ter sido tomada por uma névoa de tensão, eu podia jurar que assim que vi a expressão chocada no rosto deles senti uma enorme saudade que nem mesmo sabia de onde vinha.

O clima estranho não desapareceu. Todos na família ficaram estranhos de algum modo, mas os piores foram Rosalie e Edward.

Rosalie, a irmã linda e loira de Edward, tinha me preocupado bastante. Assim que eu lhe disse meu sobrenome várias emoções se passaram pelo seu rosto – muitas delas eu não consegui identificar –, mas as que eu identifiquei me deixaram muito confusa e curiosa pra saber o que estava acontecendo ali. Olhando em seus olhos eu pude ver toda tristeza, saudade, arrependimento e vários outros...

E Edward, o garoto – ou melhor, o vampiro – que descobri ser companheira e que eu já amava mesmo o conhecendo há exatamente 24 horas, eu tinha certeza que ele estava me escondendo algo. Não era possível alguém agir de modo tão estranho sem ter nenhum motivo.

Não passei muito tempo com os Cullen, eu queria, mas nunca admitiria isso. Eu ainda tinha medo do que poderia acontecer se algo desse errado... Eu nunca consegui viver com um clã por muito tempo e tinha medo das conseqüências desse medo agora que eu tinha a família de Edward.

Pelo que eles me falaram, a família se mudava aproximadamente de cinco em cinco anos, para lugares frios e sombrios, onde ninguém sequer suspeitaria de seu segredo. Eu admirava a força que todos eles tinham para fingir ser humanos a cada dia, mas isso não era para mim. Não a parte de fingir ser humana – isso eu fazia a maior parte do tempo –, mas a parte de viver em lugares escondidos pela eternidade.

Eu me sinto presa ao meu passado e os lugares ensolarados e cheios de vida me davam certa sensação de liberdade e isso ajudava a apaziguar o vazio que eu sinto. Bem, o vazio que eu sentia...

Edward conseguiu preencher tudo. Agora ele era meu tudo e eu não queria nada a não ser ficar ao lado dele para sempre. Passei a noite pensando nisso, e uma pergunta surgiu em minha cabeça... Eu conseguiria viver com uma “família”, em lugares que eu não gostava por Edward? A resposta veio instantaneamente. É claro que eu faria isso por Edward. Eu fariatudo por ele!

Eu não seria egoísta a ponto de sacrificar a felicidade dele por meus traumas humanos. Mas ainda me sentia hesitante em confiar nos Cullen. Eu confiava em Edward, é óbvio, confiar nele era tão fácil como respirar, mas eu não confiava plenamente no resto da família. Eles pareciam ser boas pessoas, mas as aparências enganam e muito. Eu nunca conseguiria confiar plenamente em um vampiro novamente, pelo menos não tão rápido. Minha confiança nos vampiros morreu em apenasuma noite. E tudo isso graças a James. 

Sacudi minha cabeça e fechei os olhos com força tentando não me lembrar do que aconteceu naquela noite. O que era impossível, aquelas eram as imagens mais vívidas da minha vida humana. A primeira vez que James abusou de mim.

Flashback on

Eu me mantinha encolhida em um canto qualquer daquela cabana tentando não fazer barulho algum. Minha respiração estava pesada, então eu tentava acalmá-la e quando percebi que era praticamente impossível tentei ficar sem respirar. Eu sabia que meu esforço era inútil, pois meu coração batia muito rápido, o som que chegava aos meus ouvidos era como um martelo batendo contra um travesseiro, mas eu sabia que ele podia ouvi-lo mesmo assim.

Ouvi passos do lado de fora da cabana e minha respiração, que eu estava lutando para manter presa ficou engatada em minha garganta, eu não poderia respirar nem se quisesse.

Conforme os segundos passavam os passos ficavam mais altos e mais altos. O barulho que seus pés faziam quando batiam no chão de madeira combinavam perfeitamente com o ritmo de meu coração acelerado. Eu sabia que ele só estava querendo me assustar, eu tinha consciência de que ele podia se mover muito mais rápido do que um ser humano sem fazer nenhum ruído.

Por um momento fez-se silencio do lado de fora. Eu me perguntei se ele tinha mudado seu rumo ou simplesmente estava fazendo uma pausa dramática para finalmente anunciar sua chegada.

Eu não tenho idéia de quanto tempo se passou enquanto eu esperava encolhida no canto da parede a entrada de James no quarto imundo daquela cabana.

Um barulho estrondoso soou enquanto eu observava a porta de madeira da cabana se espatifar contra a parede oposta. Eu tentei me encolher ainda mais contra a parede, como se fosse possível.

O vampiro com cabelo loiro sujo escaneou a sala com os olhos antes que eles se focassem em mim. James me olhou por alguns segundos, parado no mesmo lugar em que a porta se encontrava segundos atrás. Ele sorriu suavemente para mim e começou a caminhar lentamente em minha direção.

Eu não me movi nenhum centímetro de onde eu estava. Sabia que era inútil tentar fugir, ele me alcançaria antes que eu pudesse dar o primeiro passo. O sorriso no rosto pálido e impecável de James aumentou tanto que eu pensei que a qualquer momento seu rosto iria rasgar. O que era impossível já que a pele de James era tão dura quanto pedra.

Depois do que pareceram horas, mas fora metade de um minuto, James chegou até onde eu me encontrava e se sentou no chão para que seus aterrorizantes olhos vermelhos ficassem a altura dos meus castanhos.

- Está com medo de mim? – ele perguntou se abaixando ainda mais quando percebeu que me encolhi ao ouvir sua voz.

Eu não respondi, só continuei a observá-lo.

Ele deve ter tomado meu silencio como um sim, pois soltou uma gargalhada rouca, tão alta que poderia ter acordado a vizinhança inteira... se tivéssemos vizinhos. Eu me controlei para não me encolher, nem demonstrar meu medo. Eu não precisava fazer isso, sabia que inútil. Ele podia sentir o cheiro do meu medo.

- Você não tem motivos para estar assustada, tem? – ele perguntou com a voz calma e suave, nunca deixando de sorrir.

Eu não iria me enganar pelo sorriso doce, nem pelo tom de voz carinhoso que James estava usando comigo, eu o conhecia a tempo suficiente para saber que ele queria algo de mim.

Eu tinha acabado de completar 14 anos, o que significa que eu já estava há dez anos aqui nesse lugar nojento. Eu não me lembrava muito da minha família, mas todas as noites eu sonhava com o meu pai e com o dia em que ele viria me buscar e me tirar desse pesadelo.

Eu não me lembrava muito de minha mãe. O pouco que eu sabia sobre ela era que ela era loira e tinha os olhos azuis como o gelo. Ela era a mulher mais linda que eu já tinha visto na vida... E ela me odiava!

Mesmo sabendo que minha mãe nunca gostou de mim eu queria mais do que tudo sonhar com ela. Queria me lembrar de como ela era ou pelo menos lembrar o som de sua voz. Eu queria mais do que tudo voltar para casa. Mesmo com os maus tratos e tudo o mais, eu queria voltar.

Os sonhos que eu tinha talvez fossem a única coisa que mantinha a esperança de voltar para casa acesa. Por que nos sonhos James morria, eu sempre voltava, mas não era meu pai que me salvava de James. Era um garoto. Seu rosto não era visível, mas de alguma forma eu sabia que ele era lindo. Ele tinha o cabelo cor de bronze, pele pálida e os olhos dourados mais intensos que eu já vira.

 – Sonhando acordada de novo Bella? – levei um susto ao ouvir a voz de James. Seu hálito frio roçando em meu pescoço me fez tremer de nojo. Eu odiava quando ele estava tão próximo. Fazia-me sentir tão nojenta quanto ele.

- Eu só estava pensando. – respondi me afastando um pouco dele, mas ele se aproximou outra vez fechando a distancia.

- Em que está pensando? – ele sussurrou enquanto colocava algumas mechas de meu cabelo atrás de minha orelha.

Eu queria gritar para ele se afastar. Queria chamá-lo de mostro ou coisa pior, mas minha voz não saía. Parecia haver um caroço em minha garganta que me impedia de falar.

– Eu estou com medo. – sussurrei enquanto algumas lágrimas escapavam de meus olhos.

Eu não queria ter dito aquilo, mas foi a única coisa que saiu. Eu não queria dizer que sentia medo, mesmo que ele já soubesse disso. Eu não queria parecer mais fraca do que eu já era!

- shhh shh! – ele tentou me tranqüilizar e me levou de encontro ao seu peito me abraçando apertado, mas não ao ponto de me machucar.

- Vai ficar tudo bem, Bella! – ele afagou meus cabelos levemente me fazendo tremer de desgosto outra vez, mas eu não tinha coragem de mandá-lo me soltar. – Alguma vez eu já te fiz mal?

Ele não tinha!

Eu sabia que James era um vampiro que se alimentava de sangue humano, mas ele nunca havia feito nada contra mim. Na verdade ele até me tratava bem... de certa forma.

Desde que ele me “seqüestrou” eu vivia isolada do mundo. Nunca mais tive contato com outro ser humano a não ser uma vez quando ele trouxe um médico para me examinar quando fiquei doente, e ele também não me deixava sair. Ele me trazia comida, roupas e livros. Eu poderia pedir qualquer coisa a ele e ele traria para mim, mas mesmo assim eu não queria continuar naquele lugar.

- Perdida em pensamentos novamente? – perguntou em meu ouvido. Seus dedos ainda não haviam parado de acariciar meu cabelo e isso estava me dando um nó no estomago.

- Me desculpe. – sussurrei, minha voz estava mais firme do que antes e eu agradeci mentalmente por isso.

- Tudo bem, meu amor! – ele beijou minha bochecha. Trinquei os dentes para não soltar nenhum ruído que denunciasse meu desagrado por seus toques.

- Eu trouxe um presente pra você! – ele pôs a mão no bolso e tirou de lá uma pequena caixinha de veludo preta. Ele a abriu e pegou com seus dedos extremamente pálidos uma delicada corrente dourada com uma pedra azul bem escura como pingente.

Toquei a pedra com a ponta dos dedos enquanto a admirava, mas não peguei o colar.

- O que foi? Não gostou? Eu posso conseguir outro se você quiser. – pelo modo que ele disse “conseguir outro” eu soube instantaneamente que ele queria dizer roubar. Eu não fiquei surpresa. Eu sabia que todas as coisas que ele me trazia eram roubadas.

Ele suspirou impaciente e foi aí que percebi que ele ainda esperava por uma resposta. Tratei de formular uma rápida desculpa. Eu não queria vê-lo irritado.

- Não é isso. Eu gostei muito, mas eu não quero! – ele estreitou os olhos. – Nem mesmo tenho lugar para usá-lo.

Não era o real motivo e isso era óbvio, mas eu não poderia dizer a verdade a James. Eu adorei o colar, ele era perfeito, mas tinha vindo de James e eu não gostava de aceitar nada dele que não fosse necessário.

Apesar de James nunca ter feito nada contra mim eu ainda não confiava nele. Eu podia sentir algo completamente maligno sobre ele, e não tinha haver com o fato de que ele era um vampiro bebedor de sangue humano. A verdade é que eu sabia que tinha algo muito errado por trás dos sorrisos gentis que ele me lançava. James me dava nojo. E eu odiava o jeito que ele me olhava. Eu me sentia tão nojenta toda vez que o via me encarando.

- Deixe disso, Bella! – ele estendeu o colar, afastou meu cabelo de meu pescoço e o colocou em mim. – Viu só... Ficou perfeito!

Eu não olhei para o colar, eu estava ocupada demais tentando respirar normalmente enquanto observava a mão de James subir e descer pelo meu braço. Ele colocou a mão livre em meu pescoço e aproximou seu rosto ainda mais do meu.

- Não precisa ter medo, Bella! – ele sussurrou. – Eu amo você, sabe disso, não é?

- Eu... - NÃO! Eu não sabia. E mesmo com ele dizendo isso eu não acreditava.

- Não se preocupe querida... Não te machucarei... muito!

Minha respiração ficou presa na garganta. Eu sabia o que aconteceria agora. Eu sempre soube que um dia isso aconteceria, mas esperava que demorasse mais tempo. James sempre teve esse olhar de cobiça pra cima de mim e eu nem mesmo sabia o porquê. Eu não tinha nada de especial. Eu não era nada.

Ele puxou seu rosto para o meu e me beijou. Eu tentei inutilmente me afastar enquanto me debatia em seus braços.

- Shhh shh. Se lutar será pior! – ele ameaçou. 

É claro que seria pior. Eu jamais conseguiria me soltar dele. Ele era um vampiro, tinha uma força sobrenatural e eu era só uma humana patética. Então eu desisti.

Eu esperava que ele parasse de me tocar em algum momento, mas ele não parou. Meu cérebro estava entorpecido, assim como todo meu corpo. A última coisa que me lembro daquela noite foi da voz de James dizendo que me amava.

Eu tentei a todo custo me livrar do colar depois daquilo, mas ele me obrigava a usá-lo todos os dias. 

Flashback off

Eu fechei os olhos com força para tentar dissipar aquelas imagens horríveis de minha cabeça. Mas a cada segundo as imagens de uma das piores noites da minha vida giravam em minha cabeça. Grossas lágrimas caíram de meus olhos, eu não as afastei, me sentia melhor quando chorava, esse era um dos motivos de amar meu poder.

Suspirei pesadamente. Eu não conseguiria tirar isso da cabeça tão cedo. Eu só esperava que pudesse disfarçar meu estado de espírito enquanto estivesse com Edward.

Edward.

Escola.

Droga, eu já deveria estar pronta!

Abri meu closet e tentei escolher uma roupa descente, falhando miseravelmente. Acabei pegando as primeiras peças que vi. Quando me convenci de que não ficaria tão ruim me troquei e peguei alguns acessórios. Pelo menos eles eram bonitos.

Peguei meu Iphone e as chaves de meu carro, os coloquei no bolso da calça e sai de casa.

Assim que fechei a porta de minha casa minha respiração ficou presa e se meu coração realmente batesse ele estaria quase explodindo em meu peito.

Edward estava lindo encostado em seu volvo prata. Ele sorriu torto enquanto me observava caminhar em sua direção. Retribui o sorriso timidamente.

- O que está fazendo aqui? – perguntei ainda sorrindo, mas minha voz ainda estava meio tensa. Eu temia ficar o dia inteiro com aquelas lembranças. Eu não poderia ficar mais agradecida por Edward não poder ler minha mente.

- Vim te oferecer uma carona pra escola. – o sorriso dele vacilou por um momento, eu imaginei que fosse por causa de minha expressão sombria. – Tem algo errado?

Era isso que eu queria evitar. Perguntas. Eu não estava pronta para dizer tudo o que havia acontecido no meu passado, e acho que não estaria pronta tão cedo.

- Não há nada de errado, Edward! – sorri para ele e vi sua expressão suavizar um pouco, ele ainda parecia desconfiado. – Vamos?

- Claro! – ele abriu a porta do passageiro para mim e depois foi para o lado do motorista na velocidade vampiresca.

Suspirei baixinho. Seria difícil esconder o que me incomodava de Edward, por que o que eu mais queria era que ele me ajudasse a superar isso. Mas eu estava pronta pra deixar isso no passado? Eu me fazia essa mesma pergunta há quase sete décadas.

- Não quer mesmo me contar? – eu sabia que ele não desistiria até que eu contasse toda verdade a ele.

- Não é que eu não queira te contar, só... Eu não to pronta! – tentei explicar. – Sabe quando você tem um segredo importante e então, você tem que dividi-lo com mais alguém, mas sente que não é o momento certo?

Edward abriu e fechou a boca pelo menos três vezes, como se não soubesse o que dizer. A expressão em seu rosto era muito estranha, eu não entendia o porquê dela. Ele se virou e começou a dirigir em direção à escola.

A condução foi silenciosa. Edward não tentou puxar assunto e eu agradeci mentalmente por isso, não estava com muita vontade de conversar. Edward ainda estava meio estranho, eu estava um pouco desconfiada, mas não perguntei nada a respeito.Tinha certeza de que ele e sua família me escondiam algo e eu descobriria o que era eventualmente. 

Quando o carro parou no estacionamento da escola respirei fundo e fechei os olhos por um momento. Pelo menos por agora eu tentaria esquecer o passado e me concentraria no presente.

- Vamos lá! – Edward pegou minha mão e caminhamos pelo estacionamento em direção ao purgatório. Mais conhecido como escola!


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, gostaram... odiaram? Me contem :P
Eu particularmente achei meio .. sei lá.. mas foi o que saiu, então mandem reviews com suas opiniões sobre o capítulo.. eeeee fui!
Beijos e beijos s2
Ps. Próximo cap. vai ser a continuação, só que no POV do Edward ;D